Sergio Moro afronta decisão de Teori Zavascki e mantém o controle da Lava Jato

Patricia Faermann
Jornalista, pós-graduada em Estudos Internacionais pela Universidade do Chile, repórter de Política, Justiça e América Latina do GGN há 10 anos.
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Corre-se o risco de tornar depoimentos provas irrefutáveis e deixar as cartas do julgamento de parlamentares na 1ª instância
 
 
Jornal GGN – Os próximos passos do andamento da investigação da Operação Lava Jato devem ser observados com cautela. O ministro Teori Zavascki teve sua decisão de liberar o ex-diretor de Serviços da Petrobras, Renato Duque, afrontada mais uma vez pelo juiz de primeira instância, que conduz o caso no Paraná, Sergio Moro. 
 
Teori é o relator do processo de Habeas Corpus de Renato Duque no Supremo Tribunal Federal. O ministro concedeu a liberdade da prisão preventiva a Duque, considerando alguns pontos importantes do processo. 
 
O primeiro deles é o apontamento de que Sergio Moro usou como base para justificar a decisão a existência de indícios de que o ex-diretor de Serviços da Petrobras manteria expressiva quantidade de dinheiro no exterior e poderia, em razão disso, fugir do país. Segundo o Código Penal, a possibilidade de fuga é um dos requisitos para se prender preventivamente. Entretanto, “não houve a indicação de atos concretos atribuídos ao paciente que demonstrem sua intenção de furtar-se à aplicação da lei penal”, afirmou Zavascki, ou seja, Sergio Moro sustentou sua decisão em cima de delações, sem “medidas judiciais concretas de busca desses valores”, que deveriam comprovar essas quantias em bancos estrageiros.
 
O segundo ponto notado pelo ministro do STF é que Sergio Moro tomou decisões diferentes para os réus da mesma investigação. Teori Zavascki lembrou que o juiz de primeiro grau aplicou medidas cautelares, que não a prisão preventiva, para outros investigados “tão ou mais capazes de fazer uso, em tese, de sua condição econômica para evadir-se”.
 
Para analisar o Habeas Corpus, o ministro recorreu a todas as informações do processo. Ao verificar a decisão da segunda instância, que havia negado a liberdade a Renato Duque, Zavascki encontrou uma constatação importante. Enquanto o próprio Sergio Moro utiliza como argumentos a possibilidade de evasão, a juíza federal Simone Barbisan Fortes, do TRF da 4ª Região, acrescentou reforços de fundamento a Moro, informando a necessidade da prisão pela garantia da ordem pública, pela possibilidade de Duque cooptar testemunhas e influenciar na investigação criminal. Tais argumentos não existem na ação de Sergio Moro. 
 
A juíza ainda informa: “a decisão atacada está devidamente fundamentada e não se funda em meras suposições”, justificando que os depoimentos de “Paulo Roberto Costa e Alberto Youssef são convergentes no sentido de apontar o nome do paciente, na condição de Diretor de Serviços, como participante do esquema de distribuição de propinas que
imperava na Petrobras”. 
 
De acordo com o processo, Sergio Moro chegou a informar Teori Zavascki sobre os depoimentos – até então em sigilo – de Augusto Ribeiro de Mendonça Neto, executivo da Toyo Setal, que também delatou que pagou propina para o ex-diretor de Serviços da Petrobras.
 
Teori concedeu liberdade à Duque na terça-feira (02). Na manhã do dia seguinte, mais um vazamento seletivo de Sergio Moro. Desta vez, o juiz federal justifica as novas informações a um pedido de “vários advogados” dos empreiteiros de acesso a todos os indícios coletados na Lava Jato, a respeito de seus clientes, para que tivessem o direito à ampla defesa. Até então, a explicação caberia para o acesso dos envolvidos no processo. Não para a imprensa.
 
O novo vazamento informa o pagamento de proprina para Duque, em tentativa de desmoralizar a decisão de Zavascki de liberdade. E mais, Moro “deixou escapar” que Renato Duque teria sido o intermediário da propina em doações oficiais ao PT. Informações suficientes para a imprensa fazer o papel de “quarto poder”, condenando investigados.
 
Ainda assim, o ministro se protegeu. Como deve ser, julgou com base na Constituição. A Polícia Federal e o MPF não têm provas de recursos de Renato Duque no exterior, apenas delações. Os meios de comunicação, contudo, não tiveram a mesma preocupação de divulgar a decisão de Teori em sua íntegra.
 
