Os barões do estanho na Bolívia

Por Andre Araujo

OS BARÕES DO ESTANHO DA BOLIVIA

Do Blog O Castelo

A Bolivia tem sua identidade e destino ligados ao minério, primeiro a prata e depois, a partir de meados do Seculo XIX, o estanho. O minerio foi determinante em sua politica e economia até a primeira metade do Seculo XX. Tres empresarios emblematicos estão ligados a esse negocio, sua ligação terminando em 1952 quando o Presidente Victor Paz Estenssoro nacionalizou as empresas privadas e criou a COMIBOL como estatal detentora das minas.

Simon Patino – Mestiço de indio com espanhol começou do nada e chegou a ser um dos cinco homens mais ricos do mundo por volta de 1940. Patino era o maior minerador já antes da Primeira Guerra, mudou-se para Paris e tinha grande poder politico, era praticamente o “”dono”” da Bolivia, foi Ministro da Bolivia na França e controlava partidos e Presidentes bolivianos.

Teve cinco filhos e seu principal herdeiro foi outro personagem famoso, celebridade da alta sociedade europia, Antenor Parino que casou-se na nobreza europeia com uma Borbon espanhola. Os Patino investiram bom dinheiro no Brasil, criando em São Paulo a empresa BRASTEMP.

Simon Patino, o patriarca, morreu em 1947 em Buenos Aires, após a nacionalização das minas os Patino mantiveram suas refinarias de estanho na Inglaterra e nos EUA sob o nome de Consolidated Tin Smelters Ltd.

Carlos Aramayo – Barão do estanho menor que Patino, tinha a Compagnie Aramayo de Mines en Bolivie, com sede em Genebra, foi Embaixador em Londres e Paris e Ministro da Fazenda e Chanceler,

morreu em 1981 em Paris, homem culto e interessado nos destinos da Bolivia, a Compagnie ainda existe em Genebra, no mesmo endereço, como um fundo de investimentos.

Mauricio (Moritz) Hochschild – Judeu alemão de Freiberg, engenheiro de minas, emigrou para a Bolivia logo após a Primeira Guerra, criou uma empresa de mineração que foi bem sucedida, durante a Segunda Guerra conseguiu trazer para a Bolivia cerca de 3 mil refugiados do nazismo, teve sérios problmas politicos e porisso chegou a ser preso e condenado à morte na Bolivia, depois da nacionalização foi para o Chile onde desenvolveu uma importante mineração na região de Antofagasta, a Hochschild Mining. Ainda antes da nacionalização fez investimentos no Brasil, criando a importante empresa de metais BRASIMET.

Os barões do estanho e o estanho como produto perderam importancia na economia e na politica da Bolivia, substituidos pelo gás descoberto na região de Tajira por brasileiros. Hoje o setor de mineração voltou a ser importante na Bolivia, mas com grande diversificação de minerios, de exploração basicamente privada e com um metal promissor, o litio, despontando como futuro.

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