Não confunda terrorismo com atentado à liberdade de imprensa

Sobre liberdade de imprensa 1 – A tragédia do “Charlie Hebdo” – que matou 12 pessoas – foi um ato terrorista, não um atentado à liberdade de imprensa. Um dos últimos feitos da revista foi retratar a Ministra da Justiça da França, Chistiane Taubira, negra, como uma macaca, como maneira de denunciar a intolerância. No Brasil, a mídia tem sido a maior propagadora da intolerância.

Sobre liberdade de imprensa 2 – Nos últimos meses, no Brasil têm sido toleradas vazamentos sistemáticos de inquéritos sigilosos, em nome da liberdade de imprensa. Não são. São atos criminosos que utilizam a liberdade de imprensa como álibi, da mesma maneira que organizações que se valem da prerrogativa de advogados para dar vazão a atos criminosos.

***

Um conceito torto e ilimitado de liberdade de imprensa exige falta total de limites para a criação humorística e garantia total de sigilo de fonte, mesmo que se refiram a episódios atentados a direitos individuais, de minorias, fé e crenças religiosas ou de atropelo da Constituição – como é o caso do vazamento de inquéritos sigilosos.

Quando um direito – a da liberdade de imprensa – colide com outros direitos – à imagem, ao respeito das religiões, das minorias – quem arbitra? O revólver, a bomba, ou a Justiça?

No Brasil, qualquer tentativa de coibir abusos é brecada por conceitos obtusos de liberdade de expressão. especialmente no caso de abusos cometidos por grandes grupos de comunicação.

O conceito de “humor agressivo” incentiva linchamentos, ataques a indivíduos, mesmo cidadãos comuns, desmoralização de defeitos físicos, exploração do preconceito racial, social e religiosos. E nada acontece.

Figuras como Danilo Gentile não apenas emporcalham a indústria do entretenimento, como se constituem em desmoralização permanente da Justiça e, especialmente, do papel fiscalizador do Ministério Público.

Nem se compare a agressividade iconoclasta do “Charlie Hebdo” com a grosseria troglodita do novo humor brasileiro. Qualquer tentativa de coibir abusos esbarra nesse conceito absurdo de liberdade de expressão ilimitada.

***

O mesmo ocorre com vazamentos de inquéritos sigilosos.

O deputado Eduardo Cunha – com uma capivara extensíssima – apareceu em um vazamento da Lava Jato. Imediatamente rebateu, dizendo ter lido detalhadamente o inquérito e apontando erros da delação.

Ora, o acesso ao inquérito foi negado à própria Presidente da República.

Como se explica a condescendência do Procurador Geral da República Rodrigo Janot com vazamentos que atropelam a própria Constituição?

Se aqui fosse mais do que uma República de Bananas, cada vazamento implicaria na troca imediata de todos os investigadores, na apuração imediata dos responsáveis pelo vazamento e na sua punição.

***

Em 2007, das poucas vezes em que o STF se pronunciou sobre o tema, o Ministro César Peluso determinou a instauração de inquérito policial para investigar vazamento de informações sigilosas.

Disse ele: “o sigilo é instrumento mediante o qual se garante a inviolabilidade do segredo, e serve à autoridade condutora das investigações, visando à elucidação do fato, mas preserva ao mesmo tempo a intimidade, vida privada, imagem e honra das pessoas envolvidas na apuração”.

***

Há um enorme vácuo no Judiciário brasileiro e no Ministério Público, para criar barreiras jurídicas aos abusos da mídia, um medo inconcebível. O conceito expandido de liberdade de imprensa parece apenas um álibi para justificar o imobilismo.

Luis Nassif

162 Comentários

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  1. Oportunistas da mídia

    Oportunistas da mídia brasileira se comparam a mortos do Charlie Hebdo

    Oportunistas da mídia brasileira ultrapassam os limites da mediocridade e tentam se vitimizar às custas da tragédia alheia. Revista Veja, Rachel Sheherazade e Diogo Mainardi chegaram ao ponto de se comparar aos cartunistas assassinados do Charlie Hebdo

    James Cimino, Ladobi

    Não há nada mais nojento do que o oportunismo que uma parte espúria da imprensa brasileira tem feito em relação ao lamentável ataque terrorista à redação da revista francesa Charlie Hebdo, que nesta terça-feira (7) resultou na morte de 12 pessoas, entre elas dez jornalistas e dois policiais.

    Valendo-se de uma paralelismo canalha, oportunistas alçados à categoria de colunistas tentam agora associar a presidente Dilma Rousseff ao que aconteceu em Paris (como se em algum momento ela tivesse se declarado uma entusiasta do terrorismo) e comparam-se aos cartunistas do periódico francês – algo que só faz sentido na cabeça de pessoas sem qualquer capacidade de autocrítica.

    É claro que estou falando da revista Veja e de seus asseclas Diogo Mainardi (hoje em blog próprio) e Felipe Moura Brasil (aquele que disse que homossexualidade era um tipo de neurose e que ninguém nasce gay), que em artigos escritos no dia da tragédia tentam, de maneira ofensiva à memória dos mortos, colar em si a pecha de perseguidos ou de vítimas de uma suposta censura terrorista, mesmo tendo a liberdade de atacar diariamente não apenas o governo como grupos que lutam pelo direito de ter seus direitos humanos respeitados. Felipe Moura Brasil, depois de defender Sheherazade e argumentar que todos os blogs que discordam dele são pagos pelo PT, ataca: “Os ataques petistas à liberdade de imprensa são movidos pela mesma intolerância à divergência, à crítica, à sátira que move os terroristas islâmicos, guardadas as diferenças de método e grau de criminalidade com que a colocam em prática”. Mainardi foi mais sucinto:

    “Não se deve negociar com os fascistas”. Stéphane Charbonnier, editor-chefe do Charlie Hebdo, assassinado hoje em Paris, a propósito dos terroristas islâmicos.

    “A melhor forma é o diálogo”. Dilma Rousseff, presidente do Brasil, sugerindo negociar com os mesmos terroristas.

    Desculpem, mas Veja não é Charlie, assim como Diogo Mainardi não é Charlie, nem Rachel Sheherazade, a quem Felipe Moura Brasil tentou arregimentar ao rol de vítimas em um de seus artigos infantis, para dizer o mínimo. Rodrigo Constantino e sua homofobia implícita em artigos canalhas tampouco são Charlie. Os pastores Marco Feliciano e Silas Malafaia também não. Nem Jair Bolsonaro, embora esses três últimos adorem se munir do artigo 5º da Constituição para defender seus pontos de vista fascistas – quando conveniente, claro…

    Porque para ser Charlie é preciso, antes de qualquer coisa, coragem. E não apenas a coragem de ser irreverente e às vezes até ofensivo. Mas coragem de defender, acima de tudo, aqueles que são oprimidos.

    E, neste sentido, se tem alguém que não é Charlie é a revista Veja. Aliás, se há algum paralelismo a ser feito entre esta publicação e os fatos ocorridos em Paris é com os terroristas, já que a especialidade desta revista é praticar terrorismo travestido de jornalismo. Estes artigos, que só faltam colocar um fuzil na mão da presidente da República, são um exemplo perfeito disso. Não apenas pela leviandade da afirmação, como pela hora mais que inoportuna.

    Especialmente vindo de uma revista que apoia a “liberdade de expressão” de fundamentalistas religiosos, mesmo que não declaradamente (porque é covarde). Os mesmos “cristãos” que, se pudessem, fariam com o Porta dos Fundos a mesma coisa que os terroristas fizeram com o Charlie Hebdo. Ou será que eu estou mentindo quando digo que o pastor Marco Feliciano já tentou censurar os vídeos do coletivo de humor que satirizam a Bíblia? Ou será que eu estou mentindo quando digo que a revista apoia o discurso de incitação ao crime pelo qual Rachel Sheherazade foi processada?

    Para ser Charlie, a Veja e seus colunistas, assim como Sheherazade, teriam que, antes de tudo, fazer um jornalismo contrário à opressão social. Contrário ao elitismo. Contrário ao conservadorismo. Contrário à homofobia que já expressou em suas páginas. Contrário a quase tudo o que ela faz. Portanto, vitimizar-se às custas da tragédia alheia não faz desta revista e de seus colunistas necessariamente vítimas. Se Dilma, que foi torturada em nome da liberdade, não é Charlie, a Veja tampouco é. Acredito que um dia já foi, quando assim como a presidente lutava pela liberdade de imprensa e pela restauração da democracia em um país sob ditadura militar. Mas hoje não é mais.

    Aliás, querer ser protagonista do sofrimento alheio é uma ofensa não apenas às verdadeiras vítimas da tragédia lá na França. É também uma ofensa aos verdadeiros jornalistas que lutam para que seu trabalho tenha algum efeito positivo na sociedade, como fazia (e continuará fazendo) o Charlie Hebdo.

    E se formos fazer uma análise bem fria, nenhum veículo da imprensa brasileira é Charlie. Nenhum veículo de comunicação neste país teria colhões para publicar a charge em apoio ao casamento igualitário que ilustra este texto, ou qualquer outra das charges do Charlie Hebdo. NENHUM.

    Como bem disse o Rafael Campos Rocha sobre a morte do cartunista Wolinski: “quem o matou foi mais um desses patrulheiros filhos da puta, para o qual a causa (seja religiosa, política ou de gênero) não serve para LIBERTAR, mas sim para COIBIR, CASTRAR e DESTRUIR, além de, é claro, manter a sociedade de exploração, que vocês, moralistas de merda, precisam para continuar transformando a vida dos outros em um inferno”.

    Portanto, vamos nos recolher à nossa tepidez, à nossa insignificância global, lavar os copos, contar os corpos e sorrir, porque ainda estamos vivos e ainda podemos tentar seguir o exemplo de jornalismo (e até de ativismo) que o Charlie Hebdo deixou.

    “Vous n’êtes pas Charlie! Vous n’êtes pas du tout Charlie!”

    http://www.pragmatismopolitico.com.br/2015/01/oportunistas-da-midia-brasileira-se-comparam-mortos-charlie-hebdo.html

    1. parabéns Luis Nassif

      Ate que enfim alguel falando sem improcresia  o que vejo neste episodio  nao e uma comoçao de lideres mundiais um desejo de combater o terrorismo pois bem recentimente um grupo terosrista  invadiu uma aldeia matando centenas de pessoas e ninguem fez exatamente nada nao eestranho? eu acho

       

  2. Wolinski

    wolinski revolta

    “O humorista não pertence a nenhum partido, não acredita em nenhuma religião; todos os atos são suspeitos, especialmente aqueles que não são guiados pelo interesse.” – Wolinski

      1. A cabeleira do Zezé

        Olha a cabeleira do Zezé, será que ele é .. ? Será que ele é … ? (BIS)

        Será que ele é bossa-nova?

        Será que ele é MAOMÉ?

        Parece que é transviado, mas isso eu não sei se ele é!

        Corta o cabelo dele, corta o cabelo dele! (BIS)

  3. Concordo

    Concordo integralmente com seu post Nassif,mas no caso do atentado terrorista na França há mais desconfianças sobre o ato,do que sua condenação.Desde 11 de Setembro,e depois se veio a tona revelações,filmagens,declarações de especialistas sobre a queda da torres,e as tal arsenal de Sadham que nunca foi encontrado,que quando acontece um ato terrorista,lógico que temos que nos consternar com as vitimas,mas ficamos na espera de revelação de fatos que comprovem ou não a participação de agencias,governos.No recente caso françes ja apareceu a primeira “estranha evidencia”,que é a um documento de identidade de um dos terrroristas encontrado no veículo encontrado que foi usado por eles.Não vou afirmar aqui que não pode ter sido realmente um ato de fanaticos religiosos,mas a historia tem mostrado que devemos ficar sempre com um pé atraz neste assunto em particular,principalmente sabendo das intenções belicistas do sionismo israelense e de seu pupilo a America em relação ao Irã.

    1. Parte do arsenal iraquiano

      Parte do arsenal iraquiano que foi encontrado: 1,77 toneladas métricas de urânio enriquecido; 1.500 galões de agentes químicos usados em armas; 17 ogivas químicas com ciclosarina, um agente venenoso 5 vezes mais mortal que o gás sarin; 1.000 materiais radioativos em pó, prontos para dispersão sobre áreas populosas; bombas com gás de mostarda e gás sarin. (Fonte: Desinformation: 22 media myths that undermine the war on terror – Richard Miniter – “Richard Miniter é um jornalista investigativo e autor cujos artigos foram publicados no The New York Times, Washington Post, The Wall Street Journal, The Atlantic Monthly, Newsweek, The New Republic, National Review, PJ Media.com e Readers Digest. Um ex-editorialista e colunista do The Wall Street Journal na Europa, bem como um membro da equipe de reportagem investigativa do Sunday Times de Londres, ele é atualmente o colunista de Segurança Nacional para Forbes”.)

    2. Parte do arsenal iraquiano

      Parte do arsenal iraquiano que foi encontrado: 1,77 toneladas métricas de urânio enriquecido; 1.500 galões de agentes químicos usados em armas; 17 ogivas químicas com ciclosarina, um agente venenoso 5 vezes mais mortal que o gás sarin; 1.000 materiais radioativos em pó, prontos para dispersão sobre áreas populosas; bombas com gás de mostarda e gás sarin. (Fonte: Desinformation: 22 media myths that undermine the war on terror – Richard Miniter – “Richard Miniter é um jornalista investigativo e autor cujos artigos foram publicados no The New York Times, Washington Post, The Wall Street Journal, The Atlantic Monthly, Newsweek, The New Republic, National Review, PJ Media.com e Readers Digest. Um ex-editorialista e colunista do The Wall Street Journal na Europa, bem como um membro da equipe de reportagem investigativa do Sunday Times de Londres, ele é atualmente o colunista de Segurança Nacional para Forbes”.)

      1. Todas as fontes citadas são

        Todas as fontes citadas são da grande mídia americana que apoiou a guerra do Golfo.Relatório das proprias forças de ocupação:

        Abril de 2003 – É criado o “Iraq Survey Group-ISG”, composto por peritos americanos, ingleses e australianos, para agirem de forma independente da linha de comando militar, reportando-se diretamente ao Ministro da Defesa americano e com a incumbência de encontrarem armas de destruição em massa no Iraque, que foi a razão primária da invasão.

        30 de setembro de 2004 – O ISG apresenta o seu relatório final, também chamado de “Duefler Report”, que não apresenta nenhuma evidência sobre a existência de armas de destruição em massa no Iraque.

        Janeiro de 2005 – O ISG reitera as conclusões do relatório e expressa que, embora não tenha achado “evidência de que Saddam possuía estoques de armas de destruição em massa em 2003, reconhece a possibilidade de que algumas armas existam no Iraque, apesar de não serem de capacidade militar significante.”

    3. Cui bono?

      a quem interessa e quem são os beneficiários desta “onda de terror” ?

      Os EEUU/OTAN?

      A ultradireita nazista européia em seus variados matizes?

       

      Quem ganha com este circo sangrento? Quem?!?

      1. LEIA O COMENTÁRIO

        Se ler o comentário vera que a resposta esta la.Eua e Israel tem interesses geopoliticos na região,impulsionados pela industrias bélicas e petroliferas.

  4. Se há sigilo determinado por

    Se há sigilo determinado por justiça, a imprensa está ciente que as informações advindas deste sigilo são oriundas de um crime. 

    Se a imprensa se vale de um crime, não há muito o que argumentar. 

      A justiça brasileira é o principal  responsável pela insegurança no país. Seja no que diz respeito a corrupção , ações de familia,  crimes civis, dos pequenos aos grandes casos. Julgamentos dúbios, parciais, influenciáveis, interessados, de juízes soberbos e preconceituosos. 

    O fiel da balança está adulterado. 

  5. Terrorismo?

    Nassif, tenho minhas dúvidas sobre o “ato terrorista” contra o Charlie Hebdo. Sempre pensei que atos terrroristas seriam o 11 de setembro, a explosão no metro de Madri, a panela de pressão em Boston ou os assassínios em massa que estão ocorrendo na África: a característica básica, presente em todos, é que as vítimas são pessoas absolutamente inocentes, que nada têm a ver com os autores dos crimes. No caso em tela, as vítimas foram chamadas pelos nomes, antes de serem mortas. Ou seja, foi um massacre programado, com razões definidas, como os que costumam acontecer aquí na área do tráfico de drogas, ou aconteceu numa garagem de Chicago nos tempos do Capone. Então, por que classificar como “terrorismo”? Talvez haja uma espécie de interesse político, uma tentativa de justificar as políticas do Ocidente com relação ao mundo muculmano.

  6. Comentario

    Excelente texto! Uma pena que nossa sociedade seja extremamente tolerante e não reagente! E ainda não consiga despertar para essas verdades que colocou!

  7. A que ponto chegamos

    Aliás, e para ver a que ponto chegou a loucura aqui no Brasil, chegaram mesmo a manipular uma charge para difamar o Charlie Hebdo. Circula pelas redes sociais uma charge da Charlie Hebdo, onde aparece a Ministra Christiane Taubira aparece retratada como um macaco. Essa charge nada mais é, e isto é omitido de forma abominável, do que uma crítica contra a revista Minute e a Frente Nacional, ambos da extrema-direita francesa. A revista Minute fez uma capa com a seguinte manchete: “Maligna como um macaco, Taubira recupera a banana”. A ex candidata da Frente Nacional à prefeitura de Rethel, Anne-Sophie Leclère, fez uma montagem no facebook mostrando a ministra francesa ao lado de um macaco. Foi a partir daí que a Charlie Hebdo fez a sua própria charge com os seguintes dizeres: “Rassemblement Bleu Raciste”. E com o símbolo da Frente Nacional. 

