Por Helena Chagas
O fato que mais se destacou na acachapante votação do texto-base da reforma da Previdência, com 379 votos, foi a força do chamado Centrão na Câmara. Não por acaso, o presidente da Casa, Rodrigo Maia, abraçou o Centrão em seu discurso de quase-candidato-a-presidente-da-República na vitória, criticando a imprensa pelo tom pejorativo que dá ao grupo e atribuindo a ele a aprovação da reforma.
Maia, o sujeito que, individualmente, mais se fortalece politicamente com a votação, sabe muito bem que sua força deriva do fato de ter conseguido aglutinar e comandar as lideranças do Centrão. Preencheu o vazio deixado pelo Planalto com seu despreparo e desarticulação.
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No caso específico da Previdência, ajudaram também os empenhos e promessas de liberação de emendas, operados pelo ministros Onyx Lorenzoni no apagar das luzes do inexplicável fim de sua gestão na articulação política. Aliás, dizem que o ministro foi defenestrado da função por andar amigo demais de Maia.
O presidente da Câmara e a torcida do Flamengo sabem que ele – hoje incensado como primeiro-ministro informal do país – continuará tendo o poder enquanto controlar as forças que compõem o Centrão. Unidos, esses partidos de centro-direita que, junto com o DEM, o MDB e o PSDB representam quase dois terços da Casa, podem comandar a agenda dos próximos três anos.
De onde se conclui que – pejorativo ou não – agora teremos um governo do Centrão.
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Centrão, agora é esse o nome que os traidores da classe trabalhadora, estão recebendo??!!!
Eles são lesas pátria. Traidor. Não adianta buscar nomes fictícios.
379 traidores, só entre os deputados federais.
Aguardemos os senadores.
Sempre os mesmos.
O centrão não é nada mais nada menos do que a evolução histórica da ARENA da ditadura (-> PFL -> DEM). O DNA político, isto é, a genealogia, é a mesma. Na verdade, eles sempre estiveram aí. Esse é o preço do erro histórico de ter aceitado a anistia dos golpistas e torturadores.