Correm-se, agora, dois riscos. 
 
Primeiro, o de repetir erros do julgamento do mensalão do PT, e tornar depoimentos provas irrefutáveis, determinando decisões dos juízes.
 
Segundo, Sergio Moro está criando uma estrutura para manter na Justiça Federal do Paraná os julgamentos. Renato Duque não tem foro por prerrogativa de função. Ainda assim, já foi apresentada uma pequena amostra sobre as consequências de se chegar o processo ao STF. Enquanto a Suprema Corte não avocar para si a investigação que envolve os parlamentares no caso, é Moro quem dará as cartas do julgamento. 
 
A esse respeito, um fato curioso ocorre recentemente. A Justiça tende a modificar a jurisprudência, considerando que casos de improbidade administrativa – aqueles crimes que causam lesão ao patrimônio público, provocam enriquecimento ilícito ou atentam contra princípios da Administração Pública – devem tramitar na Justiça comum, e não julgados por instâncias superiores, como dita o foro privilegiado.
 
Dois casos recentes: Eliseu Padilha, acusado pelo Escândalo dos Precatórios, enquanto ministro dos Transportes de Fernando Henrique Cardoso, poderá ser julgado na primeira instância, conforme manifestação da vice-procuradora-geral da República, Ela Wiecko, e de ministros do STF. E Eduardo Azeredo, ex-governador de Minas Gerais, teve sua acusação no mensalão tucano tranferida para a 1ª instância.
 
Patricia Faermann

Jornalista, pós-graduada em Estudos Internacionais pela Universidade do Chile, repórter de Política, Justiça e América Latina do GGN há 10 anos.

51 Comentários

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  1. Na boa, mano… se os tucanos

    Na boa, mano… se os tucanos togados ou não realmente querem morrer numa guerra civil será um prazer fazer a vontade deles. Se a coisa engrossar nem o Ibama vai salvar os tucanos da extinção. Pequena perda, diremos. Ha, ha, ha….

  2. Não é bem isso

             A matéria diz: (…) “não houve a indicação de atos concretos atribuídos ao paciente que demonstrem sua intenção de furtar-se à aplicação da lei penal”, afirmou Zavascki, ou seja, Sergio Moro sustentou sua decisão em cima de delações, sem “medidas judiciais concretas de busca desses valores”, que deveriam comprovar essas quantias em bancos estrageiros.

     

            Me parece, no entanto, que aquilo que o Ministro  Zavascki ressaltou na sua decisão não foi o fato de não ter sido comprovado até então as tais supostas quantias depositadas em bancos estrangeiros, mas sim, a ausência de atos concretos atribuídos ao paciente que demonstrem que o mesmo pretende fugir. Ou seja, a decisão de Moro, nesse quesito, foi escorada em mera suposição de que paciente poderia fugir devido a sua condição econômica, daí o motivo da revogação da prisão preventiva.

  3. É o sapo comendo a cobra ?

    A manter-se esta decisão do juíz paranaense, de “vestir-se” de Deus, e chamar para sí só, a investigação e o julgamento, desrespeitando o pedido do seu superior, o Min. Teori, do STF, entramos numa encruzilhada perigosa, que ameaça as prerrogativas judiciárias, e aí o sapo é que come a cobra, ou na melhor das hipóteses, a banana é que come o macaco.

    1. Com o nosso apoio, diga-se de

      Com o nosso apoio, diga-se de passagem, que a toda hora clamamos para que o PT entre com ações judiciais dos mais variados tipos, tamanhos e fundamentos, em vez de fazer a luta política.

  4. Engenhosidade

    Nassif,

    É óbvio que este Moro de 1ª instância só faz o que faz por ter “costas quentes”  para lhe sustentar, sem elas o distinto é traço no ambiente em que está metido.

    Só fica difícil compreender o vazamento de araque de tantas informações serem, todas, ligadas ao PT, parece que o juiz já velho de guerra pensa que todos os brazucas são imbecis. Mais difícil ainda de entender é a tal posição republicana do da Justicia, o amigo do carnaval.

    Voltando à Lava Jato, será preciso muita engenhosidade para manter a tucanada debaixo do tapete 

    1. Machado
      O que eu estou

      Machado

      O que eu estou assistindo não são, na sua grande maioria, “vazamento de informações” e sim trechos de delações sem comprovação e contraditório. O instituto da delação neste caso está sendo… usado, useiro e vezeiro. Está uma vergonha. Não há investigação e Moro está respaldando estes absurdos.

