A conduta duvidosa do Ministério da Defesa de Múcio no 8 de janeiro

Ana Gabriela Sales
Repórter do GGN há 8 anos. Graduada em Jornalismo pela Universidade de Santo Amaro. Especializada em produção de conteúdo para as redes sociais.
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Pasta preparou minuta de GLO para fazer operação militar contra atos golpistas. Documento foi encontrado após quebra de sigilo autorizada pela CPMI

Foto: Agência Brasil/Marcelo Camargo

O Ministério da Defesa, já sob a gestão de José Múcio, preparou uma minuta para acionar a Garantia da Lei e da Ordem (GLO) no dia 8 de janeiro, quando bolsonaristas invadiram as sedes dos três Poderes, em Brasília. 

Apesar da tentativa, o documento não foi assinado pelo presidente Lula (PT). Segundo ele, assinar a GLO seria o mesmo que “consumar o golpe”, uma vez que as Forças Armadas assumiram o controle da capital federal, de acordo com o Globo.

A minuta foi obtida pela Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) dos atos golpistas após a quebra de sigilo telemático do capitão de fragata Elço Machado Neves, da Marinha, à época lotado na Chefia de Operações Conjuntas do Ministério da Defesa.

O documento foi redigido por Neves e encontrado em sua caixa de e-mail. que enviou o documento de um e-mail pessoal para seu endereço eletrônico funcional às 18:05 do dia 8 de janeiro.

Neves estava no cargo desde fevereiro de 2022. A portaria que autorizava sua dispensa da Marinha foi assinada pelo almirante Almir Garnier Santos, apontado por Mauro Cid como um dos entusiastas da trama golpista de Bolsonaro.

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Segundo informações do O Globo, a minuta de GLO previa dar poder para que as tropas atuassem na Esplanada dos Ministérios ocupada pelos bolsonaristas entre 8 e 10 de janeiro, com raio de atuação definido pelo Ministério da Defesa.

Em nota, o Ministério da Defesa alegou que o documento foi elaborado como uma possibilidade de acionamento das Forças, amparado pela Lei Complementar 97/99, que trata das normas para o emprego de militares.

Além disso, a pasta reforçou que a GLO só poderia entrar em vigor mediante a assinatura do presidente e destacou que Múcio –  que tinha a missão de aproximar o novo governo dos militares – estava a apenas uma semana no comando do Ministério da Defesa.

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