A investigação sobre os Bolsonaros e a narco-República a caminho, por Luis Nassif

O momento de impedir essa escalada rumo à narcorepública é agora. Qualquer recuo tornará irreversível essa tragédia.

O caso do interfone do condomínio

Segundo matéria da UOL, o novo sistema de interfone do condomínio Vivendas da Barra é da Intelbras – notável empresa brasileira, nascida nos anos 70 em Santa Rita do Sapucaí.

No site da Intelbras, tem o Portal Condomínio Autônomo, com várias implementações para condomínios. Dentre elas, sistemas que permitem transferir ligações da portaria para celulares. No Fórum da Intelbras, há inúmeras páginas explicando como redirecionar ligações.

Portanto é verossímil que o porteiro livesse ligado para a casa 58 e Bolsonaro tivesse atendido, mesmo estando em Brasilia.

A constatação sobre o sistema interno do condomínio não é suficiente para garantir que Elvio Queiroz iria visitar Jair Bolsonaro. Mas seria suficiente para mostrar que Bolsonaro mentiu em seu vídeo apoplético, quando negou ter recebido a ligação por estar em Brasília.

A vida no condomínio

Até a eleição de Bolsonaro, havia uma casa alugada pelo mesmo advogado responsável pelo aluguel da casa de Ronnie Lessa. A casa era utilizada nos fins de semana para churrascos para um grupo de pessoas de aspecto destoante dos demais moradores do condomínio.

Tinham relações com os Bolsonaro, já que a casa em questão ficava quase de frente para a casa do pai de todos. Logo após as eleições, os convivas ocasionais sumiram e a casa foi fechada.

É evidente que o mistério da morte de Marielle será desvendado a partir do condomínio, das relações entre os milicianos com a família Bolsonaro.

Mas até hoje não foi escrita uma matéria sequer sobre a vida interna no condomínio, nem sequer após se descobrir que o principal suspeito da morte de Marielle Franco, Ronnie Lessa, morava no condomínio e escondia em sua casa armamento pesado.

Mais que isso, onde está o porteiro? Uma reportagem expõe um homem humilde aos piores riscos, pois tratando com uma milícia, e não se vê um movimento para blindá-lo, ouvindo-o ou colocando-o em um programa de defesa de testemunha.

Civilização x barbárie

O Brasil está perto de se tornar uma Colômbio piorada.

Por lá, as FARCs entraram na luta armada e racharam o país por décadas.

Por aqui, é pior: o próprio crime organizado se apossou do poder. E, neste momento, luta com todas suas forças, e com o poder da caneta do Presidente da República, para se entronizar definitivamente.

Tem-se uma guerra que transcende em muito as disputas políticas tradicionais. Trata-se de um embate em que estão envolvidos algumas das mais perigosas organizações criminosas em ascensão. E o Brasil legal está fraquejando na luta contra o crime. Todas as instituições ou foram cooptadas ou estão com medo.

O jornalismo

Há dois motivos para a falta de jornalismo neste episódio.

O primeiro, é o potencial altamente letal dos personagens envolvidos na história. Não se está falando de factoides bolivarianos, de ectoplasmas das FARCs e outras bobagens, mas de personagens reais, milícias, Escritório do Crime: gente que mata. O problema dos Bolsonaros não é o apoio das milícias digitais, mas as ligações com as milícias reais.

O segundo são as implicações de ordem política. Uma hora Bolsonaro terá que entrar no centro das suspeitas sobre a morte de Marielle. Haverá um terremoto de proporções e, aparentemente, a mídia ainda não se julga apta a enfrentar o cataclisma.

A imprensa mundial já tem claramente definidas as suspeitas, como é o caso da CNN do Chile, cuja reportagem termina assim:

La policía aseguró que la autoría material del crimen está esclarecida, pero en contraste no existen pruebas que guíen hacia quién la mando a matar. Sin embargo, existen una serie de pistas que apuntan hacia una figura altamente conocida: el presidente brasileño Jair Bolsonaro.

