Mauro Cid tentou vender Rolex recebido dos sauditas

Ana Gabriela Sales
Repórter do GGN há 8 anos. Graduada em Jornalismo pela Universidade de Santo Amaro. Especializada em produção de conteúdo para as redes sociais.
[email protected]

Cid ofereceu peça por 300 mil reais. Caso está sendo investigado pela CPMI dos atos golpistas

Crédito: Lula Marques/ Agência Brasil

A Comissão Parlamentar de Inquérito Mista (CPMI) dos atos golpistas encontrou indícios de uma negociação por parte do ex-ajudante de ordens da Presidência, tenente-coronel Mauro Cid, que tinha o objetivo de vender um relógio da marca Rolex de ouro branco e cravejados com diamantes recebido pelo ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) em uma viagem oficial.

Os indícios estão presentes entre as mensagens do e-mail institucional de Cid, que teve o sigilo quebrado após pedido do colegiado, segundo informações do jornal O Globo, publicadas na manhã desta sexta-feira (4).

Segundo o material, em 6 de junho de 2022, Cid recebeu um e-mail em inglês. “Obrigado pelo interesse em vender seu rolex. Tentei falar por telefone, mas não consegui“, disse a interlocutora. “Quanto você espera receber por ele? O mercado de rolex usados está em baixa, especialmente para os relógios cravejados de platina e diamante, já que o valor é tão alto. Eu só quero ter certeza que estamos na mesma linha antes de fazermos tanta pesquisa“, completou. 

“Democracia é coisa frágil. Defendê-la requer um jornalismo corajoso e contundente. Junte-se a nós: www.catarse.me/jornalggn”      

Na resposta, o então ajudante de ordens afirmou que não possuía o certificado do relógio porque foi um “presente recebido em viagem oficial” e que pretendia vendê-lo por 60 mil dólares, cerca de R$ 300 mil pela cotação atual.

Em outubro de 2019, durante viagem a Arábia Saudita, Bolsonaro recebeu o Rolex, junto com um anel, uma caneta e um rosário islâmico, do rei Salman bin Abdulaziz Al Saud. O valor das joias é avaliado em R$ 500 mil.

O item de luxo foi devolvido pela defesa de Bolsonaro em abril deste ano, após a Polícia Federal (PF) instaurar uma investigação para apurar o caso de um outro conjunto de jóias da Arábia Saudita, este retido pela Receita Federal. 

Neste caso, como ajudante de ordens, Cid tentou reaver o conjunto de joias em posse do Fisco no fim do ano passado, antes de Bolsonaro deixar a Presidência.

0 Comentário

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

Você pode fazer o Jornal GGN ser cada vez melhor.

Apoie e faça parte desta caminhada para que ele se torne um veículo cada vez mais respeitado e forte.

Seja um apoiador