Andre Motta Araujo
Advogado, foi dirigente do Sindicato Nacional da Indústria Elétrica, presidente da Emplasa-Empresa de Planejamento Urbano do Estado de S. Paulo
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O político e o economista na gestão da economia, por André Araújo

Por André Araújo

O padrão mundial e brasileiro de Ministros da Economia (seja que título tenha o cargo) registra como experiência histórica o grande político ou o grande empresário como o melhor operador da política econômica. Esse perfil teve, no Brasil, grandes nomes de políticos, como Getúlio Vargas e Oswaldo Aranha, políticos puros como Ministros da Fazenda ou grandes empresários como Guilherme da Silveira, Sebastião Paes de Almeida  e Horácio Lafer.

Nos Estados Unidos, dos 26 Secretários do Tesouro desde a crise de 1929, 4 foram economistas e 22 foram políticos ou grandes empresários. Mesmo os economistas (Barr, Shutz, Summers e Snow) eram tarimbados operadores políticos.
 
Do grupo de políticos, os melhores foram velhas raposas como George Humphrey, John Connolly, James Baker, Nicholas Brady.
 
Alguns já nasceram ricos como Andrew Mellon e Douglas Dillon, outros eram ricos e ficaram bilionários depois da passagem pela Secretaria do Tesouro, como Nicholas Brady, que foi Secretário em dois governos, Reagan e Bush.
 
Até Winston Churchill, que não entendia nada de economia foi Ministro da Fazenda na mesma época em que Getúlio, também virgem em conhecimentos de economia,  foi Ministro da Fazenda do Governo Washington Luis.
 
O cargo de Ministro da Fazenda exige um POLÍTICO e não um técnico porque o cargo é político antes de mais nada.

 
O perfil ideal exige um homem de grande personalidade e cultura, Roberto Campos foi formado em Teologia e Filosofia, só fez curso de Economia muito mais tarde, mas era antes de mais nada um DIPLOMATA, foi Embaixador em Washington e Londres, ajudou muito Juscelino na coordenação do Plano de Metas, antes tinha criado o BNDE a pedido de Getúlio e com apoio da Comissão Mista Brasil EUA, banco do qual foi depois presidente.
 
Mas o nosso Ministro mais politico foi sem dúvida Oswaldo Aranha, revolucionário de 30, grande diplomata, duas vezes dirigiu a economia brasileira, em épocas muito diferentes, nas duas vezes reduziu a dívida pública em dois terços, operador político de primeira linha, não tinha qualquer estudo de economia.
 
Os três grandes economistas que moldaram o Século XX foram, por ordem de nascimento, Hjalmar Schacht (nascido em 1877), John Maynard Keynes (de 1883) e Friedrich von Hayek (1899). Todos tinham grandes cultura fora da economia, Schacht formado em Filosofia, Keynes era cultor das artes, fazia parte do Círculo de Bloomsbury onde pontificava a nata da intelectualidade inglesa, como Virginia Woolf, adorava ballet e casou-se com uma prima ballerina, Lydia Likopowa, quando perguntado por uma dama como sendo um grande economista encontrava tempo para as artes respondeu “Minha senhora a economia é o último de meus interesses”.
 
Hayek queria ser psicólogo e teve a Psicologia como sua primeira área de interesse, escreveu um livro sobre psicologia, The Sensory Order, onde desenvolve a teoria  da “ordem espontânea”, o fenômeno onde a ordem nasce do caos e não do planejamento, a ordem desejada nasce espontaneamente sem que se perceba a sua lógica, tese que é a base da economia de mercado que ele depois desenvolveu até inventar o “neoliberalismo”. Hayek dá como exemplo da ordem espontânea a linguagem, um sistema extremamente organizado que evoluiu por séculos sem que ninguém tivesse planejado.
 
A ideia de que, para dirigir a política econômica, se necessita de um economista, veio no Brasil a partir da década de 50 quando Eugenio Gudin criou o primeiro curso de economia no País, mas o perfil do “economista no governo” se consolidou a partir do governo militar de 1964 e caminhou até hoje como um grande equívoco. Para os Ministérios econômicos a aposta terá muito maiores chances com operadores políticos experientes, os economistas serão apenas estado maior de apoio e não os operadores, estes precisam ser personalidade com visão de mundo e experiência muito mais ampla do que o típico economista geralmente apresenta.
 
