Xadrez de um governo à beira de um ataque de nervos

Nosso Xadrez está ficando interessantíssimo à medida em que o cenário político-jurídico chega na hora da verdade: o momento da Lava Jato encarar o poder de fato, aquele amálgama ideológico constituído pela mídia, setores do Ministério Público, Judiciário, sob o comando difuso da ideologia de mercado.

Até agora, era moleza, especialmente depois que Dilma Rousseff jogou a toalha, lá pelo primeiro minuto após o resultado das eleições de 2014.

Para facilitar o entendimento, vamos forçar a simplificação e dividir o jogo entre quatro forças distintas.

·      A frente de esquerdas, alvo da Lava Jato.

·      O sistema, composto pela mídia, parte do Judiciário e PSDB.

·      A ultra-direita, representada por MBL e assemelhados.

·      As Organizações Globo, como um poder à parte.

Primeiro tempo – a destruição da esquerda

A estratégia inicial da Lava Jato foi montar um sistema de comunicação, associado à velha mídia, em torno da figura do inimigo externo. E definir uma agenda de denúncias casada com o processo do impeachment, acelerando as investigações contra o PT, retardando contra o PMDB e jogando para as calendas contra o PSDB.

Conquistou o apoio das mobilizações de rua, garantidos pela direita, e do sistema, garantidos pelo endosso do Supremo e, principalmente, pelo apoio da Globo.

Essa confederação derrubou uma presidente eleita. Mas a Lava Jato se deslumbrou de tal maneira que deixou de lado qualquer cautela em relação à isenção. Firmou-se, ali, como um poder arbitrário e, por consequência, ameaçador, mesmo para aqueles que, por questão estratégica, aplaudiam e se beneficiavam politicamente de sua truculência.

No trabalho que fez sobre a Operação Mãos Limpas, o juiz Sérgio Moro não entendeu nada do que determinou o fim da operação. Foi a truculência desmedida de juízes e procuradores, na medida em que se lambuzavam com o excesso de poder, os abusos que cansaram a opinião pública e, especialmente, os estragos que provocaram na economia italiana.

E julgam que são as 10 Medidas que permitirão arrancar a árvore da corrupção, conforme a descrição tatibitate de um procurador.

Segundo tempo – a chegada ao centro de poder

Desde o início, a Lava Jato e a PGR (Procuradoria Geral da República) fecharam um pacto tácito com o PSDB e evitaram de todas as maneiras um embate frontal. Estava nítida ali a aliança que sedimentaria o resultado final da caminhada: a entrega do poder a um grupo aliado.

As várias denúncias contra o senador Aécio Neves resultaram em alguns inquéritos permanentemente postergados para não se chegar à denúncia. O ápice da procrastinação foi a jogada de anulação da delação de Léo Pinheiro, presidente da OAS, onde apontava claramente o pagamento de propina aos governadores Geraldo Alckmin e José Serra.

O expediente adotado foi definir uma narrativa favorável ao PSDB.

Se a investigação se concentrasse em um cartel de empreiteiras manipulando licitações por todo o país, o PSDB seria apanhado em São Paulo, em Minas Gerais, em Furnas e Belo Monte.

Decidiu-se por investigar exclusivamente a Petrobras. Aliás, um álibi frouxo pois, quando interessou, as investigações se direcionaram para o almirante Othon, pai do desenvolvimento nuclear brasileiro.

Mas a avalanche das delações da Odebrecht soterrou toda a blindagem. Tiraram o gênio da garrafa e não souberam leva-lo de volta.

Terceiro tempo – os tiros no pé

Na fase inicial de destruição, todos os abusos foram tolerados. Era evidente que na fase seguinte, quando chegasse ao centro efetivo de poder, a Lava Jato teria que se revestir de toda maturidade para não abrir a guarda. E o que se viu foi explicitação da imaturidade de juiz, procuradores e delegados provincianos que se deslumbraram quando colocado no centro dos holofotes do país.

Holofote 1 – Á medida em que o poder absoluto vai se esvaindo, o juiz Sérgio Moro dá sinais ostensivos de desequilíbrio emocional. No domingo, as declarações no Facebook da sua esposa, reforçando o apoio popular à Lava Jato. Depois, a autorização para a condução coercitiva do blogueiro Eduardo Guimarães, provocando reações dentro e fora do país. Ali foi sua pá de cal. Os verdadeiramente poderosos, conscientes de seu poder, não desperdiçam autoridade com mesquinharias – como retaliar um crítico. Quando mais desproporcional a força, maior o desgaste do poderoso.

