Para NÃO entender Pasadena

Por Jotavê

Eu ainda não entendo o que aconteceu em Pasadena. Não sou economista e mal sei distinguir um poço de petróleo de uma refinaria. Sou um eleitor, para quem o eventual desperdício de um bilhão de dólares é, sim, uma questão relevante. Gostaria muito de entender o que aconteceu em Pasadena, e dependo de informações da imprensa para formar uma opinião sobre o assunto. O artigo escrito por Gustavo Patu para a Folha de hoje é um bom exemplo de como a imprensa tem falhado em desempenhar esse papel.

Vamos a ele, com o texto de Patu em itálico.

Para começar, o fato incontestado: a Petrobras fez um mau negócio ao comprar em 2006 uma refinaria em Pasadena, nos EUA, como admitem os dirigentes de ontem e de hoje da estatal. Não só porque o montante desembolsado supera em muito o atual valor de mercado da refinaria; também não faz mais sentido refinar petróleo brasileiro para o mercado americano, agora que é preciso importar combustíveis para o Brasil.

Já comecei não entendendo. Por que o fato de o Brasil importar combustíveis tornaria o refino de petróleo para o mercado americano algo “sem sentido”? Talvez Patu esteja querendo dizer que, se o negócio estivesse sendo feito HOJE, faria mais sentido pegar o dinheiro e investir em refinarias no Brasil. Mas o negócio não está sendo feito hoje. Foi feito antes da crise de 2008. Feito o negócio, por que eu, leitor e eleitor ignorante, devo concluir que “não faz mais sentido refinar petróleo brasileiro para o mercado americano”? Patu não explica. E eu fico na mesma.

Há três hipóteses, não excludentes entre si, para explicar a trapalhada: 1) azar, na forma de reviravoltas imprevisíveis da economia; 2) imperícia, por riscos subestimados ou decisões equivocadas; 3) dolo, se funcionários e autoridades provocaram propositalmente as perdas para desviar recursos em proveito próprio. A primeira e mais benigna das versões foi a apresentada pela Petrobras. A presidente Dilma Rousseff surpreendeu ao escolher a segunda: em nota, disse que o negócio só foi aprovado porque cláusulas fundamentais eram desconhecidas. As piores suspeitas — investigadas pela Polícia Federal, pelo Ministério Público e pelo Tribunal de Contas da União — derivam de lacunas nas narrativas da má sorte e da falha empresarial.

Sou ignorante, mas leio jornais. É mentira que a presidente Dilma tenha “escolhido” a segunda hipótese — a de imperícia. Como Gustavo Patu, ela considera que essas hipóteses não são excludentes, e “escolheu” uma combinação das duas primeiras: a reviravolta de 2008 agravada pela imperícia daquelas duas cláusulas famosas. Esses dois fatores, conjugados, teriam criado a armadilha em que a Petrobrás acabou envolvida.

As justificativas para a compra da refinaria (uma usina que transforma petróleo em combustíveis e outros derivados) parecem razoáveis. Argumenta-se que o consumo de combustíveis, então estagnado no Brasil, disparava nos Estados Unidos, em meio à euforia generalizada da economia americana. O plano era adquirir uma refinaria obsoleta, mais barata, melhorar suas instalações e adaptá-las ao tipo de petróleo mais produzido no Brasil.

O leitor e eleitor ignorante (eu) começa a ficar de orelha em pé. A Petrobrás comprou uma refinaria “obsoleta”. Vou ao dicionário. Era uma refinaria “ultrapassada”, segundo Patu. Muito bem. Anotado.

Os dados nebulosos começam com o pagamento de US$ 360 milhões por metade da refinaria de Pasadena, uma sucata adquirida um ano antes pela empresa belga Astra Oil por US$ 42,5 milhões. Segundo a Petrobras, o valor da compra foi US$ 190 milhões; os US$ 170 milhões restantes seriam referentes aos estoques de petróleo e derivados da refinaria.

