Maior prejuízo que Bolsonaro deixa ao país é na saúde pública, diz Alckmin

Ao lado da futura ministra da saúde, Nísia Trindade, Alckmin afirmou que toda a área social “andou pra trás” com Bolsonaro, mas o maior retrocesso foi na saúde

Humberto Costa, Geraldo Alckmin, Nísia Trindade e Arthur Chioro mostram documento com conclusões do GT da Saúde. | Foto: Reprodução/Gabinete de Transição/Saúde

da Rede Brasil Atual

Nísia Trindade: história da saúde e do SUS no país será retomada ‘no que tem de mais profundo e estruturante’

São Paulo – Entrevista coletiva nesta quinta-feira (29), reuniu os coordenadores do Grupo de Trabalho da Saúde do Gabinete de Transição, o vice-presidente da República eleito, Geraldo Alckmin (PSB), e a futura ministra da pasta, Nísia Trindade. Em sua apresentação, Alckmin comentou a tragédia social deixada pelo governo de Jair Bolsonaro, prestes a se findar. Segundo ele, de modo geral a área social no país “andou pra trás” em educação, desenvolvimento social, combate a fome, meio ambiente e outros setores.

No entanto, ele destacou que o maior prejuízo foi mesmo para a saúde, em especial a pública. “Mas eu diria que o retrocesso maior foi na saúde. Até no programa de imunização, em que o Brasil era exemplo para o mundo, tivemos enorme perda, a ponto de termos hoje perto de 50% das crianças sem o reforço da poliomielite”, disse Alckmin, sobre a preocupante situação deixada por Jair Bolsonaro.

Em sua fala, Nísia Trindade, talvez a mais elogiada indicação do presidente Luiz Inácio Lula da Silva para compor o primeiro escalão de seu ministério, afirmou que a história da saúde e do SUS no país “está sendo retomada no que tem de mais profundo e estruturante”.

À luz dos novos desafios

No entanto, prosseguiu Nísia Trindade, a área “precisa ser atualizada à luz dos desafios contemporâneos.” A futura ministra acrescentou que o desafio “é agravado” pelo fato de o Brasil ter enfrentado a pandemia de covid-19 com um governo que permitiu dados assustadores.

Com 2,7% da população do planeta, o país registrou até o momento 11% das mortes do mundo. O Brasil tem quase 694 mil mortos na pandemia – e isso segundo números oficiais fornecidos por esse mesmo governo. “É um dado muito eloquente”, disse a ministra, que presidiu a Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz). Ela destacou que não se pode esquecer as políticas que levaram a retrocessos no país na área da Saúde, conforme lhe pediram parentes de vítimas da doença.

Ex-ministro da Saúde, Arthur Chioro afirmou que há um conjunto de medidas atualmente em vigor, introduzidas por Bolsonaro, que precisam ser revogadas. “Mas tem que ser negociado até para não se repetirem os mesmo equívocos”, ressalvou. Significativamente, todos os componentes da mesa, na coletiva, usavam máscaras. O também ex-ministro Humberto Costa também participou da coletiva.

Defesa da vida acima de tudo

Segundo Chioro, que participou do Grupo de Trabalho da área no Gabinete de Transição, a prioridade é “colocar a defesa da vida em qualquer circunstância em primeiro plano”. Nesse contexto, o objetivo “é recuperar a saúde no Brasil, acima de tudo para que nunca mais o povo brasileiro tenha que passar por tudo o que tem passado, tanta dor, tanta negligência, tanta falta de empatia”.

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Redação

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