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O GAECO-RJ

Até ontem, um dos pilares da luta contra o crime organizado era o GAECO (Grupo de Atuação Especial no Combate ao Crime Organizado) do Ministério Público Estadual do Rio de Janeiro.

De repente, se descobrem manipulações do grupo visando blindar Jair Bolsonaro. O episódio da coletiva convocada às pressas, para apresentar um simulacro de auditoria tentando desmentir o porteiro do condomínio, expos de forma implacável as vísceras da instituição.

O problema não é a promotora bolsonarista, que claramente manipulou as informações para defender Bolsonaro. Ela foi incluída na fase final das apurações sobre a morte da Marielle Franco por seu suposto conhecimento penal. Ora, é impossível que sua militância não fosse de conhecimento do MPERJ. Quem a colocou e por quê?

Mais que isso, a manipulação da coletiva teve a participação das três promotoras envolvidas com o caso. Foi um ato coletivo, e não fruto do desvario de uma militante.

É evidente que sua indicação não foi um cochilo da Procuradoria Geral do MPE, mas uma intenção deliberada.

A Polícia Federal

No meio desse terremoto, a Polícia Federal de Sérgio Moro toma duas posições.

Em relação ao caso, Moro endossa de pronto a versão de que o depoimento do porteiro foi um ato político.

Paralelamente, a PF tenta uma delação premiada com Adélio, o homem que esfaqueou Bolsonaro e foi diagnosticado com “transtorno delirante persistente”.

Veja bem, mesmo se fosse uma disputa meramente política, a convocação da PF por Moro, por ordem de Bolsonaro, seria um acinte às regras democráticas. É mais que isso: é tentativa de obstrução à apuração do assassinato de uma vereadora.

A cúpula da PF, hoje em dia, é composta pelos delegados do Paraná, que se valeram de todos os expedientes para silenciar colegas que apontavam seus ilícitos. A história do grampo colocado na cela de Alberto Yousseff, e a perseguição implacável contra os colegas legalistas, que ousaram questionar o episódio, mostra o perfil do atual comando da PF.

O mesmo ocorre com o Procurador Geral da República Augusto Aras, ameaçando o porteiro com a Lei de Segurança Nacional. E colocando em postos-chave do MPF procuradores claramente alinhados com o terraplanismo e o bolsonarismo.

Agora, Moro anuncia a intenção de federalizar a apuração do crime.

Dias decisivos

Repito, a República atravessa dias decisivos. Em alguns momentos, a única luz que aparece no final do túnel são as disputas entre semelhantes, Wilson Witzel x Bolsonaro, Bolsonaro x PSL, tal a inação da institucionalidade.

Ao mesmo tempo, espocam notícias na imprensa que mostram a escalada exponencial das milícias, se aliando ao tráfico e expandindo seu controle territorial.

O momento de impedir essa escalada rumo à narcorepública é agora. Qualquer recuo tornará irreversível essa tragédia. Não se trata mais de batalha política, mas de uma guerra contra o crime organizado que ameaça se apossar da república.

Luis Nassif

31 Comentários

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  1. Tudo indica que casa vai desmoronar.

    Tanto as informações da imprensa estrangeira, como da imprensa nacional apontam para uma denúncia muito mais grave.

    Diria que já estão preparando o Terreno para o vice assumir.

  2. -> Em alguns momentos, a única luz que aparece no final do túnel são as disputas entre semelhantes, Wilson Witzel x Bolsonaro, Bolsonaro x PSL, tal a inação da institucionalidade.
    -> O momento de impedir essa escalada rumo à narcorepública é agora. Qualquer recuo tornará irreversível essa tragédia. Não se trata mais de batalha política, mas de uma guerra contra o crime organizado que ameaça se apossar da república.

    o crime organizado vem a ser, e agora isto se escancara obscenamente, o modelo de negócios de uma classe dominante especializada desde sua origem em pilhar, saquear, grilar, escravizar, especular, se valer de todo tipo de recursos ilícitos e se envolver em todo tipo de atividades escusas.

    a inação cúmplice das instituições é ainda mais asquerosa ao se levar em conta os 13 longos anos havidos, desperdiçados na vã ilusão quanto a uma “burguesia civilizada” no Brasil.