Vimos no parágrafo anterior que a Petrobrás teria comprado uma refinaria “obsoleta” por U$190 milhões. Um ano antes, a Astra teria comprado uma “sucata” por U$42,5 milhões. Eu, leitor ignorante, irrito-me, em primeiro lugar, com o acréscimo insistente dos U$170 milhões referentes aos estoques no preço final. Comprar por 190 o que o outro comprou um ano antes por 40 e tantos já é pagar uma diferença brutal — quase quatro vezes mais. Não preciso que jornalistas como Gustavo Patu “contrabandeiem” o preço do estoque para “piorar ainda mais as coisas”, e me fazer ver, com lentes de aumento, aquilo que ele me julga incapaz de enxergar a olho nu. Não sou cego, sr. Patu. Um pulo de 40 para quase 200 exige explicações. Mas, já que o próprio articulista admite que passamos de uma “sucata” para uma usina “obsoleta”, gostaria que ele me dissesse quais são os dados em que essa gradação adjetiva está baseada. Ele tem conhecimento de melhorias feitas pela Astra na usina? Que melhorias foram essas? E por que o leitor ignorante tem que ser tratado como se, além de ignorante, fosse uma criança a quem não devem ser ditas certas coisas?

Alega-se que a escalada dos preços acompanhava o aumento das margens de lucro do refino do petróleo na época. Uma evidência disso seria a recomendação favorável do Citibank à transação. Dito de outra maneira, pagou-se muito porque se acreditava que o retorno futuro seria elevado. A Petrobras se juntava aos investidores e especuladores que apostaram no prolongamento da era de prosperidade –e perderam.

Isso, mesmo. Foi o que eu li nos jornais, dito não apenas por técnicos e diretores da Petrobrás, mas também por gente muito séria e responsável, com assento no conselho.

Oito anos atrás, o Conselho de Administração da estatal, presidido por Dilma, aprovou a transação, que tornava a empresa sócia da Astra. Já surgiam sinais de mudança nos ventos do mercado.

Que os sinais de mudança “já surgiam” quando o Conselho aprovou a decisão talvez seja verdade. Que fossem percebidos assim, naquela época, é algo que o sr. Patu não se preocupa em demonstrar. A decisão foi tomada antes da crise, e a crise pegou todo mundo — aí incluídos eu e o sr. Gustavo Patu — de surpresa. Quero dizer o seguinte: talvez tenha sido um péssimo negócio, talvez tenha havido imperícia, talvez tenha havido ladroagem. Mas se, num assunto complicado como esse, o jornalista, ao invés de argumentar com sobriedade vai introduzindo essa multidão de “malandragens retóricas” pelo caminho, eu, leitor e eleitor ignorante mas sedendo de informações, fico na mesma. É tão difícil assim ser honesto intelectualmente?

A Petrobras havia identificado a tendência de aceleração do consumo de combustíveis no Brasil, que se intensificaria nos anos seguintes; nos EUA, a economia começava uma parada que culminaria no colapso de 2008.

“Começava uma parada”, percebe, sr. Patu? O senhor previu o colapso de 2008 àquela época? Publicou muitos artigos alertando o mundo a esse respeito? Alguns jornalistas o fizeram. O senhor lhes deu bola? Ao menos considerou seus argurmentos?

O preço do petróleo e as margens de lucro do refino caíram; os investimentos programados em Pasadena não saíram do papel; o casamento entre Petrobras e Astra chegou rapidamente ao fim. Com o divórcio, Dilma e os demais conselheiros da estatal descobriram — oficialmente, ao menos — a extensão das vantagens oferecidas aos belgas na sociedade.

“Oficialmente, ao menos” — perceberam? Extraoficialmente, é bem capaz que Dilma, Jorge Gerdau e demais membros do Conselho soubessem de antemão que os belgas estavam com a faca e o queijo na mão, que a crise vinha aí, mesmo, e que a Astra iria esfolar a Petrobrás na Justiça americana por conta disso. Repito. Por que me tratar como se eu fosse um tolo, alguém incapaz de tirar conclusões a partir de premissas, e que necessita, por isso, que insinuações maldosas vão me guiando ao longo do raciocínio?

