“A apatia que temos hoje é a apatia da repressão”, diz Luiz Ruffato

Patricia Faermann
Jornalista, pós-graduada em Estudos Internacionais pela Universidade do Chile, repórter de Política, Justiça e América Latina do GGN há 10 anos.
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Luiz Ruffato (Tadeu Vilani )

Enviado por Jackson da Viola

“Sociedade brasileira é uma árvore sem raízes”

Da DW

Em entrevista à DW, o escritor Luiz Ruffato lança um olhar crítico sobre o passado e o presente da sociedade brasileira, que, segundo ele, vê o autoritarismo como a solução mais fácil para a corrupção a violência.

Conhecido por não medir palavras ao falar do Brasil, de sua história e de sua sociedade, o escritor Luiz Ruffato alcançou projeção tanto no Brasil quanto no exterior. Durante o mês de novembro, ele apresenta na Alemanha e na Áustria seu último romance traduzido para o alemão, Vista parcial da noite – o terceiro volume da pentalogia Inferno Provisório.

Na série, Ruffato recria a história do proletariado brasileiro, de 1950 até o início do século 21, no que a editora Companhia das Letras define como “uma saga descomunal sobre um Brasil que muitas vezes não queremos ver”. 

Pela pentalogia e por seus demais romances traduzidos para o alemão – incluindo Eles eram muitos cavalos – Ruffato foi reconhecido na Alemanha com o Prêmio Hermann Hesse de 2016. Os organizadores destacaram sua “alta qualidade literária, que possibilita olhar para os abismos de um mundo desconhecido”.

Em entrevista à DW, o escritor mais uma vez lança um olhar crítico sobre a história e a o momento atual do Brasil, que, segundo ele está na iminência de uma nova ditadura.

“Para resolver o dano da corrupção do sistema político e colocar um ponto final na decomposição do sistema de segurança pública […] a população prefere o caminho mais fácil, e ilusório: o do autoritarismo”, afirma.

Para Ruffato, a sociedade brasileira é uma espécie de árvore sem raízes. “O futuro só pode ser construído se você conhece o passado. Mas no Brasil não há uma consciência disso.”

DW Brasil: Inferno provisório é uma pentalogia que retrata a sociedade brasileira num período de cinquenta anos, de 1950 a 2000. Como você procurou ler a história do país nesses anos cruciais?

Luiz Ruffato: Considero que a história do Brasil de hoje é, sem dúvida, o resultado do processo que transformou o país rural em um país urbano. Essa transição, porém, ocorreu de uma maneira totalmente violenta. Não foi algo construído, planejado ou contando com qualquer organização urbana. Mas, algo absolutamente caótico, sem infraestrutura alguma para receber a massa de mão de obra barata do campo para trabalhar na construção civil e no comércio. O que somos hoje é o resultado desse processo: um processo no qual nunca tivemos uma participação efetiva, nunca fomos consultados como população. Todas as decisões tomadas na nossa história foram tomadas autoritariamente, e, como sociedade, somos fruto disso: não pertencemos a lugar algum, estivemos e ainda estamos num limbo. A derrocada do sistema de saúde e de educação é uma evidência disso.

Mas, se isso é tão evidente, se os abismos políticos e sociais do Brasil são tão evidentes, por que se observa em grande parte da população uma inércia e até apatia?

A apatia que temos hoje é a apatia da repressão. Nós temos uma sociedade que nasceu reprimida, que nasceu com a matança de índios, com os feitores batendo nos escravos, com uma imigração de pessoas que iam simplesmente morrer de fome aqui na Europa. Esses fatores fizeram com que a sociedade brasileira fosse moldada pelo medo. Atualmente, contamos com 32 anos de democracia no país. Esse é o período democrático mais longo de toda a história do Brasil, porque ela é uma história de sucessões de ditaduras. Ora, uma sociedade cuja história é uma sucessão de ditaduras é uma sociedade do medo. E, infelizmente, acho que estamos prestes a ter mais um episódio de ditadura. Muito proximamente.

