Carta de general da Anvisa é histórica e humilhante para Bolsonaro

Cintia Alves
Cintia Alves é graduada em jornalismo (2012) e pós-graduada em Gestão de Mídias Digitais (2018). Certificada em treinamento executivo para jornalistas (2023) pela Craig Newmark Graduate School of Journalism, da CUNY (The City University of New York). É editora e atua no Jornal GGN desde 2014.
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"Barra Torres faria uma nota com essa contundência sem ter o respaldo de outros oficias superiores das Forças Armadas?"

A carta aberta que o oficial general Antonio Barra Torres, diretor-presidente da Anvisa, enviou a Jair Bolsonaro no último sábado (08), em resposta aos ataques que a instituição tem sofrido por causa da vacinação infantil, é um documento histórico e humilhante para o presidente da República. É o que avaliam dois políticos de oposição ao atual governo, o deputado federal Paulo Pimenta (PT) e o governador do Maranhão, Flávio Dino (PSB).

Em mensagem a Bolsonaro, Barra Torres pediu que o presidente não “prevarique” e abra imediatamente uma investigação contra os funcionários da Anvisa se tiver provas de agenda obscura na vacinação infantil, ou então que se “retrate” das ilações que fez em público. A resposta ocorreu após Bolsonaro questionar quais é o “interesse da Anvisa” em permitir a vacinação das crianças a partir de 5 anos.

“Esse documento integra a história do Brasil por dois motivos: trata-se de um oficial-general reagindo às múltiplas agressões daquele que deveria honrar as Forças Armadas, e não o faz. E é o registro de um tempo em que a coação e a mentira são métodos de governo”, apontou o governador Flávio Dino.

“Essa nota do Barra Torres é a maior humilhação sofrida por um presidente da República, no exercício do cargo, na história política do Brasil. O comandante em chefe das Forças Armadas, Capitão Cloroquina, foi chamado de corrupto, ladrão, covarde, sem caráter, falso cristão, etc”, opinou Pimenta.

O deputado ainda usou o Twitter para lançar a seguinte questão: “Barra Torres faria uma nota com essa contundência sem ter o respaldo de outros oficias superiores das Forças Armadas?”

Até a tarde deste domingo (9), Bolsonaro ainda não havia reagido à carta de Barra Torres.

Leia, abaixo, a carta de Barra Torres a Bolsonaro.

8 Comentários

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  1. A nota é contundente, e em se tratando de documento público, talvez sem paralelo na História do Brasil, em se tratando de dois militares. Mas não creio que seja necessário supor que Barra Torres tenha respaldo de oficiais relevantes. A pusilanimidade revelada pelos oficiais cooptados pelo governo é tão gritante e tão pragmática – os motivos são financeiros, pura e simplesmente, ou seja, engordar o contracheque – que eu não creio que Barra Torres tenha se preocupado com isso, apesar do tempo decorrido entre a declaração do jumento presidencial e a divulgação da nota. A ver. Mas, desde já, é um momento definitivo na história da intromissão militar nos assuntos públicos e administrativos do país, seja em relação àqueles que possuem, de fato, espírito público – que, desde sempre, é algo que não creio que exista, entre políticos, mas que, entre militares, talvez ainda resista – e aqueles que somente pensam em locupletar-se.
    Quem é desonesto, como se sabe, não consegue medir os outros senão com a própria régua.

  2. É fácil de entender o objetivo da nota, é criar um novo Caçador de Marajás, nesse caso ainda mais nobre, um médico e Contra Almirante, não negacionista e que “ama as criancinhas brasileiras”. O partido militar e a direita brasileira lançou o seu candidato para ir contra o Lula e o PT.

  3. Sei lá… Sou só eu que sinto um cheiro de “false flag” por trás dessa carta?

    Só faltou no final um “Alô, Moro, tamo aí parça!”

  4. Nada humilha esse sujeito. Humilha o país.
    Agora,vamos entender de uma vez por todas: Esse sujeito cumpre um papel,e muito bem,diga-se de passagem,de representar um segmento de nosso
    Brasil que foi moldado há décadas,porque não dizer,séculos. É uma gente que se orgulha de sua ignorância e malandragem,para dizer o mínimo.
    Não podemos ignorá-los e focar somente no sujeito que ocupa a presidência da república.É preciso colocar-los novamente na jaula e perder a chave.

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