    estamos sim marchando no rumo da Colômbia, um narcoestado com terrorismo estatal instituído.

    mas quanto tempo levará para a Colômbia também explodir, como agora Equador e Chile?

    sem falar na crônica insurreição em nosso paupérrimo irmão Haiti, onde “nossas” FFAA foram se capacitar em contra-insurgência – enviadas por Lula.

    quanto engano… quão desnecessário…

    se a lumpenburguesia no Brasil não tem projeto para o país, tampouco o tem os Generais, serviçais daquela.

    o que fazer? já não há.

    é um caminho sem volta, pois não há forças de Esquerda com vontade política para tal. e mesmo os setores em monumental minoria não tem recursos para tanto.

    portanto, resta para nosotros:

    1 – erguer uma ampla e profunda rede de auto-proteção, para escaparmos do extermínio que vem;

    2 – capacitar-nos para o momento do colapso terminal com a eclosão da rebelião das massas.

    vide o Chile: a constituição amaldiçoada legada por Pinochet é irreformável, dada sua pedra institucional fundamental ser o primado do neoliberalismo.

    ou cambiarlo todo, ou nada. e no Brasil estamos diante do mesmo impasse.

    ou seja: ao nos entregar nossas lápides, a classe dominante está também cavando a própria tumba.
    .

    1. Arkx sempre dizendo coisas que a mim é impossível refutar. Teu realismo dói, mas é bom que doa. Pra que adiar? Não acredito que ninguém que tenha um dia detido o controle das instituições e a chance de transformá-las mereça conservar uma esperança ou adiar seu sofrimento em relação aos que já sentem na pele, desde muito antes, os reflexos do restolho repressivo que foi varrido para debaixo do tapete da democracia de baixo impacto.
      Só levantaria outra questão quanto a gravidade de um Estado narco no Brasil: se considerarmos a sofisticação das relações promíscuas entre o crime organizado e o Estado no caso de São Paulo, duvido muito que as massas eventualmente rebeladas reagiriam ao sistema que as oprime. O narcoestado implantado em São Paulo como efeito colateral do Massacre do Carandiru e instalado definitivamente com a consolidação da “Pax Tucana” pós-salve-geral de 2006 já estabeleceu sua própria Constituição nas periferias e desenvolveu um aparato logístico e burocrático de dar inveja a muita democracia primeiromundista. O Paradigma do Estado paralelo sedimentou-se de tal forma nos setores mais periféricos do Estado que, para mim, é impossível acreditar que a sociedade comum se sinta apta a contrapor-se ao regime já naturalizado nas relações sociais mais triviais. Esta realidade torna estes territórios controlados quase impermeáveis a qualquer ação efetiva de restauração do Estado democrático. Áreas controladas hoje são praticamente simbióticas com a burguesia, unidos pelo fio condutor de uma força repressiva estatal completamente cooptada pelo narco-Estado. A polícia protege a burguesia, submete e usa a miséria, oferecendo-lhes uma certa estabilidade institucional que o Estado democrático deixou de priorizar, na medida que abriu mão do sistema de pesos e contrapesos para controlar suas forças policiais e judiciais. Ao menos no crime, a regra é clara. E isto é tudo que o pobre precisa para sentir-se minimamente contemplado pelo regime.
      Portanto, caso haja insurreição, melhor estar atento à regra número 1 proposta pelo Arkx. A 2 vale também, mas só se a intenção for a defesa dos que não se deixaram cooptar pelo regime. O resto, melhor bancar o evangélico: entrega pra Jesuis, que o apocalipse é pra todos. E os mansos herdarão a terra. Eles que se matem.

      1. -> O Paradigma do Estado paralelo sedimentou-se de tal forma nos setores mais periféricos do Estado que, para mim, é impossível acreditar que a sociedade comum se sinta apta a contrapor-se ao regime já naturalizado nas relações sociais mais triviais.
        -> Ao menos no crime, a regra é clara. E isto é tudo que o pobre precisa para sentir-se minimamente contemplado pelo regime.