À Astra havia sido garantida uma rentabilidade anual de 6,9% ao ano, como compensação ao investimento necessário para processar o petróleo brasileiro. E, em caso de discórdia, o direito de vender à Petrobras sua metade no negócio. A direção da empresa brasileira se dispunha a pagar espantosos US$ 788 milhões pelo restante da operação fracassada, um valor ainda sem explicação. Em 2008, o Conselho de Administração negou o aval à ideia, e o caso foi parar na Justiça.

Epa! Malandragem novamente. Reparem nos tempos verbais. “Havia sido garantida” à Astra a tal rentabilidade mínima e o tal direito de venda forçada. Ao mesmo tempo (é o que se infere, não é?) a direção da Petrobrás “se dispunha a pagar” U$ 788 milhões. Detalhe. Entre uma coisa e outra há uma crise internacional imprevista e uma disputa empresarial que iria acabar na Justiça. Até eu, que sou ignorante, sei disso. O sr. Patu, no entanto, tenta me fazer esquecer desse detalhe, manipulando o passado gramatical.

A partir daí, Petrobras e governo brasileiro tomam providências contraditórias. Em março daquele ano, o até então diretor da área internacional da estatal, Nestor Cerveró, foi retirado do posto. Responsável pelas informações prestadas aos conselheiros, Cerveró não foi, porém, punido. Ganhou o cargo de diretor financeiro da BR Distribuidora, ligada à Petrobras e administradora dos postos de gasolina. Só perdeu o emprego neste mês, depois da nota do Palácio do Planalto que atribuiu a aprovação da compra da refinaria a um resumo “técnica e juridicamente falho” das condições do contrato.

Também acho que, se o sr. Cerveró fez uma besteira monumental, deveria ter sido posto no olho da rua, e não deslocado para uma outra área da empresa. Mas não vejo motivos para achar que “a partir daí” (isto é, de 2008, quando o Conselho nega o seu aval para a venda por U$ 788 milhões) a empresa e o governo tenham passado a tomar “providências contraditórias”. Não há uma “sequência” de providências contraditórias entre si — é isso que o texto está insinuando. Há uma providência tomada em 2008 (deslocamento do funcionário para outro setor da empresa) que se choca com essa, tomada há poucos dias (demissão). Não é preciso transformar uma atitude certamente estranha e que pede explicações numa suposta SEQUÊNCIA de atitudes estranhas para que eu, ignaro leitor, perceba que existe, sim, uma estranheza a ser explicada nessa demissão tardia. Não sou retardado mental, sr. Patu.

Em 2009, a Justiça estabeleceu que a Petrobras deveria pagar US$ 639 milhões à Astra — US$ 296 milhões pela segunda metade da refinaria, US$ 170 milhões pelos estoques restantes de petróleo e US$ 173 milhões em custos associados ao processo. Era menos do que a direção da estatal estava disposta a desembolsar um ano antes, mas, ainda assim, a empresa decidiu recorrer da decisão. Os belgas também seguiram em busca do valor mais elevado acertado antes.

O correto seria não ter recorrido? É isso? Também acho estranha a oferta generosa feita por Cerveró um ano antes e recusada pelo Conselho. Só não entendo a linha de raciocínio de Gustavo Patu. O que ele insinua é que, como Cerveró havia oferecido U$ 788 milhões, quando a Justiça determinou o pagamento de U$ 639 milhões, a diretoria e o Conselho da Petrobrás deveriam ter pulado de alegria e pagado a dívida sem recorrer. É isso que o sr. Gustavo Patu faria se fosse diretor da Petrobrás? É esse o conselho que daria, caso fosse membro do Conselho da estatal?

Em 2012, com a perspectiva de derrota judicial, a Petrobras fez um acordo que custou ainda mais: US$ 821 milhões, porque os custos relacionados ao processo subiram para ainda inexplicáveis US$ 355 milhões. Também no governo Dilma, a estatal tentou vender a refinaria, mas não conseguiu nada que chegasse perto do US$ 1,18 bilhão gasto ao todo no negócio fracassado. Com pelo menos seis anos de atraso, a empresa decidiu agora apurar responsabilidades.

