Andre Motta Araujo
Advogado, foi dirigente do Sindicato Nacional da Indústria Elétrica, presidente da Emplasa-Empresa de Planejamento Urbano do Estado de S. Paulo
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Miriam Leitão no Muro de Berlim, por André Araújo

Por André Araújo

Miriam Leitão é um ícone do jornalismo econômico brasileiro, ganhadora do Prêmio Maria Moors Cabot, um dos mais importantes do jornalismo dos EUA, Miriam é uma fervorosa partidária do neoliberalismo desde os tempos heroicos das grandes privatizações. Na juventude foi de ultra esquerda e a evolução de esquerdistas para o neoliberalismo doutrinário deixa as sequelas da conversão. Hoje no seu comentário radiofônico da CBN se superou.

Disse que a Lava Jato deveria prosseguir não importa o que custasse para a economia, que os operadores da Lava Jato não deveriam se importar com a economia, deveriam ir em frente porque depois o pais ficaria melhor, à coté Sardenberg aplaudindo, bem pensante como é, não enxerga um palmo alem do sapato e não consegue sair do pensar pedestre.

É uma loucura. É o mesmo que um general dizer à sua tropa que deveriam conquistar uma posição não importa quantos soldados morressem. Nenhum exército do mundo civilizado tem tal doutrina hoje em dia. O custo de ganhar a batalha é tão importante quanto a vitória. O mesmo se aplica à Lava Jato. Os custos colaterais tem que ser colocados na balança.

Combater a corrupção é uma batalha, mas é preciso medir as perdas, o custo não pode ser ilimitado, a ponto de destruir sistemas e estruturas fundamentais do País que são insubstituíveis para o desenvolvimento futuro.

Não são apenas os efeitos diretos sobre empresas e executivos. O clima de terrorismo contagia o ambiente de novas iniciativas pela aumento exponencial do nível de risco de ser empreendedor. Poucas empresas no mundo são limpas como água benta, entre as firmas bandidas e a Cúria Metropolitana há um grande meio de campo de empresas normais mas que todo dia resvalam com áreas de risco regulatório, fiscal, de relações de consumo, cartel, operações de câmbio.

Se a vulnerabilidade do empresário é elevada a grau máximo, muitos desistirão de empreender. Ao mesmo tempo que o empreendedor pode ser punido com extrema facilidade todos veem que, em certas corporações de Estado, funcionários que cometem graves deslizes são punidos apenas com uma aposentadoria com salário e vantagens integrais.

O processo de a pretexto de se combater corrupção destruir grandes empresas e agora um grande banco pode não fazer sentido porque a perda para o País será mil vezes do que valia a corrupção. Digo destruição porque a prisão do principal executivo de uma grande empresa ou banco ao atingir pelo trauma a credibilidade da instituição pode levá-la à quebra.

Nos EUA na crise de 2008, onde os malfeitos foram infinitamente maiores do que os que ocorreram no Brasil, não se prendeu nenhum banqueiro ou executivo de grande empresa, ao contrário, o Tesouro emprestou 700 bilhões de dólares para salvá-los e não há nenhuma dúvida que executivos cometeram mega fraudes e crimes financeiros.

Não entra em jogo a moral ou a ética e sim a política de realidade econômica do País, do capital técnico, humano e de experiência representado por essas empresas. Elas são parte do patrimônio nacional no sentido macro, porque estão dentro do País e nele dão empregos diretos e inderetos, mantém rede de fornecedores que fazem girar a economia, são contribuintes diretos e indiretos, mantém cidades e atividades especializadas, projetam o País no exterior.

Entre Justiça e Estado, prevalece o Estado acima da Justiça. Nenhum Estado se deixa destruir em nome da Justiça.

Quando terminou a Segunda Guerra, o Secretário do Tesouro dos EUA, Henry Morgenthau, revoltado com a destruição que o nazismo produziu na Europa, propôs ao Presidente Truman que se obrigasse a Alemanha a ser uma País exclusivamente agrícola e pastoril, para que nunca mais tivesse os meios de travar outra guerra. Morgenthau era movido por um sentimento de justiça e vingança, era judeu e estava traumatizado pelo o que se sabia do holocausto.

Mas Truman representava a realpolitik dos interesses americanos no seu sentido mais lato de precisar no futuro da aliança da Alemanha para enfrentar o novo inimigo que despontava, a União Soviética. O Plano Morgentahu foi arquivado, a Alemanha foi reindustrializada com dinheiro americano, a despeito dos crimes de guerra, a recuperação alemã era mais importante para os EUA do que puni-la por seus pecados. Dez anos depois do fim da guerra, um general alemão que serviu a Hitler, Hans Spiedel, era o comandante das forças terrestres da OTAN com quartel general em Paris.