        é bem provável que a pax implementada pelo PCC na periferia paulistana tenha seu correlato no Rio com as milícias.

        mesmo se a parapolítica oferece soluções locais para a segurança pública, e isto de fato seja perceptível para a população, por definição não há como implementar um projeto amplo de longo prazo.

        e esta é a questão: não há qualquer projeto minimamente viável de país! todos tem apenas um projeto de negócios. acrescente-se estarmos numa crise sistêmica do capitalismo, e se tem a dimensão do beco sem saída.

        desculpe-me a autocitação, mas neste caso ela serve até para eu mesmo me recontextualizar. em 02 Julho 2007 arkx postou:

        um país a serviço do tráfico. drogas, armas, órgãos, pessoas… um arquipélago desordenado de minúsculos guetos de luxo, protegidos por segurança privada e cercados de imensas áreas populares controladas por milícias.

        https://arkx-brasil.blogspot.com/2007/07/cest-moi-no-vcuo-poltico-brasileiro.html

        veja bem, não se trata de não haver projeto. projeto há! só que é inviável, não provê o mínimo de estabilidade e sustentabilidade.

        a matriz é o neoliberalismo ditatorial de Pinochet, institucionalizado constitucionalmente: tudo privatizado (inclusive água e mar) e as FFAA e os carabineros com privilégios excepcionais para agirem como guarda pretoriana.

        o modelo atual de implementação é o estado narco-terrorista da Colômbia, cujo fundamento constitucional foi redigido em inglês nos EUA: o Plan Colombia.

        os colombianos podem ter o direito de viver em paz com cerca de 45% do território do país coberto por minas? e com milhões de refugiados internos, quantidade só comparável ao Congo?

        seja como for, este assunto que precisa ser aprofundado e debatido.

        abraços
        .

  3. Quando é que os estatutos do ministerio publico e do judiciário serão respeitados? Procuradores e juizes desrespeitando as leis tem que ser demitidos sumariamente. É não é autoritarismo, é respeito às respectivas instituições e às leis. Até quando vamos pagar para juizes e procuradores fazerem militância politica e acorbertar criminosos? Tem juizes e procuradores éticos e respeitadores das leis? Com certeza. Mas onde estão esses profissionais que não fazem nenhum movimento para que as instituições a que pertencem nos defendam do crime organizado e da destruição do pais? Nem é preciso responder. Estão no Olimpo confraternizando e cumpliciando os colegas os maus profissionais.

  4. Somente 2 fatos derrubam o governo: 1) Marielle Franco; e 2) a potoca de Juiz de Fora.

    O caso Marielle Franco é uma coleção inacreditável de evidências robustas, todas esmiuçadas há mais de ano pelo Luís Nassif. Toda e qualquer investigação de um assassinato começa com uma questão: quem teria interesse? Por quais motivos? No caso Marielle, há uma usina Itaipu de motivos e interesses jorrando por todas as comportas. O segundo fato é muito pior.

    Aprendi aqui, no GGN, que o capitão sempre esteve ligado ao que havia de mais barra pesada no submundo do crime, desde os tempos do episódio do Riocentro, do grupo de militares contrários à abertura política, chegando ao atual submundo das milícias cariocas.

    Teorias precisam ter os pés no chão, senão corre-se o risco de integrar o clubinho dos lunáticos, e começar a falar de demolição controlada do World Trade Center, ou correlatos.

    O candidato que não pode comparecer a um debate porque não articula uma frase com meia dúzia de palavras se vê com um motivo de “força maior” para fugir: “tô de atestado médico”. Mas privilegia os amigos (SBT/Record) com toda sorte de entrevistas, mesmo estando “de atestado médico”.

    Em política, dizem, não existe acaso, coincidência, ingenuidade e por aí vai. Existem inúmeros pontos obscuros num episódio que foi decisivo para a eleição de um presidente. Segundo o saudoso Paulo Nogueira, fundador do DCM, a função basilar do jornalismo seria a de “jogar luz onde existem trevas”.

