Os últimos desdobramentos da crise no Oriente Médio

Ruínas em Beirute após ataques de Israel. | Foto: Unicef

Apesar dos apelos internacionais na Organização das Nações Unidas (ONU) e do próprio governo libanês por uma trégua, Israel tem intensificado seus ataques contra o Hezbollah no Líbano nos últimos dias.

Israel alega que suas operações militares têm como alvo apenas combatentes do grupo paramilitar. Contudo, os ataques incessantes têm dizimado civis no sul e na própria capital do Líbano, Beirute.

Em menos de duas semanas, os bombardeios no território já deixaram 1.974 vítimas fatais, informou o Ministério da Saúde libanês, nesta quinta-feira (3). Enquanto isso, a Força Área Brasileira (FAB) aguarda autorização para regatar brasileiros em Beirute.

Além disso, as ofensivas militares israelenses na Faixa de Gaza seguem em curso. Confira os últimos desdobramentos da crise no Oriente Médio:

Israel mata médicos no Líbano

Um ataque aéreo israelense no distrito residencial de Bashoura, em Beirute, nas primeiras horas de hoje, atingiu um prédio que abriga um escritório da Health Society, um grupo de socorristas civis. A ofensiva matou sete profissionais de saúde e resgate.

Segundo a mídia local, este foi o segundo ataque contra a Health Society em 24 horas. Nenhum aviso de Israel foi emitido para a área antes da ofensiva, que foi a mais próxima do centro de Beirute, onde ficam as Nações Unidas e os escritórios do governo.

O chefe da diplomacia da União Europeia, Josep Borrell, se manifestou sobre o caso, afirmando que as operações militares de Israel viola mo Direito Internacional Humanitário. “As IDF alvejaram mais uma vez profissionais de saúde durante a noite, no centro de Beirute: sete pessoas, incluindo paramédicos, foram mortas. Não apenas civis são vítimas de ataques, incluindo em áreas densamente povoadas, mas eles são privados de cuidados de emergência. Condeno essa violação do DIH”, publicou nas redes sociais.

Além disso, a Cruz Vermelha Libanesa informou, também nesta quinta, que quatro de seus paramédicos e um soldado do exército libanês foram mortos enquanto evacuavam feridos em Taybeh, uma vila fronteiriça no sul do Líbano.

A organização estava acompanhando as tropas libanesas e coordenava seus movimentos com as forças de paz da ONU na fronteira.

Jornalistas belgas são feridos em ataques israelenses no Líbano

Dois jornalistas belgas ficaram feridos enquanto cobriam os ataques aéreos noturnos de Israel em Beirute, informou a Al Jazeera.

Um dos correspondentes da VTM, Robin Ramaekers, sofreu ferimentos no rosto, já o cinegrafista Stijn De Smet foi atingido na perna, segundo declaração da empresa controladora da emissora, a DPG Media.

“Ontem à noite houve um atentado no centro de Beirute. Quando Robin e Stijn foram registrar o caso, eles se machucaram”, disse a empresa, acrescentando que a dupla está sob cuidados em um hospital. “Ambos estão agora em segurança e sendo cuidados“.

E DPG Media afirmou ainda que as circunstâncias do incidente não estão claras, já o Ministério das Relações Exteriores da Bélgica disse que está monitorando a situação.

Ordem de nova evacuação no sul do Líbano

Em meio aos confrontos intensos, o Exército israelense emitiu comunicado ordenando que os residentes de 25 aldeias o sul do Líbano deixassem suas casas, inclusive da cidade de Nabatieh, um dos maiores centros populacionais da região.

Na mensagem, Israel alegou que “as atividades do Hezbollah forçam as IDF a agir contra ele com força” e que qualquer um que se mova para o sul estará em perigo, segundo o jornal The Guardian.

O ministro interino do Meio Ambiente do Líbano informou ainda que mais de 1,2 milhão de pessoas já foram deslocadas de suas casas depois que Israel intensificou seus ataques aéreos no Líbano.

Israel diz que matou líderes do Hamas em Gaza

Hoje, as IDF confirmaram ainda que três líderes do alto escalão do Hamas foram mortos em um ataque da força aérea há cerca de três meses, na Faixa de Gaza.

De acordo com o Haaretz, Israel anunciou que foram mortos “Rawhi Mushtaha, chefe do governo do Hamas em Gaza ; Sameh al-Siraj, que ocupou a pasta de segurança no gabinete político do Hamas e no comitê trabalhista do Hamas; e Sami Oudeh, comandante do mecanismo geral de segurança” do grupo.

Na declaração, Israel afirma que “o Hamas não anunciou essas mortes, como havia feito em casos anteriores, para evitar a perda de moral e funcionamento de seus agentes terroristas”.

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