O poíitico tem por natureza uma meta macro muito clara e sabe improvisar para nela chegar, não depende de planilhas e nem de discussões bizantinas sofre déficits de 0,5% ou 0,7% como se esses números fossem a pedra filosofal.
 
Em uma época de crise como estamos, um político terá muito mais jogo de cintura para fazer os ajustes e reformas fundamentais, algo que exige intensa atividade de convencimento e negociação, do que um bom economista de perfil técnico, inútil em épocas de crise porque ele sabe diagnosticar mas não sabe abrir caminho para chegar à solução.
Andre Motta Araujo

Advogado, foi dirigente do Sindicato Nacional da Indústria Elétrica, presidente da Emplasa-Empresa de Planejamento Urbano do Estado de S. Paulo

34 Comentários

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  1. O começo do assunto

    Muito a discutir sobre este caminho onde AA nos abre a porta, magistralmente.

    André foca no cerne da origem do problema e concordo plenamente com ele.

    Apenas no conceito “político” eu apenas trocaria a conotação pessoal do sujeito pela “política” desenvolvimentista e social traçada por este Governo. Devemos ter então um “político” que siga esta “política”

    Parabéns André, por mais este excelente trabalho.

  2. Ministros

    O cargo de ministro é POLÍTICO. Não apenas o da Fazenda:  todos. Os técnicos são assessores, e um bom ministro deve cercar-se de técnicos de várias tendências, para ter uma visão de 360 graus sobre todos os problemas, e escolher a solução que mais convenha aos interesses de todos.   Aliás, a Presidência da República também é um cargo político…

    1. Bons assessores para decisão política

      RL

       

      Perfeito o seu comentário.

      Os técnicos dizem qual é o tamanho do bolo.

      Os políticos definem a repartição.

      Não existem enciclopedistas nos tempos atuais…

  3. É isso aí!,

    Essa configuração vale não somente para as Finanças, mas para TODAS as áreas de governo. Desde que o político seja digno dos melhores significados dessa palavra, é ele na frente e bons e afinados técnicos dando o devido respaldo. 

     

  4. Keynes e Isaac Newton

    Um fato ilustra bem os variados interesses de Maynard Keynes. Ele comprou os manuscritos inéditos de Isaac Newton sobre alquimia. Depois de ler a papelada, fez um comentário que se tornou célebre: “Newton was not the first of the age of reason, he was the last of the magicians“. O comentário é muito profundo. A alquimia, à qual Newton dedicou mais tempo que à física, influenciou muito seu pensamento. Por exemplo, a força da gravidade, da qual se cogitava havia décadas, era descartada por causa do pensamento mecanicista, segundo o qual não poderia haver ação à distância. A alquimia negava isso, e Newton optou por ela.

     

    1. Quis chama a atenção para o

      Quis chama a atenção para o fato de que grandes economistas tem larga bagagem intelectual e não se amarram à planilha.

      O problema com muitos economistas de hoje é que apenas são bons em diagnosticar problemas mas são fracos em fazer combinações de politica com economia, esta é condicionada por aquela aqui ou em qualquer lugar, então é preciso antes dominar a politica para demois aplicar a técnica da economia. Sem politica não se maneja a economia.

      1. interdisciplinidade

        André, concordo com você e esse seu ponto já estava claro nas entrelinhas do seu post. Meu comentário visou ilustrar o lastro intelectual do Maynard Keynes. Os manuscritos de Newton geralmente eram em latim e sua linguagem sempre hermética. Na verdade, a maioria dos grandes gênios da ciência, área que conheço melhor, teve formação interdisciplinar, mesmo no século XX, o século da especialização. Dei palestra sobre isso em várias universidades brasileiras, ilustrando a tese com muitos fatos. A quantidade de vencedores do prêmio Nobel cuja área de formação original, até o doutorado, era distinta da área em que foram laureados, é enorme. Um exemplo talvez baste: dos vencedores do Nobel de Medicina, 33 eram biólogos, 12 eram químicos e 7 eram físicos. Isso sem mencionar que nenhum ganhador do Nobel de Literatura, na verdade nehum escritor de renome, formou-se em Letras.

