Setores do Podemos e União Brasil já defendem distanciamento de Sergio Moro

Em ambos os partidos há grupos que avaliam que a candidatura do ex-juiz, emperrada nas pesquisas, pode prejudicá-los nas eleições ao Legislativo

Sergio Moro e Álvaro Dias (foto: Portal Álvaro Dias)

As últimas pesquisas não trouxeram nenhum otimismo para aqueles que promovem o nome de Sergio Moro como representante da “terceira via” nas eleições presidenciais, e com isso já começam a surgir grupos, em dois dos partidos envolvidos, pregando o abandono da candidatura.

Um deles é o Podemos, justamente o partido no qual Moro se filiou, em uma cerimônia cheia de pompa, realizada em novembro passado, com a presença de Álvaro Dias, principal articulador da sua chega ao partido.

Menos de cem dias depois, a candidatura que começou com um patamar de entre 11% e 12% em todas as medições, foi caindo aos poucos, e agora apresenta algo em torno de 7% e 9% – a última pesquisa, da Genial/Quaest, mostra o candidato com apenas 7%, empatado com Ciro Gomes (PDT-CE) no terceiro lugar.

Diante desse panorama, alguns setores do partido passaram a cogitar a opção de empurrar o ex-juiz para o União Brasil, outro partido que, ao menos até o momento, também se declara favorável à candidatura.

Segundo matéria de Bianca Gomes para O Globo, há grupos dentro do Podemos estão preocupados com o fato de que Moro teria exigido um gasto de pelo menos R$ 90 milhões em sua campanha, valor considerado muito alto para um partido recebeu cerca de R$ 197,3 milhões do fundo eleitoral – ou seja, 45% dos recursos que o partido teria que distribuir entre todos os seus candidatos no país inteiro seriam usados em uma só candidatura.

Apesar de que tanto Moro quanto a direção nacional do Podemos negam a exigência de tais quantias, existe outro fator em jogo: a grande rejeição que o candidato enfrenta nos estados onde Lula possui ampla popularidade, tornando inconveniente qualquer aproximação a ele. Algo similar também ocorrem em estados onde há um maior eleitorado fiel ao presidente Jair Bolsonaro, apesar de Moro ter sido ministro deste mesmo governo durante 16 meses.

A matéria de O Globo traz declarações de deputados do Podemos que dizem considerar “um alívio” as especulações sobre uma possível ida de Moro ao União Brasil.

Porém, no União Brasil, essas especulações não são muito bem vindas, pelo contrário, parecem gerar a mesma preocupação que no partido de Álvaro Dias.

Segundo informações da jornalista Daniela Lima, da CNN Brasil, não há consenso dentro da sigla sobre a possível chegada de Moro: existe sim um grupo que está trabalhando para trazê-lo – considerada como a ala dos “ex-bolsonaristas” do novo partido –, mas há outros que preferem uma postura que permita dar liberdade aos diferentes diretórios regionais.

Assim, os candidatos aos governos estaduais e cargos legislativos poderiam apoiar Moro, ou Bolsonaro, ou até mesmo Lula, dependendo do que seja mais conveniente em cada estado.

Este segundo grupo também considera que a incapacidade do ex-juiz em crescer nas pesquisas três meses após o anúncio da sua candidatura mostram justificam a desconfiança sobre sua possível chegada ao partido.

O União Brasil é fruto de uma fusão entre o PSL (Partido Social Liberal) e o DEM (Democratas), a qual foi homologada nesta quarta-feira (9/2) pelo TSE (Tribunal Superior Eleitoral). Ao juntar as duas estruturas, a nova legenda terá uma maior verba pública do fundo eleitoral, além de um incremento significativo no tempo de propaganda em televisão.

Redação

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