Nenhum Estado comete suícidio mas talvez estejamos inovando. Miriam Leitão está errada. A busca da Justiça não pode prevalecer sobre os interesses da economia que são os interesses do Estado, superiores ao da Justiça. Sua fala de hoje representa um erro imenso de avaliação da realidade objetiva, é melhor ter uma economia tendo nela alguns corruptos do que não ter economia nenhuma. O País melhor que ela vaticina pode ser um país sem corruptos e sem empresários.

O abalo sobre o BTG é uma consequência.  A queda de 40% das suas ações é uma prova cabal disso. A queda só foi amenizada porque o próprio banco entrou recomprando suas ações.Não vem ao caso se seu executivo chefe é um tipo execrável. O BTG tem como seu principal negócio administrar dinheiro de fundos estrangeiros, a prisão de seu emblemático CEO terá os desdobramentos esperados, não só sobre o próprio BTG, afetará outros bancos brasileiros por contaminação inevitável, nunca um banco vai à lona sozinho, ele sempre arrasta outros.

Nota zero para o jornalismo cego da Globo que, ao fim, vai atingir a própria organização Globo que vive da economia funcionando com todos os seus erros, pecados, maldades e desvios, no cemitério não há anunciantes.

Andre Motta Araujo

Advogado, foi dirigente do Sindicato Nacional da Indústria Elétrica, presidente da Emplasa-Empresa de Planejamento Urbano do Estado de S. Paulo

38 Comentários

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  1. Incrível!

    Nessa o André Araújo se superou.

    Disse exatamente tudo o que precisava ser dito a esse respeito, com uma dose cavalar de realidade, bom senso e pragmatismo.

    Já favoritei!

  2. Eu e minhas dúvidas.
    Que não se pare o país é obvio. Infelizmente há os que querem ver o povo comer merda, literalmente. Mas me permito questionar: não prender grandes executivos ou donos de empresas com o argumento que o país necessita deles? Punição apenas pecuniária? Desculpe a expressão, mas fuder o país e depois só pagar uma multa? Pensando bem são vidas que estão indo pro buraco – devido a bancarrota de empresas – e basta uma multa?

    1. Se a prisão deles traz danos

      Se a prisão deles traz danos ao Pais porque afeta a sobrevivencia de suas empresas não se deve prender, procure-se uma correção que não afete o ativo que representa a empresa para o Pais. Não se corta o pé por causa de uma unha encravada.

  3. CRIMES / EMPRESAS / INVESTIGAÇÃO

            O que deveria acontecer com as Organizações Globo e os crimes praticados por seus proprietários ou representantes legais. Há muitos anos li o Advogado Afanasio Jazadji, advogado de partes contra a Globo, informando que a aquisição da TV foi criminosa.

             É impressionante a capacidade de destruição das pessoas vingativas, ressentidas.

             O Senador Delcidio foi gerente de setores da Petrobrás no Governo FHC e seus subordinados Paulo Roberto Costa e Cerveró cometeram crimes.

             O pecuarista José Bumlai foi sócio de Galvão Bueno, do dono da BAnd Jhonny Saad e de um ex-prefeito de Santos, mas o péssimo Jornalismo da Globo só dá como amigo do Lula.

  4. Além do citado, os cemitérios podem trazer

    interessantes reflexões, não é? :

     

    Nenhum cliente volta para reclamar do serviço.

    Nenhuma doença se alastra entre os clientes – todos estão curados de todos os males que os afligiram, quando vivos.

    Praticamente ninguém reivindica as áreas, apenas se pede “carona” em algum túmulo. 

    A Receita Federal não incomoda ninguém por lá. O INSS fica feliz. 

    Praticamente não “rola dinheiro” na área; talvez uma das poucas excessões são os túmulos de Daniel Ludwig e do Trajano Antunes, pois, quando ambos estavam vivos e com mais de 80 anos de idade, o primeiro vendeu para o segundo o tal “Projeto Jari”.

    Nessa transação, o Trajano Antunes podia pagar o Ludwig em 30 anos. 

    Talvez seja a única movimentação financeira “inter-túmulos”. 

    Pena que a direção global não entenda isso. 

     

  5. André, o objetivo é tornar barato os ativos ainda nas mãos dos..

    André, o objetivo é tornar barato os ativos ainda nas mãos dos brasileiros. Se eu fosse um Setubal, ou qualquer outro grande capitalista brasileiro já ia procurando a rota de fuga, pois os ativos brasileiros ficarão muito convenientes para o capital internacional, que participa de todas estas negociatas mas fica totalmente imune a qualquer julgamento.

    Todos falam que o PSDB é imune a ações da Lava Jato e seus desdobramentos, mas é tudo uma questão de tempo, primeiro o PT, depois o PSDB, PP e outros, para no fim ficarmos com qualquer coisa na liderança do país.

