Eliara Santana na Maratona GGN: A queda da Lava Jato atinge a imprensa de forma crucial

Ana Gabriela Sales
Repórter do GGN há 8 anos. Graduada em Jornalismo pela Universidade de Santo Amaro. Especializada em produção de conteúdo para as redes sociais.
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Declaração foi dada em entrevista concedida ao jornalista Luis Nassif nesta tarde de terça-feira (9), durante a Maratona GGN: o impacto político e jurídico da volta de Lula, live especial exibida na TV GGN

Eliara Santana – Crédito: Reprodução/Twitter

Jornal GGN – A jornalista e doutora em Estudos Linguísticos, Eliara Santana que tem feito um trabalho de análise de discurso sobre o Jornal Nacional em seu blog pessoal fala sobre a parceria da TV Globo e da Operação Lava Jato, no levante da bandeira anticorrupção e na criminalização da política, em entrevista concedida ao jornalista Luis Nassif nesta tarde de terça-feira (9), durante a Maratona GGN: o impacto político e jurídico da volta de Lula, live especial exibida na TV GGN, que aborda o julgamento da 2ª Turma do Supremo Tribunal Federal (STF) sobre o habeas corpus em que a defesa do ex-presidente Lula questiona a parcialidade do ex-juiz Sérgio Moro na sentença no caso do triplex do Guarujá, no âmbito da força-tarefa.

A comunicadora ilustrou a edição do jornal nacional desta segunda-feira (8), dia em que ministro Edson Fachin anulou nesta segunda-feira (08) todas as condenações contra o ex-presidente pela Justiça Federal do Paraná.

“Ontem me surpreendeu, porque eu achei um tom [do telejornal] super morno, muito sóbrio, eles estavam quase isentos, com muitos detalhes técnicos, já que quando não sabem muito bem como abordar uma questão eles fogem para as coisas técnicas. Destacaram bastante a decisão do Fachin, mas tiraram a questão do Moro, que tangenciou a edição, mas não foi problematizada”, comentou. 

Santana também chamou atenção para o voto do ministro Gilmar Mendes, no julgamento desta terça, em que ele citou alguns diálogos – obtidos por meio da Operação Spoofing – entre procuradores da força-tarefa e o filho de Míriam Leitão, o jornalista Vladimir Netto

“Gilmar Mendes citou o Vladimir Neto na conversa com os procuradores e citou uma outra jornalista da Globo. Lembrando que Vladimir Neto era o responsável por cobrir a Lava Jato, ele era a voz da Lava Jato no jornal nacional, as grandes reportagens eram deles, todas e ele de repente sumiu”, disse. 

Segundo ela “é muito impressionante tudo o que fizeram”. “O time da Lava Jato com o Jornal Nacional é uma coisa incrível, em todos os momentos cruciais da vida política do Brasil desde 2014 eles agiram em parceria”, afirmou.

Ao ser questionada sobre a estratégia do telejornal em amenizar o tom da edição desta segunda-feira, Santana afirmou que o movimento foi bem calculado e aconteceu porque “eles não sabiam muito bem o que poderia vir”, uma vez que que a “queda da lava jato atinge a imprensa brasileira de uma forma crucial”. 

“A Lava Jato não teria esse poder se não fosse a Globo, o Moro se tornou um herói. Sem aquelas reportagens super bem construídas isso não ocorreria”, disparou. 

A comunicadora também afirmou estar ansiosa pela edição do telejornal de hoje e disse que, mesmo diante de todos esses episódios, não espera uma melhora da imprensa corporativa, porque há “uma intolerância ao conjunto de coisas que as administrações petistas construíram, de forma social”. 

Ainda, para ela alguns veículos  da grande mídia “já estão tirando o corpo fora, tirando sua parcela de culpa em relação a Lava Jato”, por isso não é possível enxergar há “curto prazo uma mudança tão grande de mea culpa”. 

No entanto, ela destacou que “pode haver um reposicionamento [ da mídia], porque Jair Bolsonaro desloca, é aquela posta errada, aquela figura que seria dominada, que no poder é indomável e que enquadra todo mundo”, completou.

Ana Gabriela Sales

Repórter do GGN há 8 anos. Graduada em Jornalismo pela Universidade de Santo Amaro. Especializada em produção de conteúdo para as redes sociais.

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