  5. cada vez mais evidente…

    aquele tipo de padrão PIG, mesmo do mensalão, que estabeleceu o objetivo a ser alcançado, o de ferrar o PT custe o que custar, mesmo com abalos e danos diretos ao judiciário

    afinal de contas a quem interessa abalar ao mesmo tempo Petrobras, Judiciário, Legislativo e Executivo?

    temos como acabar com a corrupção com a polícia federal e o judiciário nestas condições?

    duvido muito

    1. Talvez

      Jabulandi,

      É assim que você resume a questão rsrsrsrs?

      Quem causou dano ao erário, que seja punido $$$, nem precisa ficar numa cadeia.

      A receita tem que ser aplicada em quer que seja, empreiteiros, operadores, etc…, e depos fazer o mesmo em outras unidades de goberno do patropi, nas tres instâncias.

      Parlamentares dificilmente causam dano direto ao erário, é $$$ direto no bolso mesmo. O STF poderá cuidar deles todos.

      Estou querendo muito ? Talvez.

  6. Vejo um sinal de avanço nesse

    Vejo um sinal de avanço nesse caso todo, com a nomeação de Zavascki(na minha opinião, o tipo ideal de um ministro do STF)e Barroso, restaurou-se a responsabilidade no Supremo, por isso a tramóia outrora feita entre mídia-Judiciário, que contou com figuras das mais horrendas na história da República, como Ayres Britto, Joaquim Barbosa e o incansável Gilmar Mendes, não consegue mais se repetir em níveis suporemos, e se vê obrigada a apelar para juízes de primeira instância.

    Depende agora de vermos como o STF e o CNJ, agora presididos pelo ministro Lewandovsky, vão exercer seu direito de disciplinar a conduta dos membros do Judiciário. O caso do juíz da Lei Seca talvez fosse emblemático do problema da falta de comando que existe no Judiciário, único poder sem qualquer controle externo, e que faz um péssimo trabalho de auto-fiscalização.

  7. A atuação de Sérgio Moro,

    A atuação de Sérgio Moro, rebelando-se contra instâncias superiores, lembra um pouco a questão da falta de disciplina nos militares, uma das justificativas para o processo de Abertura iniciado no governo Geisel.

    De fato, o Judiciário brasileiro permanece como o principal remanescente da ditadura: é autoritário, personalista, extremamente corrupto e sem qualquer transparência.

    Bem que Márcio Thomaz Bastos alertou para os riscos de quando o guarda de trânsito passasse a esposar as mesmas doutrinas de “condenação com base em indícios” adotadas pelos irresponsáveis ministros durante a AP 470.

    O arbítrio praticado pelo Supremo se espalha por todo o Judiciário, ameaçando a estabilidade dessa instituição por meio do desrespeito de decisões da instância suprema.

  8. operação lava jato

    Não sei porque o ministro da justiça silencia diante dos abusos do juiz Moro(vazamentos seletivos, delegados em campanhas eleitorais ofensivas contra Dilma e Lula…. )

    1. Não morro…

      de amor pelo Ministro da Justiça José Eduardo Cardoso, mas tem que ser muito burro, aliás, um asno mesmo, para achar que o Ministro da Justiça tem autoridade sobre qualquer juiz. Leia a constituição JW asno para saber as atribuições do Ministro da Justiça.

      1. Asno?

        Atribuições do ministro da justiça:

        I – defesa da ordem jurídica, dos direitos políticos e das garantias constitucionais;

        .

        IX – ouvidoria

        E como ouvidor, pode descer o cacete em quem deixa vazar seletivamente informações em segredo de justiça.

        Moro atropela a ordem jurídica e as garantias constitucionais.

        Acho que o Nunes não é o asno nesta história.

         

  9. Esse juiz Sérgio Moro tem

    Esse juiz Sérgio Moro tem toda pinta de coxinha, vaidoso, sempre com a aparência impecável, está se achando o rei da cocada que pode tudo e é um intocável. Apoio ele tem de sobra do PIG que tudo fará para torná-lo o novo herói da moral e dos bons costumes, paladino da justiça contra a corrupção só do PT, os tucanos podem roubar ou formar quadrilha a vontade.

