O peso de Lula e Bolsonaro na nacionalização das eleições municipais

Patricia Faermann
Jornalista, pós-graduada em Estudos Internacionais pela Universidade do Chile, repórter de Política, Justiça e América Latina do GGN há 10 anos.
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Em São Paulo, onde disputa por Bolsonaro é acirrada entre Marçal e Nunes, o ex-mandatário tem a metade da influência.

Foto: Reprodução

A influência de Lula e de Jair Bolsonaro nas eleições municipais da capital São Paulo é a mesma, revela a última pesquisa Quaest, realizada em agosto. Assim como a capital paulista, outras 8 cidades têm empate de preferência dos eleitores, enquanto Jair Bolsonaro predomina nos apadrinhamentos em 9 capitais e Lula em somente 3.

O pleito paulista é um dos que vem disputando o apadrinhamento de Jair Bolsonaro, com os candidatos Pablo Marçal (PRTB) e o atual prefeito Ricardo Nunes (MDB). Enquanto o ex-mandatário já havia declarado seu apoio a Nunes, nos últimos dias vem acenando para a possível mudança, em meio ao peso que Marçal está conquistando na cidade.

Mas o que o levantamento Quaest indica é que, em São Paulo, Bolsonaro tem peso de 21% do eleitores para que votem em seu indicado, enquanto que o atual presidente Lula tem influência sobre 26% do eleitorado, ou seja, apesar de empate técnico, Lula tem maior influência na capital paulista do que Bolsonaro.

O indicado de Lula é Guilherme Boulos (PSOL), que segundo o mesmo instituto Quaest, em levantamento divulgado no dia 28 de setembro, quarta-feira passada, tem 22% das intenções de voto, seguido dos adversários do PRTB e do MDB, ambos com 19% cada. Os números indicam um empate técnico.

Para o diretor da Quaest, Felipe Nunes, os números dos padrinhos políticos, Bolsonaro x Lula, em São Paulo não terão poder decisivo:

“A força das lideranças nacionais capturado pelas pesquisas segue o mesmo padrão que observamos nas eleições de 2022. Bolsonaro venceu Lula em muitas capitais, embora o atual presidente tenha tido vitória significativa em São Paulo capital, um dos resultados mais importantes para a sua vitória. Mas no interior dos estados, principalmente do Nordeste, a situação é melhor pra Lula”, avalia.

Apesar dos efeitos em São Paulo, no qual Lula tem maior peso que Bolsonaro, os dados não são para menosprezar nas demais capitais. Juntos, o atual presidente e o ex-mandatário conseguirão “influenciar aproximadamente 50% do eleitorado nessas eleições municipais”, pontuou Nunes.

Esse cálculo é a média das 21 capitais consultadas pela pesquisa, nas quais 22% dos eleitores disseram que votariam em indicado por Lula e 27% no indicado por Bolsonaro.

E os números são ainda mais favoráveis ao ex-presidente em 9 cidades: Rio de Janeiro, Curitiba, Maceió, Campo Grande, Cuiabá, Manaus, Porto Velho, Rio Branco e Boa Vista.

Lula tem a preferência dos eleitores em 3 das 9 capitais: Fortaleza, Salvador, Recife. Em outras 9 cidades, ambos tem o peso similar de influência.

Ainda assim, segundo Nunes, a nacionalização das campanhas municipais não serão definitivas: outros 50% do eleitorado não se importam com as indicações de Lula ou Bolsonaro e votarão segundo outros fatores.

“A nacionalização das campanhas municipais pode ser uma estratégia efetiva para candidatos que precisam ser alavancados por seus padrinhos com o objetivo de chegar no segundo turno, mas não é suficiente para determinar a vitória de um candidato”, concluiu o pesquisador.

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3 Comentários

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  1. Tremenda saia justa pro Bozo e afins. Se apoiar o bandido mentiroso vai passar de novo o reciubo de traira. E vai gostar de bandido lá no Carandirú. Talvez de pra por toda a familia do Bozo na mesma cela pra eles poderem roubar um fdos outros no truco.

  2. Afinal de conta, quem é o idiota: O Marçal, o Lula ou o eleitor?

    “Quem votou no Lula deve ser idiota, só pode. Porque tudo o que foi feito, roubo daquele, mais de R$ 1 trilhão, mais de dez processos, nove anos de condenação, três instâncias, 580 dias de cadeia, ele agora com dois anos, não vejo ninguém falando do rombo de R$ 1 trilhão fiscal, colocou dez novos impostos, só pode ser idiota para votar nele de novo”. – Pablo Marçal

    “No processo eleitoral, me perdoe, você tem que ser um idiota. Infelizmente, a nossa mentalidade gosta disso. E por ser um povo que gosta disso, eu preciso produzir isso. Eu preciso ter um comportamento que chame a atenção. Não é uma parada que eu me divirto”. – Pablo Marçal

    O Marçal disputa o voto dos idiotas que elegeram Lula.

  3. O dia em que o programa de entrevistas Roda Viva virou PALANQUE de um candidato…
    Ontem a incompetência de mediação de Vera Magalhães permitiu que o candidato dos eleitores “bo-çais” fizesse uma “festa de recortes” para suas redes (com)parceiras. Ainda que falando bobagens como se dizer “jurista” e conclamar o CNJ a “punir o STF”.
    Ou a relevância de prédios de 1km ou de (centenas de?) teleféricos que rescendem aos ônibus duplex londrinos do Jânio.
    Portou broche 38, fez propaganda de si e atacou adversários, ignorando as perguntas feitas. Gesticulou aberrantemente a cada chance e dissertou sobre a tática da “busca de atenção”, como se prefeitura seja um show de internet a buscar cliques e likes.
    Espero que sua “competência” em se promover, escapando da entrevista e mostrar o que pretende fazer para merecer o voto para a prefeitura do 3o.maior PIB do país deve ter convencido muito rezador de pneu por aí…

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