Quão perto estamos dessa ditadura? Isso tem a ver com a onda do fortalecimento do autoritarismo no país?

Estamos na iminência de uma ditadura ao ler que as pesquisas apontam que o candidato da extrema direita e ex-capitão do Exército Jair Bolsonaro é o que mais vem crescendo nas intenções de votos. Hoje, ele iria para um segundo turno com o Lula. Isso deve ser pensado no contexto do viés totalitário da população brasileira. Para resolver o dano da corrupção do sistema político e colocar um ponto final na decomposição do sistema de segurança pública – problemas complexos e de resolução a longo prazo – a população prefere o caminho mais fácil, e ilusório: o do autoritarismo.

A ambientação da sérieInferno Provisório é a cidade mineira de Cataguases, cujos alicerces retratados por você são a migração e a violência. Isso seria uma transferência das bases da sociedade brasileira, não?

Quando se escreve, é necessário fazer recortes que tenham a capacidade de transcendência. Ou seja, aquilo que você escreveu num determinado lugar e espaço pode ser reconhecido num outro lugar e num outro tempo. Nesse ponto, tive a sorte de ter nascido em Cataguases, e o fato de ela ser uma cidade industrial permitiu que eu me debruçasse sobre seus estamentos sociais. E com isso, estava de certa forma me debruçando também sobre os estamentos sociais do Brasil. A história do Brasil, de sua composição econômica, política e social está espelhada na cidade de Cataguases: uma espécie de microcosmo da estrutura do Brasil. As questões inerentes à nossa história também foram transferidas ao romance, como a relação dos operários com as fábricas e das pessoas entre si, a aquisição de bens de consumo pela classe média baixa e o que isso significa e provoca nelas, questões ligadas à migração, à questão de pertencimento e não pertencimento a um determinado lugar.

Quando você aponta a questão de pertencimento e não pertencimento, qual seria a principal consequência desse sentimento de inadequação social na sociedade brasileira?

Precisamos entender que a violência urbana no Brasil está, evidentemente, ligada ao tráfico de drogas, mas mais intrinsecamente ao lugar de pertencimento. Nós tivemos um movimento migratório no Brasil em que as pessoas foram descoladas de seus espaços de conhecimento para as periferias das cidades, onde não tiveram nenhuma relação de enraizamento. Por tanto, isso nos faz pensar que a sociedade brasileira é uma espécie de árvore sem raízes, na qual ninguém se reconhece, na qual não há uma ideia de coletividade e tampouco de sociedade. Pensamos absolutamente de forma individual. Por isso, a violência grassa no Brasil, onde a vida não vale nada. Se não pertencemos a um lugar, se estamos aqui de passagem, é claro que a vida também não terá valor algum.

Se estamos, então, aqui de passagem, em uma espécie de “inferno provisório”, isso significa que a violência nossa de cada dia poderia ser algo temporário? Ou seja, haveria, uma luz no fim do túnel?

O futuro só pode ser construído se você conhece o passado. Mas no Brasil não há uma consciência disso. Na verdade, nunca fomos sujeitos da nossa história, fomos sempre objetos dela. Por isso, é muito difícil construir algo perene e profundo em um cenário assim. O conceito de “inferno provisório” é um problema por conta da dúvida: se o inferno é provisório e se ele se torna um estado definitivo, não há do que escapar, é o inferno realmente. Agora, se ele não se torna um estado definitivo, eu me pergunto: em que ele se transforma, então? Eu não sei. E talvez seja esse o grande enigma que temos no Brasil de hoje: saber exatamente para onde estamos caminhando, se é que que vamos saber algum dia. Eu temo que nunca chegaremos a essa resposta.

 

Patricia Faermann

Jornalista, pós-graduada em Estudos Internacionais pela Universidade do Chile, repórter de Política, Justiça e América Latina do GGN há 10 anos.

5 Comentários

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  1. Gostaria de poder concordar com ele

    “Para Ruffato, a sociedade brasileira é uma espécie de árvore sem raízes. “O futuro só pode ser construído se você conhece o passado. Mas no Brasil não há uma consciência disso.””

