Sumiram os beija-flores, por Heraldo Campos

O que pode ter provocado o sumiço desses simpáticos bichos voadores dos terraços de apartamentos, por exemplo?

Bebedouro de água (sem açúcar), em terraço de apartamento, adaptado para beija-flores. Foto: Heraldo Campos em 13/03/2025.

Sumiram os beija-flores

por Heraldo Campos

Sumiram os beija-flores. Até pouco tempo atrás, a visita desses pássaros da ordem dos Apodiformes, também conhecidos como colibris, era constante para as bicadas nas falsas flores de bebedouros, em busca de água. O que pode ter provocado o sumiço desses simpáticos bichos voadores dos terraços de apartamentos, por exemplo?

Será que eles estão na boa, na sombra das copas das árvores, enquanto nós aqui “(…)   no meio dessa onda de calor insuportável (…)” [1], usando a torto e a direito a meleca dos protetores solares, por causa das mudanças climáticas em curso e não sabemos mais o que fazer?

É sempre bom lembrar que, além das mudanças climáticas em escala global, vivendo em Ubatuba “(..) cidade praiana no Litoral Norte do Estado de São Paulo, causa profunda estranheza a quantidade de pó preto que amanhece depositado nos móveis e nas superfícies de revestimento de uma moradia há oito quadras do bom e velho Oceano Atlântico. Sinais dos tempos esse da pavimentação asfáltica desenfreada voltada para dar a vazão rápida ao fluxo de carrões (…)” [2], que podem muito bem serem algumas das fontes urbanas de particulados prejudiciais à saúde humana e dos demais seres vivos.

Por fim, será que estamos passando por um tenebroso período para vivenciar e sentir na carne “(…) a previsão de Nostradamus sobre a vinda de um terceiro anticristo, depois de Napoleão e de Hitler, e que, para surpresa de muitos, estaria aqui mesmo no hemisfério sul (…)” [3] ou no hemisfério norte, para contribuir negativamente com meio ambiente e favorecendo o caos climático e mais destruição?

“Pra que usar de tanta educação / Pra destilar terceiras intenções / Desperdiçando o meu mel / Devagarinho, flor em flor / Entre os meus inimigos, beija-flor” – trecho da canção “Codinome Beija-flor” de 1985 e interpretada por Cazuza. Compositores: Agenor de Miranda Araujo Neto / Jose Ezequiel Moreira Neves / Reinaldo Arias Gomes.  

Fontes:

[1] “Terremotos em Ubatuba e daí?” artigo de 20/02/2025.

https://cacamedeirosfilho.blogspot.com/2025/02/terremotos-em-ubatuba-e-dai.html

[2] “Pó preto” artigo de 05/09/2022.

https://cacamedeirosfilho.blogspot.com/2022/09/po-preto.html

[3] “Estilingues do amor” artigo de 22/11/2019.

https://cacamedeirosfilho.blogspot.com/2019/11/estilinguesdo-amor-cronica-de-heraldo.html

Heraldo Campos é geólogo (Instituto de Geociências e Ciências Exatas da UNESP, 1976), mestre em Geologia Geral e de Aplicação e doutor em Ciências (Instituto de Geociências da USP, 1987 e 1993) e pós-doutor em hidrogeologia (Universidad Politécnica de Cataluña e Escola de Engenharia de São Carlos da USP, 2000 e 2010).

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1 Comentário

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  1. Estava comentando o mesmo, outro dia, em Teresópolis, cidade serrana do Rio de Janeiro. Outrora beija flores enfileiravam-se nas russélias, sálvias e hibiscos retirando néctar. Hoje vejo um colibri, que me parece o único e mesmo indivíduo, frequentando o jardim. Raramente algum outro aparece. Também sumiram as andorinhas, que antes salpicavam o céu em nuvens. Neste verão vi uma meia dúzia no máximo, logo na virada da primavera, em novembro e dezembro, que em seguida desapareceram. No restante do verão, não vi uma única cruzando os céus. Muito estranho o que está acontecendo!..

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