OMS: tratamentos experimentais contra Ebola são éticos

Lourdes Nassif
Redatora-chefe no GGN
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Jornal GGN – Uma comissão de especialistas em ética convocada pela Organização Mundial de Saúde (OMS) considerou que é correto administrar medicamentos experimentais para combater o vírus do Ebola.

Os especialistas consideraram que, devido às circunstâncias particulares deste vírus, o mais grave e complexo registrado até agora, é ético utilizar medicamentos que ainda não tenham sido comprovados como eficientes e cujos efeitos secundários são ainda desconhecidos.

O vírus, que causa até 90% de mortalidade entre os infectados, se propagou rapidamente em quatro países da África Ocidental: Libéria, Guiné, Serra Leoa e Nigéria. Durante este ano foram constatados 1.848 casos e registradas 1.013 mortes causadas pelo vírus.

Até agora não existe medicamento ou vacina comprovadamente eficazes contra o vírus, mas há opções em teste que estão sendo desenvolvidas, explicou a doutora Marie-Paule Kiene, subdiretora da OMS, durante uma coletiva de imprensa em Genebra.

“O fato de que não existem medicamentos registrados contra Ebola é uma falha de mercado, pois esta é uma doença dos países pobres, onde não há mercado. Existem algumas terapias e vacinas que são promissoras, mas ainda não fizeram testes clínicos em seres humanos”, explicou Kiene.

Os participantes da comissão de ética médica indicaram que o uso desses medicamentos experimentais deve ser feito sob certas condições, entre elas a transparência sobre seu fornecimento, aceitação dos pacientes, assim como coletar e compartilhar todos os dados gerados nessa prática.

Com informações da ONU

Lourdes Nassif

Redatora-chefe no GGN

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  1. Ebola: a omissão da indústria farmacêutica

    Outras Palavras

    http://outraspalavras.net/destaques/ebola-a-omissao-da-industria-farmaceutica/

    Por Jane Merrick, no The Independent | Tradução: Gabriela Leite

    O principal médico de saúde pública do Reino Unido culpa o fracasso em encontrar uma vacina contra o vírus do Ebola na “falência moral” da indústria farmacêutica em investir em uma doença porque ela, até agora, só afetou pessoas na África — apesar das centenas de mortes.

    O professor John Ashton, presidente do Instituto de Saúde Pública do Reino Unido, disse que o Ocidente precisa tratar o vírus mortal como se este estivesse dominando as partes mais ricas de Londres, e não “apenas” na Serra Leoa, Guiné e Libéria. Ao escrever no jornal The Independent, no domingo, o prof. Ashton compara a resposta internacional ao Ebola àquela que foi dada à Aids. Esta matou pessoas na África durante anos e os tratamentos só foram desenvolvidos quando a doença espalhou-se pelos EUA e Ingaterra, nos anos 1980.

    Ashton escreve: “Em ambos os casos [Aids e Ebola], parece que o envolvimento de grupos minoritários menos poderosos contribuiu para a resposta tardia e o fracasso em mobilizar recursos médicos internacionais adequados (…) No caso da Aids, levou anos para que o financiamento de pesquisa adequada fosse posto em prática, e apenas quando os chamados grupos ‘inocentes’ se envolveram (mulheres e crianças, pacientes hemofílicos e homens heterossexuais) a mídia, os políticos, a comunidade científica e as instituições financiadoras levantaram-se e tomaram conhecimento.”

    O surto de Ebola já custou a vida de pelo menos 729 pessoas na Libéria, Guiné, Serra Leoa e Nigéria, de acordo com os números mais recentes da Organização Mundial de Saúde (OMS). O número real é provavelmente muito maior.

    Ontem, uma organização de ajuda norte-americana confirmou que dois agentes humanitários norte-americanos, que contraíram a doença na Libéria, deixaram o país. O dr. Kent Brantly passou a ser tratado em uma unidade de hospital especializado em Atlanta, no estado da Georgia, depois de se tornar a primeira pessoa com a doença a aterrissar em solo norte-americano, ontem à noite. A segunda trabalhadora, Nancy Writebol, precisou pousar em um voo privado separado.

