Doria, Haddad e Erundina se saem melhor em debate na Globo, por Kennedy Alencar

Cintia Alves
Cintia Alves é graduada em jornalismo (2012) e pós-graduada em Gestão de Mídias Digitais (2018). Certificada em treinamento executivo para jornalistas (2023) pela Craig Newmark Graduate School of Journalism, da CUNY (The City University of New York). É editora e atua no Jornal GGN desde 2014.
[email protected]

Jornal GGN – Apesar de não ter, segundo as pesquisas, chance de ir para o segundo turno na disputa pela prefeitura de São Paulo, a candidata Luiza Erundina (PSOL) foi quem esquentou o debate na Globo, na noite de ontem, em confrontos memoráveis com Marta Suplicy (PMDB) e Joao Doria (PSDB). Erundina fez os ataques que não coube a Fernando Haddad (PT), já que a estratégia de Dória, Marta e Celso Russomanno (PRB) foi de escantear o candidato a reeleição.

Na visão de Kennedy Alencar, essa estratégia – que reflete pesquisas internas, incluindo uma do PSDB, onde Haddad aparece com chances de ultrapassar Marta e Russomanno e ir ao segundo turno – apenas favoreceu Dória, que saiu como líder consolidado, e prejudicou Marta e Russomanno, que duelam pelo segundo lugar mas nada mudaram com o debate. Haddad, na visão do jornalista, foi feliz em suas poucas intervenções.

Por Kennedy Alencar

Doria, Haddad e Erundina se saem melhor em debate na Globo

No balanço geral do debate da TV Globo com os candidatos a prefeito de São Paulo, João Doria (PSDB), Fernando Haddad (PT) e Luiza Erundina (PSOL) executaram melhor as suas estratégias do que Celso Russomanno (PRB), Marta Suplicy (PMDB) e Major Olímpio (SD).

Ao contrário de outros debates, Doria e Marta fizeram dobradinhas. Isso foi bom para o tucano, porque evitou confronto com uma candidata que costumava fustigá-lo. Marta preferiu jogar junto com o tucano a fim de tentar desgastar o prefeito Fernando Haddad.

Foi um sinal de preocupação da peemedebista com a possibilidade de ser ultrapassada pelo petista. Marta imaginava usar o voto útil contra Haddad na reta final, mas é ela quem pode ser vítima desse apelo agora.

Erundina bateu duro em Doria, mas ele evitou revidar na mesma moeda, buscando uma atitude olímpica e de bom moço, mas soou arrogante. O tucano procurou sair do debate com o menor dano possível.

Haddad priorizou marcar diferenças com Russomanno, tentando mostrar fragilidades do candidato do PRB ao discutir propostas para a cidade em mobilidade urbana e saúde.

Major Olímpio teve papel de coadjuvante, porque está completamente fora do jogo. Procurou apertar Doria, criticando o governador do Estado, Geraldo Alckmin. Nessa hora, houve um raro momento em que Doria partiu para a ofensiva, afirmando que Olímpio parecia ser candidato a governador e não a prefeito.

Erundina, mesmo sem chance de ir ao segundo turno, foi quem mais esquentou o debate ao bater em Doria, Russomanno e Marta. A candidata do PSOL suavizou os ataques que fazia a Haddad e fez um discurso correto sobre a valorização da política. Ela criticou Doria, dizendo que Doria ele é um candidato com práticas políticas velhas, apesar de se vender como empresário e gestor moderno.

Russomanno deixou para bater em Marta no último bloco. E a senadora do PMDB só defendeu o governo Temer ao rebater uma pergunta de Erundina, dizendo que a crise econômica não é culpa do atual presidente, mas da incompetência de Dilma. Antes, a ligação com Temer constrangeu Marta. Ela defendeu, mas também criticou a reforma do ensino médio, por exemplo.

Em resumo, foi um debate quente, que deixou a clara impressão de que Doria já está na segunda fase, mas que a briga pela outra vaga ainda está aberta entre Marta, Russomanno e Haddad. O prefeito de São Paulo teve o seu melhor desempenho num debate. Foi feliz ao dizer que críticas de Doria, Marta e Russomanno à redução de velocidade em vias rápidas são demagógicas e podem aumentar violência no trânsito.

Resta saber se a reação do petista nesta reta final surtirá efeito para levá-lo à segunda fase. Não será fácil. Mas é fato que Marta e Russomanno trocaram ataques e demonstraram, no debate, que têm medo de Haddad e que sentiram o peso da pressão de uma reta final disputada.

Cintia Alves

Cintia Alves é graduada em jornalismo (2012) e pós-graduada em Gestão de Mídias Digitais (2018). Certificada em treinamento executivo para jornalistas (2023) pela Craig Newmark Graduate School of Journalism, da CUNY (The City University of New York). É editora e atua no Jornal GGN desde 2014.

2 Comentários

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

  1. DEBATES ELEITORAIS

    Rede Globo se arvora no direito de decidir se faz ou não debate em televisão que é concessão pública. Assim deve pensar também as outras emissoras de concessão pública.

    Pois bem, acredito que em beneficio do povo, pra orientar  e decidir pelos candidatos majoritários em rede de televisão, penso que deveria ser obrigatorio em lei, que as televisões promovam debates 2 vezes a cada eleição e em horario nobre. Não nas madrugadas, quando a maioria da população já está dormindo, pra acordar as cinco da manhã pra ir ao trabalho!!

    Liberdade de imprensa em concessão publica? Às favas!!!

  2. Liberdades

    Penso que o debate livre, democrático e em horário nobre seja o espaço privilegiado para o conhecimento/confronto dos candidatos e suas propostas, devendo, sim, acontecer mais vezes, obrigatória e alternadamente, em todas as concessoras, em nome da liberdade de imprensa, cujo fim, se bem exercido, é servir à sociedade – diferentemente da liberdade de empresa, que temos consagrada nesse inculto e desinformado País.

Você pode fazer o Jornal GGN ser cada vez melhor.

Apoie e faça parte desta caminhada para que ele se torne um veículo cada vez mais respeitado e forte.

Seja um apoiador