O polêmico candidato à Prefeitura de São Paulo, Pablo Marçal, teve seu modus operandi mais uma vez comprovado e testemunhado por uma de suas ex-alunas, Lívia, que optou por manter o sobrenome em sigilo.
Segundo Lívia, Marçal identifica “a dor” naqueles que pagam por seus serviços e sonham com uma vida financeira utópica, para manipulá-los a fim de alcançar seus próprios objetivos em busca de seu “plano de poder”, muito mais perigoso, inclusive, que o de Jair Bolsonaro. O conteúdo exclusivo é da Revista Fórum.
“Aquele garoto lá de trás, que foi condenado, humilhado, a partir dali só quis, digamos, ‘vingança’… Aquilo ali virou o que nós vemos hoje, e ele tem sim um projeto de poder, e acredite, esse projeto de poder é muito maior do que vocês podem imaginar”, afirma.
Lívia relata que as mentorias de Marçal, muitas realizadas em salas do Zoom e impossíveis de serem encontradas na internet, apresentavam absurdos que deixavam os participantes incrédulos e, posteriormente, doentes.
“As sessões no Zoom eram recheadas de absurdos, e quando você saía delas, mal podia acreditar no que tinha acabado de ouvir. O pior é que não havia como provar o que se presenciou. Depois de algum tempo nesse ambiente, acabei sofrendo um burnout”, relembra.
Ainda, a manipulação do candidato, baseada em uma retórica envolvente e promessas de fortuna, afirma a ex-aluna, tem levado muitas pessoas a se envolverem profundamente em seus esquemas, muitas vezes perdendo dinheiro e até rompendo laços pessoais em nome da lealdade ao coach, uma espécie de “lavagem cerebral”.
“Eu sei que eu fui ajudar essa pessoa a encontrar um caminho para receber o dinheiro de volta e a pessoa se voltou contra mim, passou a me atacar… Me bloqueou, virou a cara para mim, e isso porque ela ainda recebeu uma resposta deles de que não teria o dinheiro de volta por uma razão simples: você comprou porque você quis”.
“Exército maior que a igreja”
Atordoada após as reuniões com o coach e tendo desenvolvido burnout, Lívia também esmiuçou a visão religiosa como um papel central na conduta de Marçal, que, inicialmente, sonhava em ser pastor e passou, então, a incorporar um discurso messiânico em sua trajetória de sucesso financeiro.
Durante a pandemia, o coach se mudou de Goiânia para São Paulo, impulsionado por Marcos Paulo, que o ajudou a expandir seus negócios do mundo analógico para o digital.
Instalado em Alphaville, Marçal intensificou suas promessas de riqueza, frequentemente baseando seus discursos em trechos da Bíblia. Segundo a ex-aluna, ele afirmou que, após ser preso e condenado, decidiu que seu “exército” seria maior do que o de qualquer igreja, misturando religião com promessas de prosperidade financeira.
“Tem um fundo religioso nisso, muito forte, que mistura com esse negócio do ‘você vai ficar milionário’ repetido toda hora”, revelou Lívia à Revista Fórum.
Segundo a ex-aluna, a condenação de Marçal é o menor dos problemas, “As coisas são muito mais graves do que isso e não é algo desse tipo que vai mostrar para o Brasil o real perigo que representa o Pablo Marçal”. Pablo Marçal, o novo Bolsonaro? Entenda.
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Tristes trópicos. Quando a gente acha que já viu e ouviu de tudo, aparece esse cachorro louco para nos importunar. Essa personagem que o tal incorpora foi cuidadosamente construída para o estelionato financeiro clássico que agora pretende se transmutar em estelionato eleitoral. E o que não falta são vítimas inocentes e crentes no discurso do cambono do capeta. Sarav@!