A reforma da Previdência e seus efeitos perversos, por Renato Janine Ribeiro

Um de seus itens é conceder a aposentadoria pela média de TODOS os salários recebidos.

Foto Agência Brasil

A reforma da Previdência e seus efeitos perversos

por Renato Janine Ribeiro

Vou começar a comentar a reforma da Previdência.

Um de seus itens é conceder a aposentadoria pela média de TODOS os salários recebidos.

Antigamente, era a média dos últimos anos, depois passou a ser a média dos 80% mais altos.

Isso já significava que o trabalhador que foi subindo de salário receberia uma aposentadoria inferior, as vezes bem inferior, ao último salário.

Agora, quando contam TODOS os salários, a redução de renda será ainda maior.

Isso estimula o trabalhador a ficar na informalidade.

Ele tenderá, se puder, a economizar para o futuro – por exemplo, construindo uma casinha que possa alugar. Sua aposentadoria serão os aluguéis que receber pelas casinhas que construir.

É um retrocesso de meio século, um século.

E que traz outras consequências:

1) se ele ficar doente ou inválido, não terá aposentadoria, por nao poder contribuir;

2) dependerá cada vez mais dos parentes e filhos;

3) ficando na informalidade, e portanto não pagando o INSS, diminuirá a massa de dinheiro disponível para o INSS pagar as aposentadorias já concedidas.

São efeitos bem perversos da reforma da Previdência tal como está sendo feita.

Redação

1 Comentário

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  1. Voltaremos ao sistema de “aposentadoria” mais antigo do mundo: ter o maior número possível de filhos, torcer para o maior número destes “vingar”e depender deles no futuro.

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