A Petrobrás não deveria ter recorrido, segundo o senhor Patu. Ele já havia dato uma razão estapafúrdia para isso: a oferta feita um ano antes da primeira sentença por Cerveró (e recusada pelo Conselho da Petrobrás). Agora, dá uma outra razão, ainda mais estapafúrdia. Em 2008, os advogados da empresa deveriam ter previsto que levariam um nabo na Justiça americana em 2012. Deveriam ter aceitado pagar os U$639 milhões, pois como tinham bola de cristal, bastaria uma rápida consulta à mágica esfera para saber que, quatro anos depois, teriam que pagar U$821 milhões.

 

Vejam a malandragem final, oculta num dado que o articulista certamente tem em mãos, mas resolveu sonegar a seus leitores, para não atrapalhar a “doutrina”. Ele diz que Dilma tentou vender a refinaria, mas “não conseguiu nada que chegasse perto do U$1,18 bilhão gasto ao todo no negócio fracassado”. Tá bom. Nada que chegasse perto. Mas — quanto exatamente? Por quanto seria possível vender, hoje, essa usina que a Astra comprou, lá atrás, por U$42,5 milhões? Por que esse número não entra no texto? O número talvez fique bem longe, mesmo, de U$1,18 bilhão. Mas algo me diz que fica mais longe ainda dos U$42,5 milhões originais. Se revelado, não livraria a cara de Cerveró e dos diretores que assinaram um contrato, ao que tudo indica, temerário, sonegando dados fundamentais ao Conselho da empresa. Mas o número certamente obrigaria o jornalista a contar uma história muito mais complicada do que essa que tenta nos enfiar goela abaixo.

Redação

31 Comentários

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    1. Grande argumento!

      E “xingamento”.

      É de gente como vc que precisamos para resolver as coisas no país!

      Por isso estou convicto que vc votará “muito bem”…

    2. Pasadena

      Rodrigo não cadastrado,

      Se você quer atacar o texto de Jotavê, traga os seus argumentos a respeito da operação de compra da refinaria nos USA.

      Você conseguiu ter acesso ao tal valor de U$ 42 milhões pago pela Astra? Pergunto porque ninguém, até agora, conseguiu ver a cópia dos documentos da tal compra, cujo valor pode ter sido maior ou menor do que o divulgado. Consulte as operações de compra e venda de refinarias nos USA em 2006, e verá que Pasadena teve o melhor preço na relação U$  valor pago/ valor do barril.

      Sem argumentação prá embasar o contraditório, o seu ataque é nada, é atitude de adestrado pelo JN. 

  1. Passadena

    Prezado

     

    sem a precisão das vírgulas, vai o preço,pago:

     

    42,5 – a vista

    300. – capiatalizacao da holding que incorporou a refinaria e as dívidas

    170 – valor pagompelo estoque existente

    Totsl – 512,5

    este é o preço pago.

    1. M Mota, esses 300

      M Mota, esses 300 provavelmente fazem parte do proprio estoque , ja’ que a holding sera responsavel por comercializar o produto refinado. Na minha opiniao os 42 milhoes foram utilizados pelos belgas pra ocultar algo que ainda desconhecemos. Talvez precisassem dar lucro aos acionistas naquele mommento. E’ comum em empresas desse tipo fazer esse tipo de tramo’ia contabil. De qualqer forma eles admitem que investiram mais 80 milhoes, o que teria wue ser somado aos 42 milhoes. Mas descofio que outros passivos possam estar ocultos. De qualquer forma o  mais relevante e’ que houve a avaliacao do valor  pago pela Petrobras, e foi feita por empresas idoneas, e foi considerado um bom negocio.

