Antes de deixar mandato no TSE, ministra quer investigar Aécio

Patricia Faermann
Jornalista, pós-graduada em Estudos Internacionais pela Universidade do Chile, repórter de Política, Justiça e América Latina do GGN há 10 anos.
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Jornal GGN – A ministra Maria Thereza de Assis Moura, do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), determinou que as contas de campanha do senador Aécio Neves (PSDB), sobre a candidatura às eleições presidenciais de 2014 na qual foi derrotado, sejam apuradas. A ministra foi relatora das contas do tucano em 2015 e havia apontado 15 irregularidades.
 
A determinação foi a segunda de Maria Thereza, que já havia pedido investigação nas contas de campanha do PMDB e PP, durante sessão do TSE nesta terça-feira (09). Ocupando o cargo de corregedora da Justiça Eleitoral, sugeriu a abertura das investigações contra os três partidos, após Gilmar Mendes, presidente do Tribunal, pedir a apuração sobre o PT.
 
Para Maria Thereza, as delações premiadas de investigados da Operação Lava Jato – argumento usado por Gilmar para pedir a investigação – também trazer suspeitas de irregularidades nas campanhas dos outros três partidos.
 
Apesar de ela solicitar a investigação, pediu ao plenário que os processos sejam distribuídos livremente entre os demais ministros, por entender que o caso não pode ser analisado exclusivamente pelo corregedor.
 
A ministra pediu as investigações faltando três semanas para acabar o seu mandato no TSE. 
 
Nesta quarta (10), pediu que os técnicos do tribunal também averiguassem a campanha de Aécio Neves, que em agosto de 2015, já mostrava haver irregularidades. Mas como os ministros privilegiam o julgamento das contas dos candidatos eleitos, o caso ficou paralisado.
 
À época, Maria Thereza apontou, por exemplo, as doações feitas pela Odebrecht e pela Construbase que somam R$ 3,75 milhões. Aécio repassou uma doação de R$ 2 milhões da empreiteira, sem registrar na prestação de contas. No total, a Odebrecht doou R$ 8 milhões à campanha do tucano. O TSE também destacou uma diferença entre o valor declarado pela campanha (R$ 500 mil) e o montante recebido da Construbase (R$ 1,75 milhão).
 
Ainda, de acordo com o tribunal, a campanha de Aécio Neves deixou de declarar outros R$ 3,9 milhões em doações estimáveis. Das 15 irregularidades, Maria Thereza havia questionado três consideradas infrações graves.
 
Agora, antes de deixar o seu mandato no TSE, a ministra pediu que técnicos, a Receita Federal e o Tribunald de Contas da União (TCU) analisem as contas. 
 
Patricia Faermann

Jornalista, pós-graduada em Estudos Internacionais pela Universidade do Chile, repórter de Política, Justiça e América Latina do GGN há 10 anos.

12 Comentários

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  1. Acima das leis

    Apesar da demonstrada tardia coragem da ministra, semelhante ação, não vai longe, tem forças e prioridades, inversas aos processos de investigação contra Dilma/PT, Lula/PT e contra o PT. Ou seja, não deverá chegar a lugar algum. Alguém duvida?

  2. Um detalhe
    Sobre esta Ministra.

    Ela almoça no bandejao do tribunal com seus assessores e todos os outros funcionários do STJ ao contrário dos outros Ministros.

  3. No blog do Nassif estão

    No blog do Nassif estão arquivados meus tesouros mais preciosos,que são meus comentarios,inclusive os impublicaveis,isto é,quando passo da conta.Anotem o nome por gentileza:Maria Thereza de Assis Moura.Pois bem,verifiquem se o conglomerado mafimidiatico não vai publicar que ela é uma contumaz invasora do sinal vermelho.

  4. Louvável Ação …
     
    mas como

    Louvável Ação …

     

    mas como sou chato me pergunto: Por que somente agora faltando 3 meses para se afastar pede apuração mais detalhada, sabendo que assim que deixar seu cargo estas solicitações voltam para o limbo?

    Seria só para não manchar o curriculo?

    Me desculpe, de antemão, excelentissima ministra, mas é que a justiça brasileira anda mesmo me causando asco. Está tão recheada de parcialidades e partidarismo que não consigo deixar de lado o ceticismo.

    Quando vemos o próprio STF participar de um golpe contra a constituição a qual deveria defender, acima das paixões políticas partidárias, recusando-se a interferir num processo claro de afronta ao Estado Democrático.

    Quando o STF aceita a ridicula tese de separação de poderes e permite que uma pessoa, pelo menos até aqui, honesta sem um crime que lhes possam imputar, seja julgada por uma quadrilha de conhecidos bandidos e corruptos que só tem o interesse de assaltar o poder para poderem se lambuzar e farrear com o dinheiro público em detrimento da imensa maioria de um povo sofrido, não posso mais acreditar na justiça e vejo tudo com um olhar de desconfiança.

    Desculpe novamente se lhe ofendo e lanço luzes suspeitas sobre vossa excelencia.

    Provavelmente a culpa seja da Dilma e do Lula que ousaram contrariar a elite e tirar-lhes alguns merréis para dar um alento aos seres-humanos que tiveram a infelicidade de nascerem brasileiros.

  5. Porra nenhuma (desculpem o

    Porra nenhuma (desculpem o palavrão)

    Traduzindo: fingir que a justiça alcança a todos. No fundo, no fundo, vai ser um teatrinho para ao final dar um atestado de “idoneidade” pro pilantra capitalizar politicamente: “estão vendo? fui “investigado” e não encontraram um fiapo de ilegalidade em meus atos”

     

    Justiça de bosta. Pra tristeza do Frota, nem o Aécio será comido

  6. Será que vai acabar sendo julgado pelo ministro tucano do TSE?

    Embora a intenção seja das melhores, após sua saída o processo será arquivado, demonstrando a “lisura” (i.e. escorregadez) do tucano Aécio Cunha, candidato que será empossado após a queda de Dilma e Temer.

    O Aécio Cunha não é parente do Dudu Cunha, mas ambos não serão arranhados nesta enorme novela-farsa Brazil em que nos transformamos.

    O script inclusive está em ingles …

  7. Pouco provável que dê em algo

    Dificil que chegue-se a alguma coisa, o beiçudo está lá como um zagueiro de várzea para dar chutão para tudo que for lado quando a bola pingar na área do laércio. 

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