
A patrulha identitária não sabe o que é branco
por Carolina Maria Ruy
A patrulha identitária mostra o quanto pode ser ridícula ao acusar de falta de representatividade a foto do evento do PT e PSB no dia 8 de abril.
Sobre um evento que deveria ser comemorado como uma ação pela união nacional, pela ponte entre setores da sociedade muitas vezes vistos como antagônicos, a patrulha ressalta a divisão e a diferença.
Será que pensam os identitários que o José Guimarães do Ceará é branco? Que o Lula é branco? Os patrulheiros tupiniquins não sabem o que é branco e o que é tal da minoria étnica, aqueles que os liberais americanos (os mentores do identitarismo) adoram mostrar em filmes e séries para vender “diversidade”.
Dia desses ouvi outro caso absurdo sobre esse tema e lembrei dele quando soube da polêmica da foto. Uma modelo com traços nipônicos foi chamada para participar de uma campanha para o dia das mães. Mas quando ela apresentou a foto de sua mãe negra a agência declinou do convite uma vez que queria uma mãe asiática. O caso foi divulgado pela modelo como racismo.
Pode ser visto como racismo contra os negros, embora eu tenha ficado em dúvida se a mãe fosse loira ou morena não asiática não seria negada da mesma forma já que, segundo o que foi revelado, a agência buscava “uma mãe asiática”.
Seja como for, o que me chama a atenção é que a agência, ao impor um padrão onde a identidade deveria ser nítida, acabou sendo acusada de racismo, prática contraditória com a ideia de diversidade. Isso mostra toda a hipocrisia envolvida nesse discurso identitário e a sanha das empresas em se apropriar dele para supostamente agregar valores morais.
Quando o MDB oficializou a senadora Simone Tebet como pré-candidata do partido à Presidência da República, na foto divulgada haviam vários jovens, mulheres, negros e uma indígena em destaque com um belo cocar. Tebet defende o teto de gastos e a reforma trabalhista.
Qual candidato faria mais pela população vulnerável e oprimida? Tebet e seus representantes da diversidade ou a chapa de união do “branco” Lula?
Carolina Maria Ruy é jornalista e coordenadora do Centro de Memória Sindical
O texto não representa necessariamente a opinião do Jornal GGN. Concorda ou tem ponto de vista diferente? Mande seu artigo para [email protected].
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O novo tóxico da direita é o identitarismo. Egoísta, radical, fascista. E divisor de qualquer nação, fragilizando-a frente a desafios maiores, inclusive o da inclusão. Subliminarmente negada por mais essa estupidez identitária.
E quem patrulha essa sindicalista patrulheira que só escreve para patrulhar a patrulha alheia??? Se fazer de vítima e rotular os outros é sempre o jeito mais confortável de a senhora se sentir em paz com seus preconceitos, o seu racismo e a sua ignorância. Estranho é um artigo raso e mesquinho como esse encontrar repercussão.
Os identitários são de direita. Direita raiz ou serviçais, pouco importa: SÃO DA DIREITA.