  10. Quando um juiz escreve na

    Quando um juiz escreve na sentença para uma ministra “Não tenho provas contra fulano, mas posso condená-lo pq a leitura jurídica me permite”. Dizer mais o quê sobre ele?

  11. Quando o Juiz De Sânctis

    Quando o Juiz De Sânctis manda prender e o GM manda soltar, tá errado. E o De Sânctis é louvado por desobedecer.

    Quando o Juiz Moro manda prender e o Zavaski manda soltar, tá certo. E o Moro é atacado por desobedecer.

    Vocês precisam se decidir.

    1. Lunatico, desgraca de

      Lunatico, desgraca de comentarista, faca o favor de LER o que VOCE escreveu!

      “Quando o Juiz De Sânctis manda prender e o GM manda soltar, tá errado. E o De Sânctis é louvado por desobedecer”:

      De Sanctis desobedeceu???  Conte nos como e quando isso aconteceu.  Voce eh pago pra escrever burradas ou so o faz por prazer mesmo?

      1. De Sanctis desobedeceu, sim.

        De Sanctis desobedeceu, sim. Após a concessão da liminar por Gilmar Mendes e a soltura de Daniel Dantas, Protogenes Queiroz, coordenado com Fausto de Sanctis, intima Dantas para novo depoimento horas mais tarde, no mesmo dia. Em seguida, decreta novamente a prisão, para dar o passa-moleque na decisão de Gilmar Mendes. Protógenes, então, prende novamente Dantas. Gilmar Mendes ordena novamente a soltura de Dantas, em respeito a sua ordem anterior.

        No julgamento do habeas corpus, o STF respalda a posição de Gilmar Mendes.

        Foi assim que aconteceu.

    2. São situações bastante

      São situações bastante distintas. Sanctis mandou prender com base na prisão em flagrante do agente de Dantas oferecendo propina para a PF; Moro com base em indícios, como o ministro Zavascki argumentou.

      Você não consegue perceber a diferença?

      1. Não houve nenhuma prisão em flagrante

        Não houve nenhuma prisão em flagrante na Satiagraha de agente do Dantas oferecendo propina para a PF.

        Aliás, não houve nenhuma prisão em flagrante na Satiagraha.

        As cenas gravadas no restaurante Tramvia foram comprovadamente gravadas, editadas e adulteradas pelos cinegrafistas da Globo em parceria com Protógenes (que, aliás, já foi condenado por isso).

        Fausto de Sanctis reuniu com juízes para convencê-los a negar informações no habeas corpus, para que a defesa não soubesse em que vara estava tramitando o Inquérito Policial e, assim, não tivesse acesso a ele.

        Chegou a hora de reconhecer os erros cometidos na proteção a Fausto de Sanctis, Rodrigo Grandi e Protógenes Queiroz.

        1. O Chicaroni confessou que o 1

          O Chicaroni confessou que o 1 milhão de reais que ele levou para subornar a PF era do Opportunity. 

          Já as gravações, foram feitas com autorização judicial, há também telefonemas. A Satiagraha foi anulada pelo simples motivo que envolvia todo mundo, petistas, tucanos, banqueiros, etc.

          Negociação

          Humberto e o amigo Hugo Chicaroni, professor universitário, foram flagrados em encontros e telefonemas oferecendo propina para o delegado federal Victor Hugo Rodrigues Alves – toda a negociação foi monitorada com autorização da Justiça. 

          Em uma das gravações obtidas com exclusividade, Hugo comenta com o delegado sobre o papel de Humberto nos negócios do banqueiro Dantas. 

          Hugo Chicaroni: 
          – Hoje ele é o braço direito do Daniel. 

          Delegado: 
          – E ele é de confiança mesmo? 

          Hugo Chicaroni: 
          – Pode ficar sossegado. 

          Em São Paulo, Hugo Chicaroni e Humberto Braz tentaram manipular a investigação, segundo a polícia. O objetivo: deixar de fora o banqueiro Daniel Dantas e parentes dele. É o que indicam as gravações. 

          Hugo Chicaroni: 
          – A história de só livrar três tá bom, tá ótimo. 

          Delegado: 
          – Isso é importante, porque quanto menos puder… Precisa saber exatamente o que é. Não dá pra fazer milagre. 