    Parece simples, a desordem econômica no país, algo que venho falando há mais de um ano, é o objetivo de tudo, só vou achar graça quando a FOX ou o grupo Sony estiverem interessados no patrimônio da Globo.

    1. Se os bons ativos ficarem

      Se os bons ativos ficarem baratos é bom também para o Setubal e outros que estão com balha na agulha.

      O Capitalismo hoje é global e internacional.

  6. Sem surpresa
    Ouvia os comentarios da Mirian na hora do almoço e me aborrecia invariavelmente. Desisti.

    Não por serem conservadores – liberais – mas por serem negativistas, mesquinhos e mal formulados.

    Ela pode ganhar os premios que quiserem dar mas para mim é uma jornalista bem limitada, ruim mesmo. O mesmo para Sardenberg.

  7. vencedora

    Dona Miriam diariamente luta uma batalha. Não as da sua juventude esquerdista.

    E até agora ela tem se mostrado uma vencedora.

    A sua luta não é patriótica, nada tem a ver com o Brasil, nem ao menos é partidária.

    A batalha trata tão somente da manutenção do seu emprego, da posição social, e da satisfação ao seu ego “Bozó” (trabalha na grobo).  

    Enquanto ela continuar servindo aos propósitos do patrão, o seu “pirão” está garantido.

  8. A hipocrisia quer o prêmio do poder

    A questão é mais simples: eles não querem qualquer entrave à estratégia de retomada do poder. O Judiciário é uma ferramenta eficaz; a Economia sofre, mas toda essa beligerância, na verdade, possui escopo limitado e, proscrito o PT e seus integrantes, como o velho PCB, todos os estamentos voltam ao “lugar certo”, com as elites gozando de impunidade e privilégios e o povo quietinho em “se lugar”. Essa gente é de dar nojo e um primor de hipocrisia: não se importam com o rompimento de quaisquer ordens democráticas e constitucionais para chegar a seus objetivos, e pior: dizem que seus abusos estão firmemente respaldados em… democracia e normais legais! Nada disso se vê no Brasil de hoje. A ferocidade atinge níveis que estão no limite do fundamentalismo do tipo jihadista.

  9. Essa jornalista certa vez ao

    Essa jornalista certa vez ao anunciar a queda do desemprego preferiu dizer que este iria subir, só errou por uns de dez anos de diferença.

  10. Miriam Leitão e sua Analise simplistas

    Hoje pela manha no Bom Dia Brasil da Rede Globo, Miriam Leitão  se disse chocada com a prisão do André Esteves banqueiro preso pela PF, amigo do Aécio e Doador para o Cunha. Sempre pessimista em seus comentario, embora disse que o BC evitaria a contaminação economica.

  11. Boa!
    Afinal, que mal faz um

    Boa!

    Afinal, que mal faz um corrupção aqui, uma corrupçãozinha ali ou uma corrupçãozona acolá?

    Em primeiro lugar os interesses do Brasil, devemos preservar nossos valores….corruptos, mas valores.

  12. – Doutor, a febre do paciente

    – Doutor, a febre do paciente aumentou! – avisa, aflita, a enfermeira.

    – Aplique uma dose de estricnina – ordena o médico.

    – Mas doutor, isto vai matar o doente!

    – Mas assim a febre acaba.

    Ainda bem que determinadas pessoas não escolheram seguir a carreira médica.

  13. O trinômio: Risco versus Retorno versus Estado-Juiz

    Debatedores,

    confesso-lhes que fiquei bastante impressionado “negativamente” com este texto.

    Não por que pretendo defender essa ou aquela visão sobre o episódio. 

    Não por que quero discordar só causar um contraponto para comentar.

    Não por que sou anti-petista, fora Dilma! impitiman já ” Aliás, votei na Dilma e no PT.

    Mas, pela análise/opinião do autor à respeito  da restrição de liberdade das pessoas e os supostos  malefícios para a “economia” do país. Enfim, nessa linha, tenho muito que discordar.

    Segue então os motivos de  minha tormenta. Vejamos.

     

    Disse o autor:

    Combater a corrupção é uma batalha, mas é preciso medir as perdas, o custo não pode ser ilimitado, a ponto de destruir sistemas e estruturas fundamentais do País que são insubstituíveis para o desenvolvimento futuro.

     

    Meu comentário:

    Posso compreender o que o autor quis defender. Trata-se de uma análise custo/benfício. Nesse sentido, estou de acordo desde que o OBJETO de análise aceite  esse tipo de análise.

    Mas, cabe a pergunta: O objeto de análise “Corrupção”  admite uma análise de custo/benefício?

    Sim ou não? Por que? Como?

    Minha resposta: admite desde que  de acordo com A LEI. 

