Um dos episódios mais ilustrativos da organização criminosa que juntou procuradores e delegados da Lava Jato foi na perseguição aos dissidentes da Polícia Federal. Passaram a ser tratados como dissidentes todos os policiais que insistiam em se comportar dentro dos parâmetros legais.
Foi o caso dos delegados o delegado Mario Renato Castanheira Fanton e o agente de Polícia Federal Dalmey Fernando Werlang. Dalmey foi incumbido de investigar a suspeita de escuta ilegal colocado por delegados na cela de prisioneiros. Produziu um relatório técnico, isento, comprovando a ilegalidade.
Entre outras irregularidades, ambos levaram ao conhecimento da Corregedoria do DPF e do Ministério Público Federal do Paraná – ao qual cabe o controle externo da polícia Federal – informações novas sobre a sindicância 04/2014, presidida pelo delegado Maurício Moscardi. A sindicância visava investigar o grampo ambiental encontrado pelo doleiro Alberto Youssef em sua cela.
Imediatamente, ambos foram alvos de uma campanha difamatória e de uma perseguição infernal por parte de procuradores e delegados da cúpula da Superintendência Regional do Departamento de Polícia Federal no Paraná (SR/DPF/PR):
- Rosalvo Ferreira Franco (superintendente),
- Igor Romário de Paula (diretor da Delegacia Regional de Combate ao Crime Organizado – DRCOR),
- Maurício Moscardi Grillo (então chefe da Delegacia de Repressão a Entorpecentes),
- Daniele Gossenheimer Rodrigues (chefe do Núcleo de Inteligência Policial – NIP),
- Érika Mialik Marena (então chefe da Delegacia de Combate ao Crime Financeiro – Delefin) e e
- Márcio Adriano Anselmo (da Delegacia de Combate ao Crime Fazendário – Delefaz) – que, em agosto de 2015, representaram ao Ministério Público Federal (MPF) dizendo-se caluniados pelos dois colegas.
Os porta-vozes do assassinato de reputação foram três repórteres que atuavam como assessores da Lava Jato: Ricardo Brandt, Fausto Macedo e Julia Affonso.
Do lado do MPF, a trama foi articulada com o promotor Daniel Holzmann Coimbra, que tornou-se o novo chefe do MPF no Paraná.
No diálogo abaixo, captado pela Operação Spoofing, há a comprovação da cumplicidade entre procuradores e policiais da Lava Jato.
8 Mar 17
19:13:44 Deltan, boa noite. Tentei falar com Dr Januário mas ainda não consegui contato.
19:14:28 Amanhã terá um procedimento de acareação realizado pela Coain aqui em Curitiba
19:15:05 O Delegado fará acareação entre eu e Dalmey e Zanotto.
19:16:19 Muitas coisas vem acontecendo no âmbito da COGER que me fizeram perder completamente a segurança da isenção deles na condução das investigações
19:17:38 Gostaria muito do apoio de vcs no sentido de pedir para alguém do MPF controle externo acompanhar esta acareação
19:18:32 Isso traria segurança para nós e não permitiria que abusos e ameaças …
Deltan cumpriu, pois o procurador Januário Paludo produziu um parecer pedindo arquivamento e interrompeu o Inquérito 001/17 presidido pelo delegado Magno Xavier. O juiz Nivaldo Brunoni acatou o parecer de Paludo. Mas, antes, o delegado Magno produziu um despacho manifestando descontentamento com a ousadia do MPF e comprovando que há policiais dignos na PF..
Agora, com a comprovação da existência do grampo, todos eles, mais os procuradores Januário Paludo e Daniel Coimbra estarão sujeitos a inquéritos.
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E serão Alvos de Inquéritos ????……Não Creio, no Paraná a ‘Vala” é muito Profunda !!!
Esses vagabundos operavam como uma máfia.