Cármen Lúcia tomou “atitude política” que prejudicou o País, diz Kennedy Alencar

Cintia Alves
Cintia Alves é graduada em jornalismo (2012) e pós-graduada em Gestão de Mídias Digitais (2018). Certificada em treinamento executivo para jornalistas (2023) pela Craig Newmark Graduate School of Journalism, da CUNY (The City University of New York). É editora e atua no Jornal GGN desde 2014.
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Jornal GGN – Ao homologar sozinha o pacote de delações da Odebrecht, sem aguardar a definição de um relator, a ministra Cármen Lúcia fez um gesto político, para agradar as massas, mas “pela metade”. Isso porque não tirou o sigilo das delações, o que dá total poder à força-tarefa para decidir o que vira processo, o que é vazado e o que vai para a gaveta sem que a sociedade tenha conhecimento.

O jornalista ainda questiona por que a presidente do Supremo não aguardou a escolha de um relator para a Lava Jato se tinha a intenção de manter o sigilo do conteúdo das delações.

Por Kennedy Alencar

Homologar delações sem torná-las públicas prejudica o país

Ao decidir homologar as delações da Odebrecht mantendo o sigilo dos documentos, a presidente do STF (Supremo Tribunal Federal), Cármen Lúcia, tomou uma decisão que prejudica o país. Deixa na sombra fatos que o Brasil merece conhecer porque muita coisa já foi vazada nos últimos meses.

Esses vazamentos causaram incertezas políticas e econômicas e deram margem a manipulações para direcionamento das investigações. Uma das delações veio à tona na íntegra, vazada e distribuída por meio das redes sociais, a de Cláudio Melo Filho.

Cármen Lúcia obedeceu aos sinais que emitiu publicamente. Não faria sentido ir ao gabinete no sábado estudar um caso que não estava diretamente sob os seus cuidados. Agiu assim para homologar, recorrendo a brechas no regimento do Supremo. Não era o caminho preferido de colegas dela no STF, mas o regimento da corte é suficiente amplo para dar esse poder à presidente.

O novo relator da Lava Jato deverá ser escolhido nesta semana. Logo, do ponto de vista prático, as homologações poderiam ter esperado a escolha do substituto de Teori Zavascki, ainda mais com a manutenção do sigilo. É prudente que esse novo relator seja escolhido ainda neste semana.

A homologação feita pela presidente do STF é uma atitude política de Cármen Lúcia para atender a um desejo da opinião pública. Porém, é uma decisão que vem pela metade. Falta dar publicidade e transparência ao que foi revelado pelos 77 delatores da empreiteira. O segredo tende a elevar especulações.

Delação por si não é prova. São necessárias a denúncia e o processo. Todos os acusados têm direito de defesa. Mas é preciso que o país saiba o que foi descrito pela Odebrecht. Certamente, essa revelações resultarão numa enorme turbulência política e econômica. Melhor que aconteça logo a deixar o país à espera de uma tempestade que só ameaça e não cai nunca.
 

Cintia Alves

Cintia Alves é graduada em jornalismo (2012) e pós-graduada em Gestão de Mídias Digitais (2018). Certificada em treinamento executivo para jornalistas (2023) pela Craig Newmark Graduate School of Journalism, da CUNY (The City University of New York). É editora e atua no Jornal GGN desde 2014.

22 Comentários

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  1. Tudo leva a crer que as

    Tudo leva a crer que as delações homologadas vão ser manipuladas pelo judiciário para favorecer os golpistas. Já passou pelo primeiro crivo do Moro orientando as delações para que não aceitassem as contra o seu partido. Assim mesmo as coisas gritantes, acabaram passando. Agora, coloca-se sob sigilo. Nada mau para os golpistas se safarem. Pouca vergonha na republiqueta das bananas.

     

  2. Isso ai virou uma filial da Manipule a Jato
    Isso ai virou uma filial da Manipule a Jato da República de Curitiba, ou seja, dominio total por parte da Globo com proteçao aos seus protegidos: foi pra isso que Teori foi assassinado. Uma bela forma de se construir o roteiro/script do seriado Policia Federal, a cargo de um gęnio da Vęnus Platinada…imagina só se o Teori vivo desse na telha de sair do roteiro traçado, como ameaçava…ai nao ia pegar gente como o careca da Moca 23 milhloes, o Mineirinho 15 milhoea e outras bona gente nas cordas…a presidento Carmem garante o roteiro cinematografico previamente traçado.

  3. A Sra. Ministra Carmem Lucia

    A Sra. Ministra Carmem Lucia foi esperta, usou o momento da prisão do Eike como cortina de fumaça, associada com o PIG para Homologar as delações da Odebrecht. . Assim ela evitou uma série de perguntas incomodas a respeito da medida de tornar publicas as delações, pois  as noticias esão focadas na prisão do Eike, ou, talvez esteja esperando o sorteio  da distribuição do processo, do qual desconfio, que por “” SORTE”” será contemplado o Sr. Ministro Gilmar Mendes. Viva o Brasil! Vai que vai!

  4. Viva o Barão de Itararé: “de

    Viva o Barão de Itararé: “de onde nada espera é que não sai nada mesmo”

    A criada de quarto da Globo fez o que dela se esperava. Um espetáculo para a platéia e a manutenção dos ladrões do Brasil no poder através da manipulação da Justiça.

    E viva a presidenta culta que não conhece Machado de Assis. E, ora, ora, ora, eu que canto de leitora de Machado de Assis ainda não tinha lido Esaú e Jacó. Dedico mais uma frase desse fabuloso livro que estou lendo atualmente à presidenta “global” do STF: “não é a verdade que vence, é a convicção”. Pode um escritor ser mais atual do que Machado?