Holofote 2 – o procurador Deltan Dallagnoll, uma espécie de Menudo do Ministério Público Federal, mantém seu show de imaturidade. O episódio do Power Point significou um enorme desgaste para a operação. Ontem, em entrevista a Ricardo Boechat, admitiu expressamente a maneira como se decidiu blindar o PSDB: só queriam saber da Petrobras. Não explicou, porém, porque a Eletronuclear entrou e Furnas, não.

Holofote 3 – Na Polícia Federal, o delegado Moscardi Grillo já havia dado demonstrações robustas de exibicionismo. Conseguiu, no entanto, mobilizar mais de mil agentes para uma operação, a Carne Fraca, que colocou em risco as exportações brasileiras de carne.

Holofote 4 – no STF (Supremo Tribunal Federal), o Ministro Luís Roberto Barroso, em seu papel de Raymundo Faoro depois da gripe espanhola, endossa o Estado de Exceção sem se dar conta – como constitucionalista que foi! – do papel da Constituição na consolidação do pacto social, o maior alicerce para um ambiente democrático, no qual há regramento jurídico e práticas políticas para administrar interesses e dissensos.

O que se observa, hoje em dia, é o derretimento institucional do país, uma ampla subversão das corporações, o exibicionismo incontrolado de agentes do Estado, devido ao fato de ter-se perpetrado a subversão maior: o desprezo por 54 milhões de votos.

Cria-se esse quadro inacreditável de juiz, delegados, procuradores e Ministro desse nível ter em suas mãos o destino da economia, do emprego, de setores centrais e atuando com a despreocupação de meninos jogando videogames.

Quarto tempo – os embates políticos

Desde que teve início o segundo tempo do jogo, o Ministro Gilmar Mendes, do STF (Supremo Tribunal Federal), fica atento a qualquer sinal de fragilidade da operação para cair matando. Foi assim na denúncia-fake de Veja contra Dias Toffoli – que serviu de álibi para Janot anular a delação de Léo Pinheiro e blindar Aécio, Alckmin e Serra.

Agora, com o caso da Carne Fraca e a tal coletiva em off de Janot, Gilmar avançou com dois pés no peito do PGR, acenando com a tentativa de anular todas as delações por vazamentos – algo que ocorreu durante toda a Lava Jato.

Janot, dando plena razão aos que o consideram um PGR intelectualizado, cioso da liturgia do cargo, data vênia, o taxou de “decrépito”, de ter “disenteria verbal” e outros mimos do gênero.

Entra-se em uma fase enrolada do jogo:

1.     Em torno de parte do PMDB, mas, especialmente do PSDB, juntam-se Gilmar Mendes, senadores e deputados alvos da Lava Jato, com o apoio tácito da mídia. Tácito porque, ao investir no eleitorado emergente da ultradireita a imprensa se tornou refém do esgoto que criou. Desvencilhar-se exige um talento desconhecido nos grupos de mídia. Gilmar arrasta consigo parte da imprensa que surfou nas ondas da ultradireita, mas, agora, ambiciona o status de imprensa de opinião, defensora intransigente do PSDB, tronando-se crítica da Lava Jato.

2.     Ao lado da Lava Jato ficam os grupos de ultradireita, movimentos como o MBL e blogs e sites.

3.     Rodrigo Janot se equilibra entre o instinto de conservação que o leva a apoiar o PSDB; e os movimentos da corporação, exigindo apoio total à Lava Jato. O jogo radicalizou tanto que o obrigou ao inesperado: uma tomada de posição eloquente contra Gilmar. E gerou uma crise institucional que não pode se restringir a bate boca de boteco .

4.     As esquerdas ficam entre a cruz e a caldeirinha. A cruz é o poder absurdo e a discricionariedade da Lava Jato, criando total insegurança jurídica especialmente para quem é visto como inimigo. A caldeirinha é a possibilidade dos políticos do PSDB e do PMDB livrarem a cara ante um possível esvaziamento da operação. O que querem: os inimigos condenados, e ampliando desmedidamente o arbítrio da Lava Jato? Ou o esvaziamento da Lava Jato, implicando em livrar os caciques do PSDB da guilhotina?

Quinto tempo – a chegada do guarda da esquina

O melhor exemplo da subversão institucional do país ocorreu ontem, na posse de Alexandre de Moraes no STF.  Houve um caso fantástico de como a hierarquia ficou de pernas para o ar e os nervos do governo ficaram em pandarecos.

O Ministro da Defesa Raul Jungman, na qualidade de chefe maior das Forças Armadas, tentou pular a corda do STF para se retirar da solenidade. Chegou uma autoridade – um segurança fortão – e ordenou: Aqui não, mermão!