       

       

       

       

       

       

       

       

  2. Mais uma dúvida.

    Se o valor final de compra da refinaria da Petrobras foi “arbitrado”, por que ainda ninguém questionou nada sobre o árbitro? 🙂

  3. Sr. Patu apenas replica o que

    Sr. Patu apenas replica o que vem sendo dito pela midia. Não há análise, a copia e colagem de textos.

    CPI POLITICA e com apoio da imprensa, que ajuda a enterrar o Brasil mais um pouquinho!

  4. Informação adicional que até agora eu não vi em lugar algum !

    Gostaria de saber de onde o tal jornalista tirou essa informação :

     

    “A direção da empresa brasileira se dispunha a pagar espantosos US$ 788 milhões pelo restante da operação fracassada, um valor ainda sem explicação.”

     

    A Petrobras , que eu saiba, nunca se dispos a pagar esse valor, e por isso mesmo entrou em uma briga judicial.

     

    Além disso, para quem quer “explicações” para a guinada altissima dos preços e para os preços “inexplicaveis” do jornalista, uma dica , inclua nos valores os 6,9 % ao ano que a Petrobras teve que pagar a Astra desde 2006 em cima do faturamento anual de quase 3 bi da refinaria….

    1. Medalha

      O Miguel do Rosário merece uma medalha daquelas que dão a qualquer um lá em Brasília, pelo trabalho que tem feito para esclarecer esse imbróglio de Pasadena.

      Rosário tem se mostrado mais competente do que todo o departamento de comunicação da Petrobras.

      Não sei por quê o Nassif não tem trazido os posts dele pra cá, ajudaria bastante. Que tal, Nassif?

       

      1. Agora o Nassif pode postar

        Agora o Nassif pode postar mais coisa do Cafezinho, já que a insuspeita FSP mandou uma repórter para Pasadena e constatou que a bendita refinaria DÁ LUCRO:

        http://www.ocafezinho.com/2014/03/30/folha-envia-reporter-a-pasadena-e-descobre-de-ma-vontade-que-ela-da-lucro/

        Folha envia repórter a Pasadena e descobre, de má vontade, que ela dá lucro!

        Enviado por  on 30/03/2014 – 11:52 am0 comentários

        Enfim um grande jornal brasileiro enviou um repórter à Pasadena! A jornalista Isabel Fleck viajou para lá e publicou hoje sua primeira matéria sobre o tema. E o que ela descobriu? Que nos últimos dois anos, a refinaria teve seu melhor desempenho desde 2005, “operando com uma boa margem”. E com “média de 95% de aproveitamento”!

        Ou seja, Pasadena dá lucro!

        Trecho da matéria:

         

        ScreenHunter_3557 Mar. 30 11.43

        Entretanto, como não podia deixar de ser, o título e o viés da matéria tentam esconder essa informação de todo modo:

         

        ScreenHunter_3558 Mar. 30 11.48

        Ora, o mercado de petróleo se caracteriza justamente por esses altos e baixos. A informação mais importante aqui é que a refinaria dá lucro!

        O final da matéria chega a ser engraçado e merece um comentário.

        ScreenHunter_3559 Mar. 30 11.49

        Reparem bem. O email do CEO da Astra, cujo teor tenho certeza que está sendo manipulado, é de 2007. A refinaria foi comprada em 2005. Portanto, ele se referia apenas aos anos de 2005 e 2006, certo? Não me parece uma base suficiente para análise, ainda mais porque, no primeiro ano da aquisição a Astra teve que investir na modernização do maquinário. E houve diversas paralisações da fábrica por causa de furacões na região, que causaram dano à refinaria, como o furacão Rita, que assolou o golfo do México e o Texas em setembro de 2005.

        Mas pedir para a Folha contextualizar as informações seria demais, não é?

        5057_2_L

        – See more at: http://www.ocafezinho.com/2014/03/30/folha-envia-reporter-a-pasadena-e-descobre-de-ma-vontade-que-ela-da-lucro/#sthash.EQ00e6OE.dpuf

      2. Também acho que o Miguel do

        Também acho que o Miguel do Rosário merece uma medalha, mas talvez melhor que uma medalha seja uma forcinha para ajudá-lo a manter o seu blog.