    Compreende-se que a mídia independente não tenha ido atrás. Faltam recursos. São necessários tempo, muito tempo, equipe jornalística, recursos humanos e materiais (dinheiro). Li outro dia que o Intercept estaria entrando no caso, porém não consegui confirmar. Eles têm bala na agulha (leia-se recursos $$$). Se for verdade, é um alento.

    O único órgão de mídia tradicional que esboçou um início de investigação semanas atrás foi a Folha, que deslocou uma dupla de profissionais até o norte de Minas Grais para ouvir a família de um suposto limítrofe, que ninguém sabe como sobrevivia sozinho e pagava seus boletos sendo supostamente limítrofe. Depois disso, nada. Um suposto limítrofe que parece que brotou do chão, eis que ninguém achou uma única pessoa que tenha convivido com ele esse tempo todo para dar um testemunho. Nada.

    Nenhuma espécie de mídia ousou pedir uma entrevista com o autor do “atentado”no presídio, levando a tiracolo um psiquiatra. Todos compraram a potoca por boa, ainda que restem dezenas de perguntas sem resposta. Nada. Caso encerrado.

    Os Bolsonaro são capazes de tudo, não têm limites, convivem estreitamente há décadas com o submundo do crime. Mandam matar, inclusive.

    A potoca de Juiz de Fora está no mesmo nível do episódio do Riocentro.

    Por fim, deu na Mônica Bérgamo de hoje: “Algo grave, ainda não público, ocorre e já é do conhecimento dos Bolsonaros, tamanha é a inquietação entre eles” (Mônica Bergamo)

  5. A colunista Mônica Bergamo informa em sua coluna de hoje,que o Clã Bolsonaro espera nas próximas horas,notícias bombásticas contra eles.Mas que bobagem La Bergamo.Eu sei há tempos que aquela cocaína encontrada no avião presidencial tinha dono e não era o bunda suja do policial tranficado na Espanha.

  6. A farsa da apresentação dessas promotoras, inocentando ‘seu Jair’ a partir de uma ‘perícia’ vagabunda na portaria do Condomínio Capitão Bolsonaro (sugestão para uma homenagem futura) sobre o assassinato de Marielle Franco, faz lembrar da exposição farsante do coronel Job Lorena de Santana sobre o atentado do Riocentro, na qual ‘inocentou’ os dois terroristas, o sargento Rosário e o capitão Wilson.

    O coronel Job esperou alguns meses para expor a farsa, bem menos amadora – reconheça-se – que aquela das promotoras, que pediram a ‘perícia’, receberam-na e a expuseram em cerca de duas horas. E o coronel Job, ao que se sabe, tampouco chamou o capitão Wilson de ‘mito’ ou foi fotografado alegremente com o sargento Rosário ‘rasgador de placas’ de aço do Puma.

  7. narcorepública, disse tudo…
    onde a disputa é por bilhão, todos querem o seu milhão, todos

    quando os comandos que dominam os pontos começarem a reagir à altura, todos entenderão o que está acontecendo realmente no Rio. Substituindo os comandos no Rio, se estende “oficialmente” por todo país

    siga o teste com a cocaína no avião

  8. Por toda essa sublevação e espraiamento das milícias nos órgãos públicos federais, ou pelo menos de quem é leniente com isso, visa sim um golpe final.

    Os cargos-chave da república que operam as esferas investigativas ou policiais, estão aparelhados. As pessoas ainda estão duvidando, mas foi assim que ocorreu com o Rio de janeiro.
    O Rio ficou sem governador durante um tempo ( porque pezao foi preso, dorneles e nada dava no mesmo, o presidente e o vice da assembleia legislativa chegaram a ser presos), até que o Witzel foi eleito.
    Porém, o conflito dos grupos continua. Mas é um fato que essa desestabilização teve relação com os conflitos do subterraneo miliciano.
    Em breve, acredito que Rodrigo Maia possa ter um final deste.
    Por isso seria urgente a cassação de Eduardo.
    É necessário construir pontes entre a esquerda e a direita democrática.
    Venho falando que um plano de desenvolvimento social tendo como espinha dorsal a segurança pública é uma chave importante para qualquer politico que venha a se eleger presidente ficar no cargo.
    Hoje, temos muitos cargos tomados por bolsonaristas e eles vão criando suas redes de relacionamento.
    Internas e externas. (era isso que Eduardo queria coma embaixada, alimentar com armamento o seu grupo)
    Qualquer projeto democrático tem que buscar freiar isso.
    Reitero, impeachment do Bolsonaro é pouco. A chapa deveria ser cassada e termos novas eleições.
    A cada momento que se aproxima do 2 ano de governo, o clã sabe que tem que impor mais autoritarismo.
    É um movimento calculado.
    Não vão deixar indiretas acontecer.