    Rassemblement Bleu Marine é a coalizão de extrema direita da qual faz parte a Frente Nacional de Marine Le Pen. Ou seja, a charge do Charlie Hebdo nada mais é que uma crítica contra a revista Minute, contra a Rassemblement Bleu e contra a Frente Nacional, chamando-os de racistas pelo que fizeram contra a Ministra Christiane Taubira. Aqui no Brasil, lamentavelmente um delinquentezinho surrupiou o título da charge do Charlie, escreveu frases imbecis e publicou, atribuindo o racismo à quem na verdade fez a denúncia contra os racistas da extrema-direita. Foi o que bastou para que outros imbecis, salivando por encontrar algo que justificasse os seus autos de fé contra o Charlie Hebdo, passassem a dizer que a publicação era racista!

    A própria ministra Christiane Taubira, que jamais processou o Charlie, mas sim as publicações da extrema-direita e a Frente Nacional, em sua página no facebook, logo após o atentado, escreveu: “Charlie Hebdo, primeira linha de defesa e o último bastião da democracia, a liberdade de imprensa é inimiga do obscurantismo e da violência.” Aqui no Brasil um delinquente alterou uma charge para caluniar o Charlie Hebdo e foi o que bastou para a turba linchadora compartilhar milhões de vezes uma das mais repugnantes mentiras de que se tem notícia, algo absolutamente lamentável. 

  8. Não Confunda Terrorismo com Atentado à Liberdade de Imprensa

    Como sempre, a abordagem é brilhante.

    Direitos e normas constitucionais vêm sendo desrespeitados sobre a liberdade de imprensa e exageros na divulgação de informações sob o sigilo tanto da fonte qto dos inquéritos e processos, sem q as autoridades competentes tomem qualquer atitude de acordo com as suas responsabilidades.

    Não importa em qual nível de autoridade isto ocorra, configura crime de responsabilidade e prevaricação, cabendo atitude legal do Ministério Público.

  9. Aconteceu aqui!

    Fazendo uma comparação, podemos chamar de atentados terroristas e não luta pela liberdade de expressão, a bomba detonada no Consulado Americano em São Paulo e a bomba lançada contra a sede do exécito no Ibirapuera também em São Paulo, ambos cometidos pelos esquerdistas que se diziam lutar contra a ditadura, nos anos 70.

     

    1. comparação infeliz

      Não foram nem uma coisa nem outra. Ambas foram ações militares (como as da Resistência Francesa) contra alvos militares do inimigo (segundo a esquerda as embaixadas americanas eram, sim, usadas pra isso). Se essas ações foram justas, e se ajudaram a  derrubar a ditadura, é outra história, mas pra sua comparação ser correta, tinha que ser mostrado um exemplo de algum cartunista ter sido assassinado por fazer caricaturas dos esquerdistas.

  10. Mais

    Mais uma vez o Nassif foi brilhante. A maior ameaça à liberdade de expressão no mundo parte da própria EMPRESA DE INFORMAÇÃO. No caso do ainda Brasil-Colônia, o que essa esculhambação autodenominada imprensa-midia-parasita quer é interditar o debate sobre a democratização da informação. Esssa esculhambação autodenominada imprensa-mídia-parasita mantem a mesma estrutura da Casa Grande e ela sabe que não sobrevive em um ambiente democrático.

  11. Cui prodest?

    Ainda sobre o que aconteceu com o “Charlie Hebdo”: o “Blog do Nassif”, publicou, embora bem escondidinho, um texto descoberto pelo colega Adir Tavares (em https://jornalggn.com.br/noticia/eu-nao-sou-charlie-je-ne-suis-pas-charlie-por-rafo-saldana?page=1). O texto, ao que parece, foi publicado originalmente em “Informação Incorrecta”, http://informacaoincorrecta.blogspot.com.br/2015/01/eu-nao-sou-charlie.html, site que talvez poucos conheçam. Embora o sufixo do link do site seja “br”, tudo leva a crer que seja português (e como os portugueses usam vocabulário distinto do nosso, ao ler os textos daquele espaço, somos lembrados, por exemplo, de que “utente” significa usuário; trata-se de um site interessante também por isto).

    O artigo “Eu não sou Charlie” do “Informação Incorrecta” levanta nove dúvidas sobre o atentados, e dúvidas pertinentes, vale a pena ler o artigo. Agora, já se vê notícias envolvendo o Mossad no imbróglio, e não sem motivo, pois, juntando-se as dúvidas ao cui prodest (o atentado fez com que a opinião pública europeia se voltasse contra os muçulmanos e os árabes em geral, justamente quando os europeus começavam a apoiar a criação do Estado palestino), emergem Israel e seu Mossad (em http://www.brasil247.com/pt/247/mundo/166205/Teoria-da-conspira%C3%A7%C3%A3o-liga-chacina-de-Paris-ao-Mossad.htm).

    Prudentemente, frente a tudo isto, melhor dizer como a personagem de Cervantes, Sancho Panza: “yo no creo en bruxas pero que las hay, las hay”.

     

     

    1. É sim um componente indispensável da liber// de imprensa!

      Desde o Iluminismo que as religioes perderam esse caráter de acima do bem e do mal, acima de críticas e sátiras. Você quer voltar à Idade Média, e fazer com que blasfêmias sejam crimes? Quer proibir Rabelais, Diderot, Descartes, e, em nossa língua, Guerra Junqueiro, Fernando Pessoa e Saramago? Ora, ora. 

  12. “A tragédia do “Charlie

    “A tragédia do “Charlie Hebdo” – que matou 12 pessoas – foi um ato terrorista, não um atentado à liberdade de imprensa. Um dos últimos feitos da revista foi retratar a Ministra da Justiça da França, Chistiane Taubira, negra, como uma macaca, como maneira de denunciar a intolerância. No Brasil, a mídia tem sido a maior propagadora da intolerância.”

    Pelo texto acima, fica claro, ainda, não sabe o que é racismo…

    1. A charge era uma crítica a uma fala racista da Frente Nacional

      Tanto que a ministra processou a Frente Nacional e a revista que publicou a ofensa original, e agradeceu a Charlie. Nao repita inverdades. 

  13. O conceito é antigo

    O conceito é antigo e me foi ensinado por meu pai e eu tratei de repassar aos meus filhos com toda a ênfase:

    Só há liberdade se houver responsabilidade. Liverdade sem responsabilidade é LIBERTINAGEM, o que no seio da sociedade é uma caca enorme.

    1. Liberdade de expressão

      Esse é um entendimento um tanto primário, ou infantil, dos próprios conceitos de liberdade e limite. A mim me parece que a liberdade até pressupõe limites, de certa forma. Quando se diz que você é livre para agir dentro de um determinado campo, já existe em princípio a limitação do tal campo. No sentido mais natural possível, por exemplo: eu sou, diferentemente de uma planta fixa ao solo, um animal/ser humano livre para me movimentar. SOBRE A TERRA E A ÁGUA (se eu souber nadar). Estou limitada às superfícies, pela minha conformação física e pela lei da gravidade. Você vai dizer que não sou livre na minha movimentação por causa desses limites?

    2. LIberdade

      Há um conceito de liberdade, bastante idealista (filosoficamente falando), cultivado com rigor pelos que acham que a ideia se transforma em realidade. Não, a ideia de liberdade não significa, seguindo Jean-Paul Sartre, fazer o que quiser, mas ser responsável pelo que escolher! Então, liberdade é escolher entre as possibilidades disponíveis e não nas ideais, abstratas e fora de contexto! No caso da democracia constitucional, ninguém está acima da lei! Nem a beatífica imprensa, nem a beatífica filosofia, nem a beatífica religião!

  14. Charlie Hebdo não desenhou essa charge racista

    Nassif,

    A charge racista contra a ministra Christiane Taubira foi publicada pela revista Minute, de direita, e não pelo Charlie Hebdo, de esquerda.

    Charb, editor do Charlie, inclusive protestou contra o ataque à ministra, e contra a falsa atribuição da autoria da charge ao seu jornal. Confira aqui: http://web.archive.org/web/20131121224851/http:/www.charliehebdo.fr/news/minute-1046.html

    1. Espero que o Nassif corrija

      Espero que o Nassif corrija esse absurdo o mais rápido possível.

      A Charlie Hebdo SEMPRE esteve ao lado das minorias, excluídos e pobres.

      Charlie Hebdo é de ESQUERDA.

      Por favor!….

       

  15. Liberdade de imprensa

    O imortal (pobre ABL) Merval Pereira, hoje no OGLOBO, defende entendimento diametralmente oposto.

    Para ele não houve terrorismo, mas sim agressão a liberdade de expressão. Como era de se esperar, liga o fato ao Controle social da mídia.

     

    1. Liberdade de imprensa versus liberdade de expressão

      Nas redações midiáticas, a liberdade de expressão é interditada a todos, desde o diretor ao foca. Todos ali são obrigados a adotar posições que não conflitem com as dos donos da empresa, sob pena de demissão. Os que não rezam exatamente pela a mesma cartilha dos donos (como, por exemplo, o grande Jânio de Freitas da Folha) ainda assim defendem o patrão, dando a parecer que há liberdade de expressão, quando não há: essas pessoas são apenas exceções que confirmam a regra que é a opressão de todos. Tais exceções só são toleradas porque legitimariam o sistema opressivo que privilegia o uso do meio como instrumento político dos donos, em detrimento de informar corretamente o leitor.

      Dito de outra forma e mais sucintamente: a liberdade de imprensa na grande imprensa se faz à custa da liberdade de expressão de profissionais de imprensa.

    1. E invertendo essa sua máxima?

      Não confunda dar opinião jornalística com impor vontade direitista. Essa é a nossa grande mídia. Daí pode?

  16. Quando um direito – a da

    Quando um direito – a da liberdade de imprensa – colide com outros direitos – à imagem, ao respeito das religiões, das minorias – quem arbitra?

    O Leitor.

  17. Legal

    Adoro como esse blog consegue ficar 24hrs por dia tentando vender a idéia de que o grande problema do Brasil é haver “excesso de liberdade de imprensa”.

    O mais divertido é a campanha recente do Nassif contra o sigilo de fonte. Como se fosse razoável, em qualquer democracia, obrigar um jornalista a revelar o nome de quem lhe passou as informações sigilosas.

    Ora, o vazamento de um inquérito é criminoso e deve ser investigado. Mas nunca assediando o jornalista que publicou a informação. Ele não é o bandido na questão e tem a obrigação profissional (e, diria mais, obrigação civilizatória e democrática) de resguardar as suas fontes.

    Quem não entendeu isso até hoje, não entendeu o que diabos é democracia.

  18. Parabéns

    Parabéns Nassif.

    É um absurdo que pessoas presas que deveriam estar cumprindo pena em função de seus crimes sejam catapultadas das respectivas celas ao noticiário da mídia nacional e internacional por denuncias não provadas e frequentementes mal intencionadas.

    Nossa justiça tem mesmo muito que progredir. Um bom começo seria a criminalização imediata dos vazamentos dos depoimentos prestados em sigilo na PF.  

  19. Controle social da mmídia

    Não precisamos de mais leis. E quem fará o “controle social” da mídia? Será criado mais um aparato burocrático? Mais impostos, mais funcionários públicos. Uma lei não garante a segurança de quem fala o que quer e damaneira que bem entende. É preciso estar disposto a morrer por isso.

    1. Regulação da Mídia, urgente

      Ronaldo, leia a Constituição do Brasil (1988) e verá que é preciso regulamentar a mídia. Essa regulamentação tem que ser feita, ou você é contra a Constituição? Não há ainda leis que regulam a mídia. Na França a lei que regula a mídia data de 1881.

  20. Liberdade de Imprensa e terrorismo.

    Sou favoravel à liberdade total,não como aquela liberdade em que se abriu as porteiras das fazendas e disseram vocês estão livres não são escravos aqui. Há,não havia imprensa para apoia-los; Judiciário à favor, só Deus.A imprensa Brasileira, tem tanta liberdade à ponto de condenar, de ridicularizar pessôas, contribui pouco para o enrriquecimento cultural das familias, consegue penetrar nos meandros do Judiciário, apanham inqueritos cigilosos e publicam,acho que é terrorismo, porque nos deixam tontos, como estão as familias dos milhares de trabalhadores das Idustrias navais Brasil à fora, com o inquerito da lava-jato? Membros da Suplema Corte onde estão Vocês.

  21. Comentário

    Parabéns, você foi objetivo e conciso, quando Lula disse que nossa mídia desde a época do Império está nas mãos de grupos  que manipulam a seu bel prazer os fatos, todos discordaram, mas é uma realidade incontestável. Acho que Liberdade de Imprensa, não precisa ter esta liberalidade total que se deseja, eu me pergunto se o Papa deu altas gargalhadas quando viu em uma charge a Hóstia sendo substituída por uma camisinha, existe limites, religião, crenças religiosas, são coisas que não se pode, ou não se deve explorar, como cômicos. Acho que marchas, nunca resolveram nada, o que o mundo precisa é tormar consciencia  de que os limites devem ser respeitados, do contrário a violência só irá aumentar, o fanatismos idem e o mundo conhecera o caos total.

  22. Comentário

    Parabéns, você foi objetivo e conciso, quando Lula disse que nossa mídia desde a época do Império está nas mãos de grupos  que manipulam a seu bel prazer os fatos, todos discordaram, mas é uma realidade incontestável. Acho que Liberdade de Imprensa, não precisa ter esta liberalidade total que se deseja, eu me pergunto se o Papa deu altas gargalhadas quando viu em uma charge a Hóstia sendo substituída por uma camisinha, existe limites, religião, crenças religiosas, são coisas que não se pode, ou não se deve explorar, como cômicos. Acho que marchas, nunca resolveram nada, o que o mundo precisa é tormar consciencia  de que os limites devem ser respeitados, do contrário a violência só irá aumentar, o fanatismos idem e o mundo conhecera o caos total.

  23. Comentário

    Parabéns, você foi objetivo e conciso, quando Lula disse que nossa mídia desde a época do Império está nas mãos de grupos  que manipulam a seu bel prazer os fatos, todos discordaram, mas é uma realidade incontestável. Acho que Liberdade de Imprensa, não precisa ter esta liberalidade total que se deseja, eu me pergunto se o Papa deu altas gargalhadas quando viu em uma charge a Hóstia sendo substituída por uma camisinha, existe limites, religião, crenças religiosas, são coisas que não se pode, ou não se deve explorar, como cômicos. Acho que marchas, nunca resolveram nada, o que o mundo precisa é tormar consciencia  de que os limites devem ser respeitados, do contrário a violência só irá aumentar, o fanatismos idem e o mundo conhecera o caos total.

    1. comentário ao atentado na frança

      Caro Frederico Gosling, de todos os comentários à reportagem do nobre Nassif, achei que o seu foi melhor e mais direto, até mesmo do que a matéria em pauta. reafirmo as suas palavras na íntegra, e gostaria que todos entendessem do mesmo modo. fiquei sem palavras, voce falou por mim. parabéns!

  24. A revista há muito tinha se

    A revista há muito tinha se tornado uma ferramenta de potecialização do preconceito contra os islâmicos, a parte de baixo da pirâmide social na França.

    Os editores não eram burros, sabiam disso, sabiam a quem serviam, e se lançaram numa hipotética luta pela liberdade de expressão, liberdade essa que não teria necessariamente que se encaixar em limites de responsabilidade. 

    Ganharam muito dinheiro e resgataram a revista.

    Não adianta apelar para o fato de serem “filhos de 68”.  O Charb nasceu em 67.  

    A Lustige Blatter circulou na Alemanha de 1885 a 1943. A partir da década de 20 entrou na onda, muito disseminada na Europa de então, de retratar os judeus, sempre estereotipados como homens bem vestidos, narigudos, mercadores, banqueiros.

    Os seis milhões que morreram nas câmaras de gás não eram, na maioria, na disso. 

    Quem vai defender a liberdade de expressão dos cartunistas europeus que retratavam os judeus dominando a Europa na década de 1920 ?

    No link abaixo, uma carta de um ex-colaborador da Charlie,  Olivier Cyran, que trabalhou na revista por mais de 10 anos, ao editor Charb, quando este foi buscar o Le Monde para se defender de racismo, demonstrando que o seu público, já não lhe bastava. 

    http://www.article11.info/?Charlie-Hebdo-pas-raciste-Si-vous

  25. A liberdade é apenas aquilo

    A liberdade é apenas aquilo que você pode chamar de seu; o que passar disto ocupa-se o domínio das regras dos fins; o que passar disto subordina-se a personalidade militar.

  26. ATENTADO versus LIBERDADE DE IMPRENSA…

       Durante esta semana a poderosa rede globo tentou criar este vínculo (LIGAÇÃO ENTRE O ATENTADO EM PARIS E O SUPOSTO DESRESPEITO À LIBERDADE DE IMPRENSA…). Muito coincidente isso ocorrer num momento em que o Ministro das Comunicações fala em DISCUTIR COM A SOCIEDADE UM MÉTODO DE REGULARIZAÇÃO DA MÍDIA (EM TEMPO: REGULAR NÃO É CENSURAR COMO PARTIDÁRIOS DO CANDIDATO A PRESIDÊNCIA DERROTADO ANO PASSADO E CERTOS SETORES DA MÍDIA (Q TBM O APOIARAM DESCARADAMENTE…) TENTAM PROPAGANDEAR VIA INTERNET). Muito feio e despudorado (pra não dizer outra coisa pior…) usar o assassinato de pessoas pra manter a LIBERTINAGEM (LIBERTINAGEM NÃO É LIBERDADE, LIBERTINAGEM É O MAL USO DA LIBERDADE Q SE TENHA…). CERTOS COISAS ME DÃO NOJO. 