    Na verdade o Brasil tem consciência disso, sim. O poder político-econômico via mídia é que não permite  que o brasileiro sequer se lembre das coisas mais comezinhas de seu dia a dia.

    Ele vê todas as lojas fechando na sua rua, todas as árvores sendo derrubados, todos os cinemas do seu bairro sumindo, os nóias chegando e dormindo na sua porta. As mãos se estendendo na porta de cada supermercado que sobrou e não percebe que o mundo está mudando.

    Brasileiro é mantido como peixinho de aquário: só tem a memória do agora.

    Ele bem que gostaria de poder se lembrar do ontem mas, como estoque de supermercado, nossas prateleiras de memória são sempre repostas com novidades caras e inúteis.

    Nossa memória é sepultada viva por novelas, fofocas, escândalos sexuais, crimes, propagandas , futebol, muito futebol,  e ódio, muito ódio.

     

  2. Rede Globo
    O Brasil só terá memória quando a rede Globo for estatizada. Eis a medida concreta e com grande poder simbólico que um governo forte de esquerda deve tomar assim que isso se tornar objetivamente possível.

  3. Comentário contra o falso pessismo

    LUIZ RUFATTO NÂO VAI A LUGAR NENHUM

    Carlos Emílio Corrêa Lima

    Há um tipo de texto de análise política, como é o caso gritante e exasperante deste aqui de Luiz Ruffato, do qual reproduzo um trecho infame, que não leva e nem vai mesmo a lugar algum.Este aqui omite fatos fundamentais,um deles , a caravana Lula, sucesso extraordinário de mobilização popular, que ocorreu tantalicamente no Nordeste por todo o mês de agosto passado – não há um seculo atrás! como o texto parece querer fazer passar, sem nem sequer mencionar o seu acontecimento- fato político de enorme significação que demonstrou inegavelmente, inequivocamente ,de modo estrondoso,que não há nenhuma apatia entre a população brasileira, principalmente entre os mais pobres,no meio da gente inumerável que chamamos de povo, de povão. Ao contrário, o que há é uma forte indignação diante do que estão fazendo contra o Brasil aqueles responsáveis e contratados pelo golpe de invasão híbrida norte-americana e que o líder para conduzir até a derrota do golpe essa mesma revolta e indignação chama-se exatamente Luis Inácio Lula da Silva.Fazer de conta que a recandidatura de Lula é apenas mais uma numa lista inócua de personagens politicamente ambíguos e já desmascarados em sua nulidade eleitoral e histórica e, mais ainda, inserir esse texto malicioso e falsamente neutro num jornal europeu totalmente ligado ao sistema financeiro e colonial que sustenta esse mesmo golpe, e dando como favas contadas que Lula já está condenado como um criminoso comum por corrupção e que nada acontecerá até 2018 que inviabilize essa reles profecia é de uma falsa e intrigante ingenuidade. E o meu colega escritor mineiro e articulista de El País(quanto estará ganhando pra escrevedizer essas besteiras deceptivas ?) ainda omite que a Caravana Lula, a nova Coluna Prestes, continua a partir do dia 23 deste mês de outubro através de Minas Gerais e do interior de São Paulo, com ânimo e ativismo redobrado e força gerativa de otimismo ainda maior.Será que Luiz Rufatto está morando atualmente na Espanha? Pois no Brasil com certeza nao está. Aqui vai, infelizmente, o trecho insidioso:
