Talvez a gente queira o mesmo Brasil, por Mário Lima Jr.

Talvez a gente queira o mesmo Brasil, por Mário Lima Jr.

Se deixarmos de lado as ironias ridículas e as promessas que fazem nossos candidatos preferidos à Presidência da República, pessoas acima de tudo tentando se eleger, a gente vai descobrir que deseja construir o mesmo Brasil.

Um Brasil livre da pobreza. Onde novas famílias nascem e vivem em segurança, independentemente da classe social e da cor da pele. Ninguém cria família em paz sem habitação, saneamento básico, lazer, educação e dignidade, como nas favelas.

Não há fome no Brasil que queremos. E nenhum faminto fica aguardando com linha e anzol na mão o peixe morder a isca. A gente divide o peixe que pescou e mata a fome dos brasileiros. Pronta para aprender a pescar, com os filhos na escola, o desenvolvimento econômico poderá suprir as necessidades dessa família.

Precisamos de um país seguro, o que não podemos admitir é algo ainda mais selvagem, um mar de sangue profundo para secarmos um dia quando estivermos sóbrios. Quando se atira com fuzil contra quem atira com pistola, não raro os mortos são os inocentes, crianças dentro de casa ou brincando na rua. Não esperamos que as autoridades respondam aos bandidos com violência maior, mas que evitem que a violência maior aconteça através de medidas inteligentes de segurança pública, impedindo que as armas cheguem às mãos dos bandidos. Senão teremos algo menos digno do que um chiqueiro armado no lugar de uma nação.

Se por união social clamamos, as principais vítimas desses 518 anos de história devem ser claramente identificadas e elas são os negros e os índios brasileiros. Cada homicídio além dos mais de 10 milhões de assassinados até 1850 (Darcy Ribeiro, O povo brasileiro) fere a alma nacional. Por ano são quase 60 mil pessoas mortas, 71,5% pretas ou pardas.

Desejamos igualdade salarial – brancos, negros, homens e mulheres proporcionalmente ganhando o mesmo salário. Dizer que basta competência para o sucesso profissional ofende às pessoas que não têm ao menos a oportunidade de seguir seus sonhos, entrar na universidade e desenvolver competências no mercado de trabalho.

Um Brasil melhor tem a obrigação de exibir nos museus a diversidade sexual. Porque vivemos em um país que mata, em números recordes, quem se comporta de maneira diferente do antigo padrão de sociedade perfeita. Quem se sente constrangido pela diversidade pode não visitar a exposição. E tanto quanto os museus, as escolas desempenham papel fundamental. Se a diversidade humana não for citada onde as crianças passam boa parte do tempo, não viveremos em um país livre.

Estamos ansiosos por um Brasil atuante contra seus problemas sociais. Defensor incondicional da vida humana, rigoroso contra a corrupção e contra a ineficiência da Justiça. Metade da população não ganha por mês sequer o considerado mínimo para a sobrevivência digna. A falta de estratégias para resolver essas questões, inclusive a ausência do pobre no discurso de vários candidatos, indica que não querem construir o mesmo Brasil que nós.

Redação

1 Comentário

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  1. “DO POVO, PELO POVO, PARA O POVO” PESADELO ESQUERDO-FASCISTA

    Uma Nação é uma estrutura histórica mas que vive a cada ciclo de uma geração. Não somos a Patria de 518 anos. Somos a Patria de 88 anos. 88 anos Esquerdo-Fascistas, seus Projetos e suas Consequências. E as consequências são fruto do que foi projetado, ampliado, defendido desde o Golpe Civil-Militar Ditatorial Fascista de 1930. Até hoje, vangloriado. Inclusive neste Veículo. O que se esperava de um Projeto Ditatorial e Fascista? Democracia? Continuaremos com esta Conversa de Lunáticos? Racistas? Racistas, quando? Se até hoje, nas Escolas e Universidades, se aprende o que foi concebido durante a 1.a República e suas Elites (verdadeiramente Elites) mestiças, pardas, negras? Machado, Cruz e Souza, Lima Barreto,… Dê algum exemplo sequer semelhante, depois da implantação do Fascismo e Elites que ascendem juntamente ao Caudilho? Depois que implantado este Estado do Racismo? Quando tivemos outro Presidente Negro, neste país, depois da 1.a República? Ou continuaremos a esconder que já fomos muito superiores a tudo isto que veio nestes canalhas 88 anos? A tão prestigiada e ovacionada ascenção de um Cidadão Negro a um Cargo de Expressão, durante este período todo, a Presidência do STF por Joaquim Barbosa, terminou com este Brasileiro tendo que sair pela porta dos fundos. Os tais Cidadãos de Países Industrializados, rotulados imbecilmente de 1.o Mundo, são os mesmo que abarrotavam Navios (como fazem Africanos nos dias de hoje) desesperados, doentes, analfabetos, famintos, miseráveis, cheios de vermes e parasitas buscando uma terra de Oportunidades, Progresso, Desenvolvimento, Liberdade, Democracia, Republicanismo, Igualdades, que encontravam no Brasil até 1930. O ano em que as Leis e a Democracia deu lugar ao Caudilhismo Fascista. Então não venha falar que Todos Brasileiros querem a mesma coisa. Uma Elite Esquerdopata que preservou este Fascismo até os dias de hoje, e suas consequências, realmente quer que tudo continue igual ao seu projeto que reconhecemos de longa duração e de grande sucesso. Para esta Casta. Parabéns pelo Páis que vocês criaram.     

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