  27. O Mundo dentro de nossas
    O Mundo dentro de nossas fronteiras.

    Vale a leitura de Arnaldo Bloch, 2o. Caderno de O Globo; sábado, 10 de janeiro de 2015, página 10, sob o título: O Mundo Acuado.

    No que diz respeito a nós, exato. Os franceses servem carne de porco para excluir e afastar. E nós, brasileiros, fazemos o quê?

    http://m.oglobo.globo.com/cultura/o-mundo-acuado-15014796

    Vale também a Dorrit em Opinião, de hoje, com um vies ampliado.

    http://m.oglobo.globo.com/opiniao/nao-somos-todos-charlie-15017035

    Para onde queremos ir? Pois para quem não sabe para onde quer ir qualquer direção serve e há os que queiram nos conduzir em determinada direção. Será que é a que nos interessa como Nação?

  28. e a nigéria?

    Desde o início da notícia desse atentado fiquei comovida pelas perdas humanas, além obviamente de reconhecer tratar-se de um ato bárbaro e usado como demonstração de poder por esses radicalistas. Mas não pude deixar de questionar também a forma do Charlie se expressar: não é uma forma de intolerância também o desrespeito a crença do outro? Revestir-se de direito de expressão torna ilimitada a forma de crítica ao que não nos é espelho? Lendo hoje no Caderno Aliás do Estadão a crônica de Jordan Weissmann, vi refletida a minha inquietação, escrita de uma forma sensata e sem nenhum tom de “politicamente correto”, mas apenas levantando essa questão.  Outra coisa que me incomoda profundamente é não ser dado o mesmo espaço e não levantar tanta indignação a explosão de uma menina de 10 anos na Nigéria usada arbitrariamente como uma “coisa” pelo terrível Boko Haram  que  acabou acarretando dezenas de mortes. Essas mortes não tem o mesmo valor e não deflagram a mesma dor e sofrimento? 

  29. e a nigéria?

    Desde o início da notícia desse atentado fiquei comovida pelas perdas humanas, além obviamente de reconhecer tratar-se de um ato bárbaro e usado como demonstração de poder por esses radicalistas. Mas não pude deixar de questionar também a forma do Charlie se expressar: não é uma forma de intolerância também o desrespeito a crença do outro? Revestir-se de direito de expressão torna ilimitada a forma de crítica ao que não nos é espelho? Lendo hoje no Caderno Aliás do Estadão a crônica de Jordan Weissmann, vi refletida a minha inquietação, escrita de uma forma sensata e sem nenhum tom de “politicamente correto”, mas apenas levantando essa questão.  Outra coisa que me incomoda profundamente é não ser dado o mesmo espaço e não levantar tanta indignação a explosão de uma menina de 10 anos na Nigéria usada arbitrariamente como uma “coisa” pelo terrível Boko Haram  que  acabou acarretando dezenas de mortes. Essas mortes não tem o mesmo valor e não deflagram a mesma dor e sofrimento? 

  30. Liberdade de Imprensa?

    No dia do atentado assisti o Jornal Nacional e me chamou atenção o seguinte comentário: (5 minutos e 28 segundos após o inicio do noticiário):

    “Muitos dos cartunistas que fundaram o Charlie Hebdo trabalharam antes em outra revista a Hara Kiry fechada por fazer piada com a morte do presidente frances Charles de Gaulle”

    Fiz uma pequena pesquisa na Internet e isto ocorreu em 1969 após um incendio em uma discoteca na França quando morreram 100 pessoas. Depois de um tempo a revista reabriu com o nome atual.

    Isto não teria sido ataque a liberdade de imprensa?

    Eu não cheguei a ver nenhum comentário a este respeito na imprensa. 

  31. Concordo

    concordo com o Nassif e com muitos outros que não olham o que aconteceu somente de um ângulo, a liberdade de expressão não deve estar acima do respeito ao próximo, faltou dos dois lados, cada um ataca com o que tem na mão, uns com caneta outros com armas, quem pode levar a pior  tem que pensar melhor antes de fazer a besteira. Discordo quanto a parte em que falou acerca do Eduardo Cunha ter lido o inquérito, só há segredo de justiça para aqueles que não fazem parte do processo, se ele foi denunciado tem todo direito de ler o que está lá. Sabe quando este tipo de coisa vai acabar? nunca…. enquanto existir ser humano estas coisas continuarão, guerra, corrupção, maldade, egoísmo, pre-conceito, disputa por território, etc…

  32. Terrorismo e política barata

    Nestes acontecimentos ora em plena moda, atentado em Paris e escândalo de corrupção no governo brasileiro, só existe um paralelo: a hipocrisia ou ingenuidade dos que defendem ambos os lados conflitantes; se a imprensa foi atingida com terroristas sanguinários, estes são bandidos, mas retratar personagens de forma ridicularizante não torna a publicação com reflexão relevante, o que deveria ser, e não apenas fútil como tem sido. No caso da política, eleger candidatos que usam do discurso de que os que já estiveram no poder antes nada fizeram e a corrupção corria, mesmo que os atuais se utilizem dos mesmos mecanismos de improbidade da coisa pública, mas sob a argumentação de que tiveram melhores resultados e por isso, deveriam ser a melhor opção de voto, é o mesmo que justificar que ser incompetente não é grave, o que importa é se dá apoio aos pífios resultados alcançados…. eu tinha muita consideração com o trabalho do Nassif e há bem pouco tempo com o de Sheherazade, mas vejo que ambos são iguais, apresentam-se fortemente antagônicos quando se posicionam em relação ao governo Dilma e PT, mas querem mesmo é puxar a sardinha pro seu lado, tentando impor sua visão de mundo! Numa coisa concordo, os atuais pseudo-humoristas-colunistas do humor barato e chulo, como turminha do Pânico e CQC, não se deve enxergá-los como seres sérios.

  33. a quem interessa…

    interessante…

     

    – 2014 foi o ano onde conhecemos o ISIS, que é cria do Al Qaeda

    – antes tivemos as revoluções coloridas

    – antes ainda tivemos o ataque em NY, em 2001 e desde então a gasolina que jogam no Islamismo não para, e com certeza de forma intencional para criar apoio internacional aos posteriores ataques a perserguição aos radicais, assim como justificativa de ataques à países como Iraque, gerando ainda apoio às decisões de Israel quanto a sua proteçao, expansão e ações naquela região

    – desde este evento, quando saiu o relatório final de investigação, há a controvérsia de 28 páginas que são mantidas sob absoluto sigilo, e que os americanos tentam a todo custo que essa informação venha à tona, que provavelmente nos trará revelações substanciais sobre os reais interesses daquele ataque. Como foi citado por um dos que tiveram acesso a leitura “mudou sua visão sobre a história”

    – aí, vivemos ao mesmo tempo graves crises no sistema financeiro mundial, como no exemplo de 2008, e agora em 2015 já com tremores vindos da Grécia

    – e voltando a França, um ataque terrorista de islamicos radicais do EI

    – tá parecendo um ciclo, não?

    – mas a pergunta ainda é, quem ganha? AH, essas 28 páginas …

     

     

     

     

  34. As guerras exteriores da economia

    As guerras exteriores da economia ferem a todos nós, porque as classes inferiores privadas da vida real estão submetidas a se prestarem para personagens da farsa do direito das leis em relação ao castigo das necessidades de si mesmas.

    As figuras das classes inferiores dessa liberdade agem situadas no domínio histórico de épocas de guerras civis; e abaladas na ordem que se apresentam os desfeitos do capital, se deixam punir pelas virtudes civicas que constitue suas possibilidades de se enfrentar individualmente restritos aos meios que ainda há lugar para criações dos ideais de independência e soberania.

    A determinação dos valores da sociedade ainda não vale nada.

  35. libertinagem.

    Nos temos libertinagem de imprensa. A França tambem tem. Como uma diferença. Aqui a gente não mata jornalista, deixa eles sofrerem com a porpria profissão. Imagine como se sente o Danilo Gentilli quando ele tem uns minutos de lucidez. Imagine o sono de alguns deles, sonhando e delirando. É pior que a morte. PS. O atentado não justifica.

  36. há muita onda na França

    há muita onda na França desproporcional – 80 mil policiais para caçar 2 terroristas – parece mais desvio do fato de que o atual presidente esta-va com aceitação baixa da população – então qualquer coisa serve – até trazer líderes mundiais para passeata. na Argentina há anos até inventaram guerra contra Inglaterra. espero que tudo termine logo, sem mais gasolia na fogueira!

  37. Regular a imprensa, porta de entrada ao terror

    Conseguiu superar. Essa contradição é lamentável, por que você não colocou que notícias sem fundamentos tem que ser punidos com rigor, se tivéssemos punição a informações plantadas leia ( assassinato de reputações ) com isenção de governo ou setores que agem como clube do bolinha teríamos menos mentiras ou publicações tendenciosas. Controlar ações ou palavras de qualquer forma e entrada para o terror sim.

  38. Charlie

    Charlie e Mike

    (10.01.15)

    Eu também sou Charlie! Também partilho da dor e da indignação pelos crimes cometidos em atos terroristas por islâmicos radicais, em Paris. Todas as honras e todas as homenagens aos jornalistas da revista satírica Charlie Hebdo, aos reféns mortos no mercado judaico e aos dois policiais assassinados são justas, são importantes e são comoventes. De 07 a 09.01.15, foram dezessete pessoas mortas covardemente por extremistas ligados a grupos terroristas, e três dos terroristas mortos pela polícia francesa. Foi, como todos não se cansam de dizer, um ataque à liberdade de expressão e aos valores republicanos. Três dias de terror! Por tudo isso, eu também sou Charlie! O mundo inteiro está comovido com o terror em Paris. Haverá passeata amanhã, 11.01.15, nas ruas de Paris, com a ilustre presença de alguns dos mais importantes líderes políticos mundiais, de artistas e da população. Houve manifestações de pesar de lideres políticos nos quatro cantos do mundo, até de alguns países de maioria islâmica. A imprensa está cobrindo o assunto sob todos os ângulos, com fotos, vídeos e análises de tudo que se refere à tragédia. Uma cobertura que mobiliza redações e jornalistas aos montes. Todos os principais jornais do mundo tratam do assunto na primeira página, com letras garrafais.

    Existe um lugarzinho lá na África, ao norte da Nigéria, chamado Baga, uma cidadela pobre, miserável, imersa, como tantas outras lá na África, num mar de violência que parece não ter fim. A Nigéria é um dos mais ricos países da África, mas sua população ainda vive em pobreza extrema. E Baga não é exceção.  Em 03.01.15, o grupo terrorista Boko Haram tomou a cidade e uma base militar próxima e iniciou sua maior carnificina até o presente. O grupo tenta implantar um califado na Nigéria, para “salvar” os valores da fé islâmica. De 03 a 09.01.15, foram assassinadas mais de duas mil pessoas, com crianças, mulheres e idosos em sua maioria. E a contagem de corpos não terminou, por motivo de segurança. Em Baga morava um menino chamado Mike, num casebre junto à mãe e às duas irmãs menores. Mike tinha 9 anos. O Boko Haram assassinou Mike e sua família para limpar a cidade de pessoas que não queriam aderir ao califado nascente. Mike e sua família não conheciam nenhum dos assassinos do Boko Haram. Nem desenhar Mike sabia. Em Baga, o ataque foi contra a liberdade de viver. Por tudo isso, eu sou Mike! Não houve comoção mundial pela morte das duas mil pessoas assassinadas covardemente em Baga. A imprensa deu notas curtas, e nenhum analista foi convidado para explicar o que acontece naquela região. Dos maiores lideres mundiais, até agora (10.01.15) só vi Obama manifestar-se publicamente condenando a violência na Nigéria. O assunto não foi primeira página em nenhum grande jornal ocidental. Passeata? Nem pensar!

    Algo estranho fica disso tudo. Paris: em três dias, dezessete mortos covardemente, a imprensa mundial numa cobertura gigantesca, comoção mundial, passeata com celebridades. Baga: em sete dias, duas mil pessoas mortas covardemente, a imprensa soltou duas notas de rodapé sobre o assunto, indiferença, nem o Zé da esquina foi a rua protestar.

    Eu sou Charlie! Eu sou Mike!

  39. Nassif… meus aplausos !

    Nassif… meus aplausos ! !

     

    Quanto ao conceito, quanto a percepção do oportunismo dos “espertalhões”  e quanto a exposição da tese.

  40. A diferença são as armas,apenas isto

    O ataque foi contra a liberdade de imprensa,só que por meios de armas.

    Poderiam ter começado por repartições publicas.

    Esperpo que o PT aprenda esta lição.

  41. Charlie Hebdo


    O caso do semanário francês é mais um exemplo do que pode acontecer quando se mexe em uma seara tão delicada. O citado jornal não só escrachou Maomé como também dogmas católicos ao representar a santíssima trindade como sendo Deus de joelhos, Jesus simulando um ato sexual com o pai e o espirito santo , representado pelo olho qu etudo vê, enfiado no traseiro de Jesus. A Folha de São Paulo, ao apresentar algumas das charges veiculadas pelo semanário, trouxe , entre outras, esta mencionada. Respeito é bom e conserva os dentes. Eu não sou admirador de nenhuma religião, mas acho que expor opiniões a respeito de uma ou outra religião, não se coaduna com estes escrachos, apesar de que o humor é o objeitvo da trupe. Brincaram com fogo. Os islamistas são muito mais fervorosos do que se pode imaginar e leais ao seu profeta. Mataram e morreram por ele ( coisa que os , digamos, ocidentais, não fazem nem por sua mãe). SAbiam do risco. Foram alertados e já sofreram atentados. Continuaram na mesma toada ou elevaram o tom. São responsáveis e muito pelo ocorrido. Quanto a liberdade de imprensa e liberdade de expressão, realmente não são as mesmas coisas, como bem acentuou o colunistas, mas, setores mais espertos da imprensa, tentam conjugá-los no mesmo verbo. a liberdade de imprensa é um princípio instituido na CF de 88, legitimado pelo ambiente anterior ao da votação da carta maior. Não está contido nesta liberdade e nem na liberdade de expressão, direito de abusar de outras pessoas ou de calunia-las, difama-las ou injuria-las. injuria, por exemplo, é o que o Charlie Hebdo faz. Difamação é o que os nossos semanários fazem e a Calúnia, na qual cabe a exceção da verdade, acontece, como no caso da escola modelo e em outros casos. Há um caso recente de um jornal , filiado ao grupo Diário popular , que , em São José do Rio Preto, a partir de vazamentos vindos de funcionários da Justiça Federal, publicaram partes de um IP que estava em segredo de justiça, que é outro princípio previsto e resguardado na mesma CF. Os jornalistas e o jornal, tiveram o sigilo telefônico e de meios sociais quebrado, por ordem do Juiz Federal, onde se objetivava descobrir a fonte, ou seja, o funcionário (s) do Cartório que vazou peças que deviam ser sigilosas. O jornal invocou o direito ao sigilo da fonte e venceu o caso , em liminar , no STF , por decisão de lavra de Lewandoviski. Não há leberdade de imprensa quando se desobedece um outro preceito,aplicdo anteriormente e de resguardo do Judiciário. Com efeito, o que o Juiz Federal pretendia e ainda pretende, é punir o mau funcionário que vazou , seja gratuitamente ou não ( o que seria pior) informações que por dever de ofício , o funcionário deveria resguardar. O estrago já está feito, o que se pretende é coibir situações futuras, no que o Magistrado está correto. No entanto o Lobby da imprensa no Judiciário falou mais alto. Outro caso é do Eduardo Cunha, que soube que descobriram seu envolvimento na lava jato, por causa de vazamentos vindos do Inquérito e da ação criminal a respeito. Interessante seria saber quem o avisou, já que a Veja é a publicação que sempre teve acesso livre a investigação ao arrepio da decretação do sigilo, sem que nada seja feito pelo Juiz Moro , em uma cntradição com sua suposta honestidade. Os conceitos de liberdade de imprensa, de cunho objetivo e de liberdade de expressão não são idênticos ,mas a honestidade que deveria ter no segundo, inexiste muitas vezes, por imposição ou por mera malandragem e o segundo realmente, se torna um álibi para o primeiro e para o convencimento da sociedade. Por isto temos que filtrar o que lemos.  

