As universidade brasileiras entre as 50 melhores do mundo

Do Estadão

Quatro universidades brasileiras estão entre as 50 melhores do mundo
 
USP aparece na lista mundial em oito áreas e teve melhor desempenho entre todas as nacionais em 20 disciplinas
 
Paulo Saldaña
 
Um ranking internacional de ensino superior aponta quatro universidades brasileiras entre as 50 melhores do mundo em oito áreas do conhecimento – entre 30 citadas. O QS Quacquarelli Symonds University Rankings – organização internacional de pesquisa em educação – foi divulgado por áreas nesta terça-feira, 26, e mostra duas estaduais de São Paulo em destaque entre as instituições brasileiras: a Universidade de São Paulo (USP) e de Campinas (Unicamp). Mas nenhuma brasileira conseguiu figurar entre as “top 10”.

Os rankings tomam por base índices de citações de pesquisas, além de estudos de reputação. A área em que as brasileiras vão melhor é a classificada como Agricultura e Silvicultura. A Unicamp ficou como a 22.ª melhor do mundo na área, seguida por USP (27.ª) e Universidade Estadual Paulista (Unesp, 50.ª). A Unicamp ainda lidera entre as brasileiras nas áreas de Filosofia (42.ª) e História (34.ª). Na área de História, a Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) aparece em 42.ª no mundo.

A USP é a instituição brasileira que mais se destaca nas áreas avaliadas pelo QS. A estadual paulista, que completa 80 anos em 2014, está entre as 50 melhores do mundo em oito áreas e teve o melhor desempenho entre todas as brasileiras em 20 disciplinas. A Unicamp está no topo do País em oito disciplinas.

A 27.ª posição da USP em Agricultura e Silvicultura é a melhor colocação da universidade entre as 30 áreas, seguida de Matemática (39.ª no mundo), Geografia (42.ª), Estatística e Investigação Operacional (45.ª), Comunicação e Mídia (46.ª), Farmácia e Farmacologia (48.ª) e História (50.ª).

No total, 22 instituições brasileiras estão no “top 200” mundialmente em pelo menos uma das 30 disciplinas avaliadas no ranking. A instituição brasileira particular mais bem colocada é a Fundação Getúlio Vargas (FGV), listada entre as 100 melhores do mundo nas áreas de Contabilidade e Finanças e em Economia. Nesta última, a Pontifícia Universidade Católica de São Paulo (PUC-SP) é listada na faixa entre 101 e 150.

No ranking mundial, a instituição com melhor desempenho foi a Universidade Harvard, que ficou em primeiro lugar em 11 das 30 disciplinas, duas a mais que o Instituto de Tecnologia de Massachusetts (MIT).

Especialistas em pesquisa e ensino superior têm apontado a necessidade de melhorar a relevância da ciência brasileira, um dos quesitos avaliados nos rankings internacionais. No último levantamento da Times Higher Education (THE), a universidade perdeu posições em relação ao ano anterior – saiu do 158.º lugar, em 2012, para a faixa entre o 226.º e o 250.º lugares em 2013.

Redação

5 Comentários

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  1. Poderíamos melhorar nosso

    Poderíamos melhorar nosso “ranking” se nossas elites econômicas fizessem como nos EUA: doassem recursos para as nossas universidades públicas. Poderiam, assim, de certa maneira compensar a distorção perversa que é ocuparem as incipientes vagas do ensino superior gratuito em detrimento dos menos aquinhoados. 

    Mas isso é apenas sonho numa noite de verão. Esperar por isso é como esperar nascer dentes no “céu” da bôca.

    E quanto ao Estado? Ora, mesmo que se empenhasse ao máximo sozinho não poderia mudar de forma significativa essa situação. Daí a necessidade da parceria. 

     

  2. Modelo de avaliação

    Estes rankings estão baseados em modelos desenvolvidos por instituições de ensino que consideram que excelência é o resultado baseado em suas próprias experiências e características. Ou seja quanto mais alinhado ao modelo de instituições estadunidenses ou inglesas melhor a qualidade da universidade. Para ter ideia da bobagem países de influência latina, onde não se publica somente em língua inglesa, ocupam péssimas posições onde Sorbonee, Grenoble e Universidade Autônoma de Barcelona não figuram entre as 100 mais importantes do mundo enquanto os EUA mantém dezenas de instituições com pouco renome internacional neste grupo.

  3. Estes rankings estão baseados

    Estes rankings estão baseados em modelos desenvolvidos por instituições de ensino que consideram que excelência é o resultado baseado em suas próprias experiências e características. Ou seja quanto mais alinhado ao modelo de instituições estadunidenses ou inglesas melhor a qualidade da universidade. Para ter ideia da bobagem países de influência latina, onde não se publica somente em língua inglesa, ocupam péssimas posições onde Sorbonee, Grenoble e Universidade Autônoma de Barcelona não figuram entre as 100 mais importantes do mundo enquanto os EUA mantém dezenas de instituições com pouco renome internacional neste grupo.

  4. Comentário.

    O pessoal tá precisando ranquear. Claro, difícil como está de justificar uma estrutura pseudomeritocrática como a USP.

    O pessoal abraçou a ideia do ranqueamento durante a gestão Rodas. A estratégia era dar visibilidade internacional e colocar como responsável o titio Rodinhas e seu amigo e escolhido candidato à Reitoria.

    A estratégia não deu certo. Afinal, tinha o próprio Rodas atrapalhando.

    Atrelar política de desenvolvimento ao desenvolvimento de pesquisa é algo básico. O pessoal poderia ler “Ciência, Universidade e Ideologia” de Simon Schwartzman, pra ter algumas velhas ideias novas. Esqueçam o ranking, que parece um completo de viralata acadêmico.

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