Por Francisco Celso Calmon
Todos nós já vivemos a fase infantil/juvenil da molecagem, não no sentido da cafajestice e sim no sentido da peraltice. Mesmo nessa fase tinham algumas regras para não extrapolar nos xingamentos, senão poderia haver consequências das vias de fato.
“Xingar a mãe não vale”, “não vale colocar a mãe no meio, senão…”, essas regrinhas eram obedecidas, e se extrapolasse era certo o desenrolar da briga e, sobretudo, a condenação de todos da turma àquele que havia rompido com a ética da molecada.
O presidente da República extrapola com o decoro e xinga a mãe do ministro da Corte Suprema do país, cometendo os crimes de injúria e difamação.
No parlamento se houver xingamento dessa natureza é certo responder na comissão de ética por quebra de decoro e sujeito à suspensão, e se for repetente pode até perder o mandato.
Mãe é considerado nome sagrado por representar àquela que gera a vida, por isso honrado, respeitado, e não deve ser usado em vão. Quem já não fez um verso, uma poesia ou poema de louvor à mãe, as vezes não a própria, mas no genérico, como enaltecimento à procriação, ao acalento, à amamentação, à proteção? Mãe é sinônimo de amor, de amor fecundado, de amor incondicional, de acolhimento e nutrição como a mãe terra.
Sendo o brasileiro um povo religioso, associa o nome mãe à mãe de Jesus, chamada de Nossa Senhora. Xingar a mãe é para muitos como ofender a imaculada virgem Maria, aquela que por seu bendito ventre gerou o filho de Deus.
A falta de decência do presidente Bolsonaro não pode ficar sem repúdio e punição, sob pena de ser exemplo a ser seguido.
Ele já ofendeu a deputada, já ofendeu a jornalista, já ofendeu a todas as mulheres quando disse ter fraquejado ao ter uma filha, agrediu, pois, a maioria da população brasileira que é feminina.
O nome bolsonaro não pode entrar para o dicionário como sinônimo daquele que ofende, delinque e não é punido.
Ainda falta mais de um ano para as eleições, imaginem à medida que ficar mais próximo aonde esse tresloucado aficionado pelo totalitarismo pode chegar.
O poder Judiciário tem reagido, depois de longa inercia, mas não basta. As ruas têm dado o recado pelo Fora Bolsonaro, mas ainda não basta. É preciso que o Congresso ouça e sinta, é preciso que cada deputado(a) pense que poderia ser a sua mãe a ofendida.
É a mãe gentil, Brasil, que clama pelo impeachment já, que o presidente da Câmara reluta, por mais pedidos portentosos que haja, a aceitar um deles.
Arthur Lira, amanhã pode ser a sua mãe!
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