A maldição do petróleo, por Fábio de Oliveira Ribeiro

A maldição do petróleo, por Fábio de Oliveira Ribeiro

Em 2008 publiquei uma singela análise sobre o que poderia ocorrer no Brasil em virtude da descoberta do Pré-Sal:

“…o aumento das reservas petrolíferas brasileiras poderá acarretar um aumento da atenção e interferência norte-americana em nosso país. Todos os paises pobres incapazes de defender-se com armas nucleares que exportam petróleo para os EUA são vítimas de desestabilização política patrocinadas pela CIA (exceto aqueles que foram invadidos militarmente pelo gigante do Norte). Nesse contexto, o que muitos consideram uma benção pode acabar se tornando uma maldição.” 

https://midiaindependente.org/pt/green/2008/04/417398.shtml

Na época o texto foi bastante criticado. Dez anos depois, os fatos confirmaram minha observação. O Brasil está sendo estraçalhado por um golpe orquestrado pela Embaixada dos EUA. Ao chegar ao poder o usurpador começou a desnacionalizar o petróleo, a privatizar da Petrobras e entregar do Pré-Sal à sanha da exploração internacional com base numa Lei que retirará dos brasileiros a renda do petróleo.

Em 2013 uma cápsula do tempo contendo milhares de mensagens foi colocada na região do Pré-Sal http://www.brasil.gov.br/ciencia-e-tecnologia/2013/09/missao-netuno-leva-capsula-com-mensagens-de-brasileiros-ate-o-pre-sal. A mensagem que eu gravei nela expressava minhas preocupações. Em síntese, disse que em 10 anos o Brasil poderia ser sacudido por uma guerra civil em virtude da descoberta do Pré-Sal e da cobiça internacional que ele despertaria. Os cenários em curso (eleição indireta de um neoliberal contestada pela esquerda x eleição direta violentamente contestada pela direita em caso de vitória do PT) não excluem a possibilidade de um conflito.

O petróleo e sua maldição do petróleo se tornaram as únicas coisas capazes de unificar e paradoxalmente desunir ainda mais os brasileiros. A esperança de um país melhor e inclusivo deixou de ser uma possibilidade política, pois a própria política foi criminalizada para que um crime ainda maior (a entrega do Pré-Sal aos estrangeiros em troca de propinas) fosse cometido. A guerra como continuação da política só agravará a dor, a fome e a tristeza entre nós. O que virá depois da guerra apenas os sobreviventes irão saber. 

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Fábio de Oliveira Ribeiro

8 Comentários

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    1. vale muito ver.

      vale muito ver. pedagógico.

       

      e tb:

      bouganviile – a revolução dos cocos

      a funny thing hapenned on the way to teh moon

      o dia q durou 21 anos

      marighella

      q hrs ela volta

      aquarius

      o 4o poder

  1. clap! clap! clap! clap! clap! clap!

    Lembro. E na época não acreditei que hovessem tantos estúpidos no Brasil necessários para este golpe.

    Um país onde um ator porno é levado em consideração para a educação, merece.

  2. Os presentes da Natureza convertem-se em maldições da História

    No artigo intitulado ‘As Guerras mentem’, o saudoso Eduardo Hughes Galeano escreveu:

    “(…)  Não menos de três milhões de civis morreram no Congo ao longo da guerra de quatro anos que está em suspenso desde fins de 2002.
    Morreram pelo coltan, mas nem eles sabiam disso. O coltan é um mineral raro, e o seu nome estranho designa a mistura de dois minerais raros chamados columbita e tantalita. Pouco ou nada valia o coltan, até que se descobriu que era imprescindível para a fabricação de telefones celulares, naves espaciais, computadores e mísseis; passou então a ser mais caro que o ouro.
    Quase todas as reservas conhecidas de coltan estão nas areias do Congo. Há mais de quarenta anos, Patrício Lumumba foi sacrificado num altar de ouro e diamantes. Seu país torna a matá-lo a cada dia. O Congo, país paupérrimo, é riquíssimo em minerais, e esse presente da natureza continua a converter-se em maldição da história.

    Os africanos chamam o petróleo de “MERDA DO DIABO”.
    Em 1978 descobriu-se petróleo no sul do Sudão. Sete anos depois, sabe-se que as reservas chegam a mais do dobro, e a maior quantidade jaz no oeste do país, na região de Darfur.
    Ali ocorreu recentemente, e continua a ocorrer, outra matança. Muitos camponeses negros, dois milhões segundo algumas estimativas, fugiram ou sucumbiram, a bala, a facão ou a fome, com a passagem das milícias árabes que o governo apóia com tanques e helicópteros.
    Esta guerra disfarça-se de conflito étnico e religioso entre os pastores árabes, islâmicos, e os labregos negros, cristãos e animistas. Mas acontece que as aldeias incendiadas e os cultivos arrasados estavam onde começam a estar agora as torres petroleiras que perfuram a terra. (…)”

     

    RIP, Galeano

  3. a….

    Paremos de tanta covardia, omissão e incompetência. Se nossa elite que não é elite, esquerda que não é esquerda, Casa Grande que não é Casa Grande não sabe o que fazer de nossas riquezas, mas não larga do Poder de forma alguma, então, paremos de culpar aos outros. Até porque 1964 já acabou. E EUA e Europa são duas velhotas caducas. Somos um país extremamente rico, cuja elite vai vendendo aos poucos nosso patrimõnio público e natural. E isto não mudou nem com a chegada da elite da esquerda. Mais do mesmo. 

  4. Confesso que imaginei que

    Confesso que imaginei que unidos aos BRICS iríamos passar por esta, pois o Brasil complementa a China e a Índia em energia e alimentos e a Rússia em proteína animal. Ledo engano! Agora que os gringos assumiram o controle da Petrobrás e da Friboi, apertaram um pouco mais o cerco à Rússia e China que ainda não dispõem de marinhas suficientes para desafiar a marinha dos EUA em qualquer lugar do mundo, que não seja suas vizinhanças.

    Há hoje uma garantia de destruição mútua que, de certa forma, impede uma guerra entre potências. Entretanto, a China está terminando a construção de seu terceiro porta-aviões e o quarto, já planejado, será nuclear e com catapultas eletromagnéticas (última palavra em navios aeródromos). A Rússia deverá construir seu segundo NA, que será nuclear, nos próximos anos. Tudo isso para garantir rotas de suprimentos dos países em pauta. A nova Rota da Sêda minimiza, por ora, os problemas nos estratégicos estreitos por onde passa a navegação atualmente, mas, com certeza, os EUA não estão gostando do cenário futuro que se descortina e existe sim o risco real de ataques que levarão a um conflito nuclear nos próximos anos. 

    O que está em jogo, nos bastidores, é a tentativa de instalação de uma monarquia burguesa feudal formada pelos donos das finanças mundiais com o apoio do poder militar norte-americano. BRICS, Irã, Paquistão e Coreia do Norte, dentre outros, se insurgiram contra a dominação e isto explica os conflitos por controle de diversas áreas do planeta.

    Se este projeto dos barões das finanças se consumar a figura do consumidor perderá sua razão de ser, os trabalhadores desaparecerão na esteira das consequências e as máquinas os substituirão em suas funções. A maiora parte da humanidade tornar-se-á supérflua e de difícil manutenção, então…

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