O espaço que a mídia corporativa não concede a lideranças palestinas na guerra entre Israel e Hamas para garantir que seu espectador tenha acesso amplo ao contraditório e a ambos os lados será denunciado no 11° Congresso da Fepal (Federação Árabe Palestina do Brasil).
A censura da Globo e de outros grandes veículos ao ponto de vista palestino, assim como sua postura pró-Israel, será um dos principais tópicos do evento, que ocorrerá entre 20 e 22 de setembro, em São Paulo.
“O destaque será a Globo, que negou à Fepal ser ouvida, como voz palestina, enquanto que todos os sionistas foram ouvidos sistematicamente, praticamente como porta-vozes de guerra de ‘Israel’, em clara defesa do extermínio”, aponta Ualid Rabah, presidente da Fepal.
A “falsa simetria” na apresentação de dois lados (Israel x Hamas)
O Jornal Nacional, da TV Globo, por exemplo, deu três vezes mais espaço a declarações de representantes do governo israelense do que aos palestinos no primeiro mês de cobertura da guerra. Foram 11 as vezes que oficiais da Palestina tiveram voz, contra 89 manifestações de aliados de Israel, de acordo com análise do jornalista Eduardo Vasco
“Os palestinos e aliados acusam diariamente Israel de ser criminoso, assassino, genocida e terrorista, mas não recebem nenhum espaço. As declarações de Israel e seus aliados são sempre contundentes”, disse Vasco em artigo.
A “falsa simetria” na apresentação dos “dois lados” da história também foi criticada pelo professor Tarcísio Cardoso, da Faculdade de Comunicação da Universidade Federal da Bahia. Segundo ele, ao colocar Israel e Hamas em pé de igualdade, a cobertura ignora o desequilíbrio de forças entre uma potência militar e um território devastado com o massacre de crianças e mulheres indefesas.
“Ao ajudar a construir uma representação distorcida como essa, a Globo falha escandalosamente em cumprir com seu papel social de informar”, diz.
A falsa equivalência de forças também foi criticada pela pesquisadora, curadora e professora Carol Almeida, em relação ao uso de termos como “guerra” e “conflito” na cobertura da imprensa alinhada a Israel e EUA, enquanto palavras como “genocídio” e “apartheid” não são utilizadas, mesmo reconhecidas por instituições como a ONU.
O 11° Congresso da Fepal
O 11° Congresso da Fepal terá sua abertura solene no Clube Homs, na Avenida Paulista, em 20 de setembro. Os trabalhos do Congresso terão lugar no Hotel Panamby, na Barra Funda, nos dias 21 e 22. São esperados 250 delegados e observadores, além de convidados especiais. Será o maior Congresso da história de mais de quatro décadas da Fepal.
Assista à produção da TV GGN sobre Gaza e a falência moral dos EUA e de Israel, por Aldo Fornazieri.
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