     

    1. Nietzsche

      Vera, há uma frase de Nietzsche igualmente atual, que vai no mesmo sentido: “O maior inimigo da verdade não é a mentira. É a convicção.”

  5. A populista judicial apenas joga para a platéia, pisando na bola

    Com seu populismo judicial, a Benta Carreira jogou para a platéia mas pisou na bola.

  6. Homologação a varejo

    Homologação de delação não é algo que se faça no varejo, isto é, por lote. Isto não é um ato burocrático, mas sim um ato de juízo, o qual deve ser executado por um ministro dotado de poderes, deveres e   obrigações, que  deve fazê-lo em nome da justiça e não do clamor midiático ( pois não é clamor  público).

    Esta mesma mídia, costuma dizer, quando é conveniente, que todos os brasileiros são  a favor da justiça da moral e dos bons costumes. Mas, quando votam em quem eles não gostam, passam a ter  uma  moral   duvidosa. Programas e mais programas dizendo que o brasileiro não dá bola para a justiça e para a corrupção foram feitos logo que Dilma venceu.  Mas como em nossas elites, não temos brasileiros, ( todos tem saudade da Corte, e agora de Miami), isto pouco importa. Afinal já podem ser chamados de povo brasileiro pois sairam às ruas carregando a bandeira, até do Tio Sam,e   muitos sairam  do armário  contra  a causa LGBT, e da caixa de pandora, com seus armamentos verbais  contra os outros que ousaram andar de avião.

    Agora todos são contra a corrupção,( do outro)  ,desde que o Janot esteja a cargo. Pois como dizia o índio  Garabombo, o invisível ( personagem de Manuel  Scorza):  os caras pálidas  não enxergam da mesma maneira que a gente. Assim Janot ainda não conseguiu ver nenhum Francisco ( exceções apenas  confirmam a regra). Aliás no  palácio do planalto sob o banner de  ordem e progresso, ninguém quer saber do clamor publico, só do midiático, e  o sigilo caiu bem, e o STF assim jogou no colo de Janot. Este juntou mais esta arma  a seu arsenal, concentrando um poder inimaginável, que também não quer dividir com o   público. Mas com certeza vai influenciar a escolha do próximo ministro e as próximas eleições.  Os vazamentos já devem estar sendo cuidadosamente planejados. Alguns vão sair quando a PF, após todo este tempo acabar com a investigação profunda  sigilosa, sobre o sítio de Atibaia  e concluir que a mega operação do Petrolão foi por causa do pedalinho e que o Power Point  era feio mas limpinho.  Em Guantanamo tudo já foi devidamente ajustado, embora os carcereiros ainda temam a vingança de Cunha e os Marinho tenham depois de Marcelo e Eike se tornado os mais ricos do país. 

  7. Eu sou mineira

    Mas, certos conterrâneos estão mostrando que Joaquim Silvério dos Reis tem muitos seguidores, até e principalmente hoje.

    Parece que só o Nassif nos salva !

  8. A homologação tinha que ser

    A homologação tinha que ser feita, senão o “acidente” do Teori cumpriria seu “objetivo”. Agora as investigações sobre os envolvidos serão feitas em um curto espaço de tempo de forma a obter provas, cruzar informações com outras delações e provas obtidas no processo. Infelizmente quem vai escolher o responsável pelo andamento é o Temer, o que é um absurdo mas como o povo não se mobiliza para impedir isso será dessa forma mesmo. O tal novo relator que torne pública a informação que for sendo comprovada na medida do possível. Cabe ao povo cobrar o mínimo de imparcialidade e rapidez nisso. Não sou fã da Carmem Lúcia mas fez o que eu faria, deu andamento no processo. Não pode sair divulgando delação sem o mínimo de comprovação ou pelo menos batimento com outras fontes.

  9. Alencar é um notavel
    Alencar é um notavel comentarista do PIG por reptir um mantra “erros do pt”, “erros da Dilma”. Nao é desinformado mas para ele foi um erro de Dilma nao ceder as ameaças de Cunha “tinha que chamar pra conversar”. Agora mesmo ele acha que Carmen Lucia prejudicou o pais. Ele deveria estar se perguntando por que nada mais vaza sera que perderam o calendario de vazamentos ou nada mais se vaza? Ele deveria fazer o seu trabalho de reporter e ir em busca das tais delaçoes. Ou ele sabe o que tem mas nao tem autorização para vazar? JORNALISTA não vaza JORNALISTA divulga.

  10. carmem lucia

    Ela é uma das razões do desmamtelamento do país.

    Para Nassif ela é sem noção .

    Para Requião/Lindenberg seria canalha, canalha, canalha.

    Para mim uma golpista desprezivel. 

       

  11. Essa homologação precipitada não vai estancar a sangria mas

    Em vez de homologar as delações da odebrexi, a Benta Carreira deveria ter resolvido a questão da relatoria.

    Essa homologação atabalhoada não vai estancar a sangria, vai apenas controlar a hemorragia, limitando-a basicamente ao PT.

        1. valeu, Vânia………………..aquele abraço

          tamos aí de novo, pegando alegria, ou todo barato legal, e pintando por cima de qualquer tristeza…………………….

          golpistas podem muito, mas fazer a gente ter medo de sorrir jamais conseguirão

  12. Cadê o povo?

    A essa altura do campeonato se tivesse um pingo de vergonha o povo em Brasília já estaria em frente ao STF pedindo a liberação dos inquéritos com os nomes dos envolvidos. Se fosse para aplaudir algum cantor sertanejo, Neymar as ruas estariam cheias. Vergonha!

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