          Hugo Chicaroni: 
          – São as pessoas que trabalham com ele até onde eu sei. É o Daniel, a irmã e o filho…

          Justiça Federal de SP

          As interceptações mostram ainda que, segundo Chicaroni, o banqueiro estava preocupado com a Justiça Federal em São Paulo, onde corre a investigação contra ele por crimes financeiros e lavagem de dinheiro. 

          Hugo Chicaroni: 
          – Ele se preocupa com hoje, com hoje. Lá pra cima, o que vai acontecer lá… Ele não tá nem aí. Porque ele resolve. 

          Delegado: 
          – Tá tudo controlado. 

          Hugo Chicaroni: 
          – Ele resolve. STJ e STF… ele resolve. O cara tem trânsito político ferrado. 

          Hugo Chicaroni se refere ao Superior Tribunal de Justiça (STJ) e ao Supremo Tribunal Federal (STF), as mais altas cortes do judiciário brasileiro. 

          As conversas também falam em propina. Hugo transmite ao delegado a oferta de suborno proposta, segundo ele, por Daniel Dantas e oferecida por Humberto Braz, assessor do banqueiro. 

          Hugo Chicaroni: 
          – Ele falou: “Eu tenho 500 mil para tratar desse assunto”. 

          Delegado: 
          – 500 mil? 

          Hugo: 
          – É, 500 mil dólares. 

          Segundo a investigação, do dinheiro mandado por Humberto Braz, parte foi paga 20 dias antes da operação policial que levou os envolvidos para a cadeia, como mostra uma gravação feita na frente do prédio em que mora Hugo Chicaroni. 

          Hugo Chicaroni: 
          – Tá na mão. 

          Delegado: 
          – Então tá certo, não vamos nem conferir. 

          Hugo Chicaroni 
          – Não. Eu não conferi. Esses pacotinhos ele me entregou em sacos de supermercado. Eu só pus dentro de uma outra sacola e botei aqui. 

          Delegado: 
          – Quantos pacotes tem? 

          Hugo Chicaroni: 
          – São cinqüenta… Dá dez pacotes.

          US$ 1 milhão

          Além do pagamento em parcelas, o valor do suborno dobrou de US$ 500 mil para US$ 1 milhão. É o que apontam as gravações no segundo encontro em São Paulo entre os dois homens que diziam representar o banqueiro Daniel Dantas e o delegado federal. 

          Foi nessa segunda conversa também que o delegado Victor Hugo Rodrigues Alves apresentou documentos sobre o o banqueiro. Fotos e fichas cadastrais de Dantas foram mostradas durante um almoço em que o assunto era propina. 

          As filmagens mostram o exato momento em que Humberto Braz troca de lugar com Hugo Chicaroni para analisar melhor os documentos. 

          Delegado: 
          – Pode ver com calma que eu não vou poder deixar com vocês esses documentos. Tem sonegação, tem lavagem, tem evasão de divisa, tem outros crimes contra o centro financeiro, gestão fraudulenta. São vários crimes. Uma investigação dessas sempre começa pequena e cresce. 

          Logo em seguida, o assunto passa a ser propina. Hugo Chicaroni fala em US$ 1 milhão. 

          Hugo Chicaroni: 
          – Já que ele já ofereceu 500 mil, pede 1 milhão de dólares. Pra ele chegar em 700, 800.

          Em relatório encaminhado para a Justiça, o delegado conta que Humberto Braz, assessor do banqueiro, reafirmou que o suborno de US$ 1 milhão não seria problema e que ele já estaria autorizado por Daniel Dantas para fazer o pagamento. 

          As conversas também flagram mais uma parcela da propina. Quase R$ 80 mil ao delegado federal na garagem do prédio de Hugo Chicaroni. 

          Delegado: 
          – Isso é dólares também? 

          Hugo Chicaroni 
          – Não, não, não. Isso é em reais.

          Delegado:

          – Tá.

          Segundo a polícia, a maior parte da propina foi apreendida no dia da prisão de Chicaroni, na semana passada. No apartamento dele, os policiais encontraram R$ 1,28 milhão em dinheiro vivo.

          Nahas e Dantas

          De acordo com as investigações, quem ajudou a levantar esse dinheiro foi o empresário Naji Nahas, preso na mesma operação semana passada. 

          As interceptações captaram telefonemas entre Nahas e o banqueiro Daniel Dantas, mas na conversa não há referência explícita a dinheiro. 

