Política

Moro esperneia após decisão de Toffoli e insiste que Lava Jato revelou corrupção real

O senador Sergio Moro (União Brasil) usou as redes sociais para criticar a decisão do ministro Dias Toffoli, do Supremo Tribunal Federal, que declarou as provas apresentadas pela Odebrecht como “imprestáveis” em todas as ações da Lava Jato.

Na mesma decisão, Toffoli reconheceu que Lula foi vítima de armação e que sua prisão foi um dos “maiores erros judiciários da história”. Além disso, Toffoli criticou os métodos heterodoxos da Lava Jato, como conluio entre juiz e procuradores, cooperação internacional irregular, provas forjadas por acordos de leniência ou delação premiada frutos de prisões preventivas, entre outros.

Na mira das autoridades – porque Toffoli mandou investigar os agentes da Lava Jato – Moro saiu em defesa da operação e afirmou “a corrupção nos governos do PT foi real, criminosos confessaram e mais de seis bilhões de reais foram recuperados para a Petrobras”.

“Esse foi o trabalho da Lava Jato, dentro da lei, com as decisões confirmadas durante anos pelos Tribunais Superiores. Os brasileiros viram, apoiaram e conhecem a verdade. Respeitamos as instituições e toda a nossa ação foi legal. Lutaremos, no Senado, pelo direito à verdade, pela integridade e pela democracia. Sempre!”, ressaltou.

Contudo, os internautas não acreditaram em tal discurso. Em resposta ao post, uma internauta lembra que Moro e o ex-deputado Deltan Dallagnol “decidiram por convicção que Lula era culpado por toda a corrupção do país e fizeram todo tipo de trama, armação e achaque para provar o que queriam”.

Outro perfil lembra que Moro saiu pela tangente ao se referir a corrupção em “governos do PT”, ao invés de comentar os supostos casos de corrupção envolvendo o presidente Luiz Inácio Lula da Silva – casos esses usados por Moro e a Lava-Jato para afastar o político da eleição presidencial de 2018, abrindo caminho para a vitória de Jair Bolsonaro.

GRAVIDADE

Nesta quarta-feira, o ministro Dias Toffoli declarou imprestáveis todas as provas produzidas no acordo de leniência da Odebrecht, anulando seu uso em todos os processos decorrentes da Operação Lava Jato, em todas as esferas e graus de jurisdição. A decisão ocorreu no âmbito do julgamento da Reclamação 43.007, apresentada pela defesa de Lula.

“Pela gravidade das situações estarrecedoras postas nestes autos, somadas a outras tantas decisões exaradas pelo STF e também tornadas públicas e notórias, já seria possível, simplesmente, concluir que a prisão do reclamante, Luiz Inácio Lula da Silva, até poder-se-ia chamar de um dos maiores erros judiciários da história do país”, reconheceu Toffoli.

“Mas, na verdade, foi muito pior”, continuou o ministro. “Tratou-se de uma armação fruto de um projeto de poder de determinados agentes públicos em seu objetivo de conquista do Estado por meios aparentemente legais, mas com métodos e ações contra legem, acrescentou.

Além disso, o ministro determinou que seja investigada, nas esferas administrativa, cível e criminal, as responsabilidades de agentes da extinta Operação Lava Jato envolvidos no acordo de leniência da Odebrecht, que gerou “gravíssimas consequências” para o Estado brasileiro e centenas de investigados.

Tatiane Correia

Repórter do GGN desde 2019. Graduada em Comunicação Social - Habilitação em Jornalismo pela Universidade Municipal de São Caetano do Sul (USCS), MBA em Derivativos e Informações Econômico-Financeiras pela Fundação Instituto de Administração (FIA). Com passagens pela revista Executivos Financeiros e Agência Dinheiro Vivo.

Tatiane Correia

Repórter do GGN desde 2019. Graduada em Comunicação Social - Habilitação em Jornalismo pela Universidade Municipal de São Caetano do Sul (USCS), MBA em Derivativos e Informações Econômico-Financeiras pela Fundação Instituto de Administração (FIA). Com passagens pela revista Executivos Financeiros e Agência Dinheiro Vivo.

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