    Na sexta-feira, a Organização Mundial de Saúde alertou que o surto no oeste africano está “movendo-se mais rápido que nossos esforços para controlá-lo”. A diretora geral da organização, Margaret Chan, alertou que se a situação continuar a se deteriorar, as consequências serão “catastróficas” para a vida humana. O professor Ashton acredita que mais dinheiro deveria ser revertido para pesquisa por tratamento.

    “Devemos responder a essa emergência como se estivesse acontecendo em Kensington, Chelsea and Westminster. Nós devemos também enfrentar o escândalo da falta de vontade da indústria farmacêutica em investir em pesquisa para tratamentos e vacinas, algo que se recusam a fazer porque o número de envolvidos é, em suas palavras, muito pequeno e não justifica o investimento. Essa é a falência moral do capitalismo, manifestando-se na ausência de um quadro moral e social.”

    Os países do Ocidente estão em grande alerta após Patrick Sawyer, um funcionário do governo liberiano, morrer na última semana após chegar no aeroporto de Lagos — o primeiro caso conhecido na Nigéria. Hubs aéreos internacionais são foco de atenção por causa do alto volume de passageiros voando a partir do oeste da África ou para lá, todos os dias. A empresa aérea Emirataes, de Dubai, suspendeu, por tempo indeterminado, seus voos de Guiné, por conta da crise.

    O professor John Ashton saudou decisão do Ministro de Negócios Estrangeiros do Reino Unido, Philip Hammond, em convocar, na semana passada, uma reunião do comitê de crises do governo — o Cobra – para discutir a prevenção, no Reino Unido, contra casos de Ebola.

    O desenvolvimento de uma vacina está nos primeiros estágios nos EUA, mas em pequena escala, e há pouca esperança de que alguma fique pronta para tratar o atual surto no oeste africano. Anthony Fauci, diretor do Insituto Nacional de Saúde, uma agência do Departamento de Saúde e Serviços Humanos dos EUA, disse que há planos de começar a testar uma vacina experimental conta o Ebola, possivelmente no meio de setembro. O ensaio vem obtendo resultados encorajadores nos testes pré-clínicos em macacos. No começo do mês passado, a Agência para Alimentação e Medicamentos norte-americana [FDA, Food and Drug Administration] convocou voluntários saudáveis para um teste realizado pela Corporação Farmaceutica Takmira, para certificar se o tratamento potencial de Ebola não traz efeitos colaterais. Esta em busca de informações para garantir a segurança de voluntários.

    O professor Ashton disse: “O foco real precisa ser posto na pobreza e na devastação ambiental em que as epidemias prosperam, e no fracasso da liderança política e sistemas de saúde pública em responder efetivamente. A comunidade internacional deve envergonhar-se e procurar compromentimento real… se se deseja enfrentar as causas essenciais de doenças como Ebola.”

  2. Dizer o quê?

     

    O Channel 2, a estação de televisão mais popular de Israel, através do seu site, Mako, publicou o resultado da pesquisa realizada para receber as sugestões dos seus leitores e enviar um presente ao presidente americano, Barack Obama, no seu 53 º aniversário, comemorado no dia 4 de agosto. 

    happy birthday to Barack Obama 2014

     

    VEJAM O RESULTADO

     

    10%

    queriam dar-lhe o remix da música de Noy Aloosh “Don’t Second Guess Me Ever Again”  

    insolente, mas engraçado

     

    11%

    sugeriram “tacos de golfe”

    eles conhecem o cara

     

    20%

    queriam presenteá-lo com “a paz no Oriente Médio”

    ótimo

     

    48%

    dar “um envelope contendo o vírus Ebola”

    dizer o quê?

