Da importância vital de Lula enquanto mediador da nossa democracia, por Eduardo Ramos

Da importância vital de Lula enquanto mediador da nossa democracia

por Eduardo Ramos

Os que frequentamos o mundo da blogosfera ou os que a ignoram e seguem a grande mídia, todos sabemos: de certo modo, um homem catalisa sobre si todos os olhares, seja imaginando como detê-lo e a seu carisma único, evitando um revertério no golpe e no projeto de destruição de todo o seu legado, um Brasil menos injusto e mais soberano, projeto que inclui o fatiamento e a entrega de nossas riquezas além do desmonte absoluto do Estado enquanto agente de bem estar social, seja através de olhos esperançosos, para que através dele e sua capacidade quase infinita de negociador, seja interrompido esse processo perverso, selvagem, que nos arrasta inapelavelmente para um Estado de exceção, um Brasil de Moros e Bretas, um Brasil de Erikas Marenas e Dallagnols, um Brasil jogado na barbárie da sanha de seus agentes públicos, um Brasil definitivamente guiado pela Globo e seus parceiros nacionais e internacionais.

Mesmo a esquerda que o despreza, muitos chegando a responsabilizá-lo quase que totalmente pelo que seriam as consequências de sua “política de conciliação”, sabe-se REFÉM do que pensa e do que fará esse homem, o Lula! E do que a ele farão os senhores desembargadores do Tribunal Federal Regional da 4ª Região e os desdobramentos daí advindos.

Lula se tornou tão importante na riqueza de significados que carrega para os que o odeiam, os que o adoram e os que os simplesmente o aceitam como um “mal menor”, que praticamente TODAS as decisões tomadas pela mídia (todas as mídias) e por procuradores e juízes visam interferir diretamente num processo (o eleitoral) onde sua presença ou sua ausência, e até mesmo sua simples unção têm um poder de decisão esmagador. Se pensarmos bem, até nós, cidadãos comuns, se pensamos no destino do Brasil, obrigatoriamente colocamos Lula nessa equação. Imaginamos a eleição com Lula, a eleição sem Lula, refletimos sobre o que Lula poderá fazer se vencer, ou refletimos sobre “o substituto do Lula representando a centro-esquerda se o Lula for impedido pelo Judiciário”.

Tornou-se portanto, um fato de relevância absoluta esse “despertar de Lula”, quando finalmente saiu da letargia que o acompanhou por uns três, quatro anos, “apanhando sem reagir”, e reagindo afinal no único campo de batalha em que é um craque: no campo político, indo de encontro ao povo, falando, se defendendo, denunciando os crimes contra ele mesmo, contra o Brasil, contra os trabalhadores, levantando pequenas, mas empolgadas multidões, em sua caravana pelo Nordeste e agora recentemente no Rio de Janeiro. Um Lula com 20% de intenção de votos e 57% de rejeição não assustava, parecia em determinado momento que o mito estava morto…

E agora, poucos meses depois de sua reação, como fica a esquerda que o rejeita e a direita que o odeia, com os atuais 43% de intenção de votos e a rejeição em queda livre, hoje em 39% e com espaço para números bem menores? Centro, esquerda e direita obrigam-se mais uma vez a olhar para Lula como o fator decisivo das eleições, pior: reconhecer que esse quadro ESTIMULA GRANDEMENTE aos golpistas a simplesmente evitarem a qualquer custo que haja eleições em 2018. Por medo dele, esse Lula que parece imortal politicamente falando.

A direita mais radical representada pela Globo, esse tumor maligno que adoece o cérebro do corpo social brasileiro, não terá escrúpulos ou limites em levar adiante o projeto “destruição de Lula” e logo em seguida o tiro de morte na nossa já estraçalhada democracia, impedindo a que preço for as eleições. A Globo sabe que para parcela significativa da sociedade pensante, tornou-se o grande inimigo do povo brasileiro, a ser combatida com todo o vigor, sabe que isso SERÁ COBRADO do candidato que vencer as eleições, qualquer um que seja, representando esse espectro político que vai do centro à esquerda.

O poder esmagador que demonstrou nos últimos anos, surpreendendo a todos na verdade, pela dimensão quase absoluta, tornou-se seu calcanhar de Aquiles: hoje, já não pode se ocultar atrás dos falsos véus de “civilidade democrática” que ainda faziam algum sentido enquanto guiada pelas mãos hábeis de Roberto Marinho, que sabia quando recuar, quando não passar por cima de um adversário como um trator, havia ainda algum limite, hoje não há nenhum – sua postura é de guerra total, declarada, sabe-se portanto, “o alvo número um”, como o são também essa parte do Judiciário, Polícia Federal e MPF, totalmente contaminados por um fascismo arrogante, autoritário, que esmaga direitos fundamentais dos cidadãos com o apoio declarado de suas associações de classe.

