A grande maioria dos brasileiros torce para que Lula faça um bom governo, e avaliam que ele deverá ter a situação econômica do país como “absoluta prioridade”, seguida das questões sociais. Esse é o resultado da pesquisa “O Brasil que Queremos”, da Quaest, divulgada nesta quinta (08).
A pesquisa mapea os anseios da população brasileira frente ao novo governo Lula. A primeira etapa da pesquisa foi divulgada hoje. Nela, fatores essenciais considerados pela população são listados.
Economia como prioridade
Para 25% dos ouvidos, recuperar a economia é “prioridade absoluta do próximo governo”. Para 20%, as questões sociais são prioritárias. Em seguida, saúde e pandemia aparecem com 16%, corrupção com 11%, educação com 9%, violência com 5% e outros com 7%.
Na pauta listada como prioritária, o Instituto perguntou qual deveria ser o enfoque para a atuação econômica do próximo governo, o de Lula. Investir em políticas públicas para a geração de empregos e controlar a inflação foram os mais votados, com 24% e 23%, respectivamente.
Em terceiro lugar, os brasileiros acreditam que deve ser prioridade diminuir os impostos de todos.
Outro fator que chama a atenção é que o otimismo em relação à economia, registrado após a vitória de Lula, caiu de 75% para 48%, deu lugar ao aumento do receio, saltando de 6% para 29%.
A justificativa, segundo o diretor da Quaest, Felipe Nunes, está nos eleitores de Bolsonaro, que ainda estavam otimistas com a continuidade de Bolsonaro.
“Essa mudança abrupta de expectativa foi produzida pelos eleitores derrotados que estavam otimistas com a possibilidade de Bolsonaro continuar a frente do governo federal. Entre eleitores de Bolsonaro, o otimismo com a economia caiu de 81% para 30%, é quase um luto coletivo”, afirmou.
Lula começa com boa torcida
Por outro lado, 93% dos brasileiros torcem para que Lula faça um bom governo.
Voltando-se para a governabilidade do governo Lula, a Quaest perguntou sobre a relação com o Congresso e o Supremo Tribunal Federal (STF), se haverá mais ou menos conflitos.
A maioria acredita que haveria mais conflitos com o Congresso e menos conflitos com o STF.
A imagem de Lula e do Brasil no mundo também apresenta bons sinais: 43% acredita que a imagem no exterior vai melhorar. Para Felipe Nunes, “a ida de Lula à COP e as conversas dele com líderes internacionais são provas da boa vontade do mundo com o país sob nova direção, indo ao encontro do que esperam os brasileiros”.
Corrupção e influência de Bolsonaro
“Quando o assunto é corrupção, as opiniões se dividem: 34% acham que no governo Lula a corrupção tende a aumentar, enquanto 30% acham que ela tende a diminuir. Há outros 28% que acham que vai continuar tudo igual, para o bem e para o mal”, também analisou.
O diretor do Instituto analisou que as proporções acima estão diretamente ligadas ao eleitorado de Lula e de Bolsonaro:
Por fim, mesmo com o seu silêncio, Bolsonaro se “mantém como uma figura importante, forte e polarizadora do jogo”, analisou Nunes. “Diante do resultado das eleições, Bolsonaro se comportou bem para 41% dos entrevistados e mal para 45%.” Ao mesmo, tempo, o atual mandatário termina seu mandato com 36% de avaliação positiva, 24% de avaliação regular e 38% de avaliação negativa, ou seja, saldo negativo, mas com públicos divididos.
O levantamento ouviu 2.005 pessoas em 120 municípios do Brasil, entre os dias 2 e 6 de dezembro, com margem de erro de 2 pontos.
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O estrago deixado por Bolsonaro é maior do que as pessoas imaginam. Lula também enfrentará os interesses consolidados dos banqueiros. A recuperação da economia será lenta. A frustração com a lentidão da retomada econômica irá afetar de maneira negativa a popularidade de Lula. É melhor moderar as expectativas, pois quem acreditar em milagres ficará frustrado e ressentido.