A luta antimanicomial e o governo atual. Entrevista com Raul Albino Pacheco Filho

Lourdes Nassif
Redatora-chefe no GGN
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Pacheco Filho fala também da grande frente formada por entidades e profissionais da saúde em defesa das políticas de Saúde Mental, para que as conquistas dos últimos quarenta anos não sejam perdidas

Jornal GGN – Raul Albino Pacheco Filho é professor titular da Faculdade de Ciências Humanas e da Saúde da PUC-SP, atuando no Curso de Psicologia e no Programa de Estudos Pós-Graduasdos em Psicologia Social.

O especialista fala da luta antimanicomial, o motivo de seu surgimento e a importância para a sociedade; fala das comunidades terapêuticas e a disfunção desses aparelhos no tratamento de pessoas em estado de sofrimento psíquico; e fala muito da luta dos profissionais e entidades para que o governo Bolsonaro não desmonte o resultado de quarenta anos de luta no Brasil, que são as políticas públicas da Saúde Mental.

Pacheco Filho reafirma o que se sabe das comunidades terapêuticas e volta ao estado anterior de manicômios, que é o interesse na distribuição de verbas públicas. Não existe um projeto terapêutico, não existe contenção de danos, não existe, por vezes, nem respeito humano.

Outro ponto abordado é o desmonte no atendimento primário, com o fim dos Consultórios de Rua, por exemplo, onde aquele que necessita já é abordado e os primeiros passos para o tratamento são dados. Ele lembra, ainda, que por trás da dependência de álcool e drogas existem fatores que precisam ser abordados.

Por fim, Pacheco Filho fala da grande frente formada por entidades e profissionais da saúde em defesa das políticas de Saúde Mental, para que as conquistas dos últimos quarenta anos não sejam perdidas e o retrocesso que nos ronda não se concretize.

Veja a entrevista a seguir.

3 Comentários

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  1. Olá, tudo bem, Lourdes?

    Sou irmã de Marcus Vinícius Oliveira, o Marcus Matraga, psicólogo, ex-professor do Instituto de Psicologia da UFBA, um dos pioneiros da luta antimanicomial e da reforma psiquiátrica no Brasil. Foi diretor do Conselho Federal de Psicologia onde instituiu a área de direitos humanos. Infelizmente, ele foi assassinado, há quase cinco anos, em um crime de mando na Bahia, estado que escolheu para viver e onde viveu até ser vítima desse crime horrível. Ele ficaria muito triste com o desmonte das conquistas da luta antimanicomial/saúde mental. Uma lástima!

    1. Oi Heloisa, me lembro muito do assassinato de seu irmão. Minha irmã, psicóloga como ele e que partilhava da luta, ficou muito abalada. Sinto muito pelo ocorrido. E, com certeza, ele estaria na luta contra o desmonte. Fique bem e lutemos por ele.

  2. “…Há 8 anos, o Conexão Repórter do SBT, mostrava a forma desumana que os pacientes eram tratados no Hospital Psiquiátrico Vera Cruz em Sorocaba, a reportagem mudou a história dos hospitais psiquiátricos de todo Brasil
    Em agosto da 2012,(Sorocabanices)…” Pacientes comiam fezes. Mais de 230 mortes suspeitas em 3 anos. Uma morte era registrada a cada 15 dias dentro de Hospitais Psiquiátricos de Sorocaba. A Cidade era o maior centro de Hospitais Psiquiátricos do Brasil, com quase 10 Instituições. Todas de propriedade do então Secretário de Saúde de Sorocaba. Foram fechados às pressas. Seus Pacientes, às centenas, jogados pelas ruas das cidades da região. Os antigos Prédios foram transformados em SuperMercados ou Estacionamentos. Os Processos movidos pelo MP / SP foram todos engavetados. Os Processos movidos pelo MP Federal, não chegaram a lugar algum depois de 1 década. A Prefeitura Municipal de Sorocaba nem foi responsabilizada. Sabe quem era Presidente da República e Ministro da Saúde em 2012? Tudo isto acontecendo sob a cumplicidade de OAB, de CFM, de CRM, da Redemocracia, de MP’s e uma tal Constituição Cidadã. Pobre país rico. E mais blá, blá, blá,… 2012. Quais foram as consequências daqueles crimes? Mas de muito fácil explicação.

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