    E a lei aqui não é a lei de oferta e procura. ( que alguns ainda pelejam para nos fazer crer que ela é “natural”)

    Voltando ao objeto corrupção, vale lembrar:

    A corrupção foi previamente definida pelo nosso  Estado democrático de direito. Ou não?

    Ou será que a corrupção pode ser questionada ex post?

    Será que podemos ex ante definir o que “é” corrupção, abstratamente, pedagogicamente, pacificamente, e depois do FATO, mudar de ideia na hora “H” , com base em outros elementos, por exemplo, “econômicos”? Será?

    Não debatedores, não devemos seguir nessa linha.

    Mas, forçando um pouco, digo também o seguinte:

    Se o objeto for econômico, então cabe um RISCO diante do uso de recursos escassos.  E risco é probabilidade. É desvio padrão maior ou menor em relação ao afastamento o distanciamento da  “média” aritmética. 

    Deixando as baboseiras “econômicas oportunas de lado, convenhamos que não se trata de um objeto essencialmente econômico.

    É no CÓDIGO PENAL( legislação afim)  que se encontra  a definição do objeto em análise. E a definção  não é econômica mas sim jurídica.  Ao contrário, não combatê-la é que causa risco SOCIAL para o país. Risco de “regras do jogo”. Risco de estabilidade democrática, política, institucional.

    Portanto, e em suma, se a conduta se enquadrar no  FATO TÍPICO pronto, terá realizado a CORRUPÇÃO ATIVA e/ou PASSIVA, dependendo do lado que se olha.  Nesse sentido, não se fala em RISCO. Ou se insistir nisso, digamos que o RISCO SE REALIZOU.

    E se o risco realizou-se fim de papo! sob pena de abrir um precedente absurdo.

    Admitir que um viés econômico supera uma regra democrática, prévia, abstratamente definida e aprovada seja mudada na hora “H”, é “chutar o balde”.

    E se um SER HUMANO complexo , organizado em sociedade, pode “chutar o balde” outros poderão fazê-lo.  E se outros podem, outros poderão. E se outros poderão, eu, tú, ele, nós, vós, eles, também, e por ai vai. Até destruir o atual ESTADO e criar OUTRO ESTADO, no qual a CORRUPÇÃO não será mais um TIPO PENAL.

    _______________________

    Noutro ponto do texto, reparem bem o que o autor disse:

    A busca da Justiça não pode prevalecer sobre os interesses da economia que são os interesses do Estado, superiores ao da Justiça. 

    Meu comentário:

    Confesso-lhes estou assustado com essa proposição.

    Dizer que os interesses da economia são os interesses do Estado e que estes são superiores ao da justiça é algo que realmente causou-me perplexidade.

    Compreendo que o vocábulo “justiça” não é algo tão simples assim. Não é para amadores.

    Para resumir bastante e sem querer tentar defini-lo , segue apenas uma premissa para destruir essa argumentação flagrantemente rasa do autor. Vejamos.

    Constituem objetivos FUNDAMENTAIS da República Federativa do Brasil:

    Construir uma sociedade livre, JUSTA, e solidária(…)  ( eu destaquei)

    Ora, ora, ora,  de onde o autor foi tirar essa proposição absurda acima? 

    Gostaria que me explicasse com os DEVIDOS FUNDAMENTOS.

    Por outro lado, não estou aqui para defender Mirian Leitao tampouco a  globo, a  grande mídia. Mas ouvi o comentário da Mirian e não consegui discordar. Achei bem razoável e não vou discordar da opinião da jornalista  só por que não gosto dos dirigentes da Globo.

    ————————————-

     

    Por outro lado, lamento que mais um integrante do PT esteja  aparentemente envolvido em  mais um “rolo” nesse país.

    Compreendo que ele ainda não foi condenado e a presunçao é de inocência.

    Todavia,  o momento político não tem presunção de inocência”. Não é para “inocentes.  E se não é para inocente não seja um inocente, sob pena de pagar o preço da “realização do risco”.

    Afinal, quanto maior o RISCO maior deve ser o RETORNO, para os “homens racionais”.

    Só que o risco se realiza de quando em vez.

     

    Saudações 

    1. O problema são os meios e os modos de se combater a corrupção

      Deve-se combater a corrupção SEMPRE, isso é ponto pacífico. O problema da consequência disso às instituições e à economia/estabilidade/governabilidade/(etc.) é o modo pelo qual o judiciário atua:

      – Juízes, delegados e promotores contam com uma TEORIA que depende do efeito punitivo da exposição das malfeitorias pela MÍDIA, segundo tese do juiz Moro à respeito da efetividade dos procedimentos da operação Mãos Limpas;

      – Advogados, funcionários, participantes da “força tarefa” das operações da PF/MPF, VENDEM vazamentos de detalhes sob SIGILOSO DE JUSTIÇA à MÍDIA;

      – A MÍDIA utiliza os VAZAMENTOS OBTIDOS ILICITAMENTE de forma SELETIVA, de acordo com seus interesses não declarados.