  42. Charlie Hebdo


    O caso do semanário francês é mais um exemplo do que pode acontecer quando se mexe em uma seara tão delicada. O citado jornal não só escrachou Maomé como também dogmas católicos ao representar a santíssima trindade como sendo Deus de joelhos, Jesus simulando um ato sexual com o pai e o espirito santo , representado pelo olho qu etudo vê, enfiado no traseiro de Jesus. A Folha de São Paulo, ao apresentar algumas das charges veiculadas pelo semanário, trouxe , entre outras, esta mencionada. Respeito é bom e conserva os dentes. Eu não sou admirador de nenhuma religião, mas acho que expor opiniões a respeito de uma ou outra religião, não se coaduna com estes escrachos, apesar de que o humor é o objeitvo da trupe. Brincaram com fogo. Os islamistas são muito mais fervorosos do que se pode imaginar e leais ao seu profeta. Mataram e morreram por ele ( coisa que os , digamos, ocidentais, não fazem nem por sua mãe). SAbiam do risco. Foram alertados e já sofreram atentados. Continuaram na mesma toada ou elevaram o tom. São responsáveis e muito pelo ocorrido. Quanto a liberdade de imprensa e liberdade de expressão, realmente não são as mesmas coisas, como bem acentuou o colunistas, mas, setores mais espertos da imprensa, tentam conjugá-los no mesmo verbo. a liberdade de imprensa é um princípio instituido na CF de 88, legitimado pelo ambiente anterior ao da votação da carta maior. Não está contido nesta liberdade e nem na liberdade de expressão, direito de abusar de outras pessoas ou de calunia-las, difama-las ou injuria-las. injuria, por exemplo, é o que o Charlie Hebdo faz. Difamação é o que os nossos semanários fazem e a Calúnia, na qual cabe a exceção da verdade, acontece, como no caso da escola modelo e em outros casos. Há um caso recente de um jornal , filiado ao grupo Diário popular , que , em São José do Rio Preto, a partir de vazamentos vindos de funcionários da Justiça Federal, publicaram partes de um IP que estava em segredo de justiça, que é outro princípio previsto e resguardado na mesma CF. Os jornalistas e o jornal, tiveram o sigilo telefônico e de meios sociais quebrado, por ordem do Juiz Federal, onde se objetivava descobrir a fonte, ou seja, o funcionário (s) do Cartório que vazou peças que deviam ser sigilosas. O jornal invocou o direito ao sigilo da fonte e venceu o caso , em liminar , no STF , por decisão de lavra de Lewandoviski. Não há leberdade de imprensa quando se desobedece um outro preceito,aplicdo anteriormente e de resguardo do Judiciário. Com efeito, o que o Juiz Federal pretendia e ainda pretende, é punir o mau funcionário que vazou , seja gratuitamente ou não ( o que seria pior) informações que por dever de ofício , o funcionário deveria resguardar. O estrago já está feito, o que se pretende é coibir situações futuras, no que o Magistrado está correto. No entanto o Lobby da imprensa no Judiciário falou mais alto. Outro caso é do Eduardo Cunha, que soube que descobriram seu envolvimento na lava jato, por causa de vazamentos vindos do Inquérito e da ação criminal a respeito. Interessante seria saber quem o avisou, já que a Veja é a publicação que sempre teve acesso livre a investigação ao arrepio da decretação do sigilo, sem que nada seja feito pelo Juiz Moro , em uma cntradição com sua suposta honestidade. Os conceitos de liberdade de imprensa, de cunho objetivo e de liberdade de expressão não são idênticos ,mas a honestidade que deveria ter no segundo, inexiste muitas vezes, por imposição ou por mera malandragem e o segundo realmente, se torna um álibi para o primeiro e para o convencimento da sociedade. Por isto temos que filtrar o que lemos.  

    1. Exatamente. Nenhuma liberdade

      Exatamente. Nenhuma liberdade pode ser absoluta, total, porque nenhuma liberdade está isolada no mundo, ela sempre dialogará, interferirá ou cotrariará outra liberdade. Por aqui se vê a defesa da liberdade de imprensa e de expressão dos donos de mídia e seus apaniguados. A liberdade de expressão dos demais não passa de retórica, pois não há como veiculá-la.

       

  43. FALÁCIAS DO NASSIF

    Como sempre, em nome de acordos inconfessáveis, o nosso querido chapa branca parte para a manifestação solitária, de encontro ao mais comezinho senso comum que, ao limitar-se o direito a liberdade de expressão, com a desculpa esfarrapada de que há limites para tal, o nosso projeto de Goebbels passa a idéia que CENSURA é aceitável… MENTIRA !!!… o aceitável é que pessoas, com uso de sua ILIMITADA liberdade de expressão respondam judicialmente pelos seus excessos… o resto é tentativa absurda e inaceitável de, usando o tacão do estado, as vozes esquerdopatas tentem impingir-nos sua DITADURA disfarçada de democracia… vamos ver até onde nosso “sensor midiático” vai com suas conjecturas descabidas e suas falácias programadas… provavelmente esse será mais um comentário impublicável…

    1. O seu comentário foi publicado;

      mas tenha certeza de que um comentário meu ou de qualquer outra pessoa na veja, se for contrário às barbaridades da revistinha, não seria publicado por lá. E onde está essa justiça que corrige os excessos? Os exemplos são muitos de assassinatos de reputação que ficam por isso mesmo. Ninguém quer censurar a mídia, a gente quer democratizar. A gente quer poder se expressar e ser ouvido, lido, visto. Hoje vivemos uma ditadura do pensamento único na grande mídia.

      1. Comentário publicado

        Valeu Roberto, tapa bem dado na boca de quem, cordeiro que é, só acha que está certo o que se publica na novela das 21 (ou 22 sei lá). Este atentado foi terrorista, simples assim. Foi uma revista, poderia ser um banco, uma escola (aliás onde morreram mais de 140 no Paquistão, a maioria crianças, e a comoção no mundo foi baixa para praticamente 12 mortos ao quadrado).

        Valeu Roberto, valeu Nassif, é isso aí não se calar ante os que tentam acabar com o Brasil e com suas recentes conquistas sociais

      2. CEGUEIRA IDEOLÓGICA

        Amigo, quem lhe impede de abrir um jornal ou um blog e defender suas teses ou apenas ganhar dinheiro com isso ???… vcs esquerdistas querem sim a volta da CENSURA… a desculpa de democratizar um meio que sempre foi democrático, até na época dos militares (vide o caso Pasquim), e hoje corre o risco de ser controlada por um governo que quer se confundir com o estado brasileiro é apenas uma desculpa esfarrapada sim, para tentar encoleirar vozes dissidentes… se não és capaz de perceber isso não será capaz de entender o que afirmei no post anterior… cegueira ideológica não muda os fatos, amigo…

  44. Numa hora dessas as pessoas

    Numa hora dessas as pessoas deixam a mascara cair e monstram sua cara. O autor e a maioria dos posts são contrarios a liberdade de expressão. Isso em pleno século XXI. Mon Dieu

  45. Numa hora dessas as pessoas

    Numa hora dessas as pessoas deixam a mascara cair e monstram sua cara. O autor e a maioria dos posts são contrarios a liberdade de expressão. Isso em pleno século XXI. Mon Dieu

  46. Nassif,
     
    Por que vocês que

    Nassif,

     

    Por que vocês que tem uma certa influência na mídia nunca abrem comentários sobre os ladrões que nos governam. votando em benefício próprio aumento de salários 13º, 14º salário, atendimento médico no Einsten ou Sirio Libanês ao invés de serem atendido no SUS.

    Na Suécia um senador tem direito a um kitnet e vai trabalhar com seu carro. 

    O Brasil tem suas embaixadas instaladas nos locais mais caros da Europa, entretanto quando um *** de um presidente, ou presidenta nosso viajam para esse paises se hospedam junto com seus cúmplices em suites presidenciasi no cinco ou seis estrelas mais caros desses paises.

    Vocês jornalistas, fazendo vistas grossas a tudo isso são os vcerdadeiros terroristas atuando contra nosso país.

  47. ótimo post.
    terrorismo é

    ótimo post.

    terrorismo é abo,omável, liberdade de imprensa deve existir,

    mas não assassinatos de reputção,

    golpísmos,

    ataques cotiianos às insituições,

    vazamentos criminosos sem enhuma punição pelo judiciário,

    o qual  até parece incentivar isso.

    é precis racionalizar os fatos para que não

    caiamos na armadilha dos terroristas-direititas e

    façamos como fez o bush nos eua, restringindo direitos

    humanos e incrementando a repressão.

  48. Atentados na França

    De fato! Esta história de Charlie é a resposta que um editor racista insistiu em receber. Foi ele irresponsável com sua própria segurança e com a de seu pessoal. Ainda mais numa época em que a questão islâmica na Europa é uma bomba armada, prestes a explodir.

    Na verdade a Europa está preocupadíssima com o Estado Islâmico e com as adesões que esta organização terrorista tem recebido, inclusive de cidadãos franceses. Combater a presença árabe com caricaturas pornográficas, ridicularizando seu profeta, justamente uma cultura formada por pessoas que não possuem nada no mundo a não ser a fé em suas crenças? Se isto não é procurar encrenca então eu não sei o que é.

    Entendo que o govreno francês foi omisso nesta questão. Em face da periculosidade envolvida, deveria sim ter cerceado a liberdade do editor. Piadinhas grosseiras, estúpidas, podem estar detonando uma situação de dificílima solução. E a repercussão do fato, com mega manifestações, envolvendo chanceleres, pode vir a se tornar exatamente o cenário que os extremistas desejam. O terrorista não quer sigilo sobre seus atos, quer propaganda.

    Esta questão de liberdade de imprensa é um assunto delicado. A Inglaterra, com seus tablóides, foi palco de diversas ofensas cometidas contra a família real. Até que Lady Di pagou com a vida pela audácia da mídia. Depois disso, muito foi feito para colocar limites aos editores ingleses.

    No nosso caso, a imprensa serviu apenas para tumultuar o processo eleitoral. Informação verdadeira, útil, não apareceu na mídia. Apenas se noticiou suspeita. As verdadeiras falcatruas e maracutaias de ambos os candidatos não vieram a público. Falou-se em aeroportos e propinas na Petrobrás, mas, o que retira a credibilidade do veículo é quando um fato já sabido, ou tido como suspeito, faz parte de um cotidiano e só em época de eleição é que se torna manchete. Por que não antes? Por que esperar a véspera da eleição para jogar de tudo na cara do leitor, do eleitor?

    Não sou bom em futurologia, mas meu palpite é que a regulação da mídia não acontecerá. O governo precisa da mídia, para ajudar a fazer o serviço sujo, tal como faz agora quando solta balõezinhos de ensaio do ministro Levy. Ou quando tentam fazer com a única pessoa que pode ser responsabilizada na episódio Petrobrás, faça pose de inocente.

    A mídia brasileira é um serviçal do poder. Daqueles que o tem e também dos que o desejam. Passa longe a ideia de que são defensores da verdade ou que existam para fiscalizar políticos.

    1. A riqueza da cultura e do povo muçulmano

      Por favor, pense antes de escrever. Você diz que os muçulmanos tem cultura formada por pessoas que não possuem nada no mundo a não ser a fé em suas crenças? Que coisa mais absurda. Não conhece nada de história e muito menos de geografia. Os muçulmanos são um povo riquissímo. Possuem seus países, suas riquezas (o petróleo é uma delas), sua cultura milenar (riquíssima, que influenciou toda a cultura ocidental. Os muçulmanos guardaram e difundiram textos gregos, produziram obras de arte, produziram tantas coisas que não é possível inumerar. Você mistura tudo, povo, cultura, religião, política, sem ter noção da realidade que vivem esses povos. Eu lhe recomendo estudar a história desses povos do passado e do presente. Eles não vivem só de religião, eles têm a mesma vida que todos nós. O jornal Charlie faz humor de todos os partidos, de todas as religiões, dos esportistas, de tudo. Eles nunca perseguiram os muçulmanos, aliás ao contrario eles sempre atacam qualquer tipo de preconceito e de rascimo. Agora, querer matar um desenhista porque fez humor de religiosos, é ser bastante anti-democrático. Não tire o valor da cultura e dos povos muçulmanos; isso é uma barbárie quase tão grande quanto a de terroristas.  Eu sou atéia, mas sou professora de história. Eu valorizo muito a cultura dos muçulmanos, mesmo que eu não concorde com algumas de suas práticas. Mas não se pode associar terrorismo com muçulmanos. Isso seria um crime hediondo. 

    2. O amor é lindo

      Caramba!

      Em um único texto, o senhor conseguiu difamar o editor de Charlie Hebdo, culpá-lo por sua própria morte, insultar os árabes, pedir um golpe de estado na França (instaurar a censura à imprensa por lá é isso), desmerecer a maior manifestação pública que a França fez desde a libertação de Paris, rebaixar diversos chefes de estado e de governo à condição de chanceleres, chamar a todos eles e seus chefes de segurança de idiotas, difamar a imprensa inglesa, difamar os dois candidatos à presidência do Brasil…

      Só falta agora dizer que não hasteou a bandeira com os dizeres “Je suis Charlie” no telhado!

       

  49. A imprensa tem que ter

    A imprensa tem que ter liberdade total de expressão, bem como a responsabilidade de ser imparcial.

    Mas lembremos, humorismo não é jornalismo.

    Acontece que muitas vezes o humorismo exerce papel jornalístico, quando denuncia, informa ou critica e nesse caso, merrece a mesma liberdade que é sagrada à imprensa.

    Charges ofensivas as minorias não são jornalísticas. Aliás, aos olhos dos cidadãos de bem, não tem graça nenhuma. São apenas ataques preconceituosos e covardes.

    Grandes artistas como Roberto Bolaños, Henfil, Chico Anísio, Mazzaropi e tantos outros genios, fizeram críticas, protestos e denuncias, etc, sem ofender as minorias.

     

    1. Mais uma vez: Charlie Hebdo

      Mais uma vez: Charlie Hebdo não fazia ataques preconceituosos e covardes. Mais outra vez: Charlie Hebdo não fazia ataques preconceituosos e covardes.

      Bolaños, Chico Anísio, Mazzaropi…gênios? Não concordo com estas palavras que dissestes, mas defenderei até a morte teu direito de dizê-las.

      Obrigado por lembrar-se do Henfil. Aliás, como tantos mundo afora, Henfil era fã de Wolinski.

      A Escolinha do Professor Raimundo está sendo reprisada no canal Viva. Veja lá se os gays não são estereotipados, idem judeus, idem turcos.

       

      1. Mais uma vez, Charlie Hebdo

        Obrigado, Mauro Chazanas. Opiniões lúcidas, como essa, são raras, nestes dias.
        Incrível, transformaram caras geniais, com fantásticas biografias (como o Wolinsky) em racistas fomentadores do ódio. Acho que a esquerda (je suis gauche!) tem que refrear um pouco certos alinhamentos automáticos. Pois a maior parte dos ataques que vi à ética dos chargistas do Charlie (um jornal de esquerda, detestado pelos conservadores franceses) veio dela, a esquerda. Coisa suicida e burra, pombas! Por favor, companheiros… O ocidente é terrorista. O oriente (médio e extremo) tembém. Mas não os cartunistas.

        1. Triste

          Renato, acho que muita gente, neste blog e no mundo afora, que continua a atirar nas vítimas de Charlie Hebdo e que parece que só falta lamentar que houve sobreviventes, simplesmente não conhece o jornal, nunca ouviu falar, tomou conhecimento depois de sete de Janeiro, recebeu um cardápio reduzidíssimo de cartuns pelas mídias e formou sua opinião sem estar suficientemente informada.

          Porém, algumas figuras da esquerda, que presumo informadas, tomaram posições incompreensíveis. O silêncio de outras também é gritante.

  50. O Meio Exterior é um poder

    O Meio Exterior é um poder que não passa de um elemento indiferente e secundário imposto por efeito de circunstâncias, mas poderia ser a principal matéria de criação do conjunto concreto da evolução do Todo nas criações ideais da vida política, jurídica e moral. Enquanto isso, nós não passamos de ideias desprotegidas sem o seu fundamento, leis e constituição para domínios acima de todos os juízos.

    As pessoas da imprensa não são melhores do que nenhum individuo vivente da sociedade. Somos todos iguais perante as leis de liberdade quando desenvolvemos bem os interesses que representamos perante a situação cômica da falta de atitude dos políticos com as relações dos países estrangeiros.

    Ditos de tal decisão nas praças, antes no que respeita aos assuntos gerais dos EUA, os governos não podem regulamentar nada sobre: autoridade do direito civil, finanças e os limites da ordem social pertencentes ao meio exterior.

    A propriedade privada imprensa, a qual ocupa um ponto do meio exterior para explorar os domínios de interesses multiculturais para manifestações da liberdade do caráter subjetivo, porém, está longe de ser uma representação multinacional da liberdade alargada ao infinito, posto que está encarnada no individuo com um volume muito reduzido de uma ordem social estabelecida.

  51. Charlie Hebdo

    Só vi um jornalista do Brasil a colocar os pingos nos is sobre a situação francesa. 

