‘O grande problema do Brasil é a classe política’, diz Bolsonaro em evento da Firjan

Presidente volta a atacar grupo que compõe Legislativo em momento delicado onde precisa articular com senadores e deputados projetos prioritários da sua gestão

Jornal GGN – Depois de errar seu bordão durante um evento no Texas finalizando o discurso com “Brasil e Estados Unidos acima de tudo, e Brasil acima de todos”, o presidente Jair Bolsonaro, já de volta ao país, em outro discurso criou uma nova situação embaraçosa para si mesmo.

Ele disse nesta segunda-feira (20), durante evento na Firjan (Federação das Indústrias do Rio de Janeiro) que “o grande problema do Brasil é a classe política”. Não tinha pior hora para dizer a frase. Até o início do próximo mês, o governo precisará mais do que nunca organizar sua articulação com o Legislativo para aprovar projetos prioritários da gestão, entre eles a Medida Provisória que mudou a estrutura da Esplanada.

Se o governo não conseguir apoio suficiente no Congresso a MP perderá seu feito e Bolsonaro será obrigado a retomar a estrutura anterior, com 29 ministérios alterando toda a lógica que montou para seu governo.

Segundo informações da Folha de S.Paulo, durante o discurso na Firjan – onde recebeu a Medalha do Mérito Industrial -, o presidente disse que o Brasil “é um país maravilhoso, que tem tudo para dar certo”.

“Mas o grande problema é a nossa classe política”, completou, repetindo os conceitos da mensagem que compartilhou em uma rede social na sexta (16) dizendo que o país é “ingovernável fora dos conchavos”.

A mensagem enfureceu deputados e senadores que associaram o texto a uma outra declaração de Bolsonaro, feita na quinta-feira passada, de que não abrirá mão dos “princípios fundamentais” que, segundo ele, sempre defendeu.

No discurso para empresários no Rio, Bolsonaro disse ainda: “É nós [sic] Witzel, é nós [sic] Crivella, sou eu, Bolsonaro, é o Parlamento, em grande parte, é a Câmara Municipal, é a Assembleia Legislativa. Nós temos que mudar isso.”

O presidente afirmou ainda que não existe crise entre os poderes, criticando a imprensa por incentivar esse tema. “O que há é uma grande fofoca. E parece que, lamentavelmente, grande parte da nossa mídia se preocupa mais com isso do que com a realidade e o futuro do Brasil”.

Bolsonaro também disse que ao botar o “dedo numa ferida, um exército de pessoas influentes se viram” contra ele, conclamando os presentes a pressionarem seus parlamentares a votar em favor de propostas do seu governo.

Além disso, e apesar de negar que o Planalto esteja em crise com o Legislativo, reclamou da morosidade das votações no Congresso. “O que mais quero é conversar [com o Congresso]. Mas eu sei que tem gente que não quer apenas conversar”, continuou.

No evento, Bolsonaro tocou no assunto das manifestações organizadas por apoiadores seus para o próximo domingo (26) como um fator que deve ajudar na pressão ao Congresso para passar as reformas.

Redação

9 Comentários

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  1. Assim disse o homem que está há 30 anos vivendo na classe política. Parece o moralista do Tiririca que no último de seu período de 8 anos de vida política se diz decepcionado com a carreira política e resolve se candidatar e ficar mais 4 anos. A sim, já vai poder se aposentar. Envergonhado, mas com boa renda.

  2. Como alguém almeja presidir uma nação de regime presidencialista, que constitucionalmente tem que dividir a governança com os outros dois Poderes da República, e abre a boca, para falar uma bobagem desta ?
    Será que ele está dando o “recado” dos militares, que estão lhe dando suporte, e que não toleram democracia, ou pior ainda, está querendo colocar “os políticos” em especial os congressistas, contra a sociedade civil, para assim, ter uma desculpa, para fechar o Congresso, e governar autoritariamente, sem sequer consultar o Poder Judiciário, como disse o seu filho, numa demonstração de desapreço, ao Estado de Direito, que teoricamente temos ?
    Claro que o Presidente não pode determinar o que acha(ou seus ministros acham) como o ideal, para administrar o país, simplesmente “mandando e desmandando” sem ser fiscalizado por qualquer instituição, porém numa democracia representativa, o Executivo, é tão somente o gerente do orçamento aprovado pelo Legislativo, e o condutor da política administrativa-financeira da União, não podendo nem devendo extrapolar destas prerrogativas constitucionais, e qualquer desvío desta linha, é improbidade punível com o impedimento do exercício de sua função.
    Nas atuais circunstâncias, em que sua equipe econômica precisa fazer as reformas Previdenciária e Tributária,ditas necessárias, ele consegue desagradar até os seus até agora aliados, que como em toda a nossa história republicana, sempre funcionou como um balcão de negócios, só aprovando as reformas do Executivo, com contrapartidas pessoais e políticas.
    Todos os Presidentes que tentaram governar “peitando” o Congresso( exemplos, Color e Dilma)não conseguiram um mínimo de governabilidade, e assim continuará a ocorrer, enquanto formos uma democracia, que com todas as suas falhas, ainda é a melhor forma de governo.

