A Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) está na etapa final dos ensaios clínicos do primeiro imunizante contra a esquistossomose, doença também conhecida como barriga d’água, endemia com potencial de infectar até 1 bilhão de pessoas por ano.
A Schistovac (Sm14) combate o helminto, grupo de vermes causadores da doença, aguarda a pré-qualificação pela Organização Mundial da Saúde (OMS) e é considerada uma das pesquisas prioritárias pela instituição.
Responsável pela vacina, a pesquisadora Miriam Tedler afirmou à mídia que foi firmado um acordo de transferência de tecnologia para a produção e desenvolvimento no Instituto Biomanguinhos, da Fiocruz e que a produção conta com o apoio do Ministério da Saúde.
Resultados
Os primeiros resultados da aplicação da Shistovac em coelhos e ratos mostraram redução de mais de 90% da infecção pelo Schistosoma mansoni.
Já em humanos, os pesquisadores perceberam que o imunizante é seguro e bem tolerado. Entre os imunizados, não houve eventos adversos graves, apenas dor no local da injeção.
Os testes tiveram início em 2011, no Rio de Janeiro. As etapas seguintes foram conduzidas em Senegal. Se aprovada pela OMS, a vacina poderá ser produzida em escala e será aplicada prioritariamente nos países endêmicos.
Esquistossomose
Doença parasitária negligenciada, a barriga d’água tem ocorrência maior está ligada a locais com baixas condições sanitárias e falta de saneamento básico.
A OMS estima que 200 milhões de pessoas são infectadas todos os anos, mas como outras 800 milhões vivem em áreas de alto risco, o número pode chegar a 1 bilhão de casos por ano.
Países da África e das Américas são as regiões mais endêmicas. De acordo com o Ministério da Saúde, 1,5 milhão de brasileiros correm o risco de contrair a esquistossomose. O país também responde por 95% dos casos do continente.
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