        É impressionante o trablaho excepcional que ele faz apesar de todas as dificuldades financeiras para manter o blog funcionando. E é igualmente notável a falta de apoio oficial do governo para os blogueiros. Mesmo sendo pequeno e sem recursos o blog do Miguel tem mais de 50 mil pageviews, proporcionalmente o investimento em propaganda desse blog supera em muito o retorno dos grandes portais, que recebem verbas milionárias de propaganda do governo.

        Está na hora de nos preocuparmos com o financiamento da blogosfera. O governo DEVE investir nos pequenos blogs, sempre proporcionalmente ao público que cada um deles atinge. É barato, justo e tem um retorno melhor que as fortunas gastas nos grandes meios de comunicação.

  5. Estamos em uma verdadeira

    Estamos em uma verdadeira guerra e a Dilma não se deu conta disto.

    Irão sangra-la por todos os porors, principalmente se a petro for junto.

    Então a hora é de radicalizar contra os meios de comunicação que tem atitude partidaria e escondem a verdade

    1. neste caso nenhum dos dois lados está interessado na verdade

      nem governo nem oposição.

      e o governo não radicaliza com a midia, ele premia que mais mente nos noticiários com mais verbas de publicidade. afinal já sabemos que a rede lodo paga 10% de volta.

  6. Excelente

    Excelente trabalho, Jotavê. Infelizmente, o grande público não vai ter acesso a análise como essa e ao trabalho de pesquisa de Miguel do Rosário, do Cafezinho. Isto porque o que menos interessa à “grande” mídia, em intensa campanha política para desestabilizar o governo e a Petrobras, é a verdade.

    Muito estranho, porém, é que as Presidentas, da República e da empresa, ao passarem para o mesmo público a impressão de que pretendem se eximir das supostas irregularidades denunciadas, continuem agindo, precisamente, como interessa à oposição..

    É impensável que o governo e a Petrobras não tenham equipes capazes de realizar o trabalho que está sendo publicado no Cafezinho. É inaceitável que ninguém, instalado nas grandes e bem pagas estruturas ditas de comunicação da empresa atacada e do governo (SECOM) seja incapaz de realizar uma análise como esta sua, Jotavê. E quem cala, consente, como diz o velho ditado.

    Por outro lado, perdoem-me os sábios parlamentares “aliados” do governo. A tática de incluir, na já inevitável CPI, os escândalos que afetariam a oposição (comprovados em muitos casos, diga-se de passagem) só servirá, provavelmente, para passar ao mesmo público a ideia de manobra diversionista. A mídia se encarregará de espalhar e defender essa interpretação, com toda ênfase e má fé de que é capaz. E de usá-la como mais um “sinal” da existência de culpa nas supostas “irregularidades” que denuncia. Afinal, por que os escândalos oposicionistas, mesmo comprovados, não haviam sido objeto de CPI federal, até  agora? (estadual, sabe-se ser impossível, nos estados governados pelo PSDB). 

    Fica, então, a pergunta de um leigo. Já que os “aliados” são maioria e possuem a prerrogativa de aditar a CPI, por que não ampliam o período de análise para 20 anos, de 1995 a 2014? Não sabem eles dos absurdos perpretados pelo governo e pela própria administração da Petrobrás, no período de 1995 a 2002?  Desconhecem que, mesmo que houvesse irregularidades no negócio Pasadena, isso não passaria de “troco” em relação ao que se fez naquela época?  Por que não fazem, atendo-se à Petrobrás, o “feitiço” virar-se contra os “feiticeiros”?

    Ou preferem fazer o jogo da oposição e da mídia?

    1. A infelicidade é outra

      “Infelizmente, o grande público não vai ter acesso a análise como essa e ao trabalho de pesquisa de Miguel do Rosário, do Cafezinho.”