  9. No livro “1990, a Grande Depressão”, de Ravi Batra (ed. Cultura), onde Luis Nassif tem um adendo que insere o Brasil, apesar de muitos terem pego como uma simples profecia datada – e de acordo com a datação foi furada – acabam iludindo-se como algo falho. Assim como a crise climática altera os padrões e tempos dos acontecimentos, a crise nos sistemas humanos vão nesta mesma lógica. Vida é dinâmica e repetição, ao longo do tempo. Ravi Batra, nos traz a visão da ciclicidade dos eventos e suas crises, para buscarmos entender os movimentos pelos quais a civilização passa e repassa. Batra se baseia nas idéias de Pabhat Ranjan Sarkar, um acadêmico indiano que prova, dentro de uma análise histórica, de que é obedecida uma coincidência na história de quatro tipo de ciclos sociais, que ele denominou de a era dos trabalhadores, a era dos guerreiros, a era dos intelectuais e a era dos acumuladores. O mais interessante, na visão de Sarkar, é que este determinismo não está ligado a um destino programado, mas ao próprio homem, seus atos e interesses. Ele demonstra que, na sua origem, o homem, ao ser incorporado ao mundo da natureza, o primeiro sentimento foi de auto-preservação e não o de solidariedade. Por esta razão, venceram os mais fortes. Eles estão representados em três tipos de imagem: os que venceram pela força física e se transformaram em guerreiros (era guerreira); os que buscaram o intelecto e criaram dogmas para ser poder (era intelectual) e os que acumularam para usar o dinheiro para ter prestígio (era dos acumuladores). Outro dado importante, na visão do pensamento do indiano, é que o início foi com a era dos trabalhadores, mas, como houve a prevalência dos mais fortes, as futuras eras dos trabalhadores se tornaram eras dos “acumuladores-com-trabalhadores”, na qual se caracterizaram por uma onda libertária, mas recheada por alto índice de criminalidade e decadência moral. Detalhe: os trabalhadores nunca chegaram ao poder. Parece que estamos no período em que intelectuais e trabalhadores se vêem sem poder e sem destino e quando guerreiros, aliados aos acumuladores (e considerando a “intelectualidade” dos falsos filósofos e líderes religiosos, uma parcela destes se alia) se apropriaram das narrativas, tecnologias, comunicações, das nações e do destino imediato, pois ao cooptarem os agentes da lei e de justiça, ampliam o poder de opressão e repressão minando assim as demais classes. Num mundo onde o mais provável adiante sejam a escassez e as dificuldades econômicas e ecológicas, a ruptura para uma possível nova era, será drástica e selvagem. Mas ironicamente pegando o título do livro, após a humanidade adentrar na era da depressão mental, piora-se o quadro, quando o poder fica em mãos de mentalidades desequilibradas, adoecidas, deturpadoras e deturpadas.

  10. E o Alto Comando das Forças Armadas não percebeu para onde isso nos levará? Eu sei que estou sendo ingênuo, mas sei lá, né, eles deveriam ser os principais preocupados com os desdobramentos dessa investigação.

  11. O grau de confiança na isenção dos órgãos federais chegou ao seu nivel mais baixo:
    https://www.jb.com.br/pais/2019/11/1019620-familia-da-marielle-pede-que-moro-se-afaste-do-caso.html
    Logo a Polícia Federal que, assim como o MPF, recebeu durante os governos do PT total autonomia para exercer sua função constitucional.
    Porém, como esta liberdade foi usada para atingir interesses pessoais dos maus servidores, deu no que deu.

