15 anos depois, nova “Cratera do Metrô”, desta vez na Marginal Tietê

Escavações da Linha 6, prometida por João Doria para 2023, teriam rompido coletora de esgoto da Sabesp. Acidente similar ocorreu em 2007 próximo à Marginal Pinheiros, sob gestão de José Serra, e terminou em impunidade

Cratera engole parte da Marginal Tietê (Foto: Reprodução/GloboNews)

A cidade de São Paulo viveu nesta terça-feira (1º/2) uma tragédia repetida: uma enorme cratera se formou em um local próximo à Marginal Tietê, entre as pontes do Piqueri e da Freguesia do Ó.

Segundo as primeiras informações oficiais, publicadas pela página da TV Cultura, o afundamento do piso no local foi resultado do rompimento de uma coletora de esgoto da Sabesp, provocado pelas escavações relativas à obra da Linha 6 (Laranja), do Metrô de São Paulo.

Ainda não há maiores informações sobre o tamanho da cratera, e se ela pode continuar crescendo – ao menos três pistas da Marginal Tietê permanecem interditadas desde a manhã desta terça, sob risco de desmoronamento. Tampouco se sabe sobre possíveis mortos ou feridos provocados pelo acidente.

As obras da Linha 6 do Metrô seriam um dos trunfos de campanha de João Doria, seja para uma eventual campanha presidencial como candidato do PSDB, ou sua tentativa de se reeleger para o governo estadual, para manter a hegemonia do partido em São Paulo, que já dura 28 anos.

O governador realizou vídeos mostrando o início das obras e prometia a entrega das primeiras estações para 2023.

Cratera de 2007

As reportagens sobre o acidente em diversos meios de comunicação mostram uma imagem semelhante ao de outra tragédia praticamente idêntica: no dia 12 de janeiro de 2007, também se formou uma enorme cratera em um local próximo à Marginal Pinheiros, que chegou a alcançar 80 metros de diâmetro.

A causa daquele desmoronamento foi a mesma: obras do Metrô de São Paulo – no local, atualmente, está a Estação Pinheiros, da Linha 4 (Amarela).

O governo estadual paulista naquele então também era do PSDB. Segundo a edição do dia seguinte do Estadão, o governador de São Paulo – na época, José Serra – declarou que “olhando daqui parecem carrinhos de brinquedo”, em referência a como o desmoronamento engoliu veículos próximos e pessoas que caminhavam pelo local.

Aquela primeira cratera provocou a morte de sete pessoas. Apenas uma delas era um trabalhador das obras do Metrô. As outras seis vítimas eram transeuntes que tiveram o azar de estar passando pelo local justamente naquele momento.

Em 2016, o Tribunal de Justiça de São Paulo (TJ-SP) anunciou a sentença definitiva do caso, e absolveu todos os 12 réus, com o argumento de que “há dúvidas se os técnicos da obra poderiam prever a cratera”, e que “uma condenação, com preocupação de dar satisfação social, diante de tamanha tragédia, por si, não se justifica”.

Redação

2 Comentários

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  1. Tenho admiração pelo GGN, mas esse tipo de matéria apenas destrói sua credibilidade e imparcialidade. Utilizam a mesma estratégia dos adversários, que é torturar as circunstâncias e fazer das contingências da vida um motivo para colocar a culpa em um governante oi o seu partido. Se o PT estivesse governando São Paulo, será que isso não teria acontecido do mesmo jeito?

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