Cachoeira: “Esse 1 [milhão] é o do Demóstenes, uai!”

Do Blog O Filtro / Época

Áudio revela diálogo em que Cachoeira cita quantia de R$ 1 milhão a Demóstenes Torres

Carlinhos Cachoeira (à esq.) e Demóstenes Torres (à dir.) (Foto: Roosewelt Pinheiro/ABr e Waldemir Barreto/Agência Senado)

O Jornal Nacional revelou, em sua edição de 28 de março, a existência da gravação de um diálogo entre Carlinhos Cachoeira e o contador Geovani Pereira Silva, que supostamente deixava clara a ligação entre o bicheiro e o senador Demóstenes Torres (sem partido-GO). O áudio, porém, só foi divulgado nesta quinta-feira (26), pelo Jornal das Dez, da Globo News.

Na conversa, Cachoeira cita um valor de cerca de R$ 1 milhão destinado a Demóstenes. O áudio, obtido agora pelo repórter Vladimir Netto, foi gravado pela Polícia Federal sob autorização judicial há um ano, no começo da operação Monte Carlo, que prendeu Cachoeira em fevereiro. Confira a transcrição de um trecho do diálogo:

– Geovani: Porque eu to devendo pra ele aqui, 1 milhão e oitenta e seis. E, na verdade eu só tenho os oitenta e seis.
– Carlinhos Cachoeira: Esse um é o do Demóstenes, uai!
– Geovani: Não, moço! Cê não lembra que naquela época lá em outubro tava dois e cem. Aí nós lançamos um dele, deu baixa aqui.
– Cachoeira: Peraí, eu só tinha um na pendência que eu joguei pro Demóstenes. Que um que é esse?
– Geovani: Uai, eu tenho que mostrar aqui no caderno pra você ver, ué.
– Cachoeira: Cadê o trem? Leva lá em casa agora, vamos ver.

Por conta de seu envolvimento com o bicheiro, Demóstenes responde a inquérito no Supremo Tribunal Federal (STF) e é investigado no Conselho de Ética do Senado. Antônio Carlos de Almeida Castro, advogado do senador, afirmou que não vai comentar qualquer gravação até que o STF profira sobre a legalidade das provas.

Demóstenes entrou com uma ação no STF a fim de declarar que as gravações contra ele são ilegais. O argumento é de que, como o senador possui foro privilegiado, elas deveriam ter sido autorizadas pelo próprio Supremo. O advogado diz, em documento entregue ao Conselho de Ética nesta quarta (25), que as gravações da PF podem ter sido adulteradas.

Haverá, na próxima quinta-feira (3), reunião do Conselho para que seja lido e discutido o relatório preliminar sobre o caso do senador, escrito pelo relator Humberto Costa (PT-PE).

Luis Nassif

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