  12. Nassif,
    Depois de uma “facada mal resolvida”, pretexto mais do que evidente para o coitadinho do JB não comparecer a debates, depois de leão contra hienas espalhadas por todos os lados, depois de sei lá quantos pedidos fake de desculpas, depois de sugerir AI-5, depois de sequer sobrevoar o óleo vazado na costa brasileira, depois de sequer sobrevoar as áreas de queimadas na Amazônia, depois de achincalhar países vizinhos pela escolha democrática de seus presidentes, ou seja, mesmo depois de cometer agressões em diversas áreas, parece que ninguém se incomoda com a situação de narcorepública vivida direta ou indiretamente por todos os brasileiros, situação cujos péssimos reflexos deverão atingir a todos.
    Este caso da portaria do condomínio é gritante, não por acaso as três promotoras foram de um amadorismo ímpar, já que a escalação das mesmas para participar do tal Processo não pode ter sido por coincidência, e aqui também se encontra o moro justiceiro de araque e o PGR, todos com o objetivo de limpar a barra do nosso Pablo Escobar.
    Ao não querer participar da questão a respeito dos mortos e desaparecidos no período da ditadura, com a punição exemplar dos responsáveis (como se sabe, este aqui foi o único país que preferiu a saída pela porta dos fundos), parece que, naquela fase, a sociedade brasileira preferiu dar um cheque em branco para o que desse e viesse, e a conta chegou no momento em que o então deputado JB, ao votar pelo impedimento de DRousseff prestou homenagem ao torturador CABrilhante Ustra ao vivo e a cores e tudo certo, tudo tão certo que a maioria, ao invés de se incomodar, logo adiante optou por tê-lo na presidência.
    Em minha opinião, a sociedade brasileira já está diante de um impasse de significativa proporção, só não tenho certeza se ela resolver sair de cima do muro, uma vez que não foi permitido a praticamente todos aqueles abaixo dos 40 anos uma educação com noção de cidadania, a maioria deles não tem idéia do que foi o período da ditadura, nunca tiveram em mãos a Constituição Federal de seu país, em resumo, pouquíssimos deles tem conteúdo para compreender o tamanho da encrenca que está diante de nós.

  13. Como diz o jornal Chileno, meu suspeito favorito como mandante da morte de Marielle é Bolsonaro pai mais o filho 01, tendo Fabrício Queiros como contratante e pagador pelo pelo serviço.
    Algumas linhas a seguir para justificar minhas suspeitas:
    1 – Estamos em março de 2018, Quem alem de Marielle e Flávio eram os candidatos ao senado no RJ.
    2 – Existe pesquisa externa ou interna da época indicando a posição dos dois na corrida eleitoral? Sabe-se, no meu caso de ouvir falar que Marielle era fortíssima candidata ao pleito e Flávio, como se colocaca em relação a ela e aos demais?
    3 – Se Marielle se constituía em uma forte ameaça a conquista de uma das duas vagas ao senado pelo Flávio, temos aí uma indicação bastante razoável para o cometimento do crime.
    4 – Em março de 2018 penso que nem Bolsonaro acreditava em sua vitória eleitoral a presidência e na avalanche de votos que arrastaria um caminhão de parlamentares com ele, o que afastaria qualquer necessidade de eliminação física de oponentes. Como esse quadro não estava dado é razoável pensar que não sendo eleto e não tendo mais cargo eletivo para se aproveita, seria muito lógico ter dois filhos eleitos em BSB.
    5 – Portanto o caminho mais lógico para encostar Marielle no clã é fazer o caminho de volta até março e esmiuçar as pesquisa eleitorais da época, tanto para o senado como para a presidência.

    A se confirmar meus prognósticos e com virada que teve o pleito, o clã deve lamentar até hoje, dia após dia as medidas drásticas adotadas para ter Flávio no Senado.