  5. Olá debatedores, bom

    Olá debatedores, bom dia.

     Negativo!

    Discordo do autor do texto.

    Não me venha agora com essa tentativa de misturar  “economista”  com “política.

    Economia é economia. Política é política. Sem essa agora. 

    Portanto, senhores economisas, tragam os seus “modelos” para organizarem os INTERESSES contidos na SOCIEDADE.

    E para ficar bem eloquente, bonito, com aquele “ar” superior , aquela soberba imbecil de sempre,  desenvolvam  uma equação pequena, suave, que não ocupa todo o “quadro negro” ( mesmo sendo verde) para demonstrar a melhor “saída” para os “players” do “mercado”.

    E não me venha misturar o  economista com o político. Isso é intervenção!!!

    O estado – assim com “e” minúsculo – tem que ser pequeno com políticas públicas NEGATIVAS.  Laissez faire nele!!!! Yeah!

    No mais, é “merito” puro! Sendo que TODOS NÓS SOMOS DESIGUAIS! E é exatamente da desigualdade com o egoismo( do bom ou do mau ou os dois, não importa!) que vamos gerar riqueza para todos no senhor  “mercado”. 

    Valendo repetir: o mercado “gosta” de gente esperta, racional, atemporal, meritocrática, egoísta, produtiva, e que sabe lidar com os recursos naturais!

    __________________

    Respeitando as pessoas sérias que resolveram se aventurar nessa BALELA de ciência econômica, economista é economista!

    Não me venha propor agora aquele pensamento multidisciplinar! Agora não! Paguem o preço de ser um “economista”!

    Economista, sobretudo, na versão liberal, neoliberal, enfim, deem o nome que quiserem dar ; economista é pensar em “direito natural”, atemporal, e com preço “natural” do  mercado de oferta e demanda, evidentemente,  “coeteris paribus”.

    E a concorrência é perfeita! Trata-se daquele “modelito” de muitos compradores e muitos vendedores fazendo variar a ARANHA da oferta e da demanda até o break even point!!!

    Temos ali “investidores racionais” ( Drs. Spocks) com suas poupanças gordas( uma espécie de bunda grande!)  em busca de custo de oportunidade para gerar riqueza para todos! 

    Uma romance lindo! Nem Rousseau conseguiria um romance como este.

    A propriedade privada no planeta terra para gerar riqueza para todos.  E com alternância do uso e do abuso do poder!

    A senhora  propriedade privada com os  seu  marido, senhor mercado, numa “família” feliz e “natural” ( hetero, portanto!) gerando bens e serviços para todos e com muita eficiência, vez que o estado – sujeito marginal –  só atrapalha.

    E não haverá chances para o monopólio “natural”  das “famílias” por que o CONSUMIDOR sabe penalizar aqueles que não são bão demais da conta no jogo promovido pelo senhor  mercado!!!

    _________________

    Francamente senhores,  falar em economia é falar em um MONTE DE BALELAS que servem para “camuflar” o “jogo de interesse” no senhor mercado. 

    Lembrando que mercado e cosmos também podem ser sinônimos!

    Todavia, não nos esqueçamos do  taxis!

    __________________

    Voltando.

    Os economistas trabalham para esse “jogo de interesse”. Vendem sua força de manipulação mercadológica para as “famílias” que demandam esse tipo de “força”.

    Vale repetir,  os “economistas de escol e de meia tigela”!”  adoram tratar o “mercado” como se este fosse um “ente”. Digamos, um  ser humano que age, assim ou assado. Que acha ruim quando a “política” não lhe dá “segurança jurídica”. Afinal, as “intituições” precisam ser “seguras”.

    Vejam vocês: até depressão o senhor mercado pode sofrer! Logo, é claro que o senhor mercado necessita de “economistas psicólogos”! E estes até criaram um manicômio para o senhor mercado. Trata-se de escola psicológica da economia!

     

    Enfim, vamos combinar. Falar em ecomomia é falar num papo furado que espero NÃO ENGANE mais ninguém.

