Nota do presidente da CDHM sobre atentados no Mato Grosso

Lourdes Nassif
Redatora-chefe no GGN
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Imagem Sebastião Salgado

Nota do presidente da CDHM sobre atentados no Mato Grosso

É com profunda indignação que recebi a notícia de um possível atentado que teria resultado na morte de cerca de dez pessoas, incluindo crianças, mulheres e idosos na comunidade Taquaruçu do Norte, na área rural do município de Colniza, no Mato Grosso, segundo informações de fontes locais.

Ainda segundo os relatos locais, há dezenas de feridos e pessoas desaparecidas. Trata-se da maior chacina no campo no estado do Mato Grosso. Segundo informações apuradas pela assessoria técnica da Comissão de Direitos Humanos e Minorias (CDHM), a região é marcada por conflitos agrários desde sua constituição, com diversos registros de mortes praticadas por pistoleiros profissionais. Os episódios são relatados há muito tempo por agricultores locais ameaçados de morte. Informes vindos da região dão conta de que fazendeiros querem eliminar as comunidades por considerarem que são empecilhos para seu negócio. Não se trata de um episódio isolado no contexto dos conflitos agrários.

Na última segunda, a Comissão Pastoral da Terra lançou seu relatório anual de Conflitos no Campo e constatou aumento de 22% nos assassinatos de populações do campo em função de conflitos agrários em 2016 na comparação com o ano anterior, totalizando 61 mortes.

No relatório, fica latente a omissão do atual governo brasileiro, ao indicar a retirada de recursos e o fim de programas estratégicos para a melhoria da vida do trabalhador do campo, além de cortar recursos de fiscalização dos órgãos competentes para observar o cumprimento de demarcações determinadas pela Justiça, além de projetos de lei e medidas provisórias que tramitam neste Congresso que retiram direitos dos trabalhadores do campo e povos tradicionais, como as MPs 215 e 759.

Na condição de presidente da CDHM, informo que estou acompanhando o caso com absoluta prioridade e determinei à assessoria técnica da Comissão que abra um procedimento de apuração dos fatos, oficiando as autoridades competentes sobre a investigação dos crimes e requerendo informações acerca das denúncias que recebemos. Acionei o Ministério da Justiça solicitando ao órgão que determine à Polícia Federal que se dirija ao local com a maior rapidez possível.

Por fim, realizei contato com a Procuradoria Federal dos Direitos do Cidadão, na figura da subprocuradora Deborah Duprat, com o intuito de somar esforços conosco na obtenção de respostas.

Deputado Paulão

Presidente da Comissão de Direitos Humanos e Minorias (CDHM)

Lourdes Nassif

Redatora-chefe no GGN

6 Comentários

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  1. Do outro lado: Caiado, Chefe do GSI, Serralho, Aloysio. Gilmar

    Do outro lado: Caiado, Chefe do GSI, Serralho, Aloysio, Gilmar, Moro, Janot, Dalanhooooll, Eunício Oliveira, Rodrigo Maia, Zé Agripino Maia, Heráclito Fortes, MBL, Vem Pra Rua, Revoltados Online, Kataguri, Hollyday, Globo e cia

  2. Comentário.

    Com o golpe de Estado em curso, o grupo da grana vai colocar os pobres na vala comum.

    A expulsão do presidente da Funai por não admitir ruralistas (ruralistas???) nomeados é sintoma disto. Pra constar.

  3. Não sabem encabar enxadas. A maioria.

      Não é bem assim. Mato-Grosso é celeiro ,também , da grilagem e grileiros profissionais, travestidos de sem-terras. Digo especificamente em Primavera do Leste e região , onde as invasões são constantes ,e com certeza seus mentores são facínoras comuns ,e fazem da  atividade uma profissão. Aqui ,os ditos líderes possuem ,vários lotes demarcados ,usando idosos ,drogados e alguns deles cooptados em albergues. Possuem ,casas na cidade ,automóveis novos e semi´novos ,e só vão ao local nos finais de semana ,a passeio. Entre eles constam ,pastores,advogados,agrimensores e como não podia deixar de ser ,politicos.

    1. E por causa de alguns bandidos,

      vamos matar a todos os outros e resolveremos o problema. Quanta simplificação para tentar demonizar a luta pela terra.

  4. Há 7 anos e meio denunciei no

    Há 7 anos e meio denunciei no Observatório da Imprensa o desejo mais ou menos evidente do Jornal Nacional e de Gilmar Mendes de purificar o Brasil mediante a destruição do MST http://observatoriodaimprensa.com.br/jornal-de-debates/o-mst-e-o-jornalismo-homicida/.

    A queda de Dilma Rousseff parece ter aumentado a sede de sangue dos protagonistas da destruição do Estado de Direito.

    Tanto isto é verdade que a imprensa, o Ministério da Justiça, a Polícia Federal e a Justiça Federal estão criando um contexto em que o terrorismo estatal e extra-oficial possa ser livremente empregado no campo e nas cidades contra os sem terra, os sem tetos e, principalmente, contra aqueles que estão inconformados porque não tem mais o direito dever seu voto num candidato a presidente do PT respeitado pela Câmara dos Deputados, Senado e STF.

    A guerra civil que se torna aberta e sanguinolenta não começou hoje. Ela começou há quase uma década e se aprofundou no exato momento que Aécio Neves rejeitou o resultado das eleições iniciando o processo político que resultaria na chegada ao poder do usurpador Michel Temer.

  5. Os bandidos e assassinos

    Os bandidos e assassinos sabem o que está acontecendo no Brasil…

    Eles sabem para onde foi a justiça…

    Agora é pegar na bala!

    Direitos humanos é coisa de petralha!

    O ódio anda solto no ar…

    Tá tudo dominado…

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