    “Esses problemas estruturais só podem ser resolvidos por meio da política. Mas quem são os candidatos que se propõem a resolvê-los? Luiz Inácio Lula da Silva, duas vezes presidente da República, condenado a nove anos de prisão por corrupção passiva e lavagem de dinheiro; a omissa Marina Silva, duas vezes candidata derrotada, em 2010 e 2014; o insípido e inodoro Geraldo Alckmin, candidato derrotado em 2006; o arrogante Ciro Gomes, candidato derrotado duas vezes, em 1998 e 2002; e as “novidades”, o fascista Jair Bolsonaro e o arrivista João Dória. O PMDB, maior partido brasileiro, deve, mais uma vez, esquivar-se de lançar candidato próprio – assim fica mais fácil montar seu eterno balcão de negociatas.
    Apáticos, permanecemos parados, rumando para lugar nenhum.”
    É como se Lula não tivesse nenhuma importância,como se já fosse não o que ele é magistralmente de fato, o único coringa que o povo brasileiro tem em mãos para se livrar da ditadura de ocupação das multinacionais sobre o país, como se ele fosse a menor carta do jogo e já estivesse totalmente fora do baralho,o que é uma postulação concretamente ridícula ,tão ridícula e mentirosa pois oculta outra coisa importantíssima – seu método é semear desinformação – , no caso, um outro fato de dimensões continentais já que faz de conta que todos os movimentos do golpe , inclusive a lava jato, financiada pelos mesmos que bancam o jornal que paga pelos artigos dele,do apático autor Luiz Ruffato ,não se orientassem todos eles, diariamente, desesperadamente, há anos inteiros numa gigantesca operação logística de guerra midiática, jurídica e psicológica de dimensões colossais para evitar essa mesma candidatura ,a única que realmente tem força,magma,enigma , magia, raízes fortes e profundas, vibração de raízes aéreas e poder mítico,político ,simbólico e totalizante que poderá salvar o Brasil de uma longa ditadura fascista de ocupação norte-americana.Todo o resto é piada, até uma pretensa renovação das esquerdas com novos nomes.O Novo, no caso específico, é botar de novo o retrato do velho na parede.Não há outro poder que possa vencer o poder da guerra híbrida a que vem sendo submetido o povo brasileiro e, isto, para desespero daqueles que dirigem essa gigantesca e frankesteiniana trambicagem geopolítica o povo brasileiro já percebeu,como bem e muito vai demonstrando a Caravana Lula através da nação e o capcioso e parado articulista de EL Pais finge que não percebeu.São cúmplices.Seu artigo faz também parte da engenharia do golpe.Indignamente.