       

      O que destrói as Instituições e a estabilidade econômica não é o combate à corrupção. A corrupção pode e deve ser combatida sempre, mas é preciso que o Judiciário execute sua função, sem cometer novos crimes (!). Parece paradoxal, mas existem conteúdos sigilosos EXATAMENTE POR QUE A SUA DIVULGAÇÃO COMPROMETERIA O ANDAMENTO DAS INVESTIGAÇÕES. Mas sempre aparece alguém pensando fora da caixinha…

       

      Existem setores que deveriam tomar muito cuidado com excesso de criatividade e mania de se reinventar. Os dois setores que mais perdem com isso são exatamente o JUDICIÁRIO e a ECONOMIA (é só lembrar que criatividade em contabilidade já deu muita cadeia).

      1. Caro debatedor

        Caro debatedor PauloSilva,

        Vou repetir o que você disse para lhe apontar, maxima venia,  sério  equívocos de sua parte. Vejamos

         

        “Deve-se combater a corrupção SEMPRE, isso é ponto pacífico. O problema da consequência disso às instituições e à economia/estabilidade/governabilidade/(etc.) é o modo pelo qual o judiciário atua:

        – Juízes, delegados e promotores contam com uma TEORIA que depende do efeito punitivo da exposição das malfeitorias pela MÍDIA, segundo tese do juiz Moro à respeito da efetividade dos procedimentos da operação Mãos Limpas;”

        (eu destaquei)

        Meu comentário:

        Antes de lhe apontar o equívoco reconheço que sua argumentação inicial foi precisa. De fato, DEVE-SE e não “pode-se” combater a corrupção sempre.

        Exatamente por aí. Deve-se combater a corrupção.  Mas, notemos bem, este “deve-se” é no sentido de “obrigação”, digamos assim para “simplificar” a compreensão fora do juridiquês.

        Portanto, não é que a mídia, o juiz, o delegado, o promotor, o advogado, enfim, qualquer um cidadão/entidade, tenha a FACULDADE de combater ou não a corrupção. Trata-se de uma OBRIGAÇÃO de combatê-la. 

        Evidentemente, não vou usar a expresão ” a qualquer custo” por que não se justifica combater a corrupção MATANDO, tirando a vida, das pessoas, isto é, ao “custo” da própria vida. Isso não quer dizer que a pena de morte não possa vir a ser um dia adotada como pena máxima do crime de corrupção. Dependerá do ordenamento jurídico.

        Fui claro?

        Vale lembrar que para o direito penal é FATO TÍPICO, isto é, CONDUTA HUMANA que se  realizada DEVE SER punida de acordo com a LEI. 

        Ponto final. 

        Descabe a minha, a sua ou a de quem quer que seja avaliar se se deve ou não combater a corrupção.

        Por isso, estou concordando com o com o seu “deve-se”.

        Complementando, vale lembrar ainda que o direito penal é  o último caminho de combate. É a “ultima racio”. Só devemos usá-lo após a ineficácia de outros recursos não penais. Ex.: educação, sensibilização para não se corromper as estruturas sociais, bom convívio, bom relacionamento social, respeito normal às regras etc.

        No Brasil, parece que no “DNA” de muitas pessoas, ainda está presente aquele desejo caudilhista, autoritário, que procura se apoiar no direito penal para resolver todo e qualquer problema SOCIAL. Este sim é um problema sério para todos nós.

        Mas isso é outra história. Voltemos ao seu equívoco.

        O seu equívoco foi colocar delegados, promotores no PODER JUDICIÁRIO.

        Ledo engano. Não fazem parte do poder judiciário. 

        Delegado, polícia “judiciária” esta atrelado ao poder EXECUTIVO.

        Promotores a nenhum deles. Seria um espécie de 4º poder. ( função essencial à justiça)

        Além disso, o poder judiciário só atua quando PROVOCADO e de acordo com o ordenamento jurídico( os outros quase também, mas o judiciário precipuamente).

        Dizer que o judiciário atua deste ou daquele jeito em prol desse ou daquele viés político, econômico que não seja as próprias leis,   é ferir de morte o próprio poder judiciário. 

        E tem gente que adora fazer isso, exatamente, para causar problema para o país.( mas isso é outra história)

        Note bem, NÃO estou dizendo que no poder judiciário só existem “santos” puro de origem. Evidente que não. 

        Estou dizendo que o judiciário atua e só pode atuar de acordo com as regras do seu(dele) jogo. E as regras do seu jogo estão no ordenamento jurídico. E no ordentamento jurídico o judiciário SÓ AGE, efetivamente, na sua função primária, quano PROVOCADO. 

