O PIG, as ruas e o futuro do governo, por Maister F. da Silva

Segue a disputa nas ruas – democracia x projeto ditatorial – e a disputa da narrativa pelas redes e pela mídia corporativa.

O PIG, as ruas e o futuro do governo

por Maister F. da Silva

Com base na cobertura da grande mídia, a percepção do desenrolar das manifestações de rua e as movimentações do governo, é possível traduzir uma breve ilustração do momento político por que passa o país, refém do capital financeiro em última instância.

Analisemos alguns dos principais passos do PIG nos últimos 15 dias:

– Dá cobertura ininterrupta e ajuda a convocar os atos do 15M para forçar o governo a negociar, sabendo que era impossível instrumentalizar a grande massa que lutava contra os cortes do governo federal na educação pública;

– Boatos dão conta de que o Presidente recebe Paulo Tonet Camargo, representante da família Marinho, no Palácio do Planalto;

– Presidente desiste de participar do ato em seu apoio dia 26 de maio e recomenda publicamente que seus ministros e membros do governo também não compareçam;

– O ato do dia 26 de maio não é o ato avultante como os protagonizados pela direita anteriormente, caracteriza-se como um ato militante, bolsonaristas pedem fechamento do STF, do Congresso e atacam a chamada “velha política” representada pelo bloco fisiológico conhecido como “centrão”;

– PIG aproveita o ensejo, percebe que o Presidente ainda preserva determinado potencial mobilizatório e uma base militante disposta a defendê-lo;

– PIG traduz as manifestações na narrativa de que o dia 26 de maio foi pacífico, ordeiro e democrático e tinha como principal pauta a reforma da previdência;

– Conseguem que Dias Toffoli, notório covarde, transforme a manifestação em algo maior do que realmente foi e montam o circo da assinatura de um pacto entre poderes em resposta aos manifestantes, um presente que atiça as hordas bolsonaristas;

– O PIG encontra seus verdadeiros “inocentes úteis” e vai instrumentalizar os protestos bolsonaristas, o presente de Dias Toffoli é quase como que um chamado aos insensatos em defesa da reforma. O mercado já tem sua infantaria pro combate;

– PIG age agora com absoluto desprezo para as duas próximas agendas de luta em defesa dos direitos, da democracia e da educação pública, praticamente despreza as movimentações para o dia 30 de maio e o dia 14 de junho.

Segue a disputa nas ruas – democracia x projeto ditatorial – e a disputa da narrativa pelas redes e pela mídia corporativa. No desfecho dessa disputa repousa o futuro do governo e o destino de milhares de vidas brasileiras, a reforma da previdência é o pêndulo da vida política nacional brasileira no momento.

Maister F. da Silva – Militante do Movimento dos Pequenos Agricultores e membro do FRONT – Instituto de Estudos Contemporâneos

 

Redação

3 Comentários

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  1. Sejamos claros: A mídia golpista em nenhum momento mudou de posição. Nenhum! Desde o golpe,que tanto aplaudiu,até a eleição do atual mandatário,ela tem sido extremamente coerente. As críticas,quando ocorreram,foram destinadas ao atual mandatário que,como se sabe,tem o papel de bobo da corte para distrair os incautos com seus golden showers enquanto a caravana passava levando a Embraer,a Base de Alcântara,os gasodutos,as refinarias,partes importantes da Petrobrás (por enquanto) e outras”cositas mas”. De outro lado,blindava o indefectível camisa preta do Paraná como agradecimento pelos serviços prestados ao golpismo e como ameaça àqueles que pensam em se insubordinar,
    Agora,achar que essa mídia golpista teve algum papel importante nos atos de 15M é forçar demais a barra.Assim como nas diretas já,o que ela fez foi correr atrás dos fatos que não conseguiria esconder. Basta um breve comparativo entre as “coberturas” dos atos em dias anteriores,sejam negativas ou positivas,mas que serviram para atiçar os ânimos,para observarmo que nada,assim como em relação as manifestações do 30M,nada,seque foi noticiado na mídia golpista,enquanto que,para as manifestações dos aposentados que querem que os outros não se aposentem,houve uma cobertura massiva,inclusive com dados dos robos indicando que o interesse seria muito maior que aquele demonstrado contras os cortes da educação.
    Nossa mídia é golpista. Está no seu DNA. É imutável. Somente grandes manifestações poderão conter,ainda que minimamente,o avanço fascista.

  2. Nada contra o conteúdo do post. Mas imaginemos o que a direita publicou sobre a cobertura do PIG.
    “Com base na cobertura da grande mídia, a percepção do desenrolar das manifestações de rua e as movimentações do governo, é possível traduzir uma breve ilustração do momento político por que passa o país…”
    O parágrafo acima poderia ter sido escrito por ambos lados

  3. PAra mim ficou claro que os Bolsonaristas ganharam. O STF e o câmara imediatamente respondewram aos atos do dia 26 por um pacto pelas reformas.

    As demandas do dia 15 foram solenemente ignoradas.

    Não adianta botar mais gente !!! Se eles tiverem 10% das pessoas que a esquerda botar, eles ganham mesmo assim

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