    Outra coisa. Fabricio tem muita bala na agulha, não apenas na memória, pois como já foi dito aqui ele era agente da P2 a policia secreta da PM, e não deve ter feito tratativas com os Bolsonaro apenas no boca a boca.

  14. O gaeco age a margem da lei. Pior, acima dela.
    Criado como órgão assessor dos promotores naturais de cada vara (aqueles que seguem designados pelos mesmos critérios dos juízes naturais de cada caso) os promotores “especiais” passaram a se auto designarem competentes, ferindo o direito crucial dos réus de saberem antes quem os processará(promotores) e quem os julgará.
    No oba-oba do fascio togado ninguém questionou, afinal misturamos o poder de investigar e p domínio da ação.
    Como o promotor(fiscal da lei e da legalidade) vai questionar abusos na produção de provas feitas por ele????
    Assim a nave vai.

    Agora, sinceramente discordo do tom apocalíptico do Nassif.
    Seus eleitores, apesar de um tanto de manipulação algoritimica, embarcaram com gosto na narrativa da narcomilicia.

    Foi a celebração eleitoral em escala do senso comum violento cotidiano, que nos alça a primazia em homicídios por arma de fogo no mundo.

  15. Votei em Bolsonaro. Decepcionado, como muitos. A cada dia, ele se atola cada vez mais em sua própria areia movediça. Seus filhos ajudam, em muito. A cada dia, um novo tiro no pé. Rodrigo Maia, um bufão, que será vítima da sua própria tragicomédia e seus atos. O STF, a vergonha nacional. Agem como se estivessem acima de tudo e de todos, tomando decisões absurdas, de cima de seus cargos indicados politicamente . Com salários e benesses estratosféricas, com cardápio régio (vinhos,lagostas, etc.). O crime organizado se ramificando por todos os segmentos da sociedade. A corrupção imperando em todas esferas empresariais e políticas. Brasil, triste realidade. Que futuro nos aguarda ?

    1. O que você esperava de um cara que elegia torturadores, elogia a ditadura, ridiculariza negros e índios, menospreza mulheres e se preocupa com a homossexualidade alheia?
      Desculpe, mas você é responsável por essa merda que está aí.
      EU NÃO!! Eu votei no Haddad!!

    2. Desculpe, LUIZ PIETROLUONGO, mas você deveria estar orgulhoso, afinal, o Bozo está cumprindo tudo o que prometeu na campanha eleitoral.

      No mais… glória a Deuxxxx!!!

  16. A PF ofereceu delação premiada a um sujeito declarado oficialmente, por médicos isentos, como inimputável. O cara que esfaqueou o Messias Bozo. Um louco, efetivamente.
    Por que não oferecem delação premiada ao Queiroz, ao Rodrigo Rocha Loures e ao primo do Aécio, que seria assassinado caso fizesse delação premiada?

    Essa PF está se revelando um bando de picaretas.

  17. Sobre a Colômbia, Nassif disse:

    Por lá, as FARCs entraram na luta armada e racharam o país por décadas.

    Faltou só ele dizer o porquê a esquerda foi empurrada para a luta armada. O que ocorreu foi que toda vez que um líder de esquerda era eleito deputado, prefeito etc, logo depois ele era assassinado pelos esquadrões da morte a serviço do governo. Não sobrava um. A esquerda colombiana — mesmo sendo ultra centrista e moderada, estilo Haddad ou até pior — concluiu que não havia chance de agir dentro das instituições. Não sobraria ninguém vivo pra contar a história. Por isso partiram para a guerrilha.

    Recentemente, o governo chamou as FARCs e garantiu que essa mania de assassinar quem vencesse eleições era coisa do passado, que agora tudo seria paz e amor, um verdadeiro paraíso na Terra. A esquerda colombiana — mais otária e republicana até do que a esquerda brasileira! — acreditou (A CRE DI TOU) na palavra do governo! Entregaram as armas e disputaram eleições. Os que venceram, foram assassinados, como sempre. Os que sobraram voltaram para a guerrilha, antes que fossem mortos também.

    A ingenuidade da esquerda é comovente, porém desastrosa.

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