     

    obama ebola

  3. As viagens aéreas

    criam a ‘tempestade perfeita’ para o Ebola devastar a humanidade

     

    Tudo começa com as irrefutáveis condições das viagens aéreas: 

     

    – todos os passageiros permanecem confinados no mesmo espaço fechado 

    – todos os passageiros respiram o mesmo ar

    – o Ebola pode ser transmitido através partículas minúsculas e apenas um único vírus, cavalgando uma partícula de puverizada, é suficiente para infectar um ser humano

    – após o voo, os passageiros infectados misturam-se com milhares de outras pessoas no aeroporto, cada um seguindo um destino diferente e único em outro lugar do outro lado do país ou ao redor do mundo

    – a velocidade das viagens aéreas está muito acima da velocidade alcançada pelos governos para implantar equipes de prevenção de doenças infecciosas.

    A pandemia global de Ebola, em outras palavras, poderia originar de uma única pessoa em um único voo internacional e poderia circundar o globo em menos de 48 horas.

     

    Estão, as viagens aéreas, condenando a humanidade a uma inevitável pandemia?

    1. há um engano

      A doença não se propaga através do ar, senão apenas pelo contato com fluidos corporais do doente. Isto, de certo modo, facilita a manipulação e restringe o contágio.

      Abs generalizados.

  4. Kits de detecção de Ebola

    foram distribuídos em todos os 50 estados dos EUA

     

    Embora a reação oficial seja discreta, na verdade, o governo dos EUA está, rapidamente, se preparando para a possibilidade de um surto de Ebola alcançar o continente. 

    Conforme relatado acima, o Departamento de Defesa dos EUA já tem um contrato de 140 milhões de dólares americanos concedidos à Tekmira para desenvolver medicamentos de tratamento contra o Ebola. 

    Além disso,como SHTFplan.com relata:

    “O Departamento de Defesa informou ao Congresso que implantou sistemas de diagnósticos biológicos, para as equipes de suporte da Guarda Nacional, em todos os 50  Estados, de acordo com um relatório publicado pela Comissão sobre Serviços Armados. Algumas das 340 unidades da Joint Biological Agent Identification and Diagnostic System (JBAIDS) foram distribuídas, até agora, ao pessoal de resposta a emergências. Os sistemas são ‘rápidos, confiáveis e fornecem identificação simultânea de agentes biológicos e patógenos específicos.'”

    Por um lado, podemos aplaudir as ações de preventivas do governo em tudo isso: é inteligente ter sistemas de diagnósticos implantados em todo o país, é claro.

    Mas, por outro lado, a ação levanta a questão: quando o governo está pensando em informar ao público sobre tudo isso? 

    Provavelmente nunca. 

    Não há nenhum sentido em causar pânico quando, de qualquer maneira, metade das pessoas não vai sobreviver a um surto do Ebola sem o medicamento necessário ao tratamento.

  5. osama

     

    O Ebola é uma perfeita arma biológica contra a humanidade?

     

     

    Anja Wolz, Emergency coordinator in Sierra Leone Kailahun Ebola project.

    “Todo mundo envia especialistas. Eles se sentam em escritórios e participam de reuniões. Precisamos de pessoas para ir ao campo”, disse a Dra. Anja Wolz, adiantando que o atual surto não será contido este ano.

     

    É necessário, urgentemente, ser conscientizado que o Ebola é uma ‘arma biológica perfeita’. 

     

    Devido à sua capacidade  de ser armazenado, sobreviver e permancer ativo durante muitos dias, semanas ou anos mais tarde, ele poderia muito facilmente ser coletado a partir de vítimas infectadas e, depois, preservado, usando nada mais do que um desidratador de alimentos comuns. 

     

    Conforme a Public Health Agency of Canada explica:

     

    “O vírus pode sobreviver no material líquido ou seco por um certo número de dias. A sua capacidade de infectar permanece estável à temperatura ambiente ou a 4 ºC, por vários dias e permanece, indefinidamente, estável a -70 ºC.”

     

    Para traduzir em termos leigos, isso significa que o vírus Ebola pode ser: 

    • armazenado em um frasco líquido e facilmente contrabandeado através das fronteiras internacionais. 

    • desidratado, armazenado em estado sólido e, então, facilmente contrabandeado. 

    • congelado a temperaturas muito baixas, onde permanece ativo por tempo indeterminado. 