    Parabéns jornalista. Em nenhum momento o atentado constituiu ameaça à liberdade de imprensa, mesmo porque na França a lei de regulamentação da Mídia data de 1881. E não foi um ato dos muçulmanos como alguns sectaristas querem imputar. Foi na verdade uma represália de grupos terroristas contra a posição da França em relação aos terroristas. Contra a posição da França de combater o grupo Daech e o grupo Estado Islâmico. Os terroristas que cometeram os atentados em Paris nos últimos dias divulgaram um vídeo em que dizem ser do Estado Islâmico. Eles escolharam dois alvos: o jornal, por publicarem (de vez em quando, não é sempre como se fala no Brasil) humor contra o radicalismo dos grupos terroristas “defensores” do Islão. Uma minoria, constituída principalmente de jovens intolerantes que acreditam que o Ocidente representa a destruição de seus valores. Claro que isso é um pouco verdadeiro, mas matar pela defesa dos ideais não resolve a questão. Pode-se defender cultura, religião e valores sem a necessidade de armas. O atentado ao jornal, o atentado contra duas policiais municipais de uma vila perto de Paris e o atentado do supermercado dos judeus foram alvos para atingir o governo francês por suas posições contra os grupos terroristas, os de fora e os de dentro da França. Escolheram o Charlie Hebdo por ele ser um jornal de esquerda (como o presidente). A  justificativa foram as charges, mas Charlie faz charge de católicos, protestantes, budistas, etc, contra partidos políticos principalmente do partido da extrema direita francesa que eles consideram racista e xenófobo. Eles puniram o jornal por causa de algumas charges. Mas queriam atingir não apenas o jornal mas o governo e o Ocidente. Então essa balela de liberdade de imprensa é coisa do PIG que usa as informações para atacar o projeto de regulamentação da mídia da presidente Dilma. A França reagiu em defesa da liberdade de imprensa e em defesa dos judeus que são sempre o alvo dos terroristas aqui na França, mas em nenhum momento culparam os muçulmanos pelos atentados. Aliás, todos os jornais, televisão, rádio, governo, fizeram questão de dizer que os atentados não têm nenhuma ligação com os muçulmanos. Um dos soldados mortos no atentado ao jornal Charlie era muçulmano (aquele que foi executado fora da sede do jornal). Hoje o presidente Hollande foi à casa da família do soldado mulçumano para prestar solidariedade. Um empregado do supermercado judeu é negro muçulmano, ele será condecorado pelo governo porque salvou várias vidas dentro do supermercado. Ele trabalhava no subsolo do supermercado e quando o terrorista entrou no supermercado, muitos clientes desceram para o subsolo, quando ele percebeu o risco, ele abriu a grande geladeira do supermercado e pediu para todos se esconderam lá. Ele apagou a luz e desligou a geladeira e saiu por uma porta blindada do fundo para avisar a polícia que estava fora do supermercado. Com a chave que ele deu desta porta, a polícia pode entrar no local e salvar os sequestrados que estavam com o terrorista e os que estavam na geladeira escondidos.

    Pensa-se horrores da sociedade francesa, mas vejam: africano mulçumano (ele ainda não tem nacionalidade francesa) trabalha para judeus e salvou judeus. Tudo isso é importante saber para conhecer melhor daquilo que se fala. Quando o Charlei publicou um desenho da ministra da justiça como uma macaca, não foi o jornal que disse que ela era uma macaca. Foi uma candidata do partido da Frente Nacional de extrema direita que fez publicou uma foto da Ministra ao lado de um macaco; conclusão essa candidata ficou 9 meses na prisão. E o jornal Minute, de direita que disse que a ministra era maligna como um macaco e que Toubira reencontra sua banana, foi obrigado a pagar indenização à ministra. Tem liberdade de imprensa, mas se alguém se sentir lesado, tem justiça e indenização. O jornal Charlie fez uma charge do episódio. Colocou a ministra como macaca, mas como texto da charge escreveu : “Rassemblement Bleu Marine” e colocou o símbolo do Partido da Frente Nacional como duas bananas (usou as cores do partido). Essa expressão é utilizada pelos candidatos desse partido nas eleições. Quer dizer “Venha se Reunir ou se Reunir com a Frente Nacional” Bleu marine é azul marinho, a cor do partido. A charge é como se eles dissessem ao partido da Frente Nacional “: é dessa maneira (chamando os outros de macaco) que vocês querem que todos se unam a vocês? Vejam uma charge que foi feita para gozar o partido da extrema direita, é interpretada por alguns brasileiros como sendo uma charge contra a ministra. É preciso entender a política francesa, o francês, e a sutilidade do humor do jornal para entender a charge. Se alguém quiser pode conferir no facebook da minsitra Christiane Toubira, suas palavras de carinho e de reconhecimento logo após o ataque do jornal. Nas homenagens de desagravo da ministra, logo depois do episódio, os desenhistas do Charlie foram convidados para a solenidade.    

    Charlie é um jornal de esquerda, contra todas as formas de injustiça, tivemos o Pasquim como similar. Os desenhistas são ateus, preferem seguir o laicismo. Quando fazer humor arte, eles brincam com tudo e com todos, até mesmo com a esquerda quando eles acham que alguém pisou na bola. Nas entrevistas, eles eram pessoas simples, humildes e adoráveis, mas com grande convicção de que não se contrói uma sociedade mais justa com armas nem com intolerância. Eu estive na Marcha de 1500 milhões de franceses e de imigrantes. Estavam todas as religiões e nacionalidades. Os franceses sairam à rua muito mais pelo direito republicado de ser laico e de poder se expressar com humor, mesmo que eles não concordem 100% com todas as charges do que se publica.

    Estive na Marche com as minhas armas: um cartaz com os dizeres “Eu sou Charlie”, uma bandeira do Brasil e um lápis.            

    1. Valeu Elizabete

      Voce nos trouxe informações valiosas. Infelizmente nossos “correpondentes” ai em Paris não dizem coisa com coisa … Acompanhar  o episodio pela grande midia brasileira, é perda de tempo.

    2. Professora, por favor, posso

      Professora, por favor, posso lhe fazer duas perguntas?

       Não são para defender nenhuma posição, queria fazê-las apenas por honesta e simples vontade de aprender, ou, pra ser completamente sincero, pela compulsão em querer entender o mundo. Para saber se estou entendendo direito o que estão falando, o que realmente está sendo discutido.

      Faço-as para a senhora porque perguntei ontem aqui neste espaço, não recebi resposta, e apesar desse assunto ser o título do post, não é o tema da discussão que está acontecendo, sequer foi o tema principal do próprio post. Por vosso texto, me parece que eventual vossa resposta seria proveitosa.

      Minha primeira pergunta é: por que essa posição expressada pelo Nassif, defendida pela senhora e por mais pessoas, de que não foi um atentado à liberdade de imprensa, é importante? 

      A segunda é: por que não foi um atentado à liberdade de imprensa? O assassínio foi cometido em uma redação de jornal, o alvo principal eram jornalistas, o pretexto para o crime foi a publicação de charges zombando do profeta. Assistindo na TV 5 o magnífico ato de que a senhora participou ontem, diversas pessoas entrevistadas declararam que lá estavam em defesa do direito à liberdade de expressão, corroborando o que a senhora informou. Neste caso, a liberdade de expressão via imprensa é a própria liberdade de imprensa. Sim?

      Pois bem, se me motivo a sair às ruas para defender algo, é porque esse algo está ameaçado ou foi atacado. Se saio às ruas para defender a liberdade de expressão, de imprensa, é porque reconheço o que houve como um atentado a essas liberdades.

      Agradeceria muito se e quando puder perder um pouco de tempo comigo e compartilhar vosso ponto de vista, que apenas neste específico ponto – não ser um atentado à liberdade de imprensa – não resultou explicado para mim, como não resultou no post do Nassif.

      Grato, bonne chance.

       

      PS: ah sim, Je suis Charlie. Fico imaginando, nada a ver com o assunto em pauta, quanta gente mundo afora escolheu essa frase para algum aplicativo de computador, pior que hackers também podem pensar nisso…Post Scriptum apenas para espairecer um pouco.

      1. Os terrorismos se espalham pelo mundo, Não é Charlie?

        Mauro, suas perguntas são grandes perguntas.

        Há muito tempo que os terrorismos se espalham pelo mundo. No Brasil, uma certa mídia “casa grande” cometeu os maiores atentados contra a liberdade do eleitor de escolher livremente seus candidatos. Tudo isso em nome da liberdade de imprensa, ou seja, em nome da manutenção do patrimônio material da própria casa grande. Mas esse é um assunto para outro texto.

        As ações de governos ocidentais, como as dos Estados Unidos, da França, da Inglaterra, da Alemanha (entre outros), contra o terrorismo têm sido apontadas pelos próprios terroristas como causas da intensificação dos ataques terroristas. Esses grupos, que se dizem porta-vozes do Islão, têm suas próprias divergências na forma e na ação que desenvolvem. Cada um deles defende princípios que consideram fundamentais do Islão. Praticam o Jihad “a guerra santa”, idealizada por Maomé na criação do Islão, em 622 d. C., razão pelo qual são conhecidos por jihadistas. O líder Maomé defendeu em determinados momentos princípios radicais para a conversão religiosa e expansão do território muçulmano. As ações desses governos, inclusive de Israel, contra os terroristas (Daesch, Estado Islâmico etc) levam estes grupos a contra-atacarem. A França tem desempenhado um papel importante na luta contra esses grupos por meio de intervenções políticas e bélicas nos locais onde eles agem. Então eles prometeram se vingar da França e dos demais países ocidentais. Para isso, eles escolhem alguns alvos: no caso dos atentados em Paris, eles escolheram 3 alvos: o jornal Charlie (poderia ter sido outro) porque este publica, de vez em quando, charges fazendo referência a Maomé. 

        Há um preceito no Islão que a imagem de Maomé não pode ser materializada. Ao fazer as charges, o jornal Charlie materializa a imagem, pois fazem um desenho de um homem que eles chamam de Maomé. E a partir daí os desenhistas fazem as charges de acordo com o que propõem no editorial do jornal: “ser um jornal (frase do jornal) para nós rirmos de nós mesmos, dos políticos, das religiões, é um estado de espírito”. É um jornal de esquerda, mas um jornal que faz humor de todos até mesmo da esquerda. A resistência do humor continua: a capa do jornal será um desenho de Maomé chorando com um cartaz “Eu sou Charlie”. (Acho que o Maomé daria muitas risadas, mas não pegaria em armas). Como eles são radicalmente contra os radicalismos (isso soa contraditório, mas reside aí a arte de fazer humor), eles gozam também dos radicalismos do Islão, do catolicismo, dos judeus, da extrema direita francesa etc. etc. Essa é a razão pelo qual eles escolheram o Charlie como um dos alvos para se vingar da França. 

        Outro alvo foi a polícia, que simboliza a intervenção na luta contra o terrorismo. Por isso mataram policiais, no segundo atentado. No ataque ao jornal mataram dois policiais, um deles era muçulmano. O terceiro alvo foi o supermercado Judeu. A França tem uma comunidade judaica imensa. Tem na França mais de 700 escolas judaicas. Esse alvo foi para atacar a França e Israel ao mesmo tempo, por causa da questão da Palestina. Os atentados anteriores, entre 2006 e 2012, foram quase sempre contra escolas judaicas e contra soldados, inclusive contra soldados franceses muçulmanos, porque não admitem que um muçulmano seja soldado da França. É preciso entender a diferença entre nacionalidade e religião. Na França vivem franceses que têm religião muçulmana (a maioria descendentes de povos do Norte da África) e vivem também muçulmanos que não são franceses (uma parte adquiriu nacionalidade francesa e outra parte não possui ainda essa nacionalidade). Portanto, os atentados não foram contra a liberdade de imprensa. Foi um ato terrorista com o objetivo principal de condenar as intervenções dos países ocidentais e de Israel contra esses terroristas. O caso de Israel é mais complicado porque está em jogo os territórios dos palestinos que Israel se apoderou depois da Segunda Guerra Mundial. Os palestinos lutam há décadas para ter seu próprio país, seu próprio Estado. Com todo o direito.

        O povo francês esteve nas manifestações para protestar contra os atentados terroristas que ocorreram no jornal por causa das charges, na rua contra policiais e no supermercado contra judeus. Eles escolheram o nome do movimento “Eu sou Charlie” por ter sido o primeiro atentado. Já tinham divulgado o símbolo quando teve os dois outros atentados. Essa é a razão pelo Charlie virou sinônimo de liberdade, símbolo contra todos os atentados. O povo francês é apegado aos princípios da revolução francesa “Igualdade, liberdade e fraternidade”, mas o princípio que os franceses identificam com a sua cultura é o da liberdade. Um povo que foi oprimido por séculos de monarquia absolutista, que passou pelas duas grandes guerras mundiais, que teve o seu território invadido pelos nazistas (claro que também oprimiram outros povos), é um povo que idolatra o princípio de liberdade. Mas a liberdade como um símbolo maior. A liberdade de expressão de poder fazer piada (isso fazem muito), de poder ir e vir, de poder ter ou não religião, de ir votar ou não, de fazer greve ou não. Teve uma cidade que só 12% do eleitorado foi às urnas na eleição de prefeito, em 2014.

        Claro que os franceses defendem também a liberdade de imprensa. Esta é regulamentada desde 1881 e a mídia pode sofrer a força da lei em casos que houver abusos. É falso dizer que a imprensa é totalmente livre. O jornal Minute foi condenado a pagar indenização à ministra por tê-la comparado a um macaco. Qualquer cidadão que se sentir ofendido pode processar a mídia. Nesse sentido, o objetivo dos terroristas não foi o de coibir a liberdade de imprensa. Podemos dizer que foi uma coincidência o fato de ser um jornal o escolhido como alvo dos atentados, mas o foi por um motivo particular e não contra o princípio de liberdade de imprensa. Muitos franceses não toleram o jornal Charlie, por discordarem de seu humor politicamente incorreto. Mas os mesmos que discordam das charges, discordam da censura. As palavras são sutilezas, é preciso pisar em ovos quando falamos de assuntos tão sensíveis e que implicam diferenças ideológicas, políticas e culturais. No entanto, só a tolerância pode mudar a realidade social em que vivemos. A tolerância civil que Gandhi tanto sonhou… e que cada um de nós poderá contribuir para a realização desse sonho de Gandhi. 

        Os atuais desenhistas do Charlie declararam hoje (12/01): queremos ter apenas o direito de levar o riso e o humor ao povo. Nada mudará a linha editorial. O próximo número terá 1 milhão de exemplares. Em novembro foi de 30 mil. Mesmo sem comprar o jornal Charlie, o povo francês elegeu o jornal como um símbolo da sua própria liberdade, e não necessariamente da liberdade de imprensa, pois essa já está inserida naquela maior. Os terroristas escolheram alvos que tocariam o coração do francês: a liberdade, a segurança e o direito de ir e vir. Na Marcha, havia cartazes “eu sou judeu”, “eu sou militar”, “eu sou muçulmano”, “eu sou Charlie”, tinha cartazes com todo o tipo de mensagem. A mídia francesa deu destaque para todos os cartazes. Não fez como certa mídia familiar brasileira que deu atenção apenas ao cartaz “Eu sou Charlie”. Aqui a mídia não entendeu como sendo só um atentado contra a liberdade de imprensa, mas como sendo atentados contra a liberdade e a democracia.

        Acho que essas palavras podem explicar um pouco o sentimento dos franceses, mas também da grande maioria dos imigrantes da França. Os líderes muçulmanos declararam sua solidariedade às famílias das vítimas e condenaram duramente os terroristas, reafirmando que estes não seguem os princípios do Islão. Claro que agora terá ações contra a comunidade muçulmana, mas o governo está adotando medidas duras contra todos os que cometerem atentados contra o povo muçulmano, pois este não é responsável pelos atos de barbárie de alguns radicais terroristas. O lema é muçulmano não é terrorista. Como em todo o lugar existem os racistas, e na França também tem racista, principalmente aqueles da extrema direita. Este ano o governo vai colocar em votação o direito de voto dos imigrantes. Uma promessa de campanha que o presidente vai enviar ao Parlamento, onde ele tem a maioria. Não é ainda o direito ao voto em todas as eleições, mas para as eleições municipais. Mas isso já é um avanço, sob protestos da extrema direita.

        Na sua complexidade, na sua humanidade e nas suas contradições, para a França a liberdade e a laicidade são valores inatacáveis. Para eles, o governo deve guardar os profundos valores do Estado Republicano: ser laico e defender a liberdade. Esses dois princípios estão consolidados no lema “Je suis Charlie”, no imaginário do povo francês. Esse é o francês. Pelo menos a maioria absoluta do francês. Nesse sentido, eu sou Charlie como direito fundamental de ser ateu e de ser livre. 

        Sempre serei Charlie, como símbolo da liberdade, da igualdade e da fraternidade. Idealista, não. Desarmada. Apenas a palavra como símbolo da divergência na construção do saber; apenas a palavra que dispa a ignorância daqueles que se julgam sábios e poderosos. 

        1. Entendi afinal

          Professora Elizabeth, muito, muitíssimo obrigado.

          Que magnífica resposta. Uma aula.

          Os atos não foram contra a liberdade de imprensa.

        2. Sugestão Pertinente

          Fiz a mesma pergunta, às três da madrugada de hoje têrça-feira, no post em que o Nassif repetiu vosso texto, publicado em 12.01 às 12:23,  todos os horários são de Brasília.

          Acabei de apagar.

          Se me permite a sugestão, esta vossa resposta é parte integrante do vosso comentário, e deveria acompanhá-lo.

          A partir de “Há muito tempo que…” até ” (…) se julgam sábios e poderosos.”, diria mesmo que é indispensável, mais gente não está entendendo como eu não estava.

          E a bem da completa verdade tentei eu copiá-lo e transportá-lo para lá, mas não consegui, presumo que seja prerrogativa vossa ou do proprietário do blog.

          Ou só inépcia minha mesmo.

          Enfim.

  52. Aos que não compreenderam …

    O que ficou claro na repercussão desse atentado, é que ele só tomou esse “vulto” de reverberação mundial, com a presença de vários líderes em uma passeata, apenas porque foi contra um meio de comunicação, no caso um jornal. Unicamente por isso, pois se o atentado fosse somente um ato terrorista, como numa escola por exemplo (como já aconteceu) matando dezenas de inocentes, teríamos essa repercussão? Certamente que não, sabem porque????? Porque o atentado foi contra a maior religião que existe no mundo acidental, a tal liberdade de imprensa!!! Por isso a confusão, e muitos não entenderam a intenção do Nassif, esse atentado está muito mais sendo tratado como um ato contra a religiosidade ocidental, no caso a inconteste e imaculada liberdade de imprensa, do que como um ato de terror fundamentalista.