      Concordo. Discordo quanto a culpar a grande mídia por isso. Ela faz o papel dela, desde que existe: ou desestabilizar governos ao qual faz oposição, ou defender governos que apoia, não só com matérias, editoriais, etc. etc. etc., mas até com meios materiais: a Folha emprestava seus carros para levar gente a ser torturada nos porões do DOI-CODI. A culpa, única e exclusiva, de essas informações e muitíssimas outras mais é do governo, que, desde o dia da posse de Dilma, faz questão de não informar, prestar contas de nada ao povo brasileiro.

      É inacreditável o desprezo do gov. Dilma para com a comunicação, que não é uma arma tática, ou coisa que o valha, do gov., mas uma obrigação que ele tem, que todo gov. tem, para com o povo. Aliás, a neopresidenta da Petrobrás segue na mesma linha. Na gestão Gabrielli, quando a oposição começou a fustigar a Petrobrás, ele criou o blog Fatos e Dados, que desmontava cotidianamente as falsificações da grande mídia. Entrou a dona Graça, o blog se calou, não solta uma notinha de rodapé que seja para defender a empresa.

      1. Constatação

        Estou apenas constatanto, Luiz Eduardo, o que você afirmou. A mídia defende os aliados e acusa os adversários. E, agora, no Brasil, a “grande” mídia é adversária do governo. No mais, concordo plenamente com você.

  7. Vamos ao que foi divulgado

    Vamos ao que foi divulgado até o momento sobre a venda de Pasadena aos belgas::

    1. não foi confirmado pela Astra que o valor de compra da refinaria foi de 42 milhões.

    2. não foi informado qual o valor pago pela Astra pelo estoque de petróleo quando a comprou. Ela estava  seca e inativa?

    3. não foi informado qual o valor investido pela Astra na refinaria  (dívidas, execuções fiscais, problemas trabalhistas,     multas emitidas pelas autoridades locais, investimentos em tecnologia para se adequar à legislação e modernização tecnólógica  e operacional.

    4. Não sabemos se a Pétrobrás pagou 170 milhões por 50% do estoque ou por 100% .

    Enfim, são muitas as lacunas nessa história toda..

  8. Show de bola, Jotavê. A

    Show de bola, Jotavê. A maneira como a Folha entrou nisso, atropelando qualquer sentido jornalístico para beneficiar o entendimento que convém ao demotucanato é algo para lastimar e sentir vergonha. Que Lula tenha humilhado um crápula como o Dr. Otavinho, impondo-lhe a desagradável constatação de que seu Jornal virou um tablóide de quinta categoria, é um consolo para quem ainda acredita no Brasil e nos brasileiros. Um canalha amargurado, é no que virou este pequeno Dr. Otavinho… 

  9. Dilma

    O problema de não sabermos o que está acontecendo não é por culpa da imprensa e sim, pela falta de transparência desse governo. Pra todos que se pergunta o que aconteceu, todos falam que não sabem. Estão usando a desculpa do lula, “não sabia disso”, fui traido. Dilma está sendo falha em se esconder. O problema é o governo e não a imprensa Jotavê

  10. http://www.tijolaco.com.br

    Folha descobre que Pasadena dá lucro

    30 de março de 2014 | 11:56 Autor: Miguel do Rosário

    5057_2_L

    Enfim um grande jornal brasileiro enviou um repórter à Pasadena! A jornalista Isabel Fleck viajou para lá e publicou hoje sua primeira matéria sobre o tema. E o que ela descobriu? Que nos últimos dois anos, a refinaria teve seu melhor desempenho desde 2005, “operando com uma boa margem”. E com “média de 95% de aproveitamento”!

    Ou seja, Pasadena dá lucro!

    Trecho da matéria:

     

    ScreenHunter_3557 Mar. 30 11.43

    Entretanto, como não podia deixar de ser, o título e o viés da matéria tentam esconder essa informação de todo modo:

     

    ScreenHunter_3558 Mar. 30 11.48

    Ora, o mercado de petróleo se caracteriza justamente por esses altos e baixos. A informação mais importante aqui é que a refinaria dá lucro!

    O final da matéria chega a ser engraçado e merece um comentário.

