Tentando contornar a crise, Michelle Bachelet refaz todo o ministério

Cintia Alves
Cintia Alves é graduada em jornalismo (2012) e pós-graduada em Gestão de Mídias Digitais (2018). Certificada em treinamento executivo para jornalistas (2023) pela Craig Newmark Graduate School of Journalism, da CUNY (The City University of New York). É editora e atua no Jornal GGN desde 2014.
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Da AFP

A presidente do Chile, Michelle Bachelet, anunciou na noite desta quarta-feira que pediu a renúncia de todo o gabinete, e que anunciará as mudanças no ministério em 72 horas.

— Pedi a renúncia a todos os meus ministros. Em 72 horas informarei quem fica e quem vai — disse Bachelet em entrevista ao jornal do Canal 13 — Este é o momento para fazer uma mudança do gabinete — afirmou Bachelet, 14 meses após ter assumido a presidência do Chile, pela segunda vez, e ainda sob a influência do escândalo envolvendo seu filho Sebastián Dávalos com um caso de especulação imobiliária.

O anúncio ocorreu em meio a uma entrevista com o conhecido apresentador Don Francisco, e Bachelet foi direta ao confirmar o que era esperado há meses para superar a crise política aberta pelos escândalos envolvendo seu filho e o financiamento ilegal de campanhas políticas por parte dos grupos econômicos Penta e Soquimich.

Os dois escândalos provocaram grande desconfiança entre a população e uma brusca queda da popularidade de Bachelet, que agora está em apenas 31%.

Sebastián Dávalos e sua esposa, Natalia Compagnon, são investigados pelo uso de informação privilegiada e tráfico de influência em uma milionária venda de terrenos no sul do Chile. Além disso, dois dos grupos econômicos mais importantes do país, “Penta” e “Soquimich”, estão sendo investigados pelo uso falsos honorários para o financiamento de políticos.

Um dos nomes mais mencionados para sair é o do ministro do Interior e atual chefe de gabinete, Rodrigo Peñailillo, 40 anos. Considerado como um “filho político” de Bachelet, Peñailillo foi citado no escândalo de financiamento irregular de campanhas políticas e sua gestão da crise é muito criticada.

Na outra ponta está o chanceler Heraldo Muñoz, que questiona no momento a competência da Corte Internacional de Justiça em Haia para tratar da demanda marítima da Bolívia contra o Chile.

Na semana passada, Bachelet anunciou que em setembro iniciará o Processo Constituinte para redigir uma nova Constituição que substitua a Carta herdada da ditadura de Augusto Pinochet, de 1980. A nova Constituição deverá ser referendada pelo Congresso, onde o governo tem maioria, mas o processo exigirá um alto quórum.

Aprovada em um questionado plebiscito, a Constituição de Pinochet foi emendada em algumas ocasiões nestes últimos 25 anos, mas até o momento não havia qualquer iniciativa para substitui-la.

Ainda na semana passada, Bachelet divulgou uma série de medidas de moralização, incluindo a eliminação das contribuições anônimas e reservadas para as campanhas políticas e as contribuições das empresas. Até o momento, a lei chilena permitia a contribuição de empresas para campanhas políticas, e de forma reservada.

Bachelet também anunciou que o Estado passará a financiar os partidos políticos, que serão submetidos a controles financeiros mais severos, e que os políticos que cometerem crimes perderão seus mandatos

Cintia Alves

Cintia Alves é graduada em jornalismo (2012) e pós-graduada em Gestão de Mídias Digitais (2018). Certificada em treinamento executivo para jornalistas (2023) pela Craig Newmark Graduate School of Journalism, da CUNY (The City University of New York). É editora e atua no Jornal GGN desde 2014.

2 Comentários

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  1. O que falta de criatividade no golpe sobra em malandragem.

    O golpe da direita virou uma técnica, uma receita na verdade, e o que falta em criatividade, na mídia golpista e nos think-tanks da direita, sobra em malandragem.

    Agora ta tudo preparado pra Bachelet instalar os Chicago Boys Levyanos e aumentar os juros, para promover a remuneração dos bancos e o desinvestimento no setor produtivo e na infraestrutura, aí vai ferrar as contas públicas e por a culpa nos aposentados e servidores, mas se precisar vão privatizar, e tudo isso devidamente justificado pela crise internacional claro.

    Dai então a oferta de produtos cai, pois ninguem investe em produção, mas tudo bem, já que o desemprego ta graçando. A inflação vai subir mesmo assim,  é alei da oferta e da procura, todo mundo precisa de comida, agua, roupa e gasolina, aí os juros vão aumentar pra conter a inflação (pausa para rir…), e pra melhorar o emprego vão suprimir direitos trabalhistas e blablablaaaa.

    Da America Latina o sistema financeiro internacional só precisar mesmo é das comodites, pra poder lastrear o Dollar, enquanto isso o Real, que deveria ser lastreado no nosso petróleo, nas nossas comódites e etc. é lastreado em Dollar… Hahahaha………… o mundo é uma piada e eu to cansado de rir sozinho.

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