  4. Comentário contra o pessismo

    LUIZ RUFATTO NÂO VAI A LUGAR NENHUM

    Carlos Emílio Corrêa Lima

    Há um tipo de texto de análise política, como é o caso gritante e exasperante deste aqui de Luiz Ruffato, do qual reproduzo um trecho infame, que não leva e nem vai mesmo a lugar algum.Este aqui omite fatos fundamentais,um deles , a caravana Lula, sucesso extraordinário de mobilização popular, que ocorreu tantalicamente no Nordeste por todo o mês de agosto passado – não há um seculo atrás! como o texto parece querer fazer passar, sem nem sequer mencionar o seu acontecimento- fato político de enorme significação que demonstrou inegavelmente, inequivocamente ,de modo estrondoso,que não há nenhuma apatia entre a população brasileira, principalmente entre os mais pobres,no meio da gente inumerável que chamamos de povo, de povão. Ao contrário, o que há é uma forte indignação diante do que estão fazendo contra o Brasil aqueles responsáveis e contratados pelo golpe de invasão híbrida norte-americana e que o líder para conduzir até a derrota do golpe essa mesma revolta e indignação chama-se exatamente Luis Inácio Lula da Silva.Fazer de conta que a recandidatura de Lula é apenas mais uma numa lista inócua de personagens politicamente ambíguos e já desmascarados em sua nulidade eleitoral e histórica e, mais ainda, inserir esse texto malicioso e falsamente neutro num jornal europeu totalmente ligado ao sistema financeiro e colonial que sustenta esse mesmo golpe, e dando como favas contadas que Lula já está condenado como um criminoso comum por corrupção e que nada acontecerá até 2018 que inviabilize essa reles profecia é de uma falsa e intrigante ingenuidade. E o meu colega escritor mineiro e articulista de El País(quanto estará ganhando pra escrevedizer essas besteiras deceptivas ?) ainda omite que a Caravana Lula, a nova Coluna Prestes, continua a partir do dia 23 deste mês de outubro através de Minas Gerais e do interior de São Paulo, com ânimo e ativismo redobrado e força gerativa de otimismo ainda maior.Será que Luiz Rufatto está morando atualmente na Espanha? Pois no Brasil com certeza nao está. Aqui vai, infelizmente, o trecho insidioso:
    “Esses problemas estruturais só podem ser resolvidos por meio da política. Mas quem são os candidatos que se propõem a resolvê-los? Luiz Inácio Lula da Silva, duas vezes presidente da República, condenado a nove anos de prisão por corrupção passiva e lavagem de dinheiro; a omissa Marina Silva, duas vezes candidata derrotada, em 2010 e 2014; o insípido e inodoro Geraldo Alckmin, candidato derrotado em 2006; o arrogante Ciro Gomes, candidato derrotado duas vezes, em 1998 e 2002; e as “novidades”, o fascista Jair Bolsonaro e o arrivista João Dória. O PMDB, maior partido brasileiro, deve, mais uma vez, esquivar-se de lançar candidato próprio – assim fica mais fácil montar seu eterno balcão de negociatas.
    Apáticos, permanecemos parados, rumando para lugar nenhum.”
    É como se Lula não tivesse nenhuma importância,como se já fosse não o que ele é magistralmente de fato, o único coringa que o povo brasileiro tem em mãos para se livrar da ditadura de ocupação das multinacionais sobre o país, como se ele fosse a menor carta do jogo e já estivesse totalmente fora do baralho,o que é uma postulação concretamente ridícula ,tão ridícula e mentirosa pois oculta outra coisa importantíssima – seu método é semear desinformação – , no caso, um outro fato de dimensões continentais já que faz de conta que todos os movimentos do golpe , inclusive a lava jato, financiada pelos mesmos que bancam o jornal que paga pelos artigos dele,do apático autor Luiz Ruffato ,não se orientassem todos eles, diariamente, desesperadamente, há anos inteiros numa gigantesca operação logística de guerra midiática, jurídica e psicológica de dimensões colossais para evitar essa mesma candidatura ,a única que realmente tem força,magma,enigma , magia, raízes fortes e profundas, vibração de raízes aéreas e poder mítico,político ,simbólico e totalizante que poderá salvar o Brasil de uma longa ditadura fascista de ocupação norte-americana.Todo o resto é piada, até uma pretensa renovação das esquerdas com novos nomes.O Novo, no caso específico, é botar de novo o retrato do velho na parede.Não há outro poder que possa vencer o poder da guerra híbrida a que vem sendo submetido o povo brasileiro e, isto, para desespero daqueles que dirigem essa gigantesca e frankesteiniana trambicagem geopolítica o povo brasileiro já percebeu,como bem e muito vai demonstrando a Caravana Lula através da nação e o capcioso e parado articulista de EL Pais finge que não percebeu.São cúmplices.Seu artigo faz também parte da engenharia do golpe.Indignamente.

    1. Concordo com a sua colocação,

      Concordo com a sua colocação, mas faço uma ressalva. A esperança em Lula (a qual compartilho) não é uma forma de apatia e, até mesmo, alimento dela? Mesmo tão diretamente afetados pelas políticas desse governicho não reagimos, na esperança de que uma eventual eleição de Lula em 2018 venha nos devolver direitos e recuperar recursos e soberanias entregues por preço vil ao estrangeiro. Lula-2018 é a esperança que impede o desespero, mas também tem apaziguado a resistência. E se impedirem Lula de concorrer? E se não houver eleição em 2018? E se, uma vez eleito, Lula não possa reverter esse quadro já tão agravado?

      Essa é a apatia que existe e que precisamos sacudir. Lembro de Lula, em 2003 ou 2004, dizendo ao MST: não deixem de fazer pressão, é preciso a pressão popular para o governo avançar. Não podemos terceirizar nossas responsabilidades. Lula presidente para rever as medidas de Temer, depende de um povo mobilizado para isso.

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