Amazonas em “situação dramática”: falta de leitos, oxigênio e aumento de sepultamentos

Volta do superlotamento de hospitais públicos e o aumento de 193% nos sepultamentos, a região sofre também com a falta de oxigênio líquido

UTI no hospital Gilberto Novaes, em Manaus (AM) – Foto: Michael Dantas/AFP

Jornal GGN – O Amazonas voltou a entrar para um cenário crítico de Covid-19. Com a volta do superlotamento dos hospitais públicos e o aumento de 193% nos sepultamentos, a região sofre agora com a falta de oxigênio líquido usado em ventiladores pacientes em estado moderado e grave da doença conseguirem respirar.

Neste sábado (09), o estado bateu um novo recorde diário de hospitalizações desde o início da pandemia. De dezembro até a última semana, o número de sepultamentos cresceu 193% em Manaus. Foram 91 enterros feitos na capital do Amazonas na última terça-feira (05) e 130 somente no sábado.

Foram 5,6 mil pessoas que morreram até este sábado no estado e 3,6 mil em Manaus. Os números das mortes coincidem com o aumento também na ocupação de leitos em hospitais da rede pública.

O governo do estado, órgãos oficiais e médicos vem denunciando o estado de alerta na região, com a lotação dos hospitais. “Nós temos vivenciado um cenário de guerra”, relatou uma médica do Hospital Universitário Getúlio Vargas (HUGV), em Manaus, em vídeo nas redes sociais.

Neste domingo, o governador Wilson Lima (PSC) gravou um novo vídeo apelando para a ajuda do governo federal e de outros estados: “Nós estamos entrando em uma situação dramática”, disse.

O comunicado foi relatando a falta de oxigênio líquido para a rede estadual. Após o consumo passar de 176 mil para 850 mil metros cúbicos por mês, as empresas que fornecem atualmente já comunicaram que não serão capazes de dar conta da demana.

“Nós estamos abrindo leitos praticamente todos os dias, foram mais de 600 nos últimos dois meses. Mas essas ações não têm sido suficientes para atender a todos os pacientes que procuram os hospitais públicos do nosso estado”, afirmou.

“Agora nós começamos a lidar com mais uma situação dramática: as empresas que fornecem oxigênio para o Estado informaram que não têm mais condições de fornecer oxigênio na quantidade que o Estado está necessitando. Nós estamos entrando em uma situação dramática. Se nada for feito, nos próximos dias nós ficaremos sem esse produto”, narrou o governador.

Por isso, o estado pediu ajuda ao Exército, para levar cilindros de oxigênio de Guarulhos, São Paulo, à região, e apelando a outros estados que tenham empresas que possam fornecer o produto ao Amazonas. “Nós temos dinheiro em caixa, mas não conseguimos comprar o produto aqui na região”, disse Lima.

Ainda, governador pediu “pelo amor de Deus” à população que só saia de casa “se for urgente, se for imprescindível”. “Nós estamos numa guerra”, continuou.

 

Redação

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