O documentário “Portugal 74-75 – O retrato do 25 de Abril”

Por Jota A. Botelho, no Portal LN

Documentário de Joaquim Furtado, José Solano de Almeida, Cesário Borga, Isabel Silva Costa.

Um documentário que tão bem relata a Revolução de Abril e os acontecimentos posteriores, onde se discutiam de forma tão pura as ideologias que melhor defenderiam os interesses dos portugueses. Um momento de discussão ideológica que acabou por entregar nas “mãos” do socialismo de Mário Soares os valores da liberdade e da democracia. Às 18h40 do dia 25 de Abril de 1974, as primeiras imagens televisivas dão conta de uma mudança política que trouxe profundas consequências para Portugal e para o estrangeiro. O filme mostra a queda do regime nas ruas e o movimento vitorioso dos capitães, recuando aos seus antecedentes imediatos: a morte de Salazar, a ascensão de Marcello Caetano, os mortos na guerra da África, o livro “Portugal e o Futuro” de António de Spínola, o levantamento militar de 16 de Março nas Caldas da Rainha. Do 25 de Abril, registram-se todos os passos relevantes: a rendição de Caetano no Largo do Carmo, a proclamação da Junta de Salvação Nacional, as últimas vítimas da PIDE, a libertação dos presos políticos, o regresso dos exilados a Portugal, com destaque para Mário Soares e Álvaro Cunhal, o 1º. de Maio em liberdade. Depois, novos rumos e os primeiros sinais de crise política: os governos provisórios, o fim da censura, as greves e os saneamentos, a demissão de Palma Carlos e a tomada de posse de Vasco Gonçalves. Com o 28 de Setembro, Spínola é substituído por Costa Gomes. Veem-se os congressos partidários (PCP, PS, PPD, CDS) e as primeiras eleições livres, com o célebre debate frente a frente de Soares e Cunhal, enquanto nas ruas se instala o PREC (Processo Revolucionário Em Curso). O 11 de Março e as nacionalizações, ocupações de casas, terras e fábricas, o julgamento de Zé Diogo, as campanhas de dinamização do MFA, o juramento militar revolucionário, a visita de Jean-Paul Sartre, os casos República e Renascença, a “batalha da produção” de Vasco Gonçalves e a 5ª. Divisão de Ramiro Correia. Assaltos a sedes do PCP e do MDP/CDE, o comício do PS na Fonte Luminosa e o Documento dos Nove, onde pontifica Melo Antunes. Acompanham o declínio de Vasco Gonçalves, cujo 5º. Governo é substituído pelo 6º., de Pinheiro de Azevedo. O cerco à Constituinte e um largo “flashback” sobre o processo de descolonização, com a consequente agitação nas ex-colonias, que antecedem no filme o 25 de Novembro, com a vitória militar das tropas de Ramalho Eanes e o discurso pacificador de Melo Antunes.

 

Portugal 74-75 – O retrato do 25 de Abril

Luis Nassif

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