    1. Sem esperanças…

      Alguma alma pia poderia explicar pra você que essa tal “liberdade de imprensa” que menospreza é simplesmente um dos pilares do regime de liberdades de que desfrutamos. E, como pilar, é sim, “inconteste e imaculada”.

  53. Se a imprensa quiser assumir

    Se a imprensa quiser assumir todos os crimes sobre ela, sem dividir culpas entre a intenção subjetiva e o ato objetivo de confiscação do patrimônio público, e integralmente se responsabilizar pelas consequencias de seus atos, pode postular, por exemplo, a hierarquia de algo como um poder irracional para determinar o caráter subjetivo da liberdade de imprensa: o jornalista se considera imediatamente o fator uno de origem do objetivo da sociedade, é, assim, um individuo substancial como tal.

  54. Muito aquém do Pasquim

    Muito além do jardim e muito aquém do Pasquim, o jornal dos jornalistas atacados pela barbárie. Mas a barbárie é onipresente, e não se resume ao ato.

    A barbárie é a regra, e não a exceção. O mundo governado pelo capital é bárbaro em sua essência. 

    A acumulação gerada pela exploração desenfreada dos territórios partilhados cobra o seu funesto preço. 

    O mundo precisa ser descolonizado totalmente. 

    As periferias das grandes cidades francesas, repletas de imigrantes e descendentes, muitos dos quais muçulmanos, são barris de pólvora. Que o diga a revolta de 2005. 

    Certo que não se pode tolerar o terror. Mas isso deve valer também e principalmente contra o terror promovido pelo estado, este ente afiliado ao capital. 

    O estado francês (e claro, não só ele) é também ele, historicamente, um estado terrorista (para não ir mais longe, veja-se a propósito o ataque ao povo argelino no dia da vitória dos aliados em 45). 

    O que a famigerada “guerra ao terror” rendeu efetivamente? 

     

    1. Se você ficar sempre no

      Se você ficar sempre no passado, vai achar todos os povos e governos terroristas. Todas as civilizações da antiguidades estacravizaram e assassinaram milhões de pessoas, Egito, Mesopotâmia, Grécia, Roma, inclusive o Japão e a China (e outras). Na Idade Média, oprimiu-se e milhões foram mortos pela exploração e opressão. Na Idade Moderna, milhões foram mortos por Portugal, Espanha, Inglaterra, França, Holanda etc. Nos séculos XVIII, XIX e XX, milhões foram assassinados em todas as revoluções, guerras, colonizações, escravizações, terrorismo, ditaduras. Olha a história do Brasil, o genocídio indígena e africano, os milhões de trabalhadores assassinados nas cidades e no campo. As ditaduras que massacraram pessoas e direitos. Alemanha nazista responsável cerca de 25 milhões de mortos (dentre os quais 6 milhões de judeus e 19 milhões de muçulmanos, socialistas, anarquistas, homossexuais, deficientes físicos, democratas, católicos, protestantes etc ). Acusar a atual França é no mínimo desconhecer a história. A França já pediu perdão aos argelinos pelos crimes cometidos naquele país. A prova é que quase todos os argelinos que vivem aqui na França são franceses e se sofrem preconceitos, este não é incentivado pelo governo. Eles sofrem preconceitos de uma pequena parte francesa por serem imigrantes, como grande parte de ignorantes do Brasil tem preconceito de nordestinos. A luta do atual governo francês contra o terrorismo é inclusive para proteger os muçulmanos no território francês, pois os atentados cometidos na França ou em outros países pelos grupos radicais islâmicos, reforça o preconceito dentro da França e deixa essa população vulnerável. Precisamos ter cuidado e ter conhecimento, antes de acusarmos quem quer que seja. A grande imprensa brasileira tem usado tudo isso como forma de desinformar os brasileiros, o terrorismo instalado em grande parte dessa mídia não pode esclarecer o povo, pois isso colocaria em xeque sua própria existência. Graças a alguns jornalistas responsáveis, como o Nassif, temos informações e luta por uma mídia transparente e honesta.    

  55. Vous est Charlie?

    Perguntei para um amigo se ele era Charlie e ele me respondeu:

    ”Shareef don`t like it….

    Rock the casbah… rock the casbah!!!”

    Hoje lendo os jornais e vendo toda essa movimentacao e manifestacao dos lideres dos paises ricos do ocidente enquanto aquele atentado na Nigeria (outro ato monstruoso de terrorismo) sendo praticamente ocultado pela midia ociental, fez a piada ter todo o sentido…

    Rock the Casbah – (The Clash)

    http://letras.mus.br/the-clash/7813/traducao.html

  56. A bomba é a expressão da

    A bomba é a expressão da raiva.

    A charge é expressão da ironia.

    Sim, amigo, a expressão TEM que ser regulada…

  57. não conf.

    Não se trata de liberdade de expressão, nem terrorismo. Trata-se de infindaveis ataques aos arabes, na Libia,no Iraque,no Irã, na Siria no Egito no Sudão etc,etc………..,com centenas de milhares de assassinatos de civis, crianças. Todos estes crimes da OTAN em nome de uma dezena de petroleiras ocidentais. Vcs acham que tudo isso não teria uma retaliação? São amigos, filhos, filhas, pais, mães brutalmente mortos. Fica facil saber da solução . As 3 maiores cidades do planeta a 1000 anos atras eram Bagda, Cairo e Damasco. A Europa era completamente analfa. O renascimento Europeu se deu depois dos arabes, etc,etc.etc.

  58. Muito oportuno. Não custa nada lembrar

    A maioria dos comentarios não se refere ao conteudo do post. Estão mais procupados em definir se o Charlie mereceu ou não a ação assassina que lhes foi imposta, e a repercussão de tudo. Então, voltando ao tema, o post é oportuno por que lembra mais uma vez o quanto a nossa imprensa é porca, estupida e hipocrita. O quanto o nosso Judiciário é frouxo e o quanto nossas instituições patinam ao sabor dos grandes grupos de midia e ao sabor odio declarado ao governo petista. É um caminho sem volta por que abriu a caixa de pandora. Libertou o que há de pior na sociedade e deu espaço a um bando de trogloditas.  

  59. A verdade é uma só: Se você

    A verdade é uma só: Se você se incomoda com uma charge a ponto de querer matar alguém, quem tem um problema é você e não quem fez a charge.

    O resto é papo de censor bem intencionado – e aqui está cheio deles.

  60. Há uma urgência em defender a

    Há uma urgência em defender a “liberdade”. Mas de que liberdade estamos falando? A quem interessam a falta de limites, a violência, o caos total ? Os que defendem a “liberdade” sem peias apoiam, por tabela, as atrocidades, vilanias e agendas obscuras dos que, realmente, criaram as condições e alimentaram os atores que participaram deste desfecho. Me parece, às vezes, que a memória é curta ou as pessoas fazem de conta que não há ligação entre determinados fatos e situações, para justificarem suas posições. Temos nos perguntado quem ganhou com esta situação. Mas e se nos perguntássemos quem perdeu ? A quem interessa que os islamitas, muçulmanos, “párias invasores” sejam hostilizados, sejam banidos ? Quem financiava CH? Quem vai ver lutas de décadas escoarem pelo ralo com este episódio? Quem realmente ficará sob a chuva com toda essa mobilização ? Milhões de pessoas reunidas por uma causa, para distrair a quem ? Para desviar de quê? Para chancelar o quê?

    Estas são perguntas retóricas; obter respostas para elas não é meu objetivo aqui, já que são milhares de possibilidades. Tenho minhas próprias respostas.

    Tenho me mantido o quanto posso distante desta discussão para evitar desgastes desnecessários. Os que defendem uma liberdade plena, esquecem-se de que a liberdade de fazer o que se quer pressupõe responsabilidade com o que se está fazendo, mas principalmente responsabilidade com o que se cria, com o ódio que está fomentando, com as consequências deste ódio. É fácil fazer o que se quer – e pode –  e dar de ombros, lavar as mãos para as consequências.  Até que as consequências batam à sua porta …

    Passamos boa parte do tempo comentando, apontando, desnudando hipocrisias.  E embarcamos nesta sem pestanejar?  Em nome de uma liberdade plena da qual não desfrutamos nem mesmo em nossas casas, o mais nosso de todos os espaços?

     

    1. Vc está distorcendo as questoes p/ defender seu ponto de vista..

      Ninguém aqui é favorável à hostilizaçao de muçulmanos, NEM CHARLIE HEBDO ERA… 

      Quem financiava Charlie? Que insinuaçao é essa? Seus leitores, ora. Por que, vc acha que era a CIA, que financiaria uma revista de extrema-esquerda que debochava de todos os governos e religioes, nao só do Islã? Que defendia os palestinos, inclusive? Ora, ora. 

      Também concordo que esse atentado foi fabricado. Sobretudo para justificar o bombardeio do Yemen (por causa do caráter estratégico da regiao no transporte de petróleo) e para desviar a atençao do reconhecimento do estado palestino. Mas e daí? Isso significa que nao se deva lutar contra o terrorismo? Ou, pior ainda, ficar denegrindo as próprias vítimas, como esse movimento Je ne suis pas Charlie está fazendo? 

      E particularmente também nao defendo liberdade de expressao plena. Defendo a de Charlie Hebdo, que lutava contra idéias, nao era contra minorias. É só o que faltava defendermos a criminalizaçao de blasfêmias e heresias, a Idade Média já acabou. 

      1. Oi Anarquista,vou te

        Oi Anarquista,

        vou te responder por que acho que você merece uma resposta.

        Tenho lido suas ponderações e apesar de não concordar com o tom – acho absolutamente desnecessária a desqualificação que você usa para o que/quem te desagrada – e nem com a base da tua defesa, principalmente no que diz respeito às religiões, o bate-bola com o Mauro tem sido muito interessante e é sempre bom ler um ponto dissonante para nos mantermos na linha.  Este post nos trouxe muita informação interessante, mas resta saber o que faremos com tanto conhecimento.

        Não houve de minha parte uma insinuação leviana sobre o financiamento da revista como faz parecer a tua réplica; fiz uma pergunta para uma livre associação de ideias, coloquei um ponto de reflexão – por isso inclui a Veja.  Não estou falando dos leitores, nem dos anunciantes, nem da publicidade governamental, se é que há. Sabemos perfeitamente que há outras tantas formas de financiamento, de ganho, de avanço em nacos de poder que não são necessariamente obtidas através de um cheque ou de uma fatura; sequer de numerário em espécie. Há ganhos intangíveis tão sedutores quanto.  Ou desconhecemos isso?  Veja, não estou ofendendo os editores, chargistas, colaboradores da revista.  Estou questionando sua conduta profissional, só isso. E conduta profissional está sujeita, sim, a equívocos, a negociações escusas, a atos condenáveis.  Ou havia alguém perfeito, acima de qualquer suspeita na revista?  Você colocaria a mão no fogo por estas pessoas, sabendo do poder detido por elas com uma arma de tamanho calibre na mão?  O que a imprensa faz, todos os dias, de estrago no Brasil? É pouco?  É um poder real.

        Concordamos com a fabricação, com as intenções escusas, com o rescaldo lamentável que já estamos observando no horizonte depois do atentado; faz lembrar a pedra atirada ao lago, círculos concêntricos.

        Bibi lá fila do gargarejo na “Marcha pela Paz” é demais para o meu estômago!

        E justamente porque eu sou absolutamente, visceralmente, totalmente contra qualquer forma de violência; não somente contra o terrorismo, mas contra todos os “ismos”, porque nos controlam, nos conduzem, nos obliteram as vistas e a alma. Mas, isso não significa que eu concorde com o ataque a quem quer que seja que precise dos ‘ismos’, goste deles, professe os ‘ismos’ em seu íntimo e manifeste exteriormente suas opções.

        Se você considera que uma pessoa religiosa é boçal, esta mesma pessoa pode considerar que você é a boçal.  Mas, tanto você quanto ela, a meu ver, tem o direito de escolher. E se ela tem o direito de escolher, é aí que finda o seu direito de julgá-la por isso, depreciá-la por isso, condená-la por isso.  Uma vez que ela poderia, falando da liberdade individual tão defendida aqui, fazer o mesmo com você se detentora de meios para isso.

        Então, acho uma falácia esse negócio de dizer que CH está combatendo o terrorismo quando apresenta um líder religioso de forma desrespeitosa porque acha que assim está combatendo o terror, ligado a esta religião.  Se CH deseja combater o terror, enfrente EUA, enfrente UE, enfrente quem fomenta esta turma. De onde surgiram estes caras; em que front foram formados, em que praças aprenderam a fazer o que fazem?  Afinal, são um povo tão “atrasadinho” ..  Esse discurso é bom para quem desconhece a contribuição dos mouros à civilização ocidental… Mas vá lá.

        A Idade Média, lamento te dizer,  não acabou. Pode ter acabado na paisagem que você observa da janela, mas no mundo, ela impera, ela resiste pois há quem dela se alimente, recolhendo os despojos.

        Alguém, sobre um comentário meu adiante exclamou:  Não entendi. Liberdade gratuita?  Sim, liberdade usada gratuitamente.  Qual é o objetivo quando se ofende, se atinge, se despreza? Eu sei que CH tem este direito. Não discuto isto. Meu ponto está nas consequências de usufruir de qualquer direito.

        Não acho que devamos ficar calados porque ao criticarmos podemos suscitar eventos ou situações ruins. Por favor, não quis dizer isto e quem lê meus comentários sabe que eu não diria uma imbecilidade destas.

        1. Há várias coisas no seu comentário; vou tentar responder

          1) Desqualificaçao: até desqualifico mesmo trolls, mas nao é o seu caso; apenas tenho um jeito meio impaciente de me expressar; 

          2) sobre financiamento de Charlie: vc pode nao ter querido insinuar nada, mas que o que vc disse é interpretável como insinuaça é; Charlie Hebdo nao é Veja, essa comparaçao nao tem nada a ver; nao é algo desse gênero, é uma pequena revista (tablóide, na verdade) satírica de extrema esquerda; 

          3) ponto de concordância entre nós: o atentado foi fabricado para criar comoçao e justificar “luta ao terror” e bombardeios do Yemen (acho); nesse sentido, tb desconfio de muita adesao a marchas, etc; mas parece que na França está sendo diferente que nos EUA, pelo menos até agora, apesar da pouca vergonha do Bibi na marcha (e Assange preso no Equador enquanto esses hipócritas gritam por liberdade de expressao; 

          4) nao considero que as pessoas religiosas sejam boçais; acho que sao iludidas e que no cerne de toda religiao há um núcleo de irracionalidade, só isso. 

          5) nao tenho nada contra que pessoas religiosas defendam suas crenças, inclusive satirizando ateus; direito delas; 

          6)  Charlie Hebdo quer combater o terrorismo E AS RELIGIOES; direito deles… Você acha que eles teriam que se restringir aos limites do que VOCÊ acha que deveriam? A ideologia deles é diferente da sua… Quanto a saber das consequências das escolhas deles, eles as sabiam e assumiram. 

          7) sou plenamente consciente das contribuiçoes dos árabes à cultura mundial; inclusive nao teria havido a influência de Aristóteles sem eles; isso sem falar da matemática… algarismo ARÁBICOS… E mais uma vez Charlie nao ofende os árabes como povo nem os muçulmanos enquanto pessoas, apenas o fundamentalismo

          8) concordo que a Idade Média nao acabou tanto assim como deveria; por isso mesmo concordo inteiramente com a política de dessacralizaçao das religioes… ainda é necessário; e pior que nao é só no Oriente nem entre muçulmanos europeus; veja os nossos evangélicos. 

          Bom, espero que as posiçoes tenham ficado mais claras

        2. Direito de Resposta

          Anna, como fui citado nominalmente, invoco direito de resposta baseado no artigo 14 do regimento interno do Senado Federal. Tudo bem que a citação não foi ofensiva, muito pelo contrário, e portanto não cabe a aplicação desse artigo, mas não precisamos levar o regimento tão a sério assim.

          Queria apenas reforçar, embora ela não precise, a posição da Anarquista, tratando apenas da parte financeira.

          1) os proprietários da Charlie Hebdo, desde sua fundaçào, sempre foram alguns dos próprios jornalistas que trabalhavam, trabalham lá;

          2) Charlie Hebdo jamais publicou publicidade, por considerar – afirmaram textual e publicamente – que independência, independência total tem um prêço;

          3) Sua circulação é, era, em média de 40.000 exemplares, semanais. Para comparação, o jornal diário de maior vendagem é o Le Figaro, 320.000; das revistas semanais, a de centro-esquerda Le Nouvel Observateur tira 500.000 exemplares e a de centro-direita, L’Express, 440.000. Mesmo outro jornal satírico, também (na minha opinião pessoal, claro) muito bom, o Le Canard Enchainé, tem circulação bem maior, tira 420.000 exemplares semanais;

          4) Voce há de perguntar: mas como é que eles faziam para tocar a vida? Que nem eu, acho…(risos amargos). Não, falando sério, volta e meia tavam na pindaíba (se bem que até aí estamos empatados) pedindo diretamente apoio financeiro de seus leitores. A última vez que fizeram isso foi em Novembro do ano passado. Isso pra tocar o jornal, cobrir custos de eletricidade, impressão, distribuição, etc…, e os salários, principalmente do pessoal que só trabalha, trabalhava lá. Agora então, nem preciso falar;

          5) É importante lembrar que os cartunistas e escritores do jornal também publicavam, publicam mais trabalhos em outros órgãos de imprensa, e livros.