Aí o Ministro das Relações Exteriores, Aloysio Nunes, quis enquadrar o segurança e levou uma baita de uma enquadrada. Exigiu o nome do segurança, para dar queixa, e não conseguiu.

E a tarde terminou com o Ministro Eliseu Padilha indignado com o atraso de seu motorista e ameaçando voltar para o Palácio a pé. E Aloysio, sabendo que o perigo mora no povo, o demovendo de tão ousada caminhada (https://goo.gl/KjLW7y).

Essa é a República de Fancaria que o Brasil se tornou, depois de conquistar, por pouquíssimo tempo, um espaço nobre no chamado concerto das nações.

Vê-se, em tempo real, as razões históricas para o Brasil nunca chegar lá, no panteão dos países desenvolvidos.

Sexto tempo – o desfecho da história

Confesso a total impossibilidade de cravar em uma hipótese de cenário futuro.

As três hipóteses abaixo são possíveis:

1.     A Lava Jato e o PGR correrem para reconstruir a figura do inimigo externo, visando recompor a aliança. Essa hipótese é reforçada pela condução coercitiva de Eduardo Guimarães e pela possibilidade de colocar blogueiros na roda.

2.     A constatação da incapacidade de Michel Temer de continuar tocando o país e sua substituição em um processo de eleição indireta, avançando sobre as eleições de 2018.

3.     A hipótese – mais remota – de que o agravamento da crise acorde o país para a necessidade de um pacto de salvação nacional.

Luis Nassif

Luis Nassif

View Comments

  • A votação de hoje mostra que

    A votação de hoje mostra que o dissenso cresceu, algo que parecia impossível. As reformas constitucionais podem ficar para depois. Temer pode se tornar disfuncional, como Cunha. E ser descartado, como Cunha. Rapidamente, como Cunha foi. E talvez ser preso, como Cunha. Gilmar presidente, quem sabe, para recompor a base e a ordem unida. Talvez seja essa a razão do amúrio de Carmen, que pensava que a cadeira lhe era destinada. 

  • Eles colocaram a guilhotina

    Eles colocaram a guilhotina sobre o país mas ao fim e ao cabo serão eles os guilhotinados. Como disse o historiador britânico Lord Acton,"O poder tende a corromper, e o poder absoluto corrompe absolutamente, de modo que os grandes homens são quase sempre homens maus.". O problema é que atualmente não há grandes homens no poder por aqui. O país do futuro que nunca chega está novamente sob o jugo de homúnculos e pigmeus morais! Que Deus ou os deuses (pois precisamos de muitos) nos ajudem!

    • Deus não ajuda gente

      Deus não ajuda gente burra.

      Pq Deus nos ajudará ??? Chegamos a esse ponto por nossas próprias pernas, por que nosso bem estar não era suficiente, nós precisávamos ver os outros mal para ficarmos felizes. Agora, todos estão mal, mas os pobres estão piores, daí a nossa satisfação.

      O BRasil é um país moralmente morto. Apoiar o impeachment depois do aúdio do Jucá para mim é desvio de caráter, e a maioria apoiou... a maioria está vendo os desmandos e a corrupção do governo, mas se cala para não fortalecer a esquerda e aquele pessoal que fica falando de "projeto social". Muitos comemoraram a aprovação da terceirização pq foi uma vitória contra os comunistas.

      E aqueles que tiveram seus direitos vilipendiados, os pobrs que tanto incomodavam os ricos, apoiaram discretamente essa aventura contra eles ou pelo menos se omitiram...

      Pq Deus vai ajudar um povo que, em sua maioria, se revelou baixo, mesquinho e covarde ???

      Cunha estava certo. Só a misericórdia de deus para salvr o Brasil, pq se depender de merecimento nosso, esquece.

  • A Hipótese benefica,saneadora

    A Hipótese benefica,saneadora seria o POVO saber-se soberano e exercer seu poder.

    Mas é sadismo de sua parte Turco dizer que essa merda toda tornou-se interessantíssima.Vai pra Poços!

  • Repito meu desabafo no

    Repito meu desabafo no face:

    Sabe gente,nós no fundo merecemos as surras cotidianas que temos tomado,esbravejamos,reclamamos nos indignamos mas nada de prático que possa fazer com que tenham respeito aos nossos direitos ou que nos considerem como seres humanos fazemos.Tudo aceitamos da parte dos bem nutridos,somos coelhos quando deveríamos ser feras e somos feras quando deveríamos ser coelhos,somos um POVO estranho entre os POVOS do mundo,não temos coragem sequer de revidar uma grosseria,não somos capazes de defender o futuro de nossos filhos,entram em nossa casa,roubam nossa comida e ainda lhes oferecemos nossas mulheres.Somos uma vergonha como POVO,não merecemos a brisa das manhãs e o calor desse sol em nosso rosto,vermes não tem sido eles,vermes temos sido nós.