          Daniel Dantas: 
          – Oi Naji, alô… 

          Naji Nahas: 
          – Você anda sumido… 

          Daniel Dantas: 
          – Você está no Brasil ou está fora? 

          Naji Nahas: 
          – Não… Estou em são Paulo… 

          Daniel Dantas: 
          – Ah… Tá em São Paulo… Ah tá bom. Então eu vou pedir pra te procurar aí, tá bom? 

          Naji: 
          – Tá bom. 

          Fotos tiradas pela polícia em maio mostram Humberto Braz saindo do escritório de Naji Nahas, na zona sul de São Paulo. É o mesmo escritório que sofreu devassa por ordem judicial. 

          As prisões da Operação Satiagraha foram feitas na terça-feira (8). Mas já em 29 de maio, os envolvidos desconfiavam que pelo menos um deles estava sendo seguido. 

          É onde entra um novo personagem, o ex-deputado e advogado Luiz Eduardo Greenhalgh, do PT de São Paulo. Ele foi contratado por Daniel Dantas como consultor. O ex-deputado também chegou a ter a prisão pedida pela Polícia Federal, mas o pedido foi negado pela Justiça.

    3. Toda a grande imprensa foi

      Toda a grande imprensa foi contra as investigações da Sathagraha e Castelo de Areia. Anteriormente tanto Protógenes como De Sanctis eram elogiadíssimos pelos seus mandados de prisão (prenderam o Maluf, todo mundo adorou). Foi só investigar e prender elementos envolvidos com Tucanos, aí não!. E quase foram presos. Ambos foram punidos. Vamos ver se Sergio Moro vai ser punido por tanto vazamento.  E É MUITA COINCIDENCIA estarem juntos depois de tanos anos: Juiz Sergio Moro, doleiro e advogado.

    4. Tico e teco

      quando o seu neurônio Tico trabalha, o Teco descansa. E quando o Teco trabalha, o Tico descansa. 

      Pessoas como você devem seguir esta regra. Pelo seu comentário, ficou claro que você o escreveu com Tico e Teco  descansando. Assim não dá, assim não pode!!!

       

  12. Bola ou búlica

    O fato político que poderia colocar as coisas no lugar seria a indicação imediata, pela Dilma, do nome para a vaga no STF.

    Se Moro não for o escolhido, ele se revela por inteiro. Ou segue conduzindo o processo e cumpre seu papel até onde a Constituição manda que faça – e aí saberemos que se trata de um magistrado que deseja fazer justiça e não só brilhar para os holofotes –, ou tira logo a máscara e passa a jogar para a plateia sem maiores pudores; afinal o exemplo vem de cima.

    O que importa é saber quem é ssse juiz.

  13. Deus do céu …

    Na idade media era assim que se condenavam os “hereges”. No Tribunal do Santo Oficio da Inquisição,  a delação de um cristão velho,   era aceita como prova. Não precisava de mais nada. O Judiciário brasileiro esta se igualando ao Santo Oficio. A “invstigação” se resume ao “disse me disse” e tamos conversado.  Quando a gente pensa que ja viu de tudo, me aparece um sherife de nothinghan, com cara de carcamano, articulado com a mafia midiática, doido pra ser  heroi do golpe. Deus do ceu …

    1. Só quero o meu.

      Absolutamente, sr. Ruy,

      Parece que o juiz trabalha sob o mesmo regime de vendedor pracista autônomo.

      Só recebe algum quando vende! 

      Se o processo sair das mãos dele, o pobre fica sem remuneração!

      Dai o porque que ele faz tanta questão de menter o processo na sua sombra..

      Ou, talvez, ele queira ficar famoso e aparecer no plim plim! 

  14. um jurisgolpista seleciona os

    um jurisgolpista seleciona os golpeados em concluio 

    sempre com tucanos e grande mídia.

    desde 2003.

    o indício e a denúnica da grade mídia viraM provas

    e a condenação é imediata.

     

    tá nos arquvos do pig, tá ferrado. 

    parece o tempo do dops/

  15. Não existe mais lei, a Globo é quem manda

    Virou bagunça, virou baderna, o julgamento é onde a Globo e a direita quiserem. Se for necessário para incriminar e condenar o PT, eles levam o julgamento para o quintal do Gilmar Dantas (ou Mendes, tanto faz). Vale tudo, difícil dizer onde isto vai acabar, pode ser que não dê em nada mais sério, porque até agora eles não conseguiram nem chegar perto da presidência da república. E não chegaram porque NÂO têm força pra isso, não têm apoio pra isso, nem aqui nem no exterior. Se existem grupos internacionais apoiando este golpismo, eles não têm unanimidade. Ainda acho que nossa direita vai ficar com cara de paspalhos, como ficaram nas últimas eleições. Mas que o Brasil sofre muito com estas agressões à democracia e ao direito isto é inegável.