          Acho que é isso, acho que não esqueci nada de mais importante.

           

           

           

           

           

          1. Este assunto …

            Oi Mauro, quase tive a impressão de ver o Bonner (desculpem; apenas uma metáfora) adentrando o palco para mais um debate… É tanta réplica, direito de resposta, aparte… Rs. Mas fique à vontade.

            Nem sempre estou apta a responder ou tenho uma visão amplificada dos temas, e por isso, costumo frisar, não sou uma especialista – historiadora, cientista política, cientista social, jornalista, engenheira – comentando; minhas opiniões são resultado da minha vivência, da minha experiência, dos meus valores e de algum parco conhecimento. Nada além disso.

            Não tenho lados, não sou militante, não sou de partido. Assim como concordo em parte com você e Anarquista, já concordei com colocações de comentaristas no blog que tendem mais para “os extremos” – portanto longe do meu “centro-esquerdismo”, se é que isto existe! – porque não estou fechada ao pensamento diverso; só não suporto agressão e baixaria. De resto, sendo lúcido, razoável e baseado no bom senso, como saber onde está a Verdade? Esta Verdade que buscamos não alcançaremos, pois nos é vedada a visão do todo, temos pontos de vista construídos a partir de nossa posição e só. Logo, é relaxar, aproveitar e aprender com todos.

            Não tenho a intenção nem a pretensão de fazer que as pessoas pensem como eu. Gosto de escrever (e de falar também !) e expressar o que eu penso no blog é uma forma de alimentar este prazer.

            Li aqui uma vez um comentarista dizendo algo como: ‘às vezes, comento para registro daquela ideia que me passou, como se fora um diário, um blog pessoal onde reafirmo para mim mesmo o que pensei sobre determinado assunto’. Acho que faço isto um pouco também.

            Obrigada por compartilhar e até!

  61. LAISSEZ-FAIRE – A TRAGÉDIA DO CHARLIE HEBDO.

    LAISSEZ-FAIRE – A TRAGÉDIA DO CHARLIE HEBDO.

    A perplexidade do evento nos remete a uma ampla reflexão. O determinismo esta enraizado na nossa cultura e dessa forma, com fins de compreensão dos eventos, somos naturalmente motivados a estabelecer uma relação de causa e efeitos. Uma melhor compreensão dos fatos poderá nós fortalecer, enquanto individuo ou coletividade, em busca de uma convivência social sustentável.
    Nesse contexto, o jogo de palavras é a tônica do momento. Conceitos de liberdade, autonomia da imprensa, direitos de expressão, democracia, terrorismo, fundamentalismo são apresentados ao sabor das conveniências e dessa forma nos afastam de um ambição maior. A busca racional pelo fato gerador/ motivador de tamanha intolerância social.
    Cabe aqui destacar, que no contexto atual, de uma economia globalizada, existem segmentos na nossa sociedade, pela sua própria natureza, dispensam tamanha padronização. A despeito das diversidades culturais, religiosas e étnicas e dessa forma merecem tratamento digno e respeitoso.
    A tragédia do CHARLIE HEBDO, fora motivada por uma prática de humor/arte de qualidade questionável. Ao bem dizer, essa era a prática habitual da revista, demonstrada ao longo da sua história, da sua existência, com estímulos a práticas de intolerância de natureza racial, étnica, religiosa, entre outras.
    Na sociedade ocidental o ícone de maior significado é o capital, o “Deus Monetário”, onde incondicionalmente nos curvamos e prestamos reverência, nos devotamos e oferecemos nossos votos de boa fé. O capital é o ZEUS da sociedade moderna ocidental e por ele serás bem cuidado, desde que suas vontades sejam atendidas.
    Não serás um déspota. A aqueles que eventualmente vá de encontro a essa estrutura, terá o mesmo destino do PROMETEU. ZEUS ordenará que os acorrente no cume de um belo monte, onde todos os dias uma águia (ou corvo) dilacerará vagarosamente o seu fígado, mas que esse também se regenere todos os dias. Esse castigo perdurará por todo o período da era cristã.
    Na sociedade oriental o ícone de maior significado é a sua fé no profeta e no deus que estruturou sua sociedade, Maomé “ Muḥammad” e Alá ou “Allah’. Esse é o ZEUS do povo mulçumano, a quem prestam reverencia, obediência, e devotam sua fé. É definitivamente o elemento de maior significado nessa notável sociedade. Diferentemente do ZEUS ocidental , ele não tem ambição de uma conveniente globalização, porém como todo e qualquer bom DEUS, é disciplinador, solicita e recomenda respeito, caso não, terás o mesmo destino que o PROMETEU acorrentado Esqueceram de informar essas prerrogativas aos “CHARLIE HEBDO”, ou os mesmos não tiveram interesse em saber
    Nesse contexto, cabe um questionamento. Se todos condenam, porque tais fatos intensificamente veem ocorrendo? A resposta é; Essa intolerância política religiosa, paradoxalmente, interessa ao mundo ocidental capitalista por excelência.
    Nas sociedades ocidentais observamos o enfraquecimento do estado pelo interesse do capital (Teoria Econômica Neo-Liberal).
    Observamos, porém, o enfraquecimento dos estados orientais (Teoria Fundamentalista Religiosa), com a notável colaboração do ocidente, haja visto a instabilidade política vivida por países como Iraque, líbia, Egito, Síria, entre outros. Tal enfraquecimento, todavia, paradoxalmente não privilegia o capital globalizado, como se gostaria, porém com o surgimento do estado paralelo, a exemplo do ESTADO ISLÂMICO e organizações como a AL-QAEDA, BOKO HARAM, entre outros. Não podemos crer que tais fatos não sejam merecedores de um investigação científica criteriosa.
    Essa instabilidade foi pensada para dar ênfase as grandes doutrinas econômicas liberais vigentes. Com fins de convencimento recomendo a leitura sobre o conceito de fundamentalismo em estudos realizados pela Escola de Economia de Chicago.
    “Em 1988, a Universidade de Chicago, apoiada pela Academia de Artes e Ciências dos Estados Unidos, lançou O Projeto Fundamentalismo, dedicado a pesquisar o fundamentalismo nas principais religiões do mundo, cristianismo, islamismo, judaísmo, hinduísmo, budismo e confucionismo. E definiu o fundamentalismo como “abordagem, ou um conjunto de estratégias, pelo qual os crentes sitiados na tentativa de preservar a sua identidade distinta como um povo ou grupo… por uma recuperação seletiva de doutrinas, crenças e práticas de um passado sagrado”.
    Nesse contexto coube espaço ao surgimento da doutrina da “VITRINE QUEBRADA”. A estabilidade é desinteressante a economia globalizada, crise é sinônimo de oportunidades, vamos quebrar depois nós mesmos concertamos. Tudo funciona como tivéssemos autorização para que produzíssemos o vírus e a posterior vendêssemos a vacina. Nessa situação, o país, os cidadãos contribuintes, tem que conviver com o Estado na condição de alerta máximo. Mas nem tudo está perdido, a indústria bélica, as agencias de segurança agradecem, o setor econômico suspira.
    A instabilidade política / econômica como política de Estado, colaborará com os indicadores macroeconômicos, beneficiará o sistema, gerando emprego e renda, contribuindo assim para aumento das riquezas e da produção. O PIB certamente agradecerá, o IDH possivelmente não.
    Entendemos que o tema é delicado, mas possivelmente não tanto ortodoxo. Inicialmente torna-se necessário redefinirmos e adotarmos os conceitos sociais envolvidos nessa temática com menor dose de subjetividade para que não sejam utilizado a luz das conveniências individuais e/ou coletivas. A Ciência Econômica, com todos os seus reveres, já e permitiu a tanto, e dessa forma podemos compreender sua maior robustez.
    A liberdade de expressão, a imprensa livre, a prática da arte com criticidade são valores que enaltecem as sociedades multi diversificadas e dessa forma tais práticas devem ser valorizadas e intensificadas. Quem as praticam seguramente deixam seu registro para a eternidade e é digno de uma passagem para a posteridade ao consolo do seu ZEUS todo poderoso.
    Recentemente fomos informados sobre a partida do ROBERTO GÓMEZ BOLAÑOS, mais conhecido como CHESPIRITO . Esse foi um notável ator, escritor, comediante, dramaturgo, compositor e diretor de televisão. Ficou conhecido mundialmente pela criação das séries televisivas EL CHAVO DEL OCHO E EL CHAPULÍN COLORADO, e com o Programa CHESPIRITO, que ganhou o título de o programa número 1 da televisão humorística, as quais lhe trouxeram grande prestígio e garantiram-lhe o reconhecimento como um dos escritores comediantes mais respeitados do mundo.
    O assunto se tornou um dos mais comentados do mundo, especialmente na América Latina. Várias personalidades de diversas nacionalidades falaram sobre a sua morte nas redes sociais, entre elas artistas do elenco das séries de Chespirito, e a sua filha Paulina Gómez:
    “Roberto não se vai. [Ele] permanece em meu coração, e no coração de tantos outros a quem fez feliz. Adeus Chavinho. Até sempre”

    Sua filha Paulina Gómez

    . “Obrigado por fazer tanta gente feliz e por todos os momentos maravilhosos que compartilhamos no grupo. Descanse em paz, Roberto”

    Maria Antonieta De Las Nieves, a intérprete de Chiquinha

    . “Roberto não se vai, permanece no meu coração e no de todos que te assistiram felizes por tantos anos. Adeus, Chaves. Até sempre”.
    Edgar Vivar, intérprete do personagem Senhor Barriga

    Bolanõs nós deixa com a virtude do exemplo do pensamento e da prática de uma arte socialmente contextualizada, com criticidade, fundamentada no respeito ao próximo e sobretudo bom humor. Esse seguramente é digno de um legítimo LAISSEZ-FAIRE e um descanço eterno.
    Não é necessário reinventar a roda, a lição já sabemos, só nós resta aprender.
    O autor:

  62. Progressismo?

    Esquerda embaralhada – VINICIUS MOTA – FOLHA

    http://www1.folha.uol.com.br/fsp/opiniao/203617-esquerda-embaralhada.shtml

    SÃO PAULO – Tariq Ali, ensaísta paquistanês de larga penetração na chamada nova esquerda, publicou no domingo, nesta Folha, um artigo exemplar. Nele ficam expostos a rede de contradições e o beco sem saída em que se meteu essa linhagem do progressismo internacional.

    O início do texto recorre ao protocolo que já se tornou um clássico da desfaçatez ideológica: escolha palavras ruidosas, como “terrível”, “veemente” e “atrocidade”, para expressar alguma solidariedade e simpatia humanista na direção das vítimas de atentados terroristas, como o que massacrou 17 pessoas em Paris.

    A cortina de fumaça mal encobre a verdadeira intenção desse gênero de discurso, que é a de culpar as vítimas, seus governantes, sua cultura e o próprio capitalismo pelos banhos de sangue periódicos perpetrados por fanáticos do islamismo.

    ……………………………………………………………………………………………………………….

  63. Nassif confunde e funde dois

    Nassif confunde e funde dois temas, o caso francês para tratar do seu tema recorrente, o caso brasileiro. 

    Os casos são distintos, e no caso francês liberdade de imprensa e terrorismo estão sim ligadas.

    As duas coisas são parte do mesmo problema. O veículo fazia críticas contundentes usando o humor contra países islâmicos ou contra o Islamismo.  Um grupo cuja leitura da rreligião é undamentalista resolve metralhar as pessoas. O caso se torna terrorismo, porque matou inocentes entre os supostos culpados dos supostos crimes e digo supostos, porque assim foram considerados pelos algozes,  com o objetivo claro de passar a mensagem do que pode ocorrer a quem incorrer no mesmo proceder.

    Logo, o ato criminoso e terrorista tem por alvo a liberdade de imprensa, sim senhor, até porque seria preciso que o nassif apontasse quais veículos de imprensa fazem críticas ao governo ou a religiao nos países dominados pela doutrina islâmica livremente. Existem? 

    Tanto na França quanto aqui, a justiça é o caminho caso você seja alvo de uma mentira. Como aquilo que achamos nem sempre é  o que a justiça pensa e caímos na ladainha de achar que a justiça só  acerta quando nossos interesses são atendidos, existe a velha querela de querer LEGISLAR a imprensa. E não vejo uma linha gasta em tratar dos veículos controlados por famílias no nordeste do país que são usados por políticos,  em sua maioria no apoio ao governo, mas os veículos Paulistas, folha e estado e o veículo carioca o globo, são alvos como se fossem os únicos no país. 

    Países cujas leis são determinadas pelos líderes religiosos, controlando o cotidiano, impedindo os direitos humanos de mulheres, gás,  com o massacre de 100.000 cristãos por ano, toleram e apoiam esse tio de ação. Choramos com a menina baleada na cabeça porque queria estudar mas pouca importância é dada às milhares que vivem em um sistema sem direitos básicos. Mas aí vem um grupo de humor crítica esse tipo de coisa, são mortos mas não existe ameaça à liberdade de impressa em um país ocidental e não islâmico?

    Os idiotas que saíram a escrever dizendo que a culpa é das vítimas ou saíram a defender o Islamismo, todos eles escreveram confortavelmente em países democráticos. 

  64. Se alguém grita fogo num

    Se alguém grita fogo num ambiente lotado e fechado não pode depois invocar a liberdade de expressão para escapar das consequências da tragédia que possivelmente provocaria.

    Liberdade de expressão pressupõe responsabilidades e contrapontos. 

    1. Estamos discutindo duas

      Estamos discutindo duas coisas diferentes, simultaneamente: primeiro, deve haver limite para o humor? Segundo, se sim, quem se julgar atingido por alguém que supostamente teria ultrapassado esse limite, está automaticamente autorizado a executar a punição que considerar adequada?

      Presumo que a resposta unânime à segunda questão é não. Porque, se for sim, acho que só restará mesmo que até os ateus supliquem a Deus por um novo dilúvio, essa nossa atual fornada de que todos fazemos parte decididamente também não deu certo.

      Então, talvez, um primeiro ponto de consenso: eventual ultrapassagem de limite é questão para ser discutida em tribunais. 

      Prossigamos.

      A primeira questão, os limites para o humor…Comecemos a conversar a respeito.

      Quais seriam os critérios para estabelecer os limites? A sensibilidade do outro? Proporíamos um humor sem piadas que envolvessem religião, pois este é um tema que mexe com o mais íntimo do ser humano. Bom, conheço, acho que todo mundo aqui conhece, militantes políticos, da esquerda e da direita, cujos partidos são para eles o que as religiões são para os fiéis. Por que as sensibilidades destes seres humanos não devem ser poupadas do humor e a dos religiosos sim?

      Militante que se matou pra fazer campanha pra Dilma, e que tenha uma relação com sua agremiação partidária tal qual um missionário evangélico, sofrerá, considerará dolorosa, uma piada idiota e estúpida sobre Dilma. Por que esse ser humano é inferior ao missionário? Com a religião do missionário não posso fazer piada, com o partido do militante eu posso. Por que?

      A Anarquista Lúcida, em outro espaço neste mesmo blog, trouxe o exemplo do futebol. Um ótimo exemplo. Aqui no Brasil teve caso até, e não foi pra fazer humor, de um membro de uma religião chutar um símbolo sagrado de outra religião, em rede de televisão, acho que todo mundo se lembra. Pois bem, ao que eu saiba nenhum tapa entre seres humanos resultou daquele ato, que dirá mortes. Por outro lado, no que toca a futebol, é briga e morte toda semana, no país inteiro. Para muita e muita gente, seu time é sua religião. Uma piada bem feita, que pegue na veia, conforme o momento será dolorosa para o torcedor do time que foi o alvo da piada.

      Então, por qual motivo não teríamos que respeitar a sensibilidade do torcedor?

      Somos seres humanos e não fervemos todos à mesma temperatura. Não ferir sensibilidades será um critério impossível de se estabelecer.

      Qual seria o critério possível?

      E, por que? Por que e para que estabelecer limite para o humor?

      Responder com a mesma ferramenta – o humor – e no mesmo tom, não seria muito mais eficaz? Se para a Charlie Hebdo a liberdade de expressão é o sagrado, e para os religiosos não é, por que cartunistas religiosos não respondem na mesma moeda? Satirizando o que os religiosos consideram um crime, a liberdade de expressão? Não o fazem por incompetência? Ou agiram daquela maneira por amor pelo modo como responderam, amor pela morte, amor pelo ódio?

      Ou não fazem isso porque em assim fazendo estariam dialogando, e pra dialogar há que se pensar no que se faz, no que se é, e eles têm medo de descobrir o que são?

      1. Em tempo, peço publicamente

        Em tempo, peço publicamente licença à Anarquista Lúcida para usar o exemplo do futebol, esclarecendo que eventuais falhas na argumentação são minhas, não dela.

          1. Merci

            Gracias, companheira de armas nesta luta inglória.

