Fila do Bolsa Família supera 1 milhão: são 3,5 milhões aguardando resposta do governo Bolsonaro

As informações oficiais, do governo Bolsonaro, são que a lista é de 494 mil famílias. Jornais calculam 1 milhão de famílias, que chegam a 3,5 milhões de pessoas

Jornal GGN – A fila de brasileiros à espera para serem incluídos no programa Bolsa Família disparou no governo de Jair Bolsonaro, ultrapassando o já anunciado 1 milhão de famílias: são 3,5 milhões de pessoas.

Reportagem da Folha de S.Paulo no última semana já dava conta do alarmante número: em levantamento, o jornal calculou que uma em cada três cidades mais pobres do Brasil tiveram o programa de renda social congelado e se a fila de pedidos para aguardar entrar no programa tinha sido zerada em julho de 2017, ela voltou com 1 milhão de famílias, sem previsão para acabar.

Até maio de 2019, 250 mil benefícios do programa eram liberados por mês no país. Desde junho até outubro do último ano, esse número caiu para 5,4 mil. A resposta do governo, por parte do Ministério da Cidadania, é o pente fino que cancelou benefícios de supostamente pessoas irregulares no programa. Entretanto, junto com essas irregularidades, milhares de pessoas foram retiradas e tampouco houve esforços para realocar o pagamento a novas famílias carentes.

Ainda, de acordo com o levantamento feito pela Folha, a média de cancelamentos de beneficiários do programa no ano passado seguiu o mesmo nível dos anos anteriores. Ou seja, não houve um maior esforço no governo Bolsonaro para corrigir os casos irregulares.

Mas novos cálculos, feitos desta vez pelo Estadão, mostram que os números são ainda maiores: a fila de brasileiros, que representa 1,5 milhão de famílias de baixa renda, atinge um total de 3,5 milhões de pessoas que estão à espera de uma resposta do governo de Jair Bolsonaro.

Tal cenário fez aumentar, na outra ponta, o número de pessoas de baixa renda que solicitam às prefeituras algum tipo de auxilio, como comida, em benefícios eventuais que algumas cidades oferecem.

As informações oficiais, do governo Bolsonaro, são que a lista é de 494 mil famílias. Entretanto, o jornal Estado de S.Paulo utilizou o banco de dados do próprio governo para calcular 3,5 milhões de pessoas. E o jornal ainda considera que este número pode ser maior:

“O levantamento do Estado que identificou a falta de assistência para 3.556.454 pessoas de 1.550.600 famílias é conservador. Levou em conta somente as situadas na extrema pobreza e com cadastros atualizados apenas ao longo de 2019.”

Em resposta ao jornal, o Ministério da Cidadania disse que o programa será normalizado com “a conclusão dos estudos de reformulação do Bolsa Família”.

 

Redação

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