Todo movimento radical traz contra si uma reação igualmente forte, tornando-se apenas uma questão de OPORTUNIDADE SOCIAL o troco, a imposição dos limites aos radicais e o serem lançados ao ostracismo e desprezo da sociedade. O que podemos esperar então desses grupos, grande mídia, agentes públicos encastelados em seu poder absoluto, os políticos traidores do país e sua agenda de fatiamento e entrega de nossas riquezas, levando-nos quase que a um estado de Brasil-colônia novamente?

Podemos esperar todo o tipo de ação sórdida, traiçoeira, selvagem, na tentativa de que mesmo a mais tênue democracia não volte a vigorar no país. Em suma, temos que nos conscientizar totalmente que somos sim, UM PAÍS SITIADO, tomados à força por uma pequena parcela de grupos sociais poderosos, que tudo farão para imporem à nação seus interesses, diante de uma classe média e elites sociais catatônicas, emburrecidas, ainda impregnadas de sua doença de ódio a Lula e ao PT, ainda banhadas em um fanatismo perverso, obscurantista, que lhes cega e bloqueia toda a razão.

De novo, a pergunta objetiva que poucos fazem e poucos se atrevem a responder: O QUE FAZER DIANTE DESSE QUADRO APOCALÍPTICO?

Penso que a ÚNICA opção é unirmos todas as forças democráticas desse país em torno DELE, o Lula!

Empresários que tenham despertado da onda social que os envolveu, e estejam enxergando a loucura que é um país virar o “sonho dos rentistas”, um capitalismo onde a produção industrial, o comércio, o setor de serviços fica em segundo plano. Que percebam que o achatamento salarial, a perda de renda dos trabalhadores é uma forma de suicídio coletivo, pois sem poder de compra das massas, não há como haver crescimento econômico, Do mesmo modo, a morte dos programas sociais é relegar de novo mais da metade da população brasileira à pobreza eterna, à vilania da indignidade de vida, SEM QUE TENHAM OPORTUNIDADES CONCRETAS DE ASCENSÃO SOCIAL.

Esses empresários precisam ser chamados à razão e se lembrarem como foram os anos dos governos Lula. A parcela não contaminada do Judiciário e MP precisam igualmente despertar e se fazerem ouvir. Mais do que nunca, as lideranças civis e políticas precisam também mostrar essa união à sociedade.

Cantores, intelectuais, economistas como Bresser Pereira, Beluzzo, políticos como um Requião, um Ciro Gomes, TODOS precisam de modo determinado e urgente abrir mão de vaidades, interesses pessoais, e pensar no Brasil e uma solução política que nos tire desse pântano fétido onde nos jogaram.

E se, de fato, o ÚNICO NOME CAPAZ DE AGLUTINAR ESSAS POUCAS FORÇAS, FOR O NOME DE LULA? Vai adiantar alguma coisa, mesmo que cobertos de razão e tendo projetos melhores para o país, a esquerda “mais lúcida” se recusar a essa união em torno de Lula?

Não é por acaso DESESPERADORA a nossa situação, exigindo de todos nós portanto, um primeiro passo para fora do abismo, e esse primeiro passo não é obrigatoriamente um reinício de caminho democrático e um mínimo enquadramento das instituições para uma voltam à algo que se pareça com a normalidade? Que outro caminho-solução nós temos?

Aceitar esse tal “semi-presidencialismo” ou o golpe militar. Fora de Lula ou do apoio a um nome de consenso que una essa Frente Ampla pela democracia, não haverá esperança! Hoje, o mediador capaz das alianças necessárias a esse “PROJETO MÍNIMO DE PAÍS” é Lula.

Se o boicotarmos e a ele negarmos o apoio e a força necessários, estaremos nos atirando em uma aventura de desdobramentos impossíveis de serem previstos. Os golpistas se dividem em forças paralelas, algumas antagônicas, unidos em torno de algumas agendas e interesses, e desunidos pelos mesmos motivos. Se o país se tornar ingovernável, estaremos sendo empurrados para o inimaginável: a volta do militarismo e um retrocesso de décadas.

A hora é de pragmatismo consciente, união e uma agenda mínima que tire o país desse horror absoluto. Tirando Lula, quem mais é apto a liderar ou trazer coesão para essa proposta…? Ele segue sendo o grande mediador que temos para que se restaure minimamente a nossa democracia. Nada pode ser mais urgente.

Redação

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