    • A pior decepção são os

      A pior decepção são os letrados úteis aos aproveitadores de plantão. A nossa classe média não é digna do Brasil.

  • Não chores por mim, Brasil

    "Vê-se, em tempo real, as razões históricas para o Brasil nunca chegar lá, no panteão dos países desenvolvidos."

    Dallanhol diz que PSDB é inimputável pq  não era da base dos governos Lula e Dilma.

    http://www.brasil247.com/pt/247/parana247/286335/Dallagnol-diz-a-Boechat-que-PSDB-est%C3%A1-fora-da-Lava-Jato.htm

    Golpistas revogam a CLT

    http://www.brasil247.com/pt/247/brasilia247/286430/Fim-da-CLT-terceiriza%C3%A7%C3%A3o-geral-%C3%A9-aprovada.htm

    Videos: Não chores por mim

    https://jornalggn.com.br/blog/jose-carlos-lima/nao-chores-por-mim

    "O expediente adotado foi definir uma narrativa favorável ao PSDB.

    Se a investigação se concentrasse em um cartel de empreiteiras manipulando licitações por todo o país, o PSDB seria apanhado em São Paulo, em Minas Gerais, em Furnas e Belo Monte.

    Decidiu-se por investigar exclusivamente a Petrobras. Aliás, um álibi frouxo pois, quando interessou, as investigações se direcionaram para o almirante Othon, pai do desenvolvimento nuclear brasileiro."

    A Lava Jato é uma operação {de guerra] do PSDB, sapecou o embaixador Samuel Pinheiro

    https://www.brasildefato.com.br/2016/12/22/samuel-pinheiro-a-lava-jato-e-uma-operacao-do-psdb/

     

  • Nassif again
    Mais uma vez Nassif nos brinda com uma analise inteligente.
    Deteriorou-se muito rapidamente a situacao.
    Se tivesse qualquer resquício de credibilidade, Temer estancava a crise da carne com certa facilidade. Se é que num governo com as redeas na mão, haveria essa crise.
    Esse governo está morto. Mas tem que ser enterrado. Seu cadaver perambula solto por aí.

  • luis roberto barroso

    Entendo parcialmente a indignacao de Luis Nassif com o ministro Luis Roberto Barroso, Entretanto nao se pode esquecer que os outros ministros do supremo encontram-se calados diante das arbitrariedades do momento e o novo normal juridico pos lava jato.Qual o psicionamento da Ministra Carmen Lucia, ou do Marco Aurelio delimitando os absurdos e os limites do estado de exceção?E o decano Celso de mello ? Nao deveria se manifestar uma vez que foi autor do parecer acerca da funcao de Jornalista ? 

    • Trocando umas ideias

      Luis Roberto Barroso porque esse pensa ser o iluminista do Supremo e sai por ai falando em estado democratico, constituição, penalização à brasileira etc, e no final das contas, apoiou o golpe ao lado do governo mais obscurantista que tem noticia na historia brasileira. Até os milicos tinham alguma decência.

      Marco Antonio de Mello jogou a toalha, chutou o pau da barraca e se calou. Aposto que ele não fica la até os 75 anos....

      Celso de Mello apesar de se dizer progressista, é hermeticamente fechado a mudanças no status quo. O lado dele é o lado da burguesia-plutocrata, apesar de ser egresso da burguesia intelectualizada.

      Carmem Lucia foi atropelada por um caminhão. Ele nem sabe direito para qual lado ir neste momento.

      Dias melhores virão. Virão??

  • Eu tmbm estou gostando...está ficando picante...

    Eu tmbm estou gostando...está ficando picante...ou prá lá de confuso, me refiro a este pega prá capar na troupe golpista, o que pode ser um grande faz de conta para enganar trouxinhas e paneleiros sem noção: veja só o Villa, a Maria Louca, em um ataque de nervos por causa do estancamento da sangria por Gilmar Mendes...,.quer dizer que o mesmo vazamento que serve para blindar o PSDB serve para ferrar  o  Lula, vide o caso Eduardo Guimarães..,...Villa, me engana que eu gosto....ou será que trocastes o PSDB pelo Bolsonaro...hummm....

     [video:https://www.youtube.com/watch?v=Uvo1j1NjhVc%5D

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