  3. O vagabundo Jair Bolsonaro ficou mais de 20 coçando o saco no Congresso. Ele colocou os filhos para coçar o saco no Senado, Câmara dos Deputados e Câmara dos Vereadores do Rio de Janeiro. Mesmo assim ele quer convencer as pessoas de que não pertence à putrefada classe política.

  4. É a “síndrome de Jânio” atingindo Bolsonaro, que tenta claramente jogar o povo contra o Congresso e o Supremo e tentar dar um golpe… mas a história se repetirá:ele terá que renunciar ou será defenestrado via impeachment… apenas esperamos que 1964 não se repita nunca mais! Acorda Brasil!!!

  5. Pela primeira vez acho que o Bozo tem razão, quando culpa a classe política.
    Não foram os políticos que boicotaram o governo Dilma, com pautas boma e um Eduardo Cunha mais sujo que pau de galinheiro, pronto para chantagear a presidente?
    Não foram os políticos que no dia da votação do impeachment gritaram “SIM, pela minha mãe, pela minha família, pela PQP…” ?
    Não foram os políticos que aderiram à campanha do Bozo, fazendo dedinho de arminha e apoiando todas as barbaridades e apologia a crimes contidas nos discursos dele?
    Não são políticos as ditas bancadas, da bala, da bíblia e do Boi?
    E não é essa corja toda de políticos que sustenta um débil mental no Poder?
    A culpa é dos políticos mesmo. Óbvio que há uma pequena minoria de políticos que se salvam, mas não são suficientes para mudar nada.
    A culpa é dos políticos e dos ignorantes que os elegem, ou seja, a maioria dos políticos e dos eleitores.

  6. O comentário do Raí parte do pressuposto de que o jair tenha noção do que seja política.
    Você não notou que ele é autista?
    Olhando assim, nem parece, né?
    E o paulo guedes, seu maior trunfo eleitoral, não sabia sequer sobre orçamento anual de governo.
    Ele não sabia que era lei, e que tinha que ser votado.
    Quando da votação do orçamento ele, presente, perguntou envergonhado : “i é?”
    Dá uma olhadinha na cara dele!
    https://www.ocafezinho.com/2018/11/22/sobre-a-chocante-conversa-entre-paulo-guedes-e-eunicio-oliveira/

  7. Assim como Jânio Quadros, Bolsonaro é o Poder voltando às mãos Paulistas. E alguém acredita que a Elite que ascendeu com o Golpe Civil-Militar Fascista Esquerdopata de 1930, destruindo qualquer sombra de Democracia e Representatividade neste país, permitirá tal evolução?!! Já tentaram assassinar o Presidente, antes mesmo da posse, num Ataque Terrorista. Mas isto, depois de apenas 6 meses, já foi esquecido !!! Ditadura de Federações, Corporativismo, Parasitismo Estatal, Sindicalismo Pelego, Cleptocracia, CENSURA, Feudos, Burocracia, Atraso, Nepotismo, auxiliará em alguma mudança e evolução? UNE, Universidades Federais, MP, Burocracia Estatal, MEC, OAB, USP, Sindicalismo Pelego, Justiça do Trabalho, Justiça Eleitoral, Indústria do Analfabetismo, do Coitadismo, Da Seca, da Pobreza, da Burocracia se movimentarão por mudanças? Trabalharão pelo fim da transferência de recursos, dinheiro, poder da miséria nacional para seus Salários e Pensões Nababescas? Pobre país rico. Mas de muito fácil explicação. (P.S. Quando a CENSURA permite que busquemos alguma explicação)

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