            O que talvez anime nessas horas todas seja Ednardo, no Pavão Misterioso, quando pede que

            não temamos nossa sorte nessa guerra, eles são muitos, mas não podem voar…

             

             

          2. Eles passarao e eu passarinho? Nao tenho certeza nao, viu…

            Ouvi muitos brados de “O povo unido jamais será vencido” e o pobre do povo (nao unido, porque isso é o que nao ocorre nunca, o povo ficar unido…) só sendo entubado. Ando descrente, descrente, sobre a possibilidade de mudança do mundo. Castoriadis (?) tinha uma revista chamada Socialismo ou Barbárie. Estou cada vez mais desconfiada de que a barbárie já venceu. Mas enfim continuo torcendo pelo Socialismo. Nao a paródia de Socialismo chamada (por ironia?) de Socialismo Real, mas por um autêntico Socialismo. 

          3. Antonio Candido

            Sabe, o que me faz sempre reanimar é uma entrevista que vi há um bom tempo, de Antonio Candido, quando perguntado pelo entrevistador do porquê do socialismo ter fracassado.

            Ele respondeu que discordava dessa premissa e que, pelo contrário, considerava o socialismo um movimento vencedor.

            Daí começou a alinhavar todas as conquistas que os trabalhadores tiveram, uns mais, outros menos, no mundo inteiro, a partir do e por causa do surgimento dos movimentos socialistas, afirmando estar convicto que se não fosse a luta dos socialistas, não teria o povo avançado tanto.

            Mencionou as condições de trabalho, remuneração, jornada, uma série de coisas, o avanço na conquista de liberdades democráticas.

            Se a gente parar pra pensar, terá que concordar com ele. O que talvez nos faça desanimar é que estamos olhando para os lados e para a frente, vendo o tanto que ainda falta ser feito, e não olhamos para trás para ver o quanto avançamos.

            Mas entendo o que voce diz. O quanto falta pra acabar de vez com a miséria e a opressão no mundo.

            Isso do Charlie Hebdo, essa notícia das crianças nigerianas explodindo-se…

            Criança de dez anos de idade! É imaginável uma coisa dessas?

            Parece mesmo que está tudo por um fio, sempre, como diz um verso da canção Tempo Rei, do Gil, e a barbárie está aí à porta. “(…) tudo agora mesmo pode estar por um segundo (…)”.

            E eu também não aguento essa do “unido jamais será vencido”. Outro que eu acho pateticamente falso, espero sinceramente não insultar e muito menos ofender ninguém, é o “No pasarán!”.  Foi usado pela primeira vez na guerra civil espanhola pra dizer que o Franco e seu bando não venceriam.

            Não só venceram, como ficaram décadas no poder.

          4. Concordo c/ A. Cândido qto ao passado mas e o present e o futur?

            O estado de bem estar social europeu sem dúvida é fruto do medo do comunismo. Mas está revertendo rápido, nao está? E até o lado “democracia burguesa” dos estados capitalistas está cada vez mais andando para trás, veja-se Patrioct Act, Assange, etc. Temo pelo futuro. Ainda bem que sou velha e nao tenho filhos. 

          5. Hahahahaha, ou como escrevem

            Hahahahaha, ou como escrevem minhas filhas, hueshrshrshshshshshshsh (presumo que isto também signifique riso, haha)

            Viu só, para tudo há sempre um lado positivo.

            Mas, falando sério, temos muito com que nos preocupar, mas também muito a comemorar.

            Quando vejo, pra ficar aqui no Brasil, o avanço na inclusão social, é comovente. 

            Há um vídeo no YouTube, voce deve conhecer, do finzinho do governo Lula, onde uma líder sindical rural faz um discurso bem curtinho, Lula e alguns ministros presentes, agradecendo pela implantação de um programa que beneficiou as famílias de Custódia, em Pernambuco. No finzinho do discurso ela, emocionada, fala que nunca tinha viajado de avião, vir até ali foi sua primeira vez. Tocante.

            Tanta gente que nunca poderia nem sonhar com isto, indo pra Universidade. Há muito mais que foi conquistado nos últimos doze anos, voce sabe.

            Para o futuro, nào temos alternativa, somos obrigados a sonhar.

            Acabei de ver uma foto da manifestação em Paris, um judeu ao lado de um muçulmano, o judeu com um cartaz que dizia “Sou judeu e amo os muçulmanos” e o muçulmano com um cartaz “Sou muçulmano e amo os judeus”.

            Um outro caminho sempre é possível.

             

             

          6. Nisso (nas duas coisas q vc mostrou) eu acredito

            Deixei o discurso “revolucionário” na gaveta e assumi o de melhoras. Na distribuiçao de renda, nos direitos sociais, nas condiçoes de vida. Na medida do possível, nas brechas que ainda há. E nas açoes pessoais, pequenas mas importantes. Sem mitificaçao, sem achar que “Venceremos” e suas variantes, mas fazendo o que é possível, nem que seja para a nossa própria satisfaçao. 

          7. Utopia

            “A utopia está lá no horizonte.

            Me aproximo dois passos, ela se afasta dois passos.

            Caminho dez passos e o horizonte corre dez passos. 

            Por mais que eu caminhe, jamais alcançarei.

            Para que serve a utopia?  Serve para isso: para que eu não deixe de caminhar.”    Eduardo Galeano

             

             

          8. Pode ser. Mas tô meio velha para correr maratonas

            E para dar uma de Polyana também. Tenho mais temperamento de Cassandra. 

            Tamos de acordo no essencial, acho eu. Mas talvez eu seja mais velho, ou pelo menos esteja mais cansada. Porque “Venderemos” é uma outra versao de “o povo unido etc” ou de “nao passarao”. Me limito a torcer para que seja assim, e a fazer o pouquíssimo que posso. 

  65. Pretexto
    Por um momento acreditei que o ataque à revistinha tosca, foi uma represália de islâmicos furiosos com a blasfêmia.
    Hoje, acho que tudo não passa de pretexto, para o Estado Islâmico demonstrar sua força e poder. Imagino até que esses terroristas sejam capazes até de ficarem satisfeitos com as charges, obtendo assim um pretexto para fazer o que mais sabem fazer de melhor: a política do medo, no seu maior grau de atuação. Definitivamente, a religião não tem nada a ver. As vítimas do ataque abusaram da Liberdade de imprensa. Mas o que é isso comparado com a liberdade de poder viver?
    Se temos problemas com a imprensa aqui – e eu acho que ela é por exemplo , responsável por grande parte do problemas no pais – la não e diferente….

  66. A imprensa e a mídia formam um só bloco inseparável

    A imprensa e a mídia formam um só bloco inseparável de todas as suas realizações e consequências. 

    Nossa maneira de ver é mais a moral da verdade heroica, partilhada com o choro das mães, sem saber o que queremos nas ruas.

    O topo da questão são os valores da unidade substancial ao Todo americano.

    O meio exterior que cada país vai seguir é uma aventura dos vassalos sem ganhar o seu assentimento.

    De acordo com as ideias atuais, o Todo moral antes separou os indivíduos dos seus interesses pessoais para – entre nações – serem o contrário da unidade e praticarem os atos sem participar dos fins do Todo substancial – A conquista total. 

    A independência subjetiva, de separar-se na sorte do abandono do Estado fora do seu meio exterior, só implica inexistência de um ideal formal; como a tribo, que se forma subjetivamente e recebe investimentos (retornáveis pelos juros de dez anos) em troca da floresta.  

    Nos Títulos públicos oferecem a nova formula da situação no livre poder de agir no ambiente de independência.

  67. É interessante o que pode a

    É interessante o que pode a discordância fazer com os que advogam a liberdade!

    Num blog, no Brasil, ainda longe – mas não muito – de uma situação tão explosiva e tão dramática, os defensores da liberdade não admitem a concessão a outros da liberdade de discordar de suas ideias e posições, de não querer e não aceitar a liberdade advogada por eles, a liberdade de dizerem o que pensam e que defendem ferrenhamente quando a “ameaça de mordaça” está sobre Charlie. Eu quando coloco minhas ideias aqui, não estou sendo financiada por ninguém. Quem financiava CH? Quem financia a VEJA?

    Descambam para a desqualificação – que combatem -, para a opressão – que abominam -, para a intolerância – que repreendem naqueles que consideram que Charlie pesou a mão. Mas a cada um é facultada a liberdade de desqualificar, abominar, repreender, xingar (???). Peraí …

    O saber é estéril; a energia, neutra. Damos a ambos vontade, nuance, força e direção. Muito saber, muito ler, muito citar e recitar significam muito pouco. O conhecimento histórico, político, filosófico explica este episódio lamentável. Mas o que o motivou foi a ganância, a violência, o poder. A vontade que colocou em ação cada engrenagem foi a de dominação, de aniquilamento, de exclusão. Se o bom senso estivera presente, nada disso teria ocorrido.

    Logo, o que importa se foi A ou B quem proibiu, se foi C ou D quem perseguiu, se foi E ou F quem chutou o balde. Para nossa argumentação sim, vale. E?

    E daí que Charlie, segundo seus defensores, era anti todas as coisas imundas do mundo; que era uma ilha de pureza e plena liberdade? O que foi despertado é tão deletério, tão destrutivo que está além e não compensa os supostos benefícios que sua sátira, ironia e blasfêmia possa (o que duvido) ter trazido ao mundo “civilizado”.

    A defesa e o exercício da liberdade irrestrita e gratuita de alguns, levará à morte milhares de outros, fará enriquecer (mais e mais) alguns poucos da indústria bélica e armamentista, jogará povos já abatidos e discriminados em maior miséria, tornará o mundo ainda mais irrespirável.

    É aí que entra a tal da responsabilidade; todos queremos liberdade, mas arcar com as consequências não .. Estas são sempre fruto do que o outro fez. Mas, ora, nós somos os outros …

    1. Liberdade gratiuta? Não

      Liberdade gratiuta? Não entendi. Talvez seja melhor censura gratuita.

      Explique quais são as consequências da liberdade?

      Se o que foi despertado é tão distrutivo, significa então que devemos ficar calados para sempre diante da

      imbecilidade e irracionalidade de facínoras. 

  68. Vc acha mesmo q alguém vai ler 1 catatau desses e nao em Portug?

    Haja otimismo! E desrespeito aos outros leitores do Blog. E espírito de colonizado: todos deveriam saber inglês e francês no Brasil? Beleza! 

  69. Genial, só isso

    Libération acaba de divulgar a capa da Charlie Hebdo que circulará a partir da próxima quarta-feira.

    Não quero e nem vou estragar o prazer de ninguém.

    Só uso uma palavra: genial.

        1. Obrigadíssima

          Realmente muito boa, e bem ao estilo de várias anteriores, em que Charlie separa Maomé, por um lado, e terroristas por outro. 

      1. Essa ansiedade louca por ver

        Essa ansiedade louca por ver o exemplar desta semana, que vai provocar tanta gargalhada…pergunto se tambem se riu  muito com as mortes da semana passada. Os extremistas islamicos são loucos mas você….devia estar internada

  70. “Na Suécia um senador tem

    “Na Suécia um senador tem direito a um kitnet e vai trabalhar com seu carro.”

    Eu tenho que rir. Cada coisa que a gente lê aqui…

    A Suécia não tem Senado desde 1971.

    Mais um país que sucumbe à Revolução Bolivariana…

  71. Se esse mundo louco fosse pra

    Se esse mundo louco fosse pra ser levado a sério, nesse momento, não haveria dúvidas nem divisões. A luta é contra o terrorismo e ponto pacífico. Mas não, tudo, absolutamente tudo é capitalizado no cabo de guerra de forças poderosíssimas e seus interesses inconfessáveis. O símbolo e o sentido dessa tragédia seguem em disputa. As corporações midiáticas mundo afora tentam nos fazer crer que a França marcha pela liberdade de expressão, um direito fundamental que usam para sensibilizar as pessoas; pois se falarem em “liberdade de imprensa”, o que é bem diferente, é dar muita bandeira.

    Ao mesmo tempo, numa marcha “pela vida” estão presentes não só a extrema direita xenófoba como alguns de seus principais lideres, comandantes de máquinas de guerra com poder de destruição humana em larga escala. E onde esses paradoxos se unem? Em Londres, por exemplo. Sob a justificativa de combate à violência, David Cameron diz que não se importa nem um pouco em mexer nas liberdades individuais para garantir a segurança de seu povo. No domingo, colocam a liberdade de expressão como direito acima de todas as coisas. Na segunda, dizem abertamente que não há problemas em mexer em outros direitos, de acordo com as circunstâncias.

    Os donos dos poder, de Estado e empresarial (no caso a mídia). decidem, assim, como você, cidadão comum, deve ou não se indignar e em qual direção seguir. E pouco importam contradições gritantes como as citadas. Assim como também parece não importar que na Nigéria acaba de ocorrer uma das mais sangrentas carnificinas- onde alvos preferenciais foram mulheres e crianças. Talvez por que o local da tragédia não seja estratégico. A história nos mostra que o poder trabalha em cima das comoções coletivas, conduzindo as massas com a eficiência igual ou até maior que a de líderes fundamentalistas. Nesse mundo louco, nem o choro é livre.

    Na minha opinião, possivelmente perderemos uma oportunidade ímpar de, passado o impacto da tragédia, discutir a única coisa que é passível de discussão, entendimento e, quem sabe, até de repactuação no mundo atual: a liberdade de expressão. Esse é um conceito absolutamente central e que impacta diretamente a vida humana em sua mais larga abrangência. Muito além do reducionismo do “poder dizer o que se pensa”. Com pesar eu digo que a humanidade caminha a passos largos para mostrar que não aprenderemos nada com esse episódio.

     

  72. Charlie Hebdo

    “Barriga!”! É falsa a informação de que um dos últimos feitos da publicação Charlie Hebdo teria sido retratar a Ministra da Justiça da França, Chistiane Taubira, negra, como uma macaca. Desinformação ou má-fé, a “barrigada” do blog não poderia ser maior. Em 2013, ela foi chamada de macaca por uma política da direitista Frente Nacional. O Charlie Hebdo fez uma denúncia disso. A bandeirinha no canto esquerdo é uma referência à FN (Frente Nacional, partido da direitista Le Pen). Não é, de forma alguma, um endosso. Taubira ficou grata com a publicação. Pouco depois da tragédia, Taubira deu uma entrevista a uma rádio, em frente ao CH, dizendo que era preciso que os franceses se organizassem para que a próxima edição saísse. “Nós não podemos admitir que o Charlie Hebdo desapareça”, afirmou. Fica a pergunta: GGN publicará uma errata, uma reparação, uma retratação? Cartas para a redação…

     

     

  73. Perfeito. Mas permita-me abordar por outro ângulo

    Queria ver se nós teríamos tão arraigados defensores da liberdade de expressão se fizessem uma charge num campo de concentração. Aliás a liberdade de expressão européia acaba quando o assunto é a segunda guerra mundial. Porque lá o sofrimento foi deles. E não me digam que são coisas diferentes, as charges que agridem os muçulmanos, agridem povos cujos países vêm sendo devastados por bombas européias e americanas há décadas. O ódio não vem do problema religioso, isto é uma farsa, o ódio dos muçulmanos vem da violência sem limites que acontece em seus países. Palestina, Iraque, Síria, Líbia, Afeganistão, etc, têm sofrido horrivelmente décadas a fio, e e isto resultou em gerações totalmente desequilibradas psicologicamente e manipuladas por extremistas que apenas usam a religião. E aí vem a pergunta, PRA QUE exacerbar o ódio de povos tão sofredores ? Pra que ? Para se provar o quê ? Que são livres ?  São sim, livres para debochar do sofrimento alheio, não do deles próprios.

    1. Je Suis Fanon

      Antônio, seu comentário é conciso mas cirúrgico. Confesso que quando vi para o lado que o discurso do “Je Suis Charlie” caminhava, na hora eu me lembrei do caso daquele estilista  da Chanel, o Galliano (acho): foi filmado sem saber, embriagado, dando declarações sobre o holocausto – não me recordo dos detalhes. Mas não me esqueço da repercussão: rapidamente ele se tornou uma não-pessoa. Foi demitido pela Chanel, esculachado pela mídia francesa e internacional em uníssono e, depois disso, simplesmente não se toca mais no nome dele.

      Gostaria de ver se, num caso hipotético, tivesse colocado na capa uma imagem de Hitler fazendo churrasquinho de judeus com uma pilha de corpos ao fundo e, como “manchete”, uma piada qualquer. E, nesse caso, admitamos que o jornal tivesse sido fechado pela justiça francesa por incitar o ódio racial e religioso. Iria toda a imprensa internacional partir em defesa do Charlie Hebdo? Duvido.

      Percorrendo boa parte das opiniões contrárias ao mote “Je Suis Charlie” aqui e nos demais blogs onde há debate de qualidade, percebe-se que há uma distinção muito clara entre o assunto “terrorismo” (repudiado por todos) e o assunto “pretensa liberdade de expressão”, onde é claro que não há qualquer relação entre estes dois conceitos.

      Dizer “Je Suis Charlie”, ou, Eu Sou Charlie, significa avalizar, assinar em baixo deste “humor” tosco que ofende gratuitamente 10% da população francesa, em geral os mais marginalizados e excluídos dentre eles.

      Vale apenas lembrar que estes imigrantes não caíram de pára-quedas na França (assim como em Portugal, na Inglaterra, na Bélgica). São a consequência natural do sistema colonial, em que durante quase cinco séculos, estes povos foram massacrados, torturados, aniquilados, despossuídos do pouco que tinham em nome de “civilizá-los”.  

      Por tudo isso, perdoem, mas…je n’est suis pas Charlie. Je suis Fanon! 

       

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