    Lembrando que economia também produz “milagre econômico”. E ainda festeja esse milagre com BOLO a ser dividido no “longo prazo!!!

    Enfim, é muito charmosa essa economia….

    Mas reconheco que há bons pensadores que conseguiram de uma forma ou de outra mudar os rumos de muita gente no mundo. Pra melhor ou para pior ou para muito pior.  Dísso não tenho dúvidas. Estes citados pelo autor fazem parte deste conjunto de pensadores que mudaram os rumos de muita gente: Uns para melhor. outros para pior. E estes se revoltam com aqueles e ai, surgem novos “economistas” para mudar de novo. O que levou a pior agora levará a melhor. E assim vai. E vai enganando os otários que acreditam nessas balelas enganadoras, com a ajuda da “comunicação social” que no Brasil, por óbvio, não se trata de oligopólio nem de monopólio, certo? “qua, qua, qua, qua….

    De quando em vez, rola um genocídiozinho ali ou acolá, mas tudo bem. O homem natural saberá “modelar” e colocar o preço nessa negação do ócio!

    Saudações 

  6. Otimo texto e comentario.

    Otimo texto e comentario. Lembro que o Levy nem eh economista por formacao, ele eh engenheiro. A economia eh ciencia social aplicada…e pode sim formar bons poiticos. Nao vou entrar no merito da formacao mas veja p exemplo como funciona o os estudos relativos à economia na Alemanha. Eu acho os EUA um pessimo exemplo em qqer area de politica e economia visto que todos os paises funcionam diferente deles, inclusive no basicod do sistema legal, economico e politico.

    O levy sofre da sindrome dos engenheiros fora de area. Essa sindrome assola o pais. Citar nomes vai uma lista sem fim. “Sonho de crianca” de engenheiro do brasil nao eh fazer um super carro ou virar astronauta, ou fundar a sua industria, eh virar banqueiro ou politico. Fala serio.

  7. Otimo texto e comentario.

    Otimo texto e comentario. Lembro que o Levy nem eh economista por formacao, ele eh engenheiro. A economia eh ciencia social aplicada…e pode sim formar bons poiticos. Nao vou entrar no merito da formacao mas veja p exemplo como funciona o os estudos relativos à economia na Alemanha. Eu acho os EUA um pessimo exemplo em qqer area de politica e economia visto que todos os paises funcionam diferente deles, inclusive no basicod do sistema legal, economico e politico.

    O levy sofre da sindrome dos engenheiros fora de area. Essa sindrome assola o pais. Citar nomes vai uma lista sem fim. “Sonho de crianca” de engenheiro do brasil nao eh fazer um super carro ou virar astronauta, ou fundar a sua industria, eh virar banqueiro ou politico. Fala serio.

  8. Economia era designada no

    Economia era designada no inicio como uma subdivisão da ciência politica só depois que se tornou uma “ciência exata”.

    Hayek era um “neoliberal” no correto significado da palavra, aceita um certo grau de intervencionismo estatal na economua em contraponto ao Laissez faire.

      

    1. Falta predições precisas.

      Uma ciência exata (AO 1945: ciência exacta) é qualquer campo da ciência capaz de expressões quantitativas, predições precisas e métodos rigorosos de testar hipóteses, especialmente os experimentos reprodutíveis envolvendo predições e medições quantificáveis. (da Wiki)

      Em economia os eventos não são reprodutíveis. E nem sempre as predições são precisas.

      Isso a descaracteriza como ciência exata.

  9. Não mencionei dois grandes

    Não mencionei dois grandes economistas politicos , Antonio Delfim Neto e Mario Henrique Simonsen, o primeiro

    um ás da politica de bastidores, seu grande segredo para se manter no poder por tanto tempo foi a sólida aliança com o empresariado o que lhe deu proteção porque no governo militar muitos pediram sua cabeça varias vezes.

    Mario Henrique Simonsen economista de primeirissima linha, fundou a Escola de Pos Graduação em Economia da FGV,

    hoje referencia internacional, seu hobby era a opera que contava com registro de baritono, seu nivel era tão elevado que poderia se quisesse ser cantor profissional, alem disso era um bom (ótimo) copo, virtude que só eleva os grandes homens.

