Por ML
Comentário ao post “Xadrez de quem é valente apenas contra os fracos“
A discussão da previdência no Brasil está repleta de falácias. Como se trata de um assunto que envolve aspectos financeiros e econômicos bastante complicados, o golpismo usa e abusa de argumentos pretensamente inquestionáveis. Algumas falácias:
1) A previdência só é sustentável no tempo se for equilibrada, ou seja, se os gastos com aposentados e as contribuições trazidas a valor presente forem, no mínimo, iguais. Uma coisa é sustentabilidade intertemporal outra coisa é a escolha social a respeito do financiamento das despesas com aposentados.
2) Os ativos sustentam os inativos. Evidentemente, a renda anual dos aposentados corresponde a parte do produto produzido no ano. Mas esse produto é função do trabalho dos ativos e do estoque de capital (privado e público) acumulado no passado. Esse capital foi, em grande parte, fruto do trabalho dos que estão aposentados hoje. Afirmar que os ativos sustentam os inativos equivale a afirmar que o produto atual é função apenas do trabalho vivo.
3) A relação aposentados/ativos caminha para valores insustentáveis. Diversos países possuem hoje uma relação muito maior do que qualquer estimativa séria elaborada para o Brasil.
4) O valor atualizado das contribuições dos aposentados é menor que o valor presente das suas aposentadorias. O Brasil possui uma das maiores taxas de contribuição do mundo (senão a maior, somando o desconto que aparece no holerite do trabalhador com a mal denominada “contribuição patronal”). Na verdade, a capitalização dessas contribuições por uma taxa real razoável equivale a uma perpetuidade no valor da aposentadoria do trabalhador.
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Repugnante é a abordagem de
Repugnante é a abordagem de um tema tão complexo de forma simplista e desumanizada. Um singelo texto de 19 linhas simplesmente derruba algumas das falácias, para não dizer mentiras, oriundos dos beócios que a tudo e a todos resumem a números, estatísticas e planilhas.
Certo, pode parecer pieguice, mas é necessário ressaltar: o ser humano que trabalha a vida toda e que se vê obrigado a parar por contingências naturais não pode ser tratado como um rebotalho, uma peça descartável. Ter a sua disposição um sistema justo no momento vida é um direito tão básico como o são os demais preconizados pelo Direito.
Mas não: tudo é pensado sob o cânone capitalista, O aposentado entra nas equações diferenciais e integrais apenas como mais uma variável dos modelos da Ciência Atuarial. Claro que para alguns privilegiados a toada, como sempre, será diferente. Para privilegiados do cume da pirâmide social é indiferente o drama. Já para os debaixo, a maioria, é a condenação a um final de vida indigno.
Regrediremos de forma inapelável se insistirmos em dar esse direcionamento a um problema que requer para sua abordagem primeiro de tudo sensibilidade e empatia. E não arroubos de retórica economicista barata,
Mais esclarecimentos baixo,
Mais esclarecimentos baixo, seria interessante simplificar os argumentos em um post.
https://www.youtube.com/watch?v=ximRnKLSKQk
https://www.youtube.com/watch?v=qWssYAeMj3w
http://www.anfip.org.br/noticia.php?id_noticia=21125
http://www.anfip.org.br/noticia.php?id_noticia=21106
http://www.anfip.org.br/noticia.php?id_noticia=21097
http://www.anfip.org.br/noticia.php?id_noticia=20708
Permita-me o copydesk:
Permita-me o copydesk: “Arrotos de retórica economicista barata”
A Previdência é superavitária
A MENTIRA do deficit da Previdência é uma das maiores lendas urbanas das que têm sido divulgadas pela globo e acólitos com o fim de privatizá-la, que é o mesmo que destrui-la. Sugiro que consultem a tese de doutorado da profª Denise Gentil, do Instituto de Economia da UFRJ, que prova de forma cabal e definitiva que a Previdência Social brasileira é superavitária. Vejam o que os eternos sonegadores (grandes corporações, principalmente de MÍDIA, e bancos) devem atualmente só ao INSS (em torno 250 bilhões de reais, contando-se apenas os 13 mil maiores devedores) e vejam quanto do Fundo da Previdência tem sido, inconstitucionalmente, desviado para pagar uma mentira chamada “dívida pública”.