        Nesse sentido, a decisão de um juiz é CONSEQUÊNCIA de algum PEDIDO que veio das PARTES. E as partes estão lá para provarem as suas “verdades” que, resumidamente, são duas.

        Duas “verdades”. 

        A “verdade” começa a ser construída FORA DO JUDICIÁRIO, com o FATO PROPRIAMENTE DITO. Em seguida, a política judiciário vai agir para “apurar” o que aconteceu, buscará provas, enfim, fará o seu INQUÉRITO POLICIAL ( que não é judiciário ainda!)

        Em seguida, o ministério publico, de posse deste material- podendo acompanhá-lo também na sua confecção( inquérito) vai apresentar ou não a “denúncia” ao JUDICIÁRIO.

        E o judiciário, de posse de todo este material que já passou pelas mãos do delegado e do promotor, vai ACEITAR OU NÃO a denúncia do suposto crime. 

        Só então o JUDICIÁRIO VAI AGIR. E vai agir de acordo com a lei. E vai oferecer AMPLA OPORTUNIDADE DE DEFESA E DE CONTRADITÓRIO para o acusado, cuja presunção é de inocência. ( mais ou menos por ai)

        E se a presunção é de inocência é por que a busca é para provar a inocência e não a culpabilidade.

        Em suma:

        Fato acontece.

        Um diz que fulano  praticou  a corrupção e busca prova.

        Outro analisa incialmente se está de acordo com a lei e se há realmente provas.

        Se sim, apresenta ao judiciário. Este vai aceitar ou não a “denúncia”. Aceitando-a, chama o “acusado” para se defender.

        Fulano, o acusado,  diz que não a praticou e apresenta provas.

        Ao final, após longo debate de ideias devidamente PROVADAS o judiciário vai agir. E vai agir seguindo a LEI, condenando ou não o cidadão. Só então, se condenado, PODERÁ SER TRATADO vulgarmente com “corrupto”, isto é, condenado que cumprirá  pena do crime de corrupção ativa ou passiva etc.

        Enfim, este  tema da corrupção é deveras complexo. Quando analisado superficialmente só gera mais complicações e equívocos para o cidadão comum que não conhece o ESTADO, sobretudo, o Estado-juiz.

        Não estou dizendo que é o seu caso e que você não sabe do que fala. Nada disso.

        Estou dizendo que você comete sérios equívocos na sua análise. E os equívocos precisam ser eliminados sob pena de obtermos uma conclusão FALSA. Só isso.

        Aliás, não raro, vejo que várias pessoas que atuam na “mídia” brincam com certos silogismos visando construir uma certa imagem na cabeça das pessoas. Ora, não passam de sofistas baratos.

         

        Saudações  

         

    2. Ótima argumentação.

      Caro autor, fiquei realmente agradecido pela sua argumentação. Além de me identificar com eles tb me identifico com sua situação. Acabo por ouvir a Miriam Leitão para me atualizar da linha editorial da grande imprensa e hoje foi um dos dias que me surpreendi concordando com a posição da jornalista.

      Entre todos seus questionamentos acredito que a crítica à frase “interesses do Estado, superiores ao da Justiça”  precisa  ser realmente destacada pelo perigo que a mesma tenta esconder. De que o fim justifica os meios. Com esta base podemos defender grandes desastres políticos tanto recentes como mais antigos. Mas mesmo que fosse verdadeira essa lógica, como confiar no FIM (como objetivo) pelo qual lutam estes que temem o combate à corrupção custe o que custar. É incrível ver um autor usar um argumento que seja tão parecido com os que usaram os militares para perverter de vez a democracia e o funcionamento do judiciário. Parabéns!

       

  14. Se amanhã a oposição chegasse

    Se amanhã a oposição chegasse ao poder, certamente Miriam Leitão iria dizer o oposto – pois do que adiantaria a oposição chegar ao poder num país que estaria a beira do colapso. O discurso é conforme a cara do freguês. Aliás, no Brasil, se aplica à lei conforme a cara do freguê$

  15. Concordo plenamente, a

    Concordo plenamente, a comentarista econômica Miriam Leitão nunca ouviu falar em custo-benefício. Mas, considerando sua ideologia, a política de “expurgo” é corolário do liberalismo laissez-faire defendido por Leitão, segundo a qual, tempos de crise servem para “expurgar” os setores menos produtivos da economia, o que, supostamente, garantirá efeitos positivos no “longo prazo”. Não há exemplo na história que confirme esse dogma liberal, muito pelo contrário, a implementação desse tipo de política pelo secretário do tesouro americana, o sr. Lemon, é visto como uma das causas do aprofundamento da recessão econômica que levaria à Grande Depressão.

    Só faço uma ressalva, o plano para a reconstrução da Europa não partiu do presidente Truman, um político provinciano e extremamente limitado, mas do gal. Marshal, um dos maiores estadistas da história dos EUA. 