    1. presidenta

      Sr. Paulo,

      “porque até agora eles não conseguiram nem chegar perto da presidência da república.”

      Infelizmente tenho que informa-lo que pelo menos nas praias de Santos, JÁ chegaram na presidência.

      O PIG (proba imprensa gloryosa) já fez o seu trabalho (sua trampa!)  Meus colegas de caminhada matinal hoje, por conta desse fato já “elogiaram” a presidenta de pu.. para baixo!  A água mole do golpe vai batendo na pedra dura da vontade da maioria dos brasileiros que escolheram a Dilma presidenta!

  16. Moro lembra um delegado de polícia fazendo negociatas

    Moro lembra um delegado de polícia fazendo negociatas com advogado de porta de cadeia, avisem-no q ele é juiz e não advogado de defesa do PSDB:  Sérgio Guerra recebeu grana do esquema…e da parte do PSB, também da oposição, somente o outro morto fez parte do esquema,,,nada de vazar Álvaro Dias, Franchiscini..Áecio Never,..Serra….tá bom doutor: sendo PT vale sua máxima “não há provas mas a literatura manda eu condenar então eu condeno” por isso senador italiano disse que os juristas brasileiros só entendem de bailarinas: Da dobradinha Catta Preta-Moro, ela sabe muito bem o que o seu cliente deve dizer para se sair bem perante Sérgio Moro…olha só o nível do nosso Judiciário

    http://josecarloslima80.blogspot.com.br/2014/12/nassif-para-entender-operacao.html

  17. E pensar que o blog já

    E pensar que o blog já aplaudiu o juiz Sérgio Moro e enalteceu a condução do processo “Lava Jato”

    Fez o mesmo com Fausto de Sanctis.

    Sanctis e Moro são da mesma cepa

    São juízes que estão longe do garantismo

    O Brasil adora heróis

    1. Não só isso,

      Não só isso, algumas vezes o blog escorregou no antigarantismo.

      Como você lembra, Fausto de Santis se valeu desses mesmos modos agora empregados por Sergio Moro.

      Protógenes Queiroz foi useiro e vezeiro em vazamentos para a Globo.

      Quem pratica esses atos, não são heróis. São os bad boys.

      O Brasil adora personagens de Charles Bronson.

    2. e pensar que o Blog ja

      Pois e´. O meu AMERICA mineiro teve 21 pontos confiscados pela justiça.A noticia caiu como uma bonba emcima dos atletas que conseguiram perder 5 partidas diretas com o moral baixo.Recorrendo o America conseguiu recuperr 15 pontos porque um jurista garantiu que o erro foi uma virgula.Agora luta para conseguir recuperar do Icasa dois pontos que o promove a primeira divisaõ ja que ficou de fora por 1 ponto. Nesse salvelindo do futebol onde existem  delegados juizes que são “jogadores e torcedores de partidos politicos”. A culpa deve ser da virgula ou do simulacro da propaganda que corrupçao é PT puro e nada mais.

  18. Aguardando os comentários de

    Aguardando os comentários de Al Argolo, jurista do Orkut, explicando como o ministro Zavascki é um ignorante que não sabe nada de direito.

  19. Autoridades como Juizes,

    Autoridades como Juizes, Procuradores e também muitos Jornalistas, Advogados, têm escrito que já houve erros suficientes nas investigações da Lava a Jato suficentes para parar tudo, mudança de Juiz, igualzinho como aconteceu quando as investigações e processos envolviam tucanos gordos.  A FRASE SÍMBOLO da Lava a Jato “Comece a falar em Tucano gordo e o interrogatório cessa” — Conselho do advogado a delator.  Tentaram ganhar as eleições e se fu e isso acontece há 12 anos. É melhor mudar de tática, estratégia.

  20. Curiosidade

    Curiosidade:

    Se o Teori também for um beneficiário e seu nome estiver na delação? Substitui-se o relator?

    Até meu cachorro sabe os motivos de liberação! 

    Tudo depende da família do DUQUE…

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