Lula pede desculpas a policiais e sinaliza futuras propostas

Foto: Ricardo Stuckert

Embora não possa falar explicitamente que vai disputar a eleição para a Presidência, o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) deu alguns sinais sobre o que seria o seu futuro governo, a começar pela retomada das conferências para definir políticas públicas.

“Nós vamos voltar a fazer as conferências, nós vamos voltar a chamar o povo para dizer o que tem que ser feito nesse país, porque quem sabe o que precisa, como precisa não é nenhum capitão, é o povo trabalhador deste país (…)”, lembrou o ex-presidente, durante seu discurso no 1º de Maio promovido pelas centrais sindicais, em São Paulo.

Lula também indicou a criação de um comitê de cultura “para envolver artistas do Brasil inteiro (…) Acho que pouca coisa pode gerar emprego nesse país como a cultura. Se a gente reativar a cultura, a gente vai dar um banho de gerar emprego nesse país, porque é disso que estamos precisando (…)”.

O presidente disse ainda que pretende recuperar a Petrobras e barrar o processo de privatização da Eletrobrás. “A gente não pode deixar privatizar a Eletrobrás, porque se a Eletrobrás for privatizada nunca mais vai ter um programa como o Luz para todos, para levar energia para a casa do povo pobre”.

Desculpas a policiais

No início de seu discurso, Lula pediu desculpas publicamente aos policiais por uma declaração feita durante o encontro que participou neste sábado (30/04), quando ouviu associações de mulheres da periferia da cidade de São Paulo.

“Quando eu estava fazendo o discurso, eu queria dizer que o Bolsonaro só gosta de milícia, ele não gosta de gente e eu falei que ele só gosta de polícia, não gosta de gente”, disse Lula.

“Queria aproveitar e pedir desculpa aos policiais deste país, porque muitas vezes cometem erros, mas muitas vezes salvam muita gente do povo trabalhador e nós temos que trata-los como trabalhadores neste país”, disse o ex-presidente.

Ao citar as desculpas aos policiais, o ex-presidente disse ainda que espera há seis anos “que as pessoas que me acusaram o tempo inteiro” peçam as mesmas desculpas.

“Na hora em que a minha inocência foi provada, e na hora que esta semana a ONU publica um relatório dizendo que eu fui vítima da sacanagem de um ministro, ele deve começar a pedir desculpas, porque é assim que a gente vai restabelecer o jeito gostoso de fazer política nesse país”, afirma o petista. “Portanto, eu escolhi o meio dos trabalhadores para utilizar a palavra desculpas aos policiais que por acaso se sentiram ofendidos com o que falei ontem”.