    ScreenHunter_3559 Mar. 30 11.49

    Reparem bem. O email do CEO da Astra, cujo teor tenho certeza que está sendo manipulado, é de 2007. A refinaria foi comprada em 2005. Portanto, ele se referia apenas aos anos de 2005, 2006 e 2007, certo? Não me parece uma base suficiente para análise, ainda mais porque, no primeiro ano da aquisição a Astra teve que investir na modernização do maquinário. E houve diversas paralisações da fábrica por causa de furacões na região, que causaram dano à refinaria, como o furacão Rita, que assolou o golfo do México e o Texas em setembro de 2005.

    Mas pedir para a Folha contextualizar as informações seria demais, não é?

     

  11. Blog da Petrobrás

    De repente, me dei conta de uma coisa: faz tempo não entrava no meu agregador de feeds, o eficiente QuiteRSS, postagens do Fatos e Dados. Será que mudou o endereço? Mudou! Antes o blog era independente, foi agregado ao site da Petrobrás, no começo do ano. Não percebi. Entrei no novo endereço, nenhuma notícia sobre Pasadena nos últimos dias. Digitei Pasadena na busca avançada. Resultado: “Não há resultados a serem mostrados.” Pelo visto, a direção da Petrobrás acha que não deve mesmo esclarecimento algum aos brasileiros. Lamentável!

    Ah, e como se não bastasse, não tem mais como acompanhar as notícias da companhia pelo agregador de feeds. Lastimável!

  12. Petrobrás…

    1- Por ser uma empresa público-privada, ela é obrigada a dar informações sigilosas a população?

    2- A Empresa Belga comprou o sucatão caro ou barato. Se era sucata então porque gerou produção logo no primeiro ano de funcionamento?

    3- A contabilidade está errada e de proposito, é o PIG.

    4- Me parece que a Petrobrás queria, e forçou, o término da sociedade com a empresa Belga.

    5- Com certeza é um excelente negócio ter uma refinaria de petróleo dentro do maior consumidor de refinados do mundo.

  13. Que os técnicos expliquem. Ou jornalista especializado

    A  Petrobras tem capacidade de armazenamento  em terra de 10 milhões  de m3 divididos em 500 tanques. Em todo Brasil.

    1.  1 m3 de petróleo corresponde a cerca de 6,29 barris de petróleo.

    2.  10 milhões de m3 correspondem a cerca de 62,9 milhões de barris de petróleo.

    3. Preço médio do Petróleo em 2006 foi de 66 dolares.

    4. 66  X 62.500.500 barris = USD$ 4,125.000.000

    5. 179 milhões USD$  correspondem a 2,712121 milhões de barris ou 431.179m3 de petróleo.

    6. Qual a capacidade de armazenamento de Pasadena e quanto tinha armazenado na época da compra?

    7. Os 179 milhões de dolares correspondem a 100% do petróleo  armazenados ou a 50%?

     

    1. Meu amigo precisa ser técnico
      Meu amigo precisa ser técnico ou especialista para saber o óbvio?

      Os engenheiros que negociam isso são pessoas altamente qualificados.
      O engenheiro escolhido para bode expiatório é altamente qualificado tento este negócio dado lucro OU Não.
      Acho que eles não tem dificuldades em contas de padaria.
      Talvez is advogados tenham. ..e é por isso que eles não participam das contas.
      Abraço

  14. Passadena

    O artigo é bom. Não “muito bom”. Nem “ótimo”. É bom.

    Entretanto, dizer que “a crise de 2008 pegou a todos de surpresa” é usar do mesmo (terrível) artifício que fez e faz a Folha.

    Analistas “cantavam a pedra” da bolha desde 2006. Em 2007 houve artigos mundo a fora mencionando o risco iminente da crise. 

    Que a Folha use o artifício de ocultar para descontextualizar, eu aceito, é o perfil do Jornal (que eu evito ler). Que o colunista use o mesmo artifício, eu não aceito.  Talvez por tê-lo em conta (muito) maior do que tenho ao Jornal.

     

     

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