    Uma vez secos ou congelados, os patógenos do Ebola podem ser contrabandeados para países alvos com extrema facilidade. 

     

    Nos Estados Unidos, por exemplo, as pessoas podem atravessar as fronteiras meridionais com segurança e zero absoluto de riscos.

     

    ‘Bin Laden’ Cruza a Fronteira Americana

     

    O cineasta James O’Keefe cruzou o Rio Grande, atravessando do México para os Estados Unidos disfarçado de Osama bin Laden, em uma ação inserida no projeto investigativo lançado pelo Veritas, em 11 de agosto de 2014.

     

    [video:http://youtu.be/fB37TCDcZBg%5D

     

    Créditos: informações e imagens da Internet

  6. O Surto de Ebola na África Ocidental

    O surto foi relatado pela primeira vez em março de 2014 e, rapidamente, se tornou a ocorrência mais letal da doença desde a sua descoberta em 1976.

    Informações da BBC

    Map showing Ebola outbreaks since 1976

    Os números de 2014, até o dia 4 de agosto, de acordo com as regiões do surto de Ebola.

    Mais de 1.000 pessoas morreram, com a Serra Leoa, Guiné e Libéria sendo os países mais afetados, com o registro de duas mortes na Nigéria, o país mais populoso da África.

    Organização Mundial de Saúde (OMS) declarou o surto como uma emergência de saúde pública internacional.

    Map: Ebola outbreak in West Africa

    Número de mortos

    A OMS publicou as atualizações sobre a propagação do vírus em cada um dos países afetados.

    Graphic: Cumulative death toll for the 2014 outbreak

    Os valores apresentados, para mortes confirmadas, são, ocasionalmente, revisado para baixo, levando em conta as mudanças nos métodos de apresentação de relatórios dos países, por exemplo, excluindo os casos suspeitos que haviam sido incluídos anteriormente.

    O Surto de 2014

    O Ebola ocorre em regiões da África subsaariana, embora normalmente menos de 500 casos ocorram a cada ano. Não houve casos relatados entre 1979 e 1994.

    O surto de 2014 supera todas as epidemias anteriores, de acordo com a figura, atualizada até o dia 9 de agosto, indicando que havia 1.848 prováveis ​​casos suspeitos e confirmados e houve 1.013 mortes.

    Graphic: Ebola outbreaks over time

     

    Os Cordões Sanitários

    Informações do NYTimes

    Um soldado guarda a barreira instalada fora do distrito de Kenema, na semana passada, depois de Serra Leoa ter implantado tropas para impor uma quarentena de Ebola na parte oriental do país | Tommy Trenchard para o The New York Times

    O surto de Ebola na África Ocidental está tão fora de controle que os governos estão usando uma tática de combate da doença que não era utilizada há quase um século: o “cordão sanitário”, em que uma linha é desenhada em torno da área infectada e ninguém está autorizado a sair .

    Estes cordões sanitários, comuns na epidemia da peste negra na era medieval, não eram vistos desde que a fronteira entre a Polônia e a Rússia foi fechada em 1918 para impedir que o tifo se espalhasse para o oeste.

    Os cordões têm o potencial para se transformarem brutais e desumanos, em sua forma mais extrema.  Séculos atrás, todos que eram confinados dentro dos seus limites foram deixados para aguardar a morte ou sobreviver, até que o surto terminasse.

    Os planos para o novo cordão de isolamento foram anunciados no dia 1 de agosto, em uma reunião de emergência da Mano River Union – uma associação regional da Guiné, Serra Leoa e Libéria, os três países mais atingidos pelo Ebola, de acordo com a Agencia France- Press – em Conakry, na Guiné. 

    O plano era isolar uma área triangular onde os três países se encontram e são separados por fronteiras porosas, onde 70 por cento dos casos conhecidos, até então, foram registrados.

    Ilustração do GMA NEWS ONLINE publicada em 25 de março de 2014

    Organização Mundial da Saúde | http://who.int/csr/don/2014_08_11_ebola/en/

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