    1. Meu caro, eu fiz aqui no blog

      Meu caro, eu fiz aqui no blog uns dez posts sobre o Plano Marshall, falei em Truman porque ele era o Presidente sob cujo governo o plano foi implementado.

  16. É que Miriam Leitão está

    É que Miriam Leitão está preocupada em encontrar argumentos tanto para “provar que estava certa” quanto para denegrir a imagem do governo Dilma Rousseff. A derrocada da Economia seria forte argumento. Pena que os fregueses da empresa Globo a tenham como se fosse economista, as questões de Miriam Leitão são puramente politico-partidárias. Pode ser que Leitão seja economista por formação, mas é como jornalista – e de péssimo viés marrom – que se expõe na mídia. Como produto de consumo Leitão pode ser encontrada na mesma prateleira em que está a Shererazade, por exemplo.

    Se Míriam Leitão não é, na prática, nem economista nem jornalista, quanto à ideologia também não pode ser vista como “esquerda” – já que não apoia a ideia de um estado promotor de socialização e democratização igualitárias – nem como de “direita”, como você diz, André, que coloca os ganhos econômicos, o mercado acima de qulquer coisa.

    Enfim, talvez Leitão seja mesmo é um grande nada. No máximo apenas mais um dos “quanto pior, melhor”.

  17. SEM NOÇAO

    Figura hipocrita, revelou sua medicridade ao emparedar publicamente um ministro do governo do PT  convidando o ao seu programa de entrevistas e cobrando publicamente reparaçoes do estado à sua pesoa, devido a  prisao e tortura sofridas  na juventude ,por culpa da sua militancia esquerdista, depois de jornalista poderosa houve um Sarney , um Collor, 2 FHC para ela escrever suas memorias e cobrar ministros , resolveu fazer isso justo em um governo de centro esquerda que nem existia na epoca da luta armada, poderia ter mostrado suas cicatrizes ao ´´jornalista´´dr Roberto Marinho como ela gosta de chama lo, preferiu emparedar um ministro com formaçao de diplomata pois mereceria alguem que levantasse da cadeira de entrevistado e a deixasse falando sozinha .

  18. Excelente!!

    Muito bom o texto do André. “O cemitério não tem anunciantes”. Seria fenomenal alguém dizer isso em alguma entrevista na velha mídia, ao comentar sobre a Lava Jato.

    Só assim, talvez, numa hipótese remota de clarividência, algum barão da mídia desperte para o sucídio econômico-financeiro que estão perpetrando com esse mantra sobre corrupção e combater o governo (que os financia com verbas inesgotáveis) a todo custo. 

  19. Nada me atinge!!

    Estou fazendo um estudo sobre a transição da monarquia para a república no Brasil, nesse estudo aparece um senador e conselheiro do império Paulino de Souza. Esse é filho do Visconde de Uruguai que fora conhecido como membro da trindade Saquarema. Paulino tomou uma posição intransigente  em relação a indenização dos escravos, ao longo de 1889 fora alertado que sua posição derrubaria a monarquia e parte da elite politica seria afetada. Paulino continuou em seu projeto, que permitiu a subida do liberais ao governo e posteriormente a queda da monarquia. Por que digo isso, havia um sentimento no Paulino que nada o atingiria, seja os liberais no poder seja a república.

    Parece que no Brasil a elite e os pseudo intelectuais têm esse sentimento, nada os atinge, nada os afeta. A organizações Globo caminha para um fim, mas Leitão não se importa com isso. Aumenta o desemprego, os consumidores da sua empresa, mas ela não se importa com isso. O país estaciona, com um futuro incerto, mas ela não se importa com isso. Porque talvez não o atinja, seus ganhos permanecerão os mesmos. Talvez ela esteja certo!!

    Quanto a Paulino de Souza com a república entrou em decadência!!

  20. Prezado senhor, a ler o seu

    Prezado senhor, a ler o seu artigo ocorreu-me uma idéia. É quando o senhor cita o secretário americano do tesouro, Henry Morgenthau, que propunha que a Alemanha deveria ser eternamente um país agrícola, afim de desprovê-la de meios de fazer outras guerras. Pois é. Baseado nisto  é que proponho que o PT seja desprovido de meios para fazer um novo presidente. As empresas, ou a economia agradeceriam. Principalmente as estatais. 

