Comitiva brasileira denuncia ameaça eleitoral de Bolsonaro a autoridades dos EUA

Patricia Faermann
Jornalista, pós-graduada em Estudos Internacionais pela Universidade do Chile, repórter de Política, Justiça e América Latina do GGN há 10 anos.
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Organizações brasileiras estão em Washington (EUA) para denunciar as ameaças de Bolsonaro contra a democracia e as eleições no Brasil.

Foto: Divulgação

Cerca de 18 organizações da sociedade civil brasileira estão em Washington, nos Estados Unidos, para se reunir com políticos e representantes norte-americanos e alertar sobre as ameaças de Jair Bolsonaro contra a democracia e as eleições no Brasil.

“As organizações clamam por apoio internacional e reconhecimento para o resultado das eleições de outubro e para a confiabilidade do sistema eleitoral em meio ao clima de violência política no Brasil”, escreveu a Comissão Arns, uma das participantes da comitiva denominada Washington Brazil Office (WBO).

As instituições começaram a agenda com representantes norte-americanos nesta segunda (25) e seguem até esta sexta-feira. Entre os encontros, os representantes brasileiros já se encontraram com o Departamento de Estado dos EUA, a Comissão de Relações Exteriores da Câmara dos Deputados, com o senador democrata Bernie Sanders e a Missão Diplomática da Argentina.

Denunciam mortes na pandemia e desmonte ambiental

De acordo com o ex-ministro Paulo Vannuchi, fundador da Comissão Arns, os encontros com as autoridades norte-americanas foram “extremamente positivos”, com os brasileiros recebendo demonstrações de apoio à democracia e ao sistema eleitoral.

Junto ao senador Bernie Sanders, Vannuchi narrou “que no Brasil o presidente se recusou a implementar uma campanha de vacinação contra a Covid-19” e que a vacinação só foi possível no país com a pressão do Judiciário e da sociedade civil. Ainda assim, “o número de mortos foi muito mais alto do que poderia ter sido”, narrou Vannuchi a Sanders, que respondeu elogiando a coragem da comitiva em denunciar o que vive o Brasil sob o comando de Jair Bolsonaro.

Nas reuniões, Vannuchi também denunciou o desmonte ambiental do governo. “Estamos levando a mensagem de que a democracia de qualquer país do mundo importa para todos. Mas no Brasil temos a mais vasta fronteira de devastação ambiental. E essa proteção ambiental se dá, em grande parte, pela fiscalização e pelos povos indígenas”, contou.

Próximas reuniões

A comitiva brasileira também se encontrou com organizações como Greenpeace, Brazil Foundation, Black Caucus, e um seminário que contou com a participação da ex-presidente da Costa Rica, Laura Chinchilla, e observadora eleitoral ad OEA (Organização dos Estados Americanos).

Outros encontros estão previstos para hoje e amanhã, com a Comissão Interamericana de Direitos Humanos, embaixadores da América Latina, além de deputados, correspondentes e imprensa.

Fazem parte da comitiva a Comissão Arns, a ABGLT, Apib, Artigo 19, Conaq, Conectas, Geledés, Greenpeace Brasil, Instituto Clima e Sociedade, Instituto Marielle Franco, Instituto de Referência Negra Peregum, Instituto Vladimir Herzog, Pacto pela Democracia, Transparência Internacional, Uneafro e 342 Artes.

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Patricia Faermann

Jornalista, pós-graduada em Estudos Internacionais pela Universidade do Chile, repórter de Política, Justiça e América Latina do GGN há 10 anos.

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