330 mil domésticas perdem o registro

Lourdes Nassif
Redatora-chefe no GGN
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Jornal GGN – O número de empregadas recua enquanto o de domésticas na informalidade avança. Este é o Brasil de Temer. Muitas delas estão perdendo os direitos trabalhistas recém-adquiridos. Quando a crise se iniciou, nos idos de 2014, o número de trabalhadoras sem carteira aumentou 8,2%, enquanto o de empregadas com carteira diminuiu 1,6%. Este percentual indica que 330 mil perderam o registro. O efetivo de domésticas no país hoje soma 6,2 milhões de mulheres, quase 7% dos trabalhadores ocupados do País.
 
Para o coordenador de trabalho e rendimento do IBGE, Cimar Azeredo, as domésticas são vítimas da crise. Saíram do comércio e indústria, e agora atuam como domésticas. Caso haja oportunidade em outras áreas, elas migrarão.

 
O consultor do Instituto Brasileiro de Economia (Ibre), da FGV, Tiago Cabral Barreira, diz que o número de domésticas informais começou a crescer com mais força a partir de meados de 2015. Parte delas não participava do mercado de trabalho antes da recessão, mas acabaram por voltar para complementação da renda familiar.
 
Segundo ele, conforme a renda dos empregadores foi diminuindo, foi aumentando o número de diaristas, que antes eram mensalistas.
 
Mesmo como diarista, a situação vai piorando. Em março de 2016, uma diarista trabalhava cerca de 29,3 horas por semana, já em maio deste ano, eram 27,9 horas, uma queda de 4,8%. 
 
Além da perda de direitos, muitas domésticas que foram para a informalidade viram sua renda piorar. A média salarial das empregadas sem carteira hoje é de cerca de R$ 730, equivalente a 60% do salário das registradas.
 
Com informações do Portal Terra.
Lourdes Nassif

Redatora-chefe no GGN

2 Comentários

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  1. É que ficou caro

    Não foi Temer o responsável por essa queda. Foi o excesso de encargos trabalhistas, que tornou a contratação com carteira assinada muito cara.

    O governo instituiu o FGTS para domésticas, querendo vender a ideia de que o governo tem o poder de aumentar os salários só com uma canetada. Esquece que quem determina o valor dos salários não é o governo, mas o mercado de trabalho. A legislação trabalhista apenas determina qual percentual do valor da remuneração de mercado vai direto para o bolso do empregado, e qual vai para o bolso do governo sem fazer escala no bolso do empregado, por conta dos encargos trabalhistas. Se o encargo aumenta, o salário em carteira diminiu. Simples assim. Foi o que aconteceu quando o governo instituiu o 13o salário, e lá se vão mais de 50 anos. Quem é tolo achou que todos os salários foram acrescidos de um mês extra. Na realidade, a contabilidade dos empregadores passou a ser dividida em 13 meses por ano ao invés de 12, e o valor do salário em carteira foi estabelecido com esta fórmula.

    Mas quando se vai para a informalidade, isso acaba: 100% do valor da remunração de mercado entra no bolso do empregado, e não vai nada para o bolso do governo. Aí é muito melhor, o próprio empregado pode planejar sua vida, fazer sua própria poupança para aposentadoria, etc. Eu abandonei a carteira assinada tem 15 anos, e meu padrão de vida melhorou mil por cento.

     

    1. Que mentira!!!
      O trabalho
      Que mentira!!!
      O trabalho intermitente provou q a retirada de direitos não aumenta o salário de ninguém!!
      Quem não tem condição de pagar um salário decente q limpe a própria privada!
      Simples assim!

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