  21. Estaria AA flertando com o totalitarismo?

    André Araújo vem radicalizando gradualmente seu velho discurso de que ao se combater a corrupão das empresas que se organizaram para assaltar as nossas estatais e superfaturar contratos de obras de infraestrutura é necessário evitar danos materiais a essas empresas. No momento, ele parece crer que a impunidade é o melhor remédio, sem deixar claro sequer de que maneira a sociedade irá se proteger contra a continuidade do assalto ao Tesouro.  Seu conceito de Justiça foi sendo aos poucos relativizado e hoje ele formulou seu grau máximo de relativização: O Estado é mais importante que a Justiça. Ao longo da História este princípio tem sido o principal suporte para as tiranias. O tirano é o detentor do poder de formatar o Estado, e esse poder sempre foi usado pelos ditadores para cometer os mais terríveis tipos de injustiça. Os gulags de Stalin serviam ao propósito de defender o Estado de seus inimigos, a Revolução Cultural de Mao Tsé-Tung servia ao propósito de se criar uma sociedade livre dos vícios burgueses e no final um Estado próspero. Para isso valia tudo, até mesmo destruir a organização da sociedade em famílias. Para Hitler, o importante era a glória do Terceiro Reich. Para isso era indispensável fazer uma limpeza étnica e também conquistar territórios onde a glória da raça germânica pudesse florescer. Os povos inferiores dominados deveriam se rornar escravos dos germânicos. No Japão, o Estado era a figura divina do Imperador,e a vida do cidadão não tinha qualquer valor. Era justo cobrar as ações suicidas dos súditos.

    1. Meu caro, empresas não se

      Meu caro, empresas não se organizam para assaltar os cofres publicos. Elas foram organizadas como empresas produtivas,

      a necessidade de dar propina é imposto a elas sem o que não obtem contratos.

      Quanto ao Estado,  ao por em risco a existencia do proprio Estado não haverá recursos para pagar o Judiciario, este não gera recursos, depende do Estado para existir, portanto o Estado precede a propria existencia da Justiça;

      1. Necessário desdobramento

         

        Caro André, não caberia revisar os pressupostos dessa discussão? Não se trata do Estado preceder ou prevalecer sobre a Justiça – isso pode nos levar a um falso dilema. Tanto o seu oportuno artigo como essa resposta me parecem conter um equívoco intrínseco, e tão somente na medida em que você não levou às últimas consequências o seu próprio raciocínio. Eis o necessário desdobramento de sua argumentação: punir a injustiça de alguns, ao ponto de colocar em risco a existência do próprio Estado, não implica apenas na possibilidade de falta de recursos para pagar o Judiciário mas também para pagar todos os serviços sociais fundamentais que dependem de recursos geridos pelo Estado: saúde, educação e habitação, por exemplo. Está em causa, então, não apenas a sobrevivência do Estado, uma entidade abstrata, mas a sobrevivência da grande massa de pessoas que dá substância ao próprio Estado e depende dos serviços públicos para sobreviver dignamente. Cabe, em nome da Justiça, punir a injustiça de alguns, ao ponto de levar um Estado à falência e, assim, pôr em risco ou, no mínimo, degradar as condições de vida de tantos? Pensemos na elevação do índice de desemprego que a Lava Jato já acarretou. Punir a injustiça, sim, mas a praticada por alguns ao ponto de relegar os direitos sociais de muitos, não seria o Estado se tornar, por omissão, agente de Injustiça em mais larga escala? Em suma: deixar faltar ao Estado recursos para manter e ampliar todos os necessários programas sociais, hoje, no Brasil, não seria mesmo uma injustiça muito maior do que aquela que a Lava Jato visa combater? Posso estar equivocada, mas me parece que seu artigo requer considerar essas implicações. Nos quesitos abordados, Estado e Justiça não deveriam ser dissociados pois o que está em jogo é, não apenas o Estado, porém o Estado-Nação, a nação brasileira, com todos os vínculos sociais, econômicos, políticos e culturais sedimentados em sua história e que constituíram o que denominamos povo, nosso povo, no qual, bem ou mal, nos integramos.

        1. O Estado sou eu

          Caros EmiliaMMM e André,

          Estado acima da Justiça, claramente, é a afirmação das tiranias. Até porque, como declarou Luis XIV, O ESTADO SOU EU.  Quanto a atribuir o atual desemprego à Lava Jato, isso é retórica de um governo incompetente. A atual recessão e o cnsequente desemprego já estava anunciada em 2014. Não huve Lava Jato na Argentina nem na Venezuela.

          1. Meu caro, a dimensão,

            Meu caro, a dimensão, estrutura e sofisticação da economia brasileira é incomparavelmente maior e mais densa do que as da Argentina e Venezuela. Qual grande empreiteira de atuação internacional existe na Argentina e Venezuela? Nós TINHAMOS várias no ranking das 500 maiores da revista Engineering News Record, todos foram atingidas na Lava Jato.

          2. Caro Daniel, você foi um

            Caro Daniel, você foi um leitor desatento ao incluir meu nome no pressuposto de que o Estado está acima da Justiça. Iniciei meu comentário quetionando isso; por outro lado, afirmar que a Lava Jato acarretou elevação do índice de desemprego, não implica, logicamente, considerá-la um fator exclusivo para esse índice atual. 

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