    Alem disso era bom papo, reunia empresarios uma vez por mês em São Paulo (no Nacional Club) para receber opiniões sobre o dia a dia da industria, comercio, vendas, produção, um gripo de 20 a 24 para almoço e papo livre.

    Delfim fazia isso mais ainda, tinha conexão com empresarios de todos os setores, esse era seu grande capital.

    1. Simonsen: engenheiro

      Simonsen era formado pela Escola Nacional de Engenharia , engenheiro civil, sua 1ª grauação. Colega de Julio Bozzano,seu sócio posteriormente,  que abandonou o curso de Arquitetura.

      Outros engenheiros que despontaram para a política nacional: Paulo Maluf, Mario Covas, Olavo Setubal (Prefeito de São Paulo e Ministro das Relações Exteriores, mas poderia muito bem ter sido Ministro da Fazenda), todos Politécnicos; o grande Leonel Brizola, Ricardo Zarattini e  Sergio Motta entre outros.

      1. Esqueceu de Lucas Nogueira

        Esqueceu de Lucas Nogueira Garcez, Governador de São Paulo. A formação academica em qualquer curso não é tão relevante e sim a carreira posterior, Juscelino era médico, assim como Adhemar de Barros mas na maior parte de suas vidas foram politicos profissionais e é essa a experiencia que conta.

        1. Para fechar com chave de ouro

          Mario Schenberg, que  teve ativa participação política, sendo eleito duas vezes deputado estadual.

          Grande humanista, profundo conhecedor de arte.

          Engenheiro Eletricista. Politécnico , turma de  1935. O maior físico brasileiro de todos os tempos. Homem notável.

           

          O prof. Mario Schenberg em sala da Poli-USP.

    2. Clubes Sociais – provocação para um post futuro

      Aguardo um post sobre o destaque que tiveram os chamados Clubes Sociais, tão relevantes no passado, mas hodiernamente pouco abrilhantado por essas bandas, mas ainda muito em voga nas grandes cidades dos Estados Unidos.

      Nacional Club, Automóvel Club, Restaurante Leopoldo, aqui na região do Arouche ou em Higienópolis tinha um outro que não lembro o nome. Representavam um marco no passado, local onde reuniões entre autoridades e empresários, industriais, executivos, banqueiros e acadêmicos eram engendradas Tempos que fatalmente não voltam, mas eram onde meticulosas sacadas eram estruturadas e grandes tacadas eram tomadas. Era no tête-a-tête, prescindindo-se instrumentárias como Powerpoint, Planilhas Exceis, entre outros.

    3. Delfim e Simonsen

      Delfim começou sua carreira na Associação Comercial de São Paulo, após ser recusado como editor de economia da Folha de S. Paulo pelo José Reis. O presidente da ACSP era o Paulo Maluf, e quem indicou o Delfim para o governo foi o Roberto Campos (anos mais tarde, o Frias perguntou ao Roberto se ele sabia quem estava indicando.”Se eu soubesse, acha que indicaria? – foi a resposta.) Realmente foi o melhor ministro, e deixou o País com uma dívida externa de 12 bilhões de dólares, uma reserva da ordem de 6 bilhões e uma inflação sob absoluto controle.  Então entrou o  Simonsen.  No primeiro ano, fez um déficit de 7,1 bilhões, o que mais do que dobrou a dívida.  No segundo ano,outro déficit, de 6,9 bilhões, triplicando a dívida externa.  E a inflação mais do que dobrou.  Também não concordo muiito com as virtudes do copo: numa viagem aos USA, para uma reunião do FMI, a Varig bloqueou o corredor da primeira classe, junto à última poltrona, onde se sentava o Simonsen,com um barril de chope, que ele foi bebendo pelo caminho. (Bom de copo era o Roberto Campos, que tinha atrás da porta de seu escritório, na embaixada de Londres, um barril de uns 80 ou 100 litros de Strathconon, um pure malt de primeiríssima).

  10. Ministro técnico para um tempo político
    O problema do Levy foi ele não ter tido êxito na forma e na linguagem do manejo político. Não se pode dizer que é um marinheiro de primeira viagem em águas turvas de Brasília. No entanto, falava com o instância institucionais como se dialogasse com seus contemporâneos de assets e de bancos de investimentos de SP.

    Eis que já sairam as apostas para o lugar de Joaquim Levy. De 4 nomes ventilados, 3 técnicos (Nelson Barbosa, Otaviano Canuto e Marcos Lisboa) e um não técnico (Arnando Monteiro). Desses, somente o último tem comprovado tato com a politica. Os outros, de inquestionável curriculum, são técnicos per se.

    Se a Dilma quiser dar um upgrade no momento a que estamos, o fato é que trocar Levy por um de perfil técnico, é trocar 6 por 6.

  11. Uma carreira tristemente abortada

    Entre os não economistas, o médico  Antonio Palocci (01/2003 a 03/2006) foi a primeira grande surpresa positiva do Governo Petista. Transmitia segurança, otimismo e tranquilidade. Tinha todas as credenciais para a sucessão de Lula. Seu tropeço foi uma grande perda para o País. 

     

     

  12. Outros homens outras épocas
    Concordo que os homens listados no post foram importantes no seu tempo e aqueles que deixaram uma obra escrita continuam importantes (keynes , Hayek etc).

    Mas infelizmente este tipo de personagem está cada vez mais raro. Duvido que haja muitos no Brasil. Ter um cargo publico exigue uma boa dose de sacrificio em todos os sentidos.

  13. Pior ainda é quando são

    Pior ainda é quando são engenheiros que nunca construiram nada e sem nenhuma formação humanística mas vão adquirir títulos de economia só por manejarem planilhas, cálculos e preconceitos político-ideológicos.

    1. não generaliza

      Veja a observação sobre o Prof.  Mario Schenberg abaixo.

      E tantos outros nomes tanto à direita como à esquerda que tiveram destacada atuação política  apesar de ter formação de Exatas.

      Como pontuou o Andy a habilidade política é fundamental para o desempenho da função de ministro da Fazenda. Antonio Palocci Filho (médico) foi ministro usando o Introdução à Economia de Gregory Mankiw como livro de cabeceira.

      No atual estágio do desenvolvimento da Economia é importante que se domine os conceitos matemáticos.

      Um exemplo claro é o Samuel  Pessoa (não defendo sua linha de pensamento , diga-se) que é físico

       

  14. concordo com a conclusão do

    concordo com a conclusão do andré…

    tem de ser um político nessa altura do campeonato…

    com conhecimentos profundos das áreas humanas.

    para dar um drible genial nessa desconfiança forjada pelo conlui ´grande mídia et caterva…

    meio foucaultiano, para desatar o nó dessa loucura engendrada por esse conluio….

  15. Exercício de futurologia

    Ciências econômicas está mais para “ciencia” astrologia do que ciências exatas. Tudo é previsão segundo os astros, digo números, pré-estabelecidos por quem faz a conta.

  16. O que se precisa hoje, não

    O que se precisa hoje, não são mais de economistas. Hoje, a política e as taxas estão mais do que entendidas. Hoje, precisa-se de mentirosos para que o mercado financeiro possa sugar o país. Precisa-se deixar independnete o Banco Central, para que possa, na escuridão, fazer políticas que danifiquem o país. Hoje em dia, os presidentes do Banco Central funcionam como crianças levadas que esperam a mãe (estado) sair de casa para aprontar. A mãe (estado) não que deixar que as crianças tornem-se independentes pois sabe que ainda não são responsáveis; mas mesmo assim ela pede a independência para poder aprontar as custas da mãe (estado).

  17. Pallocci, o ministro da

    Pallocci, o ministro da economia que possibilitou que Lula tivesse condições de injetar crédito no mercado na crise de 2008 é médico de formação. Mas isso não importa = o dedo podre de Dilma tratará de escolher, na melhor das hipóteses, o menos pior, nunca o melhor para qualquer cargo. 

  18. Economista visa lucro e

    Economista visa lucro e Estado não é empresa. 

    Concordo com André. Precisamos de um político de expressão no cargo.

    Não nos esquecámos, também, de que precisamos de um bom Ministro da Justiça, forte, respeitável e destemido